O DNA de somente uma das suas células é danificado dezenas de milhares de vezes por dia. Multiplique isso por centenas de trilhões de células, e você terá um quintilhão de erros de DNA todos os dias. E, porque o DNA fornece o modelo para as proteínas que fazem funcionar as células, danos causam problemas sérios, como câncer. Os erros surgem de formas diferentes. Algumas vezes os nucleotídeos, blocos de construção do DNA, são danificados, outras vezes os nucleotídeos são combinados incorretamente, causando mutações, e falhas em uma ou ambos as fitas podem interferir na replicação do DNA, ou até mesmo misturar as seções do DNA. Felizmente, suas células possuem meios para consertar a maioria destes problemas na maioria das vezes. Todos estes caminhos de reparação dependem de enzimas especializadas. Diferentes enzimas respondem a diferentes tipos de danos. Um erro comum é a combinação incorreta de bases. Cada nucleotídeo contém uma base, e, durante a replicação do DNA, a enzima DNA polimerase deve trazer o parceiro correto para fazer par com todas as bases em cada modelo de fita. Adenina com timina, e guanina com citosina. Mas, uma vez a cada centena de milhares de adições, acontece um erro. A enzima percebe a maioria deles imediatamente, e corta alguns nucleotídeos e os substitui pelos corretos. E, no caso de deixar passar alguns, um segundo grupo de proteínas vem a seguir, para conferir. Encontrando erro de pareamento, eles cortam o nucleotídeo incorreto e o substituem. Isso se chama reparo de erro de pareamento. Juntos, os dois reduzem o número de erros de pareamento das bases para um a cada um bilhão. Mas o DNA também pode ser danificado após a replicação. Muitas moléculas diferentes podem causar mudanças químicas nos nucleotídeos. Algumas delas surgem da exposição ao ambiente, como a alguns compostos da fumaça do cigarro. Mas outras são moléculas encontradas naturalmente nas células, como peróxido de hidrogênio. Algumas mudanças químicas são tão comuns qne possuem enzimas específicas ehcarregadas de reverter os danos. Mas a célula também possui caminhos de reparação mais usuais. Se apenas uma base for danificada, pode ser consertada por um processo chamado de reparo por extirpação de bases. Uma enzima recorta a base danificada, e outras chegam para aparar e substituir os nucleotídeos. A luz ultravioleta pode causar danos um pouco mais difíceis de consertar. Algumas vezes, pode fazer dois nucleotídeos adjacentes se unirem, distorcendo a forma de dupla hélice do DNA. Esse tipo de dano necessita de um procedimento mais complexo. chamado de reparo por extirpação de nucleotídeos. Um time de proteínas remove uma longa fita de 24 nucleotídeos, e os substitui por novos. Radiações de alta frequência, como raios gama e raios X, causam um tipo diferente de dano. Podem romper uma ou ambas as fitas da estrutura do DNA. As rupturas de fitas duplas são as mais perigosas. Até mesmo uma pode causar morte celular. Os dois caminhos mais comuns para consertar rupturas de fitas duplas são chamados de recombinação homóloga e junção por extremidades não homóloga. A recombinação homóloga utiliza uma seção não danificada de DNA similar como modelo. As enzimas entrelaçam as fitas danificadas e não danificadas, as fazem trocar sequências de nucleotídeos, e, finalmente, preenchem os buracos para obter dois segmentos completos de fita dupla. A união não homóloga, por extremidades, por outro lado, não conta com um modelo. Em vez disso, uma série de proteínas cortam alguns nucleotídeos e unem novamente as terminações quebradas. Este processo não é tão preciso. Pode causar mistura de genes, ou mudá-los de lugar. Mas é útil quando um DNA similar não está disponível. Claro, mudanças no DNA nem sempre são ruins. Mutações benéficas permitem a evolução de espécies. Mas, na maioria das vezes, queremos que o DNA fique como está. Falhas em reparo de DNA são associadas ao envelhecimento prematuro e muitos tipos de câncer. Então, se você procura pela fonte da juventude, ela já está funcionando nas suas células, bilhões de bilhões de vezes por dia.