Katharina Grosse: É muito fascinante para mim redefinir a ideia do que uma pintura pode ser . Não se trata de uma questão formal apenas sobre volume e cor, mas é também sobre como a pintura poderia aparecer nesse espaço público? A superfície é muito áspera e irregular, e eu faço algo como uma aquarela por cima, o que é bem bizarro. Portanto, é de fato um tipo de pintura muito íntima, mas apenas em uma escala muito grande. Então é como se você estivesse pensando em voz alta, É mais ou menos assim que eu trabalho. E o que surge no final é um volume flutuando nessa floresta. Eu vi o espaço e imediatamente tive a sensação de que poderia ser muito, muito interessante trabalhar com as árvores... para tornar as árvores uma parte muito significativa da imagem geral que seria criada. Sou muito fascinada pelo poder dessas imagens icônicas, como a árvore e o solo, a paisagem. As árvores são tão rígidas, como pequenos soldados naquela praça. E eu pensei, se eu pudesse colocar algo entre essas árvores que se parece com uma madeira gigante à deriva, que veio e chegou com algum tipo de poder que não podemos explicar, mas agora está ali. A simples presença dessas coisas de diferentes tamanhos nos faz pensar em algo que deve ter acontecido, mas não podemos dizer exatamente o que é. As árvores são muito frágeis e pequenas, mas, ainda assim, são mais altas do que a obra. As árvores também dão uma certa escala ao meu trabalho. Os prédios ao redor delas são bem grandes e isso é um grande desafio para um trabalho ao ar livre. É necessário um grande esforço de equipe para fazer essas grandes obras esculturais, especialmente para a MetroTech. Essa foi a maior peça que já fiz. Dezoito peças que precisávamos produzir em um período de tempo relativamente curto. Eu fiz modelos e depois nós discutimos sobre via Skype. Amaral teve que fazer esses trabalhos, laminá-los, torná-los duráveis e resistentes com fibra de vidro e resina. Precisávamos de pessoas para cuidar disso, para prepará-lo, para colocá-lo no lugar e entender como as peças funcionariam juntas. Comecei a trabalhar com o meu irmão há três anos. Ele é um engenheiro. É a primeira vez que tenho alguém em minha equipe que não vem de um contexto artístico.