Meu nome é Natalia Rivera. Sou aluna de douturado Bom, doutora na verdade. E no departamento de Linguagens e Literaturas Hispânicas na Universidade de Pittsburgh Eu também sou instrutora de espanhol e especializada em literatura latino-americana e italiana, além de estudo crítico em deficiências Portanto, meus interesses acadêmicos estão intimamente conectados a minha experiência pessoal como aluna, e agora instrutora, com uma dificuldade de aprendizagem e ansiedade conjunta. A primeira memória que tenho, em um nível pessoal, reconhecendo que havia algumas questões de acesso ou algum tipo de especialmente no ensino médio, algum tipo de falta de conhecimento, na verdade, de diferentes tipos de estilos de aprendizado e diferentes tipos de velocidade de processamento, por conta do meu diagnóstico com déficit de atenção. Um dos componentes-chave de como, você sabe, como o DDA me afeta é que tenho uma velocidade de processamento lenta Então, enquanto minha interpretação de texto é boa, minha velocidade de processamento afeta a velocidade de escrita Então nem sempre sou capaz de escrever um parágrafo no tempo certo. Então, nós tínhamos esses exercícios na aula de Inglês. Eu estava no segundo ano e a expectativa era que a gente fosse capaz de escrever um parágrafo em meia hora. E geralmente eu precisaria do dobro do tempo. Precisaria de uma hora E as vezes eu nem era capaz de terminar de escrever um parágrafo simples em uma hora. E eu me lembro de minha instrutora de inglês da época, quando, depois da aula, eu a abordei e disse, "Hmm, ei. Não estou me opondo a um tempo adicional. Eu realmente não consegui terminar meu parágrafo." E me lembro que ela me olhou, incrédula, e disse, "tipo, você nem consegue escrever um parágrafo, um parágrafo simples, em uma hora, não sei o que te dizer." Então, eu me lembro que daquele momento. eu também me lembro, depois quando estava me preparando para provas. Isso também aconteceu no ensino médio. Era meu terceiro ano. Estava cursando uma aula de história mundial avançada E me lembro que eu abordei meu instrutor, já sabendo sozinha porque eu já tinha tido muita experiência me defendendo desde que era uma criança. Eu já sabia que os testes padronizados tinham um processo para solicitar acomodações. Então, eu me lembro de abordar meu exame de história avançada e- quer dizer, meu professor de história avançada e explicar a ele que eu estava registrada com recursos para deficiências, que eu tinha uma deficiência documentada e que eram essas acomodações específicas que eu precisava de um tempo e meio. Era uma acomodação muito comum. E eu me lembro dele me dizer, "Eu não tenho problemas em te fornecer acomodações de sala. Só não estou certo que tempo extra é fornecido em exames avançados." E eu fiquei em choque que um instrutor iria ativamente me informar errado daquele jeito porque até mesmo eu sabia, na tenra idade de, sei lá, dezesseis que o Serviço de Tecnologia Assistiva -ATS fornecia um processo de solicitar acomodações. Então, fiquei chocada que um adulto pensou que podia me dar uma informação errada assim. E eu sei que me informar erroneamente não veio com uma intenção negativa, mas ele genuinamente não tinha noção do processo. Então, é uma má informação sem intenções, porém, o efeito é parecido. Porque, imagine que ele tenha dito algo assim a um estudante que não tem ideia de como solicitar acomodações Você sabe, como obter uma avaliação necessária para justificar a necessidade de acomodações. Portanto, é muita falta de informação relacionada à ignorância e não tanto à maldade. Porém, apenas a falta total de informação de todos já compromete a habilidade de um aluno lutar por si mesmo. Em meu trabalho pessoal com a comunidade dos direitos à PCD - porque eu trabalhei por dois anos e meio em uma organização pelos direitos das PCDs chamada Rede de Auto Apoio do Autista e conheci muitas pessoas da minha idade muitos estudantes não descobrem seu diagnóstico até muito mais tarde em suas vidas. Quando eles começam a perceber seus próprios sintomas, eles buscam apoio individualmente. Então eu, de uma maneira pessoal, me beneficiei do conhecimento de minha mãe e suas experiências como mãe defensora. Acredito que minha percepção de um tipo de discriminação mesmo que era em um nível de microagressão, acredito ter tido mais percepção da discriminação na época do ensino médio porém, minha primeira exposição à luta pelos direitos aconteceu quando eu era nova e me lembro de ir... Iriam ter uns dias de folga da escola e eu me lembro de ir para o escritório com minha mãe. E me lembro de conhecer outras mães e ver ela trabalhando meio período nesse grupo de pais pelos direitos de PCDs então eu agradeço à minha mãe por me introduzir ao conceito de lutar por mim e por me empoderar para utilizar isso em todos os aspectos da minha vida, num nível profissional assim como num nível acadêmico. Então, eu não me lembro do dia da Lei dos Estadunidenses com Deficiência porque eu tinha poucos meses de idade. Porém, o impacto para mim, basicamente eu sinceramente duvido que se eu tivesse nascido, sei lá, quarenta anos atrás ao invés de trinta anos atrás, existe uma possibilidade que eu não teria cursado faculdade. E, mesmo se eu tivesse cursado faculdade, eu sinto que eu nunca teria considerado fazer um doutorado, se não fosse pela Lei dos Estadunidenses com Deficiência. Porque numa pós, o nível de apoio durante a graduação pelo menos em uma faculdade de artes liberais que tende a ser mais solidária, é radicalmente diferente de uma pós onde o nível de apoio praticamente não existe, eu acho, e também acredito que muitos pós-graduados se sintam do mesmo jeito Portanto, sem a LED, eu não estou certa que teria tido o privilégio de cursar faculdade, então acredito que ela me ofereceu as proteções necessárias para ir além dos meus maiores sonhos, entende? Então, eu sinto... que tive uma vida privilegiada e sou grata pelas oportunidades acadêmicas pois sei que existem muitos estudantes merecedores que não tiveram as oportunidades que eu tive e eu não sou grata apenas pela minha família por sua dedicação inflexível a lutar por direitos, como também muito grata pela LED. Digo, deficiências com certeza ocorrem em minha família deficiências de aprendizado e de desenvolvimento neurológico. Tenho um primo que estava no espectro autista e não acredito que, de nenhum jeito, tenha se beneficiado das proteções oferecidas pela Lei dos Estadunidenses com Deficiência da mesma maneira que eu. Acredito, infelizmente, porque ainda existe um estigma cultural particularmente se o transtorno do espectro autista ocorre em conjunto com uma deficiência intelectual, mas ele terminou seu ensino técnico com apoio mínimo. Acredito que, como a LED me empoderou, eu sinto que estou preparada, como instrutora, para oferecer apoio à estudantes com outras deficiências. Eu tenho alunos com deficiências documentadas e sinto que, por conta de minha experiência pessoal como uma estudante com deficiência, eu me sinto muito mais preparada para trabalhar com uma maior gama de alunos com diferentes necessidades e eu estou preparada para acomodá-los e estou preparada ou pelo menos me esforçarei para fazer com que os alunos se sintam membros valiosos de minha sala de aula. Não sou a instrutora perfeita. Ainda tenho muito a aprender, mas acredito que o nível de humanidade, eu penso que os alunos me escutam e penso que sou mais capaz de me conectar com eles. Então, a LED me permitiu ser útil como instrutora, basicamente. Porém, eu me lembro de uma entrevista que fiz com uma aluna no espectro autista, que frequentava uma faculdade específica para alunos com dificuldade de aprendizado. E ela fez uma observação muito pertinente sobre deficiências de aprendizado em faculdades e como o foco deles é em treinamento vocacional, ao invés de treinamento acadêmico e ela era uma garota inteligente que gostaria de conseguir uma graduação em humanidades e ela fazia um curso interdisciplinar de artes liberais, mas não podia cursar filosofia, por exemplo. Ou ela não poderia se formar em história. E acredito que a maneira como as aulas, o curso, o currículo escolar no geral, como as opções acadêmicas eram estruturadas nessa faculdade específica reforçava essa ideia de que disciplinas acadêmicas estão fora do alcance de um aluno que demonstra ter deficiência intelectual, ou então demonstra ter dificuldades de aprendizado em potencial e ela lamentava, e eu concordei completamente com seu ponto. Ela lamentava o fato que ela não poderia se formar na disciplina acadêmica que gostaria. Ela queria ser historiadora. Então acredito que, de certa forma, as pessoas não leem a legislação com muito cuidado. Penso que, na tentativa de incluir as pessoas, eles, sem querer, limitam as opções de muitos estudantes porque existem estudantes que podem querer fazer - existem estudantes que podem querer se formar em física, certo? Porém eles precisam de mais tempo para completar o curso deles, mas em uma faculdade tradicional de quatro anos. Esses mecanismos não estão existem apenas para fornecer um sistema de apoio para estudantes que necessitem de um apoio adicional, mas que querem seguir uma disciplina acadêmica tradicional. Então penso que nesse assunto, mesmo o espírito da LED, você definitivamente tem a sensação com o palavreado da legislação que, quero dizer, se destina a meio que corrigir aquele tipo de exclusão social e exclusão acadêmica de estudantes que querem seguir disciplinas tradicionais, mas penso que nesse quesito o nível de execução, eu penso que ainda é muito diferenciado. Penso que outra coisa que eu gostaria de adicionar, só por conta de minhas observações pessoais como instrutora, a execução regular da emenda de 2009 que foi crítica no sentido em que ela ampliou a categoria de deficiência para incluir algumas muito frágeis. E por frágeis, quero dizer, deficiências muito inconstantes. Então, por exemplo, algo como um câncer ou uma doença auto-imune finalmente foi incorporada nessa categoria mais ampla de deficiências, então não era apenas - Bom, a emenda de 2009 foi crítica porque ela deixou claro que deficiências não precisam ser "estáveis". Ela não precisa ser algo "consistente" sabe, deficiência física "consistentemente aceita" para qualificar como uma deficiência sob a legislação. Então, isso incluiu, você sabe deficiências, sejam elas somáticas ou cognitivas que são de natureza inconsistente ou passaram por períodos de remissão. Algo como um transtorno bipolar, certo? Portanto, a emenda de 2008, a melhor parte dela é que deixou claro que não resistir ao ponto pelo qual você está, de certa forma, passando ou pensando algo do tipo, o transtorno bipolar, em que você passa por um episódio maníaco depressivo que, em um nível institucional existia, ainda, uma responsabilidade para fornecer suporte adequado para a pessoa que passa por mudanças cíclicas. E o que eu percebi, em um nível universitário, especialmente em programas de ciências é que eles incluem uma nota, que parece quase ilegal para mim. Você observa nos manuais de alunos de mestrado, assim como da graduação e vê que eles tem essa política muito específica na qual você deve contar aos seus professores sobre suas deficiências. Que você deve dizer a eles na duas primeiras semanas do semestre que você tem uma deficiência documentada. O problema é que muitas deficiências não funcionam dessa maneira. Há momentos em que você é "funcional". Você sabe, relativamente falando e tem momentos em que você não é funcional, nos termos compreendidos socialmente, certo? E especialmente para alunos, não é incomum que alunos sejam diagnosticados mais tardiamente, quando eles estão iniciando a faculdade que é um período transitório, portanto, faz sentido que certos sintomas que não fossem incapacitantes em outros contextos, repentinamente se tornem incapacitantes quando você entra na faculdade. E aquela política basicamente basicamente informa errado alunos em pensarem que eles não são capazes de solicitar apoio quando eles chegam a um ponto em que a condição deles se tornou tão incapacitante que eles não conseguem cumprir os requerimentos no prazo esperado Então, é quase como se houvesse um mecanismo utilizado para dar a falsa impressão de que você não é capaz de receber o apoio posteriormente no semestre. Então, eu acredito que, de certa forma parece que mesmo quando existe a proteção, a ignorância institucional e o reforço regular continuam a ser um problema. Então, se eu pudesse escolher uma coisa que precisa mudar em termos de acesso... Vou começar de forma abstrata e então irei esclarecer o que quero dizer Acredito que precisamos superar esse conceito de autonomia. O que eu quero dizer com isso? E acredito que muitos ativistas pelo direito da PCD, quando pensamos na luta, eles pensam em termos de não haver a luta local, então tem uma ênfase em relacionalidade, existe ênfase no apoio mútuo. E eu penso que, tradicionalmente na cultura ocidental, a cultura judaico cristã, a responsabilidade em buscar acomodações sociais para deficiências é fortemente incumbida no indivíduo e não na sociedade. Penso que a LED certamente passa essa impressão, certo? De que acomodação social é, na verdade, o que os termos na frase sugerem, certo? "Uma responsabilidade social", mas que na prática não é tratada como uma responsabilidade coletiva e eu vejo muito disso na universidade em um nível administrativo. Então, quando um aluno começa a faculdade, você não é apenas responsável por gerir o tempo, por apender como morar sozinho pela primeira vez, se for o caso, aprende a viver com colegas de casa, que podem não ser acessíveis a você se você é um aluno com deficiência. Você também é responsável por coordenar suas próprias acomodações e, dependendo do tipo de acomodações necessárias, acredito que em um nível de graduação - como no meu caso - não era tão complicado, eu ainda conseguia lidar, mas em um nível de pós-graduação tentar solicitar novas acomodações, baseada nas novas necessidades que você desenvolve por conta dos diferentes níveis de trabalho e no geral. É que sua estrutura curricular exige mais de você em um nível de pós-graduação. Precisa haver um caminho para a acomodação social, para acomodações acadêmicas, que seja- é necessário que seja repensado, como uma responsabilidade coletiva, mas em um nível administrativo, existe uma responsabilidade para que o aluno seja bem-sucedido e isso não pode ser apenas um fardo autônomo, é uma responsabilidade coletiva é uma obrigação coletiva. Eu acredito que nós, como membros da comunidade, podemos nos responsabilizar por identificar essas organizações de direitos aos deficientes que estejam ativamente trabalhando para fornecer apoio e serviços e não focando no aspecto da cura, já que o aspecto da cura não nos permite lidar com os problemas sociais imediatos. Portanto, penso que organizações como a Rede de Auto Apoio do Autista, aquela com a qual eu trabalhei, eles tem esses maravilhosos programas focados em luta por direitos. Eles trabalham fornecendo recursos cognitivamente acessíveis para luta política, por exemplo. E eles empoderam alunos para eles pensarem em maneiras de lutar por apoios em espaços universitários. Portanto, vendo organizações que empoderam pessoas para lutarem por elas mesmas com as habilidades que elas possuem para que elas sintam que a vida que elas levam é valiosa como é.