Os slides estão mal-assombrados, então vou colocar isto aqui (Risos) e continuar assim. Olá, muito obrigado! Meu nome é Colin Wright. Eu me considero muito afortunado, por ter um estilo de vida pouco convencional. Eu me mudo para um novo país a cada quatro meses e faço o possível para viver como um local. O país é decidido no meu blog, pelo meus leitores, que votam para qual país vou me mudar. (Risos) E, enquanto estou lá, escrevo livros. Eu escrevo livros, sou um autor, e escrevo livros sobre viagem, sobre negócios e filosofia, relacionamentos, livros de ficção científica, o que for interessante para mim no momento. Eu me considero um cara de sorte por poder seguir meus interesses, que são muitos e sobre os quais falo o tempo todo, e ser capaz de fazer disso uma profissão, de compartilhar isso com as pessoas. E a razão que me leva a fazer isso não é o acaso, foi um estilo de vida intencionalmente cultivado. Gostaria de falar sobre intencionalidade, mas primeiro, quero falar com vocês sobre uma camisa. E é uma camisa que todos nós temos. Provavelmente, imagino que a maioria tenha esta camisa. É a camisa que, quando você acorda de manhã, e vai até o guarda-roupa, abre a gaveta de camisas, você tira, olha pra ela, talvez até prove, mas não combina com o que você está vestindo, tem um corte estranho, talvez um pouco solta, um pouco curta, a manga bufante, esquisita, não veste bem, não fica bem em você, não é o que você espera de uma camisa. Então você a dobra novamente, e coloca de volta na gaveta. Talvez coloque outras camisas por cima para não ter que lidar com ela por algum tempo. (Risos) É chato, porque é uma camisa boa, você gastou um bocado nela, mas não veste muito bem, então, um dia, talvez um dia você vá usá-la, mas não hoje. (Risos) E, uns sete anos atrás, eu me peguei passando por essa rotina da camisa em que pego a camisa, olho pra ela... Mas, naquele dia, eu não segui o resto da rotina. Naquele dia, eu a amassei na minha mão e disse: "Hoje não, camisa!" (Risos) E joguei a camisa no chão. O que mudou? Bem, eu me dei conta, naquele dia, sete anos atrás, que eu era aparentemente bem sucedido, eu estava bem profissionalmente, tinha um estúdio perto de Los Angeles, era jovem e estava ganhando bastante dinheiro, e tendo uma experiência profissional de sucesso. E, como vários jovens que ganham muito dinheiro pela primeira vez na vida, eu comprei muitas coisas. Enchi minha casa de coisas, enchi minhas gavetas, então eu tinha uma quantidade excessiva de roupas. E segurar aquela camisa fez com que eu percebesse algo que já estava pensando havia um tempo. Porque eu estava pensando em recalibrar minha vida, abandonar o estilo de vida "trabalhe duro o máximo que puder e ganhe o máximo de dinheiro possível", que eu estava curtindo, de alguma forma, mas que não era totalmente recompensador, não me permitia fazer tudo que eu gostaria de fazer. Eu estava pensando: talvez eu possa viver diferente, possa viajar, possa sair e ver o mundo, todos esses lugares que eu ouvia falar. Mas não sei se vocês conhecem o modelo de educação americano, não aprendemos muito sobre outros países. (Risos) Eu queria mesmo sair e conhecer outros países, e ver as pessoas lá, em vez de assistir no canal de notícias da Fox. (Risos) Então, eu estava pesquisando a respeito e, de repente, tudo que eu via como um sinal de como eu era bem-sucedido, me pareciam âncoras. Eram várias âncoras, que me seguravam, e eu tinha que fazer algo com elas, porque elas faziam sentido enquanto eu levava aquela vida, mas, se eu quisesse viajar, teria que fazer algo diferente com tudo isso. Então pensei que, talvez, eu devesse ter um apartamento menor, só para guardar minhas coisas. Sabe, minha camisa, minhas coisas podem ter um lugar para elas, vou só pagar por isso e vou viajar, um apartamento esquisito cheio de coisas normais, em algum lugar nos Estados Unidos, enquanto eu viajo. Ou talvez somente um local para guardar minhas coisas. Mas, olhando para aquela camisa, aquela camisa cara, legal, que custou caro, naquele momento, me senti como um faraó, me senti como se estivesse sendo enterrado com as minhas riquezas. Eu tinha tantas coisas de valor na minha casa que eu não usava. Não estava usando a camisa. Não usava a maioria das coisas que tinha, estavam lá, pegando poeira, enquanto eu as acumulava para que ninguém mais pudesse tê-las. E foi somente aí que eu percebi. Então amassei a camisa, joguei-a no chão, gritei com ela por alguma razão, que não me lembro qual. (Risos) Eu estava chateado comigo mesmo. Então olhei o restante da gaveta. E segurei cada objeto e disse: "Isto tem algum valor pra mim?" Não só "é caro?", porque quase tudo tem valor para alguém. "Isto tem algum valor para mim?" E, no caso das roupas, foi bem fácil. Eu dizia: "Usei esta peça no último mês?" E, se não, ia para o chão. Tirei todas as camisas que não havia usado, passei pelas outras gavetas, pelas calças, pelo restante do guarda-roupas, todas as jaquetas e sapatos, passei pelo escritório, todos os computadores, eu tinha vários computadores sem uso, por algum motivo. (Risos) Todos os utensílios extra, cadernos, coisas de arte, todas essas coisas, vi o que realmente era importante pra mim. Muito pouco era importante. E 95% de tudo que eu tinha foi para o chão. A pilha de coisas era imensa. Foi necessário um cômodo inteiro do apartamento para guardar tudo. Eu tinha um cômodo cheio de coisas sem uso, que eu acumulava como um faraó. Existe uma palavra pra isso; não para acumular, existem várias palavras pra isso, nenhuma boa. Há uma palavra pro que eu estava fazendo, passando repetitivamente por minha vida questionando tudo que eu tinha e não dava valor. É chamado de intencionalidade. E não é uma palavra que assuste, é algo que fazemos, eu acho, com frequência, significa apenas, algo que fazemos de propósito. E exige que você tenha um propósito, que tenha algum tipo de objetivo no seu horizonte. Assim que tiver um, assim que entender o que quer atingir e aonde quer ir, agir intencionalmente só significa olhar aos diferentes aspectos da sua vida e dizer: "Isto me ajuda a chegar lá?" Então, se livrar de todo o resto foi um passo que me ajudou a chegar onde eu gostaria. E intencionalidade é algo que se aplica a vários aspectos da sua vida. Quando a aplicamos às coisas, aos nossos bens materiais, tendemos a chamar, frequentemente de minimalismo. É o nome dado atualmente, que é legal, e todo minimalismo consiste em focar o centro, o que é importante; o que tem significado pra você; e se livrar de todo o excesso, se livrar de tudo que não é importante para que você tenha mais tempo, mais energia e recursos para gastar no que é realmente importante. É um realinhamento do seu esforço, atenção e também do seu dinheiro. Se eu gastar menos com coisas de menor importância, terei mais para gastar com o que é essencial. É incrivelmente simples, mas ainda assim é algo que tendemos a esquecer. Porque existem várias mensagens que nos dizem que, para ser alguém, temos que ter tal coisa, tal marca, temos que pertencer a este grupo, ser representado por esta tribo. E, obviamente, não é verdade, nunca somos tão nós mesmos como quando estamos cercados das coisas que nos servem, que são valiosas para nós, e nada mais que isso. Mas isso não é muito lucrativo para as empresas que querem vender cada vez mais. É preciso prestar bastante atenção e realmente focar a intencionalidade para nos lembrar disso quando compramos. O mesmo se aplica aos relacionamentos. E isso é algo que a maioria de nós nunca se dá conta, porque é deselegante, francamente. (Risos) Assim como agir intencionalmente com objetos significa olhar tudo e dizer: "O que é importante e o que é um peso morto?", olhar para um relacionamento e fazer o mesmo significa dizer: "Quais destes relacionamentos são realmente importantes na minha vida? Quais são somente bons?" Vocês sabem, amizades, relacionamentos por conveniência, a pessoa ao seu lado no trabalho, com quem você vai junto para a escola, que mora na casa ao lado; relacionamentos convenientes, talvez não mereçam todo o seu tempo, são legais no contexto, mas não são seus melhores amigos, não são realmente importantes pra você, não são sua família. E existem os relacionamentos que nos sugam, que são como sanguessugas nas nossas vidas, e tendemos a investir muito neles, porque não é considerado educado terminar uma amizade, se afastar de um familiar, dedicar menos tempo a essas pessoas, mesmo que sejam negativas para você e sua vida, que sejam relacionamentos tóxicos. Ser intencional com seus relacionamentos significa ser honesto consigo mesmo e dizer: "Esta pessoa merece meu tempo, minha intenção, minha energia?" Sim? E se a resposta for não, libere esse tempo e se dedique às pessoas que merecem, pessoas que acrescentam na sua vida, que te fazem se sentir melhor, que te ajudam a atingir seus objetivos. Essa é a chave da intencionalidade, fazer algo com um propósito, criar e manter relacionamentos de forma proposital e se certificar que pessoas realmente importantes na sua vida recebam a atenção que merecem. E o mesmo se aplica ao trabalho. Isso também soa um pouco mal. Porque julgamos nosso trabalho e nosso sucesso no trabalho baseado somente em quanto dinheiro estamos ganhando. É o que mostra nosso sucesso, a família fica orgulhosa, mas, no fim do dia, este é só um parâmetro. Dinheiro é legal! Não sou contra ganhar dinheiro. Você precisa dele, precisa ter um teto, ter comida na mesa, obter um mínimo para si e para as pessoas ao seu redor, mas, se está agindo intencionalmente, se seu trabalho tem um propósito, significa ter um objetivo maior, o lugar onde quer chegar, e questionar cada decisão que você toma na profissão, dizendo: "Isto me ajuda a chegar onde eu quero? Onde eu me sinto melhor do que jamais me senti, onde sou incrivelmente feliz, profundamente realizado, onde sinto que meu trabalho tem valor, não somente no sentido financeiro, mas que é importante para alguém, onde posso contribuir de alguma maneira". Quando conseguir questionar isso, você conseguiu olhar os três pontos cruciais para uma vida saudável; e cada um de nós tem uma ideia diferente do que seria o estilo de vida ideal, uma ideia diferente das pessoas que queremos em nossas vidas, das coisas que queremos ao nosso redor; porque, se tivermos as coisas certas, elas podem nos trazer felicidade, dinheiro pode trazer felicidade, depende do que compramos, das pessoas na nossa vida e do nosso trabalho do dia a dia. Essas coisas, quando agregadas, nos permitem ter um estilo de vida que nos identifica; é algo que me representa. Este estilo de vida que eu tenho, incrivelmente bizarro, em que eu viajo por aí escrevendo todo tipo de livros, meus leitores votam para onde eu vou, como é isso? É estranho, mas é o que me define! E as pessoas que me conhecem bem olham e me dizem: "Ah sim, realmente combina com o Colin! Faz sentido". E idealmente, cada um de nós pode olhar para sua vida e dizer o mesmo. Essas pessoas que me cercam, as coisas que possuo, o trabalho que eu faço, definem perfeitamente quem eu sou. Este é o ideal. E cada um de nós deveria ficar orgulhoso de ter seu próprio caminho para um ideal, para o seu objetivo de vida. Quando você começa a dar sentido à sua vida, pode parecer estranho pras pessoas. Você pode estar se desfazendo de suas coisas. Parece estranho para algumas pessoas. Você pode estar comprando mais racionalmente, comprando menos, se relacionando com menos pessoas, pode parecer um pouco estranho, e talvez esteja em um trabalho não muito lucrativo, você não ganha tanto, não tem mais um cargo importante. E ao fim do dia, você pode sentir uma certa resistência, as pessoas podem tentar te fazer desistir de continuar neste caminho. E tudo bem. Elas não são pessoas horríveis, são, na verdade, pessoas com boas intenções, porque, se olhar para o caminho tradicional que a vida nos oferece, do início ao fim da vida, este é o caminho, aqui você começa, daí faz isto e isto, e então, vitória, você cruza a linha de chegada. Esse caminho é como uma grande autoestrada. É bem pavimentada, bem iluminada, cheia de sinalização, mostrando exatamente onde é a linha de chegada. E se você começa a almejar outro objetivo, começa a se afastar desta estrada iluminada; podem haver buracos, talvez não seja pavimentada, pode ser uma estradinha lateral, um desvio da estrada principal, poucas pessoas pegam esse desvio, então nem está sinalizado. Talvez seu estilo de vida seja tão obscuro que ninguém o tenha tido antes, e é como se você estivesse numa floresta, abrindo seu próprio caminho. E as pessoas na sua vida podem ver isso e dizer: "Que diabos ele está fazendo?" (Risos) "Eu me preocupo com ele! Onde ele quer chegar? Tem tantos riscos". E elas têm toda a razão! Pois as pessoas que se preocupam com você querem, mais que tudo, que você esteja feliz e seguro. E quando você começa a agir assim, quando começa a questionar tudo na sua vida e viver com propósito, seus propósitos, pode parecer arriscado, instável, então, faz sentido as pessoas questionarem o que você está fazendo e darem suas opiniões. Mas ao fim do dia, tudo que você pode fazer para convencê-las, para mostrar que isso é importante para você, que não está assumindo riscos desnecessários, só está tentando ser feliz, ser mais você, é mostrar a elas os benefícios, contar sobre o que você pretende fazer, e mostrar a elas que, com seu modo de vida, você está feliz, está tomando decisões conscientes, que isso é algo que te permite se sentir pleno de uma maneira que o caminho convencional nunca faria. E, se não entenderem, tudo bem. Cada pessoa tem seu caminho, elas têm o delas, você tem o seu. E tente entender, não as julgue. Nem todo mundo tem a oportunidade de dar um passo atrás, olhar para a própria vida, e questionar tudo. É um luxo que nem todos podem ter. Mas, independente da direção que você tome, das escolhas que faça, faça o melhor que puder para ser feliz, para se sentir pleno, faça o melhor para sinalizar às pessoas que possam vir a te seguir, para que elas possam fazer o mesmo. E, por último, não importa como você vive, faça o melhor para viver com um propósito. Muito obrigado. (Aplausos)