NATHALIE DJURBERG: Arte é um dos poucos lugares na sociedade que não é tão rígido, que não precisa ter um único propósito, porque, do contrário, onde mais se encaixaria? (música eletrônica) Meu trabalho é uma busca pela resposta, mas a resposta em si não é tão importante. O mais importante é o que eu descubro durante o processo. HANS BERG: Certo. (música eletrônica) Mudei-me para cá cerca de 2003, pelo cenário de música eletrônica. Estava em casa, criando música para mim mesmo, antes de conhecer Nathalie. Berlim é como uma zona livre. Você vive meio que em uma bolha. Não há muitos construtos sociais. Morar em Berlin exerceu uma grande influência. Para mim, é mais sobre o sentimento de viver livremente. Sou autodidata em animação e ele é o mesmo com a música. Se você é autodidata, o que te motiva é a necessidade de fazê-lo. A melhor maneira que eu tenho de reproduzir a ideia é por meio da animação. Só porque combina comigo. Se pudesse fazer de uma maneira mais simples, eu faria. Se eu fosse uma escritora brilhante, escreveria. Antes, ficava muito frustrada por não conseguir dizer o que queria dizer. Não encontrei um jeito de fazê-lo em uma imagem. Então fiz uma animação e isso me satisfez perfeitamente, porque não tinha que me contentar com uma imagem. Podia ter milhares. No estúdio não existem tabus. (música eletrônica) Tabus existem porque temos muito medo de ser nós mesmos. Então não olhamos para isso. Trazer arte à luz, dizer: "Não, isso foi só um pensamento, não faz parte de mim desse jeito" Eu tinha muito medo de olhar para isso, porque tinha medo de descobrir algo sobre mim. DJUBERG: Mesmo? COMERCIANTE: 150 também. DJUBERG: Vou levar estes também. Nunca fiz algo que fosse um labirinto antes. Mas isso é enorme, porque normalmente não tenho que ficar no set todo esse tempo.. Mais um dia empolgante no trabalho. (conversa em alemão) Você não pode dizer isso quando já falei. Quando nos conhecemos, ela não achou que eu seria um bom parceiro musical. Ele dividia um apartamento com a minha melhor amiga e ela sugeriu que ele fizesse música para mim. Dei a ele uma animação finalizada que não tinha gostado muito. Quando vi seus filmes, nunca tinha visto nada do tipo antes. Nada mesmo. Não há nada que se pareça com eles. Evocaram algo específico em mim. No começo, estava com medo de fazer música para eles, na verdade. Porque, pensei, não queria mudá-los muito. Quando ele me devolveu, tinha mudado tanto que todos os erros e a simplicidade não importavam. Ele o transformou no que eu não havia conseguido. Mesmo que imagens evoquem emoções, música ou som fazem isso ainda melhor. Hans é um manipular excelente nisso. Não me importo muito com a história. É a situação que me interessa. Para mim, não é tão interessante se eu sei o que vai acontecer na animação. Eu perco o interesse nela, porque já a vi na minha cabeça. Não escrevo ideias. Nunca as escrevo, porque a que importa sempre fica, de qualquer forma, ou voltam em outra forma. É mais sobre deixar as coisas aparecerem e saber qual delas agarrar. É assim que eu vejo as ideias, meio como se eu não as criasse. É mais sobre agarrá-las. O melhor que posso fazer é agarrar as ideias certas. Fico intrigada com o escondido e com o que está tentando se esconder. (música sombria) Para Dark Side of the Moon", é sobre explorar um segredo que você não sabe o que é, como seu próprio segredo que você espera encontrar, mas nunca encontra, porque não existe de verdade. Para este filme, que se passa nessa floresta encantada, queria que a música fosse mística. É quase um musical. Porque os personagens são tão desajeitados e feios e um pouco nojentos, queria deixar a música muito bonita. (música harmoniosa) Sempre há uma distância quando você olha para uma tela ou projeção. Queria criar essas imersão de estar lá fisicamente. É como entrar em uma animação. A floresta é como um lugar mágico. Queria trabalhar com isso. Hans e eu somos muito influenciados por sermos suecos. A cultura do folclore, essa foi uma grande influência na minha infância. E aquilo sempre voltava para a natureza, como as fábulas, em que os animais representam diferentes personagens humanos Se utilizo um animal, posso mostrar um traço pessoal, uma característica. Era fascinada com o folclore que não era direcionado às crianças. Minha arte não é para crianças. Uma criança olharia para a animação, ela poderia ver uma banana, mas um adulto não verá. Verá a banana, mas também o que ela simboliza. Meu processo é muito longo. A animação em que estou trabalhando agora, tenho trabalhado faz quatro meses e meio. Não gosto da pós-produção de jeito nenhum e não gosto de editar. Não há motivo para fazer isso depois. Animação, para mim, é mergulhar no desconhecido. Uma vez que está feito, não há sentimento de necessidade de mexer nisso mais. Agora eu testando algumas ideias básicas. Está bem sombrio e quero manter assim. Nessa animação, a busca que acontece sem parar neste labirinto, Quero que a música pareça estar rolando para frente, como se um pouco bêbada. É isso que quero enfatizar com a música. (música animada) O filme é sobre se perder em sua própria mente. Querendo sair, você continua nessa repetição, atravessando esses corredores como em um labirinto, nunca consegue sair. Mesmo que não esteja fazendo algo que é diretamente sobre mim, ainda é absolutamente sobre mim. Tudo que faço na arte é uma descoberta de quem sou. Essa é a busca. Essa é a fascinação. Não acho que emoções ou sentimentos devam ser controlados. Eles devem ser sentidos e vistos. É quando são escondidos que se tornam um problema. Não tenho algo a dizer às pessoas porque não posso saber do que elas precisam. Você pode pensar que sabe do que alguém precisa, mas é impossível saber. Mas já que pessoas não são tão diferentes e eu sou um ser humano, algumas partes de mim vão ressoar com outras pessoas. Legendas: Malu Lourenço Para saber mais sobre Art21 e sobre seus recursos educacionais, por favor, visite-nos em pbs.org/art21