Finalmente vocês vieram… amigos. A porta do destino deve se abrir… É difícil encontrar alguém que não tenha jogado House of the Dead, a franquia de tiro da Sega que estreou em 1996 nos Arcades e no Sega Saturno, e teve sua versão mais recente para Wii, de subtítulo Overkill e lançada em 2009. O sucesso dos games da série permitiu diversas aparições da franquia em outros jogos da empresa, e até mesmo um filme de péssima qualidade dirigido pelo nosso amigo Uwe Boll. Mas, muita gente desconhece uma das iniciativas mais geniais da Sega, que misturava o conceito de rail-shooter com jogo de digitação, lançado para o Arcade, Dreamcast e PC no ano de 2000. Esse jogo se chama Typing of the Dead, que você vai conhecer melhor aqui! The Typing of the Dead Typing of the Dead foi desenvolvido pela Smilebit, antiga AM6, e é o tipo de loucura que só a Sega poderia financiar. A premissa do game é a de unir a mecânica de tiro do original com aqueles jogos de digitação, que geralmente são um porre. Mas a mistura aqui se mostra perfeita, porque para matar cada monstro, é preciso digitar corretamente a palavra que aparece na tela, antes que o zumbi venha atacar. Cada letra digitada equivale a um tiro, e a rapidez e a quantidade de erros na digitação influencia diretamente no seu progresso durante o jogo. O mais legal é que Typing of the Dead é um jogo totalmente sarcástico que ri de si próprio a todo o momento, com palavras e expressões simplesmente ridículas, totalmente sem sentido e fora de contexto, o que provoca diversas risadas involuntárias durante todo o jogo. Sua Mãe é uma terrorista? Porque, gata, você DETONA! Juntando isso aos gráficos datados 3D dos anos 90, uma das piores dublagens dos games e personagens armados com um teclado acoplado a um Dreamcast nas costas, você tem um jogo engraçadíssimo de tão tosco que é. James. Amy! Harry! Graças a Deus você está bem. Que diabos está acontecendo nessa cidade? Não sei… mas é muito semelhante ao caso Curian de 1998. Aquele caso!? James, vá e evite a confusão na cidade. OK. Vamos nos encontrar na Ponte Sunset. Estamos contando com você, James. Chega de brincadeira. As lutas contra os chefes merecem destaque, já que cada um deles possui uma estratégia diferente, como esse que exige a digitação rápida de frases totalmente imbecis, ou então essa criatura de três cabeças que faz uma porção de perguntas, obrigando o jogador a digitar a resposta correta. Além disso, alguns minigames surgem durante as fases, o que traz um pouco mais de variedade à jogabilidade e torna as coisas um pouco mais fáceis, já que eles recompensam o jogador com itens que vêm bem à calhar contra os chefes logo depois. Além do modo Arcade, Typing of the Dead também conta com o Original Mode, de onde o jogador pode conseguir itens e medalhas para habilitar outras coisas no jogo, o Boss Rush, que como o nome já diz, possibilita jogar contra cada chefe; o Drill Mode, com diversos tipos de exercícios para treinar a digitação, e um Tutorial, que não apenas serve para mostrar como todo o jogo funciona, como também ensina a digitar corretamente, mostrando como os dedos devem ser posicionados no teclado e quais deles devem apertar cada tecla. Isso com certeza já mostra que o jogo tem o seu lado didático, ensinando de uma maneira bem inusitada, já que até o próprio tutorial sacaneia o jogador. O único porém fica realmente em relação à barreira da língua, já que o jogo todo é em inglês, e nem todos estão familiarizados em digitar rapidamente palavras que não são da nossa língua nativa. Passando por isso, o jogo fica perfeito, mas se você tem Windows 7 ou Vista, muito cuidado. Nesses sistemas operacionais o jogo pode até ser instalado normalmente, porém, por alguma razão, o apóstrofo do teclado não é detectado no jogo, ou seja, se alguma palavra ou frase que use o acento aparece na tela… Não tem jeito: é apanhar até aparecer a tela de Game Over e Continue. Mas ainda assim dá para terminar o jogo numa boa. Os gráficos, como a gente pode ver pelas imagens da versão de Windows, são simples até demais, até porque o original é de 98, o que ajuda com que o jogo seja leve o suficiente pra manter uma taxa de frames máxima e estável sem atrapalhar a jogabilidade. As animações toscas e os cenários simples até contribuem para tornar as coisas bem mais trash. Mas o principal mesmo é o som, ou melhor, a dublagem dos personagens. GOLDMAN! Amigos, não acabou ainda. Isso é tudo que você tem a dizer!? Em tempo… um sucessor virá. Adeus, amigos. Com frases ridículas e ausência total de interpretação, eu só me pergunto se as pessoas na época percebiam como essas coisas eram toscas. Mas, no caso de Typing of the Dead, isso até ajuda a tornar o game mais engraçado ainda. O último andar… edifício no ponto A0063… ele está lá… Vá… James. Obrigado, Harry. Goldman, eu não deixarei você escapar assim! Em resumo, Typing of the Dead é super recomendado. Pode ser exaustivo porque o jogo exige concentração e reflexos constantes, mas ainda assim vale muito a pena. O sucesso do jogo inclusive permitiu que fosse lançada anos depois uma continuação baseada no House of the Dead 3. Infelizmente, Typing of the Dead II ficou restrito apenas ao Japão, o que torna impraticável para a gente qualquer tentativa de jogar essa versão. De qualquer forma, o primeiro jogo é facilmente encontrado por aí, trazendo um ótimo treino de digitação, um boa forma de entretenimento, e bastantes risadas, e ainda com zumbis! Num 1º encontro, você precisa peidar, você… O segura até o final do encontro Num 1º encontro, você precisa peidar, você… Libera suas magníficas entranhas Num 1º encontro, você precisa peidar, você… Corre para o banheiro e o deixa sair rasgando Você sabe que é um perdedor quando… Você não dá a si mesmo seu número Você sabe que é um perdedor quando… Os dentes na sua boca entram em greve Você sabe que é um perdedor quando… Ninguém mais gosta de você… Perdedor!