NICKOLAS MEANS: Como vocês tão?
PLATEIA: Bem! Yeah! Yeah!
N.M.: Ninguém falando "cansado"? Eu teria falado "cansado"
se alguém me perguntasse. Eu "tô" tão exausto.
Essa conferência tem sido ótima, mas extensa
e eu sou privilegiado por ser o último a falar.
Que é uma ótima piada para fazer
com um cara com Síndrome do Impostor.
Então quem organizou a agenda, bom trabalho!
Meu nome é Nickolas Means, mas nós estamos prestes
a ser bons amigos, então me chamem de
Nick. Você pode me achar ...
PLATEIA: Olá Nick!
N.M.: Olá. Você pode me achar como @nmeans no
Twitter se você estiver no seu notebook ou
celular. Eu sou um engenheiro no WellMatch Health.
Eu sou sortudo de poder parear remotamente quase 100%
do tempo da linda Austin, Texas com
um monte de pessoas bem inteligentes, consertando alguns dos
problemas complexos que aflingem nosso sistema de saúde.
Eu quero começar pedindo para vocês pensarem
um pouco. Qual é o seu maior medo
no trabalho? Qual a pior coisa que poderia acontecer
com você no seu emprego?
PLATEIA: Ser demitido!
N.M.: Eu posso dizer o meu. Eu sou um
desenvolvedor de sistemas por mais de uma década. Programei um
pouco de espaguete em PHP por um tempo. E mudei pra Ruby.
Estou no Ruby por, meu Deus, oito anos já! Eu trabalhei
programando sozinho. Trabalhei como programador
cylo onde eu era o único cara desenvolvendo
um produto e eu trouxe nosso time. Eu venho trabalhando
em um ótimo ambiente de grupo que é o
que eu estou atualmente.
Mas eu tenho um medo persistente, durante todo tempo
que eu sou um desenvolvedor de sistemas que está prestes
a ser demitido. Entretanto, quantas vezes você
acha que eu fui demitido durante esses mais de 10 anos
de desenvolvimento de sistemas?
Exatamente Brandon, três!
Não, zero.
Eu nunca fui demitido. Mas isso pode acontecer
em qualquer dia. Pelo menos, é isso que meu cérebro
insiste em me contar a todo momento. É só
uma questão de tempo até o meu chefe descobrir
que eu não tenho ideia do que estou
falando e que eu sou um péssimo desenvolvedor de sistemas e
todos os meus compromissos são lixo. E então eu vou
receber minha carta de demissão.
O que não é verdade, certo? Porque eu convenci um
monte de pessoas a me dar um emprego, e
Eu entreguei bom código, e ### COMPLETAR ###
### COMPLETAR ### Meu código foi revisado. Eu pareio agora.
Então, eu sou, eu sou um programador razoável?
Essa é a parte principal da síndrome do impostor.
É uma série de crenças e comportamentos que foram
identificados em 1978 pela Dra. Pauline Rose Clance
e Suzanne Imes na Universidade Estadual da Geórgia.
Dra. Clance
fez parte da equipe de psicologia na estadual da
Georgia e
Dra. Imes foi uma pesquisadora, uma pesquisadora doutorando abaixo
dela. E elas entrevistaram várias
graduandas, mulheres
especificamente. Entretanto, essas mulheres
estavam em programas de graduação
bem competitivas. Elas
publicaram em jornais psicológicos prestigiados.
Mas mesmo assim não se consideravam muito.
Aí está uma ótima definição
de síndrome do impostor
nesse resumo. Apesar de extraordinárias
realizações acadêmicas e profissionais,
mulheres que sentem a síndrome do impostor
insistem acreditar
que elas não são inteligentes e
conseguiram enganar
todos que acreditam o contrário.
Então todas essas mulheres foram prestigiadas,
todas
bem sucedidas, mas ainda acreditam que
enganaram todos
ao redor. E tudo que as pessoas
lhe disseram
sobre elas não era verdade. Então se
você
sentiu esse tipo de sentimento, onde
você acredita que
pessoas ao seu redor dizem coisas boas
sobre você que
não são verdade, deixe-me dizer um pouco
sobre você mesmo.
Há uma boa chance de você ser introvertido.
Uma boa chance de você ser perfeccionista. Às vezes,
você é um
workaholic. E às vezes, você é um procastinador.
Você,
provavelmente, tem um profundo e
permanente medo de fracassar.
Você provavelmente fica muito disconfortável
quando pessoas
te elogiam. Você provavelmente se sente
menos competente que seus
colegas. Se isso repercutiu um pouco, há
boas notícias.
Você NÃO está sozinho!
Como podemos ver, esses sentimentos
são bem comuns.
A pesquisa da Dra. Clance indica
que cerca de 70% das pessoas
sentem síndrome do impostor
durante a carreira.
Agora, isso não quer dizer
que todos o sentem
da mesma maneira.
Existem pessoas como eu, que
sentiu durante
toda a carreira constantemente,
com medo de
ser demitido a qualquer instante. e
existem outros que talvez isso
aconteça somente quando
elas começam em um novo emprego,
ou elas se formaram
e vão para o mercado de trabalho.
Mas independente onde você
esteja nessa escala,
existem maneiras para diminuir essa
sensação. Então duas coisas
que eu quero fazer nessa palestra.
Primeiro,
eu quero te dizer como seu cérebro
te engana. Pois existem várias coisas que
vem à sua cabeça que reforça esse "Impostorismo",
e essa incapacidade de aceitar o seu sucesso.
E eu quero te dizer como corrigir
seu cérebro. Como podemos ver,
a síndrome do impostor na
sua cabeça é uma espécie de loop infinito que
é executado várias vezes. E o que
nós
temos que fazer é encontrar uma brecha
para sair desse ciclo.
E se nós conseguirmos isso, então
podemos começar a funcionar um pouco melhor.
Mas, antes disso, eu quero contar para
vocês uma história. Ela é sobre a primeira palestra
que eu dei. E vocês não sabiam disso
quando entraram nesse espaço, mas vocês
são sortudos
de fazer parte dessa grande experiência.
Alguém
decidiu que seria uma boa ideia me conceder
uma chance de falar na RailsConf.
Eu decidi, em um impulso, cerca de uma hora antes
do CFP fechar que eu iria enviar
a proposta dessa palestra. E essa palestra
já havia sido rejeitada em algumas conferências.
Então eu ajustei ela um pouco. Limpei ela.
Deixei ela um pouco melhor.
E enviei.
E o processo de envio da RailsConf é feito
sob medida para
alguém com síndrome do impostor. Porque a
primeira etapa é
às cegas. Então eu não preciso
me preocupar por
eu não ter aquela reputação na comunidade
e ninguém sabe o meu nome. E durante
esse
processo, existe a chance das pessoas revisarem
sua proposta
para te dar um feedback.
Então, Sarah Mae, abençoada seja, leu meu
rascunho incompleto e me deu um ótimo feedback.
Eu enxuguei bem meu resumo, e
aparentemente
foi suficiente para me colocar na
seleção final,
e minha palestra foi aceita!
Então, eu estava passeando com minha esposa e
meu filho de três anos, quando eu recebi o e-mail
aceitando minha palestra na RailsConf. Eu engasguei,
e fiquei mudo, minha esposa pensou que
alguém
importante tinha morrido.
Finalmente, eu contei para ela
o que tinha acontecido. E eu estava bem animado.
Então quando eu enviei a proposta, durante todo o tempo
eu esperando para ver se eu fui aceito
ou não, eu estou imaginando. Nossa equipe faz
Happy Hour
toda sexta, e eu estou imaginando contar para
os meus colegas
que minha palestra foi aceita na RailsConf.
E eu contei para eles, e isso foi
glorioso.
Mas aí caiu a ficha. Eu não sei se
algum de vocês já falou para um grupo
de usuários ou algo parecido, mas na verdade, você
não precisa realmente escrever a palestra antes
que ela seja aceita. Então, assim que sua palestra
é aceita, você
tem que começar a escrevê-la. E isso me pegou
imediatamente, dentro dessa preocupação, medo, pânico e terror.
Eu me sentei, tentei criar um esboço
inicial. Bloqueio criativo total. Eu não conseguia
pensar
em nada. Eu não conseguia organizar meus
pensamentos para
me salvar. O mais engraçado foi o meu cérebro
me pregando
essa peça. Ele me falava que eu não
tinha síndrome do impostor suficiente para
dar uma palestra sobre síndrome do impostor.
Então eu continuei. E eu,
eu fiz um teste de síndrome do impostor, no qual
eu
pontuei muito alto. E eu vou compartilhar esse teste
com vocês depois. Depois disso, eu entrei no
modo overwork. Normalmente, eu sou um grande
procastinador.
Normalmente, eu sento e espero até o último
minuto para fazer alguma coisa. Mas meu cérebro
pensou que isso era importante, porque entrou no modo overwork
no dia 1. Três dias depois que eu soube
que minha palestra foi aceita, minha família estava
se preparando para as férias, e vocês sabem, como vocês, eu
carreguei meu Kindle com artigos de psicologia e
levei livros, e passei a maior parte das minhas férias
lendo sobre síndrome do impostor. O que não foi
o planejado.
E então o próximo passo no ciclo
é sucesso. Agora, claro que o júri ainda não
decidiu. Mas, se Deus quiser, quando saírem,
vocês não
sentirão que o seu tempo foi em vão nessa
palestra. E depois, eu vou sentir
um alívio inicial.
Um colega de trabalho me perguntou - Eu tenho
essa enorme
lista de coisas que eu espero que aconteçam depois
da palestra. E um colega de trabalho me perguntou, OK,
então o que você realmente quer que aconteça depois
dessa palestra? Sério, tudo que eu quero depois
dessa palestra
é ajudar alguém. Se eu realizar isso,
isso
é tudo que eu quero.
Então, se isso acontecer, eu vou sentir algum alívio
inicial.
Mas aí, como nós fazemos, eu vou pular para
esse próximo passo onde eu estou focando em todas
as pequenas falhas nessa palestra. Eu vou focar nas
piadas não funcionaram. Eu vou
focar nas vezes que eu disse "uh", e
"um" e gaguejei nos meus pontos e nos conteúdos
que eu esperava ter abordado melhor ou
expressado diferente.
E então eu vou mudar na essência
da síndrome do impostor. Eu vou começar a
negar o meu
sucesso. Eu vou começar a sentir que as pessoas
dizendo coisas boas
sobre mim no corredor só estão fazendo
porque elas sabem que eu tenho síndrome do impostor
e
que eu preciso de elogios.
E isso, sabe, isso é o que nós fazemos.
Nós desconsideramos nosso sucesso, e isso te rouba
a habilidade de aproveitar seu sucesso. Então,
quando
a próxima oportunidade chegar, você volta direto
nesse ciclo, porque você nunca atingiu
o sucesso
na sua vida. Pelo menos na sua própria mente.
Esse é o ciclo do impostor. Novamente,
isso foi
identificado na pesquisa da Dra. Clance, e
isso é motivado pela superstição de que nós temos
que passar
por esse medo, dúvida, overwork e pânico
para realizar as coisas. Então você passa por isso,
olha pra trás. Você foi razoável.
O motivo de você ter sido razoável é porque
você passou
por esse enorme processo de ficar em pânico e
cheio de medo
e procastinando e overworking.
Então você desenvolveu essa superstição que se você não
fizer assim, se você não passar por esse inferno,
você não será capaz de realizar o que quer que seja
que você esteja tentando fazer. E então
isso te nega a habilidade de absorver seu
sucesso e de se sentir que você é realmente é uma
pessoa capaz e competente.
Há várias coisas passando pelo seu
cérebro que permitem que isso aconteça. Eu atribuo
isso
ao que eu disse anteriormente. A, uma das
primeiras é a introversão. Provalmente, existem
muitos introvertidos nessa palestra. E o detalhe dos
introvertidos
é que nós passamos muito tempo dentro
das nossas próprias cabeças, certo. Nós
gastamos muito
tempo repassando interações sociais,
desejando que não tivéssemos sido estranhos,
desejando que nós fossemos melhores
durante as conversas simples.
Nós encontramos esse nosso herói na conferência.
Nós conversamos com ele e falamos
alguma coisa bem idiota
e colocamos nossos pés pelas mãos, e nós
passamos as próximas seis horas pensando sobre isso.