Na noite antes de começar
a Corrida para a Morte, no deserto,
o teu tio, o grande
inventor Slate Kanoli,
foi raptado pelo implacável
gangue No-Side.
A única forma de o resgatar
é correres com o seu Coil Runner
contra o gangue.
Se ganhares, eles libertam o teu tio.
Se perderes, perdes o Coil Runner
e todas as outras invenções dele.
Quando começa a corrida extenuante,
encontras-te cada vez mais atrás.
A tua única hipótese é seguir
por um atalho de que o teu tio falou,
— a abertura do Flux Ravine.
Felizmente, o Coil Runner está equipado
com propulsores turbo de emergência.
Infelizmente, o teu tio
era um conhecido engenhocas
e o sistema ainda tinha
alguns problemas a resolver.
Eram coisas de somenos,
como a explosão de ignição,
as fugas no reator
ou o esgotamento do nível de oxigénio
mas qualquer delas terminaria
a corrida imediatamente.
Antes de ser raptado,
o tio Slate percebera
que cada uma destas falhas críticas
seria o resultado final
duma reação em cadeia,
com origem nos propulsores.
Também tinha a certeza de que,
embora um fator pudesse
provocar dois efeitos diferentes,
e dois fatores pudessem,
de forma independente,
provocar o mesmo efeito,
dois fatores em conjunto
não provocariam qualquer efeito.
Contudo, o tio Slate
nunca chegara à conclusão
de qual era o propulsor responsável
por cada um desses erros.
A única coisa que tens
são as notas das corridas experimentais:
1. Quando os propulsores
B e C estão ligados,
o mostrador de combustível brilha.
2. Quando os propulsores A, B e D
estão ligados,
o mostrador de combustível brilha
e o tanque de hélio chocalha.
3. Quando os propulsores C, D e E
estão ligados,
o mostrador de combustível brilha
e o gravitómetro gira.
4. Quando os propulsores A, D e E
estão ligados,
o gravitómetro gira
e o tanque de hélio chocalha.
5. Pouco depois de o tanque de hélio
chocalhar e de o gravitómetro girar,
a ignição explode
e o nível de oxigénio acaba.
6. Pouco depois de o mostrador
de combustível brilhar
e de o gravitómetro girar,
o reator tem uma fuga.
Precisas de usar o maior
número de propulsores possível,
para teres a melhor hipótese
de superar a distância,
sem provocar nenhuma das três
falhas catastróficas.
Quais os propulsores que deves ativar?
Resposta em 3
Resposta em 2
Resposta em 1
A coisa mais importante
é lembrar aqui
que, mesmo que saibamos
que uma coisa provoca outra,
o contrário nem sempre é verdade.
Por exemplo, este interruptor de pânico
desliga o motor do Coil Runner.
Mas o facto de o motor estar desligado
não significa que foi acionado
o interruptor de pânico
— o Coil Runner pode não ter combustível,
pode estar avariado —
ou ter sido desligado normalmente.
Contudo, podemos concluir
que, se o motor está a trabalhar
é porque não foi acionado
o interruptor de pânico.
Com isto presente, uma forma
como podemos começar
é trabalhar de trás para a frente,
a partir dos três defeitos
que te podem afastar da corrida.
Vejamos então
as duas últimas notas de Slate,
visto que nos dão informações diretas
sobre esses defeitos.
O gravitómetro gira em ambos os casos,
mas os resultados são diferentes.
Isso significa que o gravitómetro a girar
não pode ser a causa de qualquer
mau funcionamento em particular.
Se fosse, aconteceria a mesma coisa
nos dois casos.
Assim, podemos concluir que
um mostrador de combustível a brilhar
provoca uma fuga no reator,
enquanto um tanque de hélio a chocalhar
provoca a explosão da ignição
e esgota o nível do oxigénio.
Depois de sabermos quais são
os dois erros que temos de evitar
podemos fazer uma tabela
e usar a lógica da causa e efeito
para ver quais são
os propulsores que os provocam.
Como o tanque de hélio se portou bem
na primeira corrida experimental,
quando os propulsores B e C estão ativos,
podemos deduzir que nenhum dos dois
o faz chocalhar.
E, segundo a terceira corrida,
sabemos que o D e o E também não.
Resta pois o propulsor A,
que foi usado na segunda e terceira
corridas experimentais
em que o tanque de hélio chocalhou.
E o que é que faz com que
o mostrador de combustível brilhe?
Segundo a quarta corrida experimental,
sabemos que não podem ser
os propulsores A, D ou E.
Portanto o culpado será o B, o C
ou cada um deles em separado?
A resposta encontra-se na segunda
e terceira corridas experimentais:
o tanque de combustível brilhava em ambas,
mas o B estava ativo numa delas
e o C estava ativo na outra.
Ou seja, os propulsores B e C
cada um deles por si só,
fazem brilhar o mostrador de combustível.
Parece que os propulsores
A, B e C estão fora de jogo.
Felizmente, os outros dois
são suficientes para superar a distância.
O teu foguetão chega em primeiro lugar
e o gangue entrega o teu tio
relutantemente.
Ele agradece-te profusamente
e decide festejar a tua vitória
com uma chávena de chá
da sua última invenção...