(música ambiente) Para mim, a fantasia é sobrevivência. Não é apenas prazer. É... Essencial. E tem sido, eu acho que por toda a minha vida. (música ambiente) (objeto batendo) Eu sou Naudline Pierre. Sou artista. Faço quadros, esculturas, obras no papel que exploram um universo alternativo com seres celestes e outras criaturas mundanas e uma personagem principal ou protagonista que está crescendo e meio que é parecida comigo, mas não sou eu. (música ambiente no piano) Eu pude me prender a esse sentido de fantasia desde a infância devido à necessidade. Eu nasci em uma família que tinha crenças religiosas muito fortes. (música ambiente no piano) Eu tinha muito medo quando era criança. Acho que tinha um medo de não ser justa o suficiente para chegar ao próximo local e que eu seria deixada para trás aqui no mundo isso não funcionou direito no experimento falho. E aqui estou, quase com 35 e ainda aqui (risos) (música ambiente de corda) Pensar em voar, queimar e destruir e criar e amar e odiar e ter raiva. Tipo, eu posso só fazer tudo isso no estúdio e eu posso fazer isso através das histórias que essas personagens me deram permissão para contar. (música ambiente) Às vezes, eu venho para o estúdio e não tem nada acontecendo, e eu preciso sentar e encarar e esperar por essas personagens me deixarem entrar, e essas personagens me dão o ok. Na maioria das vezes, eu me sinto perguntando a elas para se revelarem para mim. Quem são elas? Não sei exatamente, e eu gosto de manter esse mistério. (música ambiente) Eu tenho essas personagens que são iguais à uma cabeça conectada à asas. E então eu tenho personagens que têm braços e pernas e asas. E então eu tenho guardiões, que são seres muito, muito altos. E então eu tenho a figura central que é mais humana e não tem a aparência desses seres celestiais, mas está aprendendo como controlar seus próprios poderes para meio que voar sozinha. Eu acho que "I, A Terror Loosed Upon Your Heels" foi uma obra fundamental para mim porque foi uma das primeiras obras onde a figura central lidera o ataque em movimento. Ela dirige uma carruagem de fogo, puxada por seres celestiais. (música ambiente) Para mim, essa obra é muito poderosa porque ela está se segurando sozinha, cercada por essas outras personagens de apoio e é algo meio, é "eu sou um terror e estou indo te pegar." (música ambiente) Acho que eu procuro por lugares onde eu possa sentir algo que você não pode expressar bem com palavras que você sente no seu coração. Um dos meus lugares favoritos na cidade, eu diria que teriam de ser os claustros. É uma sensação muito boa estar em um lugar onde eu sinto tanta inspiração. Me leva para outro tempo. Acho que o que me atrai para essa época é o fato de que esses são claramente homens europeus e eles provavelmente não estavam pensando em alguém como eu quando eles estavam fazendo a obra. Que eu posso pegar o que eu quiser da história e reconfigurá-la para incluir todo o que eu quero ver. (música ambiente) Desde criança eu estava sempre pensando sobre coisas invisíveis e imaginário fantástico e feras e profecias sobre o fim do mundo. Eu acho que essa ideia de seres celestiais, estrelas, chamas, serpentes, ela conecta a um tipo de mundo invisível e eu cresci com muito desse tipo de linguagem. (música ambiente) Ao crescer, tinha ficado entendido que essa não era a minha casa final, que havia uma outra que estavam construindo para mim em outro lugar e se eu perseverasse o suficiente, eu chegaria até esse lugar. E, assim, poder criar outro lugar, onde eu decido, é uma sensação boa. (barulho de tráfico) (barulho de buzina) Agora que eu sou adulta, eu meio que entendo como e porque eu sou quem eu sou. Eu incorporo diferentes aspectos de mim mesma, diferentes aspectos dessas criaturas que estou pintando. É sobre abraçar a minha própria multiplicidade e tirar poder da mundança. Estou aprendendo que as personagens que me permitem mostrá-las enquanto elas mudam enquanto elas crescem elas são muitas em uma. (música de sintetizador)