SOYUZMULTFILM, 1952
KACHTANKA
Escrito por Michael Papava, B. Brodsky
Direção de Michael Tsekanosky
Música: Youry Levith
Cameram: Michael Druyan
Som: Nikolai Prilutsky
Montagem: Lidia Kyaksht
Fedyushka! Traga-me um pouco de cola!
Kachtanka (ruivinha)!
Tio, veja!
Estamos brincando de carrinho de mão!
Deixe a cachorra em paz!
E, então, o cocheiro toca o sino. Trim. Trim. Toca mais alto, mais alto!
Oh!
Fedyushka, pare, já disse!
Isso vai acabar mal.
Fedyushka, não faça nenhuma confusão na minha ausência!
Kachtanka, vamos!
Cai fora!
Kachtanka!
Kachtanka!
Onde você foi se meter, sua danada?
Fique por perto.
Os fregueses de Luka Alexandrovich moravam bastante longe.
Por isso, durante seu longo caminho até eles
como poderia o sedento carpinteiro não parar em alguns bares durante o trajeto
e beber um pouco de vodca.
Depois de visitar seus clientes, Luka Aleksandrovich
parou na irmã por um momento, e comeu e bebeu mais um pouco.
Depois disso, ele parou no seu companheiro de bebida, o encadernador.
Do encadernador até o próximo bar
Do bar até seu padrinho, etc.
Você, Kachtanka, é como um inseto!
uma cri...cri...criatura a....animal...
E nada mais...
Comparar você a um humano é a mesma coisa que
comparar um capinteiro a um marceneiro!
Kachtanka não suportava música!
A música mexia com seus nervos.
Para sua surpresa, seu dono, ao invés de ficar assustado e começar a reclamar e praguejar
Colocou-se em posição de sentido e fez uma continência.
Vendo que seu dono não brigava com ela, Kachtanka atravessou a rua correndo.
Quando estava ficando bastante escuro
Kachtanka começou a sentir desespero e pânico.
A longa jornada, com Luke Alexandrovich, tinha sido muito cansativa
Sua orelhas e patas estavam congeladas.
Além disso, ela estava com muita fome.
Durante o dia, ela havia comido apenas duas vezes.
Quando estavam no encadernador, havia comido um pouco de cola
E num dos bares, ela tinha encontrado uma pele de salsicha.
Isso fora tudo.
Um cachorro!
De onde você veio?
Machuquei você?
Oh, pobre menina. Não precisa ficar brava. Admito que a culpa foi minha.
O que você está choramingando? Onde está seu dono, hein?
Você está perdida? Oh, pobre cachorra!
O que vamos fazer agora?
Você está bonita!
E divertida, também. Quase como uma raposa!
Bem...
Venha comigo. Talvez você venha a calhar para algo.
Não mais do que meia hora depois, Kachtanka sentou no chão em uma sala grande e brilhante.
Céus, seu dono deve ter alimentado você mal.
Como você está magra!
"Pele e ossos"
Ei, cachorrinha! Venha aqui.
Deite-se aqui. Durma
Então Kachtanka foi deixada sozinha.
Repentinamente, ela se sentiu cheia de melancolia.
Ela lembrava de Luka Alexandrovich
depois de seu filho Fedyushka,
Kachtanka!
Kachtanka!
Kachtanka
Quando Kachtanka acordou de novo já estava claro.
Da rua vinham os ruídos que anunciavam a manhã.
O quarto estava vazio.
Na cama, o estranho estava dormindo, coberto com uma manta.
Ela sentiu o cheiro de cavalo nas botas do estranho.
Kachtanka achava-o estranho, um odor suspeito...
O que é tudo isso!
O que isso significa? No lugar!
Fedor Timofeevich, o que isso significa?
Começando um briga? Oh, sua velha safada!
Deite-se!
Ivan Ivanovich, vá para o seu lugar.
Bem, bem...
Nós devemos viver juntos pacífica e harmoniosamente.
Sandy, não se preocupe. É uma bom grupo. Eles não vão te machucar.
Espere um minuto... Como nós vamos chamar você?
Devermos dar um nome para você.
Digo que você... Seu nome irá ser... Tyotka (titia)
Você entendeu?
Tyotka!
Tyotushka!
Tyotka!
Tyotka!
Kachtanka começou a observar.
A gata fingia que estava dormindo.
A julgar por olhar em seu rosto e bigodes,
era evidente que ela estava arrependida por ter ficado um pouco excitada e começado a brigar.
O ganso começou a dizer alguma coisa de maneira rápida e agitada
porém, era totalmente incompreensível!
Obviamente, era um ganso muito inteligente!
Ivan Ivanovich, posso perguntar-lhe!
Bem, vamos começar do início.
Inicialmente, incline a cabeça!
Isso mesmo, Agora faça uma reverência.
Ivan Ivanovich! Reverência!
Bem, depressa!
Bom,,,
Sim, bem feito...
Agora morra!
Morto...
Bem feito...
Socorro! Fogo!
Socorro, socorro!
Bem feito! Bom para você, Ivan Ivanovich!
Agora imagine que você é um joalheiro, e vende ouro e diamentes!
Imagine que você vá para sua loja e encontre ladrões lá dentro
o que você faria nesse caso?
Bom para você, Ivan Ivanovich! Bravo, bravo!
Tyotka! No lugar! Fique quieta!
Maria!
Maria!
Chamando Khavronya Ivanovna!
Vamos, vamos, Khavronya Ivanovna. Vamos ao trabalho!
Bem, vamos começar fazendo uma pirâmide egípcia!
Ivan Ivanovich, fique mais perto...
Assim, ainda mais perto... Agora sente-se.
Então, pule! Segure-se firme!
Tyotka, fique quieta!
Timofeevich Fedor, por favor!
Atenção!
Um, dois, três!
Rápido, rápido! Pule! Assim, bem feito!
É hora de...
Respeitável público!
E aqui está: a pirâmide egípcia.
Não durma, Fedor!
Oh, pequena Tyotka, não, não fique latindo, quieta
Droga, o que você fez, o que fazer? ...
Um mês se passou...
Kachtanka já tinha se acostumado com o fato de ser bem alimentada e chamada de Tyotka.
Ela havia se acostumado com o estranho e seus novos colegas de quarto.
Era uma vida calma e bem nutrida.
De noite, seu dono às vezes ia em algum lugar
CIRCUS e levava o ganso e o gato com ele.
Quando estava sozinha, Tyotka sentia angústia.
Porém, quando você em comida, a alma sente-se aliviada.
Por isso, Tyotka começava a pensar sobre a manhã,
quando ela roubaria uma perna de galinha, que pertencia à gata.
Ela havia escondido a perna da galinha na
sala entre o armário e a parede.
Havia um bocado de teias de aranha e poeira lá.
Agora seria interessante verificar: é a coxa da galinha ainda estava lá, ou não...
Pode ser que seu dono tivesse achado-a e comido-a.
Tyotka teve um sonho. Ela era perseguida por um zelador com uma vassoura.
Tyotka nunca teve medo da escuridão.
Mas agora, por alguma razão, ela estava com medo e queria latir.
O que você está gritando? Você está doente?
Oh, agora lembro...
Sei o que o incomoda...
É porque hoje o cavalo pisou em você.
Meu Deus, meu Deus!
O que nós vamos fazer agora?
O que fazer agora?
Oh, meu Deus, o que nós vamos fazer?
Beba, Ivan Ivanovich...
Beba, meu amigo... Não...
Não há nada que nós possamos fazer...
É o fim, Tyotka...
Nosso Ivan Ivanovich está perecendo...
está morto.
A gata e Tyotka ficaram com medo no escuro.
Por isso, elas seguiram o dono.
Ivan Ivanovich, pobrezinho...
E eu sonhei que iria levá-lo para a chácara, na primavera ..
Que iríamos caminhar juntos na grama verde.
Você era um verdadeiro amigo... Um amigo maravilhoso...
Você não existe mais...
Como poderei ficar sem você?
Gotas brilhantes escorriam em sua face...
Do mesmo tipo que fica nas janelas quando chove.
Quando o amanhecer chegara completamente
Tyotka entrou na sala e olhou para detrás do armário.
Seu dono não tinha comido a coxa.
A coxa de galinha ainda estava em seu lugar, na poeira e teias de aranha.
Entretanto, Tyotka estava entediada.
Ela sentia-se triste e queria chorar.
Ela nem sequer cheirou a coxa da galinha.
Foi você?
Talento! Você tem talento!
Você é sem dúvida talentosa.
Farei de você uma artista!
Você entendeu? Artista!
Você quer ser uma artista?
Você certamente será um sucesso!
Tyotushka, talvez você até possa substituir o falecido Ivan Ivanovich.
E ele começou a ensiná-la.
Talento! Sem dúvida, talento!
Bem vamos lá! Bem, bem, bem feito. Bem, bem, bem!
mova suas patas, mova suas patas...
Bem, assim como você está... Envergonhada... Bem, não se preocupe!
Bem, bem, bem, vamos lá, bom... bom!
Certa noite, seu dono entrou na sala.
Bem...
Hoje eu irei levar Tyotka e Fyodor Timofeevich.
Na "pirâmide egípcia" você, Tyotka, irá substituir o falecido Ivan Ivanovich.
Só Deus sabe como isso sairá...
Nada foi feito. Nós não ensaiamos o suficiente.
O ensaio não era assim... Tyotka, vamos lá!
No minuto seguinte, Tyotka estava sentada num trenó ao lado de seu dono.
O trenó parou em uma casa grande e estranha.
A casa era como uma tijela de cabeça para baixo.
Havia muita gente.
Eles estavam perto da entrada e os cavalos também.
Mas não existiam cães.
Tyotka viu um enorme quarto mal iluminado cheio de monstros.
Dos refletores e grelhas, rostos assustadores olhavam.
Focinhos de cavalos, chifres, orelhas compridas ..
E um enorme focinho grosso com uma cauda em vez de um nariz!
E com dois longos ossos retorcidos saindo de sua boca!
Miss Arabella está agora. O próximo ato é o seu!
Tyotka tinha brilhos nos olhos e na alma.
Aquela figura ensacada e com face branca cheirava como seu dono.
A voz é também familiar, é a de seu dono.
Porém, por vezes, ela ficava em dúvida.
Ela quer ficar longe dessa figura colorida para latir.
Assim é que é. Terá que ser feito.
E aqui estou eu! E aqui estou eu!
Tyotka!
Não se preocupe, sou eu!
Você não me reconhecesse, não é?
Por que você está choramingando? Por que você está choramingando?
Bem, Tyotka!
A julgar pelos seus lábios e mãos, era evidente que o dono estava preocupado.
Tyotka ouviu um tremor em sua respiração.
Vamos lá, Tyotka!
Monsieur George, por favor!
E aqui estou eu!
E aqui estou eu! E aqui estou eu! E aqui estou eu!
Cara platéia!
Acabei de chegar da estação de trem!
Minha avó morreu.
Ela me deixou alguma coisa.
Isso!
Uau, na mala de viagem há algo muito pesado!
Obviamente, existe ouro nela!
Pode até haver um milhão nela!
Vamos abrir e ver imediatamente!
Tio! Fedor Timofeevich!
Titia! Minha querida tia! Meus queridos parentes!
Bem...
Titia, continue sentada,
Nesse meio tempo, o tio e eu iremos dançar a Kamarinskaya.
Bem, Titia...
Em primeiro lugar, vamos cantar, e depois vamos dançar. OK?
Tio!
Tio! É a Kachtanka!
Essa é a Kachtanka!
Kachtanka!
Fedyushka, é a Kachtanka, é claro!
Kachtanka! Kachtanka!
Kachtanka!
Tyotka! Onde você está indo? Onde você está indo?
Tyotka!
- Tyotushka! - Kachtanka!
Tyotka!
Tyotushka, volte!
Kachtanka!
Kachtanka! É você!
Meia hora depois, Kachtanka saiu com aquelas pessoas que cheiravam a cola e verniz.
Kachtanka!
Kachtanka, você é um animal...
comparar você a um humano, é o mesmo que comparar um carpinteiro a um marceneiro!
Ao lado de Luca Alexandrovich estava Fedyushka, com o boné de seu pai na cabeça.
Kachtanka olhou para suas costas,
Ela pensou que tinha ainda um longo tempo a segui-los.
Ela estava feliz por sua vida não ter acabado ainda.
Fim