(Batimentos cardíacos fortes) Esse é um paciente. Vamos chamá-lo de Sam. Naquela manhã, ele teve uma sensação de formigamento em seu braço esquerdo. Ele se sentiu um pouco tonto. Mas, por não saber o que estava acontecendo, ele esperou... ou melhor, perdeu um tempo precioso, até que sentiu uma dor no peito e por fim chamou uma ambulância. Sam estava tendo um ataque cardíaco, e mesmo assim teve sorte de estar naquela maca, pois muita gente morre de ataque cardíaco sem nem mesmo chegar ao hospital. Sam foi tratado com sucesso. No hospital, cuidaram bem da sua saúde. Os médicos monitoraram sua medicação. Teve os sinais vitais monitorados e ECG 24 horas por dia, 7 dias por semana; teve uma enfermeira a sua disposição o tempo todo. Ele sentiu que estava tudo sob controle. Ele estava seguro. Mas, quando foi liberado do hospital, voltou pra casa achando que retomaria sua vida, porém nada era como antes. Ele se tornou um paciente crônico, tinha uma bomba-relógio no seu peito, e nenhuma maneira de entender o que estava acontecendo com seu coração. Então cada vez que tinha um sintoma, entrava em pânico e chamava uma ambulância novamente, porém eram muitos alarmes falsos. Ele estava preocupado com o que aconteceria com sua família caso sua situação piorasse, então queria fazer um seguro de vida, porém lhe ofereceram um seguro premium, que era 200% mais caro e não cobria casos de morte por doença cardíaca. Era o mesmo com seu seguro saúde. A apólice não fornecia cobertura para doença cardíaca. Sam estava com medo. E existem mas de 85 milhões de Sams apenas na Europa. E a incapacidade deles de entender e de controlar sua doença leva a tratamentos menos eficazes, vidas perdidas, ineficiências no sistema de saúde, tudo isso levando ao aumento excepcional dos custos da assistência médica. Apenas as doenças cardíacas custam para a economia europeia mais de 100 bilhões de euros por ano. E com o envelhecimento da população e nosso estilo de vida, as doenças crônicas estão crescendo muito mais rapidamente que previsto, e o custo também. Não é de admirar que Sam teve dificuldades para obter uma cobertura de seguro. As seguradoras estão apenas compensando os custos que não conseguem controlar. Então aumentam os prêmios, aumentam as exclusões, elas até negam seguros, deixando clientes e pacientes na mão no momento em que eles mais necessitam. O sistema está falido. Precisamos ajudar Sam a retomar o controle de sua saúde e de sua vida. E por sorte, vivemos na época mais fascinante em que a tecnologia é uma extensão do nosso cérebro, do nosso corpo físico. A tecnologia entrou em todos os aspectos de nossa vida, desde chamar um táxi até gerenciar a conta bancária. A tecnologia vai transformar e está transformando a assistência médica: aparelhos portáteis ou vestíveis que estão cada vez menores e mais baratos; tecidos inteligentes - podemos obter facilmente nossos sinais biológicos. A genética, a proteômica, a transcriptômica - a biotecnologia transformou os diagnósticos médicos. O paradigma do teste de gravidez hoje está disponível para uma variedade de diferentes exames médicos por um valor baixo. Então, Sam pode monitorar o EGC, a frequência cardíaca, a pressão, o peso, os triglicerídios, o nível de colesterol. Ele pode ajustar seu medicamento, e, com a ajuda da inteligência artificial, ter esse poder incrível para analisar essa grande quantidade de informação em tempo real. Sam pode de fato ter informação sobre sua saúde. Ele pode saber seu estado de saúde, compartilhar isso com seu médico ou com sua família. Nós até esperamos um futuro onde a inteligência artificial irá prever incidentes graves antes deles acontecerem. Ao elevar a medicina para além da prevenção, estamos agora presenciando o nascimento da medicina preditiva. Então mesmo que ele seja um paciente crônico e esteja em casa, Sam pode facilmente chegar ao nível de tranquilidade e conforto que tinha quando estava no hospital, deixando de ser um paciente desamparado para ser um participante ativo na administração de sua própria doença e da sua própria vida. E tudo isso representa paz de espírito, melhor assistência médica e redução de custos. Agora as companhias de seguros precisam acordar. Em vez de serem pagadoras passivas, desconectadas do mundo, desconectadas de seus clientes, as companhias de seguros do futuro deveriam ser centradas no cliente e passar a ter um papel ativo em ajudar seus clientes a administrarem suas vidas. Então em vez de discriminar e rejeitar o Sam com base na sua condição preexistente, elas deveriam lhe fornecer serviços de saúde digitais, lhe dar acesso ao seu ECG, frequência cardíaca, pressão arterial e todo esse monitoramento que traz o hospital para a casa de Sam, e usar isso como uma ferramenta para reduzir o custo dos ressarcimentos. E essa medicina personalizada abre o potencial para uma apólice personalizada e dinâmica, sob medida para Sam e seu estilo de vida. Pois, mesmo que ele seja um paciente crônico, se adotar um estilo de vida saudável, ele consegue controlar sua doença. Sam viverá uma vida mais longa e saudável, e acionará menos o seguro. Sam deve ser recompensado por isso, e isso deveria refletir no prêmio que está pagando. Pela primeira vez na história da medicina moderna, nós, pessoas comuns, temos as ferramentas para entender e controlar nossa saúde e doença e para contribuir ativamente no tratamento. Então esse controle e responsabilidade não está mais apenas nas mãos dos médicos; ele agora é compartilhado entre todos nós: pacientes, médicos e companhias de seguros. É um jogo onde os três ganham e o futuro para a assistência médica sustentável. Obrigada. (Aplausos)