E se um candidato presidencial dos EUA se recusar a reconhecer a derrota após uma eleição?
-
0:01 - 0:05Como advogado,
como comentador político -
0:05 - 0:08e, sinceramente,
como antigo funcionário da Casa Branca, -
0:08 - 0:10eu costumava achar que sabia bastante
-
0:10 - 0:12sobre a forma como os EUA
escolhem um presidente. -
0:12 - 0:14Estava errado, porque não sabia.
-
0:14 - 0:17E, este ano, tenho andado
a fazer alguma pesquisa -
0:17 - 0:19sobre as letras pequeninas
-
0:19 - 0:21e todas as diferentes coisas
na nossa Constituição -
0:21 - 0:23de que nunca falamos
-
0:23 - 0:25e descobri algumas lacunas legais
-
0:25 - 0:27que me chocaram,
-
0:27 - 0:29e garanto que vos irão chocar
-
0:29 - 0:31e que podem determinar
-
0:31 - 0:34a forma como a eleição presidencial
de 2020 pode acabar. -
0:34 - 0:38Por exemplo, sabiam que,
de acordo com a nossa Constituição, -
0:38 - 0:42um candidato presidencial
pode perder o voto popular, -
0:42 - 0:45não ter uma maioria
no Colégio Eleitoral, -
0:45 - 0:47recusar-se a aceitar a derrota,
-
0:48 - 0:50manipular mecanismos ocultos
no nosso governo -
0:50 - 0:55e tomar posse como presidente
dos Estados Unidos da América? -
0:55 - 0:57É um facto real.
-
0:57 - 1:00Eu sei que parece um episódio absurdo
de "House of Cards" -
1:00 - 1:01e eu bem gostava que fosse,
-
1:01 - 1:03porque assim só teríamos
de mudar de canal. -
1:03 - 1:07Mas acabei de vos descrever
uma possibilidade do mundo real -
1:07 - 1:10que pode acontecer este ano,
o ano em que falo, em 2020, -
1:10 - 1:12ou em qualquer outro ano,
-
1:12 - 1:15se não resolvermos algumas
destas falhas no nosso sistema. -
1:15 - 1:17Portanto, se pensam
-
1:17 - 1:21que é a escolha do povo americano
numa eleição presidencial dos EUA -
1:21 - 1:24que deve, de facto, tomar posse
como presidente dos EUA, -
1:24 - 1:27por favor prestem atenção
a esta palestra. -
1:27 - 1:30Vou-vos ensinar como impedir
um golpe de estado, OK? -
1:31 - 1:33Ora bem, por onde começar?
-
1:33 - 1:34Bem, que tal isto?
-
1:34 - 1:39Uma das mais importantes salvaguardas
da democracia dos EUA -
1:39 - 1:41não está na Constituição.
-
1:41 - 1:43Não está na lei.
-
1:43 - 1:46É apenas uma pequena tradição,
um pequeno costume. -
1:46 - 1:50E, no entanto, este gesto voluntário
-
1:51 - 1:52é uma das principais razões
-
1:52 - 1:56de não se verificarem tumultos,
massacres e conflitos -
1:56 - 1:58após umas eleições americanas.
-
1:58 - 2:01Estou a referir-me a um discurso
de reconhecimento da derrota. -
2:01 - 2:02OK, é irónico,
-
2:02 - 2:05é o único discurso que nenhum candidato
presidencial deseja fazer. -
2:05 - 2:08No entanto, é esse discurso público
-
2:08 - 2:10que é o mais importante para a saúde
-
2:10 - 2:12e o bem-estar da nossa nação.
-
2:12 - 2:15É esse discurso,
que um candidato presidencial faz, -
2:15 - 2:18logo depois de os assessores
e os "media" lhe dizerem: -
2:18 - 2:21"É assim, não vai ter votos suficientes
-
2:22 - 2:27"para poder atingir aquele número mágico
de 270 votos do Colégio Eleitoral. -
2:27 - 2:29"Não vai chegar lá".
-
2:29 - 2:31Naquele momento
-
2:31 - 2:32— vocês não pensam nisso,
-
2:32 - 2:35mas o destino de uma república inteira
-
2:35 - 2:38está nas mãos de um único político
-
2:38 - 2:40e de ele estar disposto a sair e,
-
2:40 - 2:43à frente da sua família,
à frente às câmaras -
2:44 - 2:45e à frente de um país inteiro, dizer:
-
2:46 - 2:49"Eu reconheço a derrota
nesta eleição, de forma voluntária. -
2:49 - 2:51"Obrigado aos meus apoiantes.
-
2:51 - 2:54"A outra pessoa ganhou,
parabéns para ela, -
2:54 - 2:57"vamo-nos unir atrás dela,
seguir em frente e ser um só país. -
2:57 - 2:58"Deus abençoe a América".
-
2:58 - 3:01Já viram isto milhares de vezes.
-
3:01 - 3:03Não façam confusão,
-
3:03 - 3:06esta é uma tradição notável
no nosso país. -
3:06 - 3:08Porque, nesse momento,
-
3:08 - 3:11aquela candidata ainda tem a seu comando
-
3:11 - 3:15um grupo de ativistas de campanha
pelo país inteiro, -
3:15 - 3:17de indivíduos partidários indefetíveis,
-
3:17 - 3:19dezenas de milhares de pessoas.
-
3:20 - 3:22Eles podiam facilmente pegar em armas
-
3:22 - 3:23e ocupar as ruas,
-
3:23 - 3:25podiam fazer o que quisessem.
-
3:25 - 3:27Mas esse discurso
de reconhecimento da derrota -
3:27 - 3:29desmobiliza-os instantaneamente.
-
3:29 - 3:31Diz-lhes: "Malta, tenham calma.
-
3:31 - 3:33"Acabou."
-
3:33 - 3:36Além disso, o discurso
de reconhecimento da derrota -
3:36 - 3:40ajuda as dezenas de milhões de pessoas
que votaram por essa pessoa -
3:40 - 3:41a aceitar o resultado,
-
3:41 - 3:44a reconhecer o vencedor,
mesmo que relutantemente, -
3:44 - 3:47e levantar-se na manhã seguinte,
ir para o trabalho e para a escola, -
3:47 - 3:49talvez desapontados
-
3:49 - 3:51mas leais ao governo americano.
-
3:51 - 3:53Mas, mais importante ainda,
-
3:53 - 3:56esse discurso tem uma função técnica,
-
3:56 - 3:59porque, de certa forma, permite
que se façam todas as outras coisas -
3:59 - 4:01que a nossa Constituição exige
-
4:01 - 4:03e ainda são bastantes passos.
-
4:03 - 4:05O Colégio Eleitoral tem de se reunir,
-
4:05 - 4:07o Congresso tem de ratificar isto,
-
4:07 - 4:09tem de haver a tomada de posse
-
4:09 - 4:13e, assim, tudo isso pode ser feito
em piloto automático -
4:13 - 4:14porque, depois do discurso,
-
4:14 - 4:16cada passo seguinte,
-
4:16 - 4:20seja para empossar o mesmo presidente
ou um novo presidente, -
4:20 - 4:22é tudo feito com base em carimbos.
-
4:22 - 4:24A Constituição exige-o,
mas é um carimbo. -
4:24 - 4:26Mas, por vezes, esquecemo-nos
-
4:26 - 4:29que os candidatos não têm
de reconhecer a derrota. -
4:29 - 4:31Não há nada que os obrigue a isso.
-
4:31 - 4:35É apenas uma norma num ano
em que nada é normal. -
4:35 - 4:39E se um candidato perdedor
simplesmente se recusar a reconhecê-la? -
4:39 - 4:42E se não houver um discurso
de reconhecimento da derrota? -
4:42 - 4:45Bem, o que pode acontecer
pode assustar-vos. -
4:45 - 4:46Eu acho que deve.
-
4:46 - 4:48Primeiro, para vos dar o contexto,
-
4:48 - 4:50para todos entendermos,
-
4:50 - 4:51vou apresentar-vos uma analogia.
-
4:51 - 4:55Pensem na eleição presidencial
como um jogo de basebol. -
4:55 - 4:57No fim da nona entrada,
-
4:57 - 4:59quem estiver à frente ganha,
quem estiver atrás perde. -
5:00 - 5:01Isso é o basebol.
-
5:01 - 5:03Mas conseguem imaginar um mundo
-
5:03 - 5:04em que, no basebol,
-
5:04 - 5:08haja 13 ou 14 entradas
e não apenas nove? -
5:09 - 5:11Nós apenas temos uma tradição estranha.
-
5:11 - 5:13Se estamos atrás na nona entrada,
-
5:14 - 5:16podemos apenas desistir.
-
5:16 - 5:17Certo?
-
5:17 - 5:19Portanto, essas outras entradas
não interessam. -
5:19 - 5:23É assim que as eleições presidenciais
funcionam nos EUA. -
5:23 - 5:26Porque, na verdade,
a Constituição apresenta -
5:26 - 5:28dois grupos diferentes de entradas.
-
5:28 - 5:31Há o processo de eleição popular
ao qual toda a gente está atenta. -
5:31 - 5:34E depois há o processo
de seleção de elite -
5:34 - 5:37que basicamente toda a gente ignora.
-
5:37 - 5:39Mas, numa eleição bastante disputada,
-
5:39 - 5:41se ninguém reconhecer a derrota,
-
5:41 - 5:43o segundo processo invisível,
-
5:43 - 5:46ou seja, aquelas entradas adicionais,
-
5:46 - 5:47afinal têm bastante importância.
-
5:47 - 5:49Deixem-me explicar.
-
5:49 - 5:51O primeiro grupo de entradas,
a eleição popular, -
5:51 - 5:54é sobre o que se pensa
quando se pensa na eleição presidencial. -
5:54 - 5:57São as eleições primárias,
as convenções, os debates, -
5:57 - 6:00as convenções, é a noite eleitoral,
é tudo isso. -
6:00 - 6:03Na maioria das vezes, na noite eleitoral,
-
6:03 - 6:05o perdedor simplesmente desiste.
-
6:05 - 6:07Porquê? "O povo americano pronunciou-se".
-
6:07 - 6:08Tudo isso.
-
6:08 - 6:12Mas, de acordo com a Constituição,
o jogo ainda não terminou propriamente. -
6:12 - 6:14Depois das câmaras se irem embora,
-
6:14 - 6:16depois dos confetes serem varridos,
-
6:17 - 6:20a Constituição exige
um novo grupo de entradas. -
6:20 - 6:22Este processo de seleção de elite
-
6:22 - 6:24é tudo feito à porta fechada
-
6:24 - 6:26e entre funcionários do governo.
-
6:26 - 6:30E este processo prolonga-se para além
do fim da contagem em novembro, -
6:30 - 6:33passa por dezembro e vai até janeiro.
-
6:33 - 6:34Nunca pensamos nisso,
-
6:34 - 6:36porque, durante muitas gerações,
-
6:36 - 6:39essas entradas adicionais
não tinham tido importância, -
6:39 - 6:42isto porque, na noite eleitoral,
o perdedor reconhece a derrota. -
6:42 - 6:44Portanto, tudo o resto
é uma formalidade. -
6:44 - 6:45Mesmo em 2000,
-
6:45 - 6:47o vice-presidente Al Gore desistiu
-
6:47 - 6:51logo que o Supremo Tribunal ordenou
que se terminasse a contagem de votos. -
6:51 - 6:54Gore não prosseguiu com a luta
para as legislaturas de estado, -
6:54 - 6:55para o Colégio Eleitoral
-
6:55 - 6:57ou para o Congresso
-
6:57 - 7:00e não tentou desacreditar
os resultados na imprensa. -
7:00 - 7:05Ele não enviou os seus apoiantes
para as ruas com cartazes de protesto, -
7:05 - 7:07com forquilhas ou com armas.
-
7:07 - 7:10Mal o tribunal disse que
a contagem de votos estava terminada, -
7:10 - 7:13ele desistiu em favor de George W. Bush.
-
7:14 - 7:16Porque é isso que fazemos,
-
7:16 - 7:18é assim que fazemos as coisas por aqui.
-
7:18 - 7:20Não se luta nas entradas adicionais.
-
7:20 - 7:23Talvez até 2020,
-
7:23 - 7:26quando um dos principais candidatos já diz
-
7:26 - 7:29que poderá não aceitar o resultado.
-
7:29 - 7:31Maldito 2020.
-
7:31 - 7:34Portanto, o que é que pode acontecer?
-
7:34 - 7:35Em vez de reconhecer a derrota,
-
7:35 - 7:39um candidato perdedor
pode lançar uma luta feroz -
7:39 - 7:40para agarrar o poder, seja como for,
-
7:40 - 7:42ou para se manter no poder, seja como for.
-
7:42 - 7:45Nos tribunais, nas câmaras
dos representantes de cada estado, -
7:45 - 7:48no Colégio Eleitoral e até no Congresso.
-
7:48 - 7:51Podem, por exemplo, dar entrada
a dúzias de ações judiciais -
7:51 - 7:55numa tentativa de bloquear a contagem
de milhões de votos por correio, -
7:55 - 7:58dizendo que são uma fraude
e deviam ser deitados fora. -
7:58 - 8:00Depois, podem exigir
-
8:00 - 8:02que os estados se recusem
a certificar a eleição -
8:02 - 8:04por causa das alegações de fraude
-
8:04 - 8:07ou de interferência
de um poder estrangeiro. -
8:07 - 8:12Ou o partido perdedor pode enviar
uma lista rival de eleitores -
8:12 - 8:15ao Colégio Eleitoral
ou ao Congresso e dizer: -
8:15 - 8:17"Nós somos os verdadeiros eleitores"
-
8:17 - 8:19e criar um problema com isso.
-
8:19 - 8:21Qualquer uma destas coisas
pode causar tamanha confusão -
8:21 - 8:23no Colégio Eleitoral e no Congresso,
-
8:23 - 8:28que esta questão pode ir ter
à Câmara dos Representantes -
8:28 - 8:30pela primeira vez desde o século XIX.
-
8:30 - 8:34Mas é aqui que isto se torna
perfeitamente absurdo. -
8:34 - 8:39Se a eleição presidencial
acabar na Câmara dos Representantes, -
8:40 - 8:44eles não precisam de ter em atenção
o voto popular ou o voto eleitoral. -
8:45 - 8:48É como se a eleição
nunca tivesse acontecido. -
8:48 - 8:50E depois ainda fica mais absurdo.
-
8:51 - 8:55O cálculo final na Câmara
não é feito com os delegados -
8:55 - 8:56mas com uma delegação,
-
8:56 - 9:01ou seja, os congressistas
não votam de forma individual. -
9:01 - 9:03É feito ao nível de estados.
-
9:03 - 9:05Agora vejam isto.
-
9:05 - 9:09Em 2020, a maioria dos americanos
vive em estados azuis, -
9:09 - 9:11mas há mais estados vermelhos.
-
9:11 - 9:14Portanto, há a possibilidade
-
9:14 - 9:17de os Republicanos
na Câmara dos Representantes -
9:17 - 9:21poderem escolher o seu candidato
para ser presidente, -
9:21 - 9:23mesmo sem o voto popular
-
9:24 - 9:26ou sem maioria no Colégio Eleitoral.
-
9:26 - 9:27Isso pode acontecer.
-
9:27 - 9:30Algumas pessoas
chamariam a esse resultado -
9:30 - 9:32um golpe de estado
perfeitamente legal -
9:32 - 9:34e perfeitamente constitucional
-
9:34 - 9:39contra a ideia de governação
maioritária nos EUA. -
9:39 - 9:42Isto é possível, de acordo
com a nossa Constituição -
9:42 - 9:43e pode acontecer este ano.
-
9:43 - 9:45Então o que se pode fazer?
-
9:45 - 9:46Lembrem-se disto:
-
9:46 - 9:50se a margem de vitória
for verdadeiramente grande, -
9:50 - 9:53o partido do candidato perdedor
vai simplesmente afastar-se -
9:53 - 9:55e deixar o seu líder perder.
-
9:55 - 9:58Ninguém vai arriscar
uma crise constitucional -
9:58 - 10:01para salvar alguém que é impopular.
-
10:02 - 10:04Mas se a eleição for bastante disputada,
-
10:04 - 10:07nada está garantido.
-
10:07 - 10:10E depois a eleição continuaria
muito para além da noite eleitoral. -
10:10 - 10:12Vocês poderão estar a lidar com o impacto
-
10:12 - 10:15deste novo processo
do qual nunca ouviram falar. -
10:15 - 10:18Vão ter de estar a fazer pressão,
-
10:18 - 10:20a protestar, a denunciar,
a contactar legisladores -
10:20 - 10:23e a fazer parte de todo um processo
no qual nunca antes participaram. -
10:24 - 10:28Portanto, confrontados
com este novo cenário desconhecido, -
10:28 - 10:29o que é que se pode fazer?
-
10:29 - 10:31Como é que é suposto agirmos?
-
10:31 - 10:34O que é que é suposto
fazermos nesta situação? -
10:34 - 10:36Há três coisas importantes.
-
10:36 - 10:40Número um, estar informados.
-
10:40 - 10:43Algumas organizações progressivas
já estão a trabalhar arduamente -
10:43 - 10:45para avisar os americanos
desta ameaça crescente -
10:45 - 10:47para a nossa democracia.
-
10:47 - 10:50Algumas organizações que podem
pesquisar por vocês mesmos são: -
10:50 - 10:52choosedemocracy.us,
-
10:52 - 10:55electiontaskforce.org,
-
10:55 - 10:57protectdemocracy.org,
-
10:57 - 10:59mobilize.us,
-
10:59 - 11:01allamericans.org,
-
11:01 - 11:02civicalliance.com
-
11:02 - 11:06e o painel Contra-Ataque em demos.org.
-
11:06 - 11:08Estes grupos estão a trabalhar nisto.
-
11:08 - 11:10Agora, na direita,
se é essa a vossa praia, -
11:10 - 11:13podem também verificar
a Fundação Heritage -
11:13 - 11:15e o Instituto de
Responsabilidade do Governo. -
11:15 - 11:17Eles estão focados na fraude eleitoral.
-
11:17 - 11:20Mas têm de estar informados,
seja qual for o vosso lado. -
11:20 - 11:21Número dois,
-
11:21 - 11:24têm de fazer barulho.
-
11:24 - 11:25Têm de fazer barulho.
-
11:25 - 11:30Em situações como esta, hoje em dia
todos são um canal de comunicação social. -
11:30 - 11:31Vocês são a comunicação social.
-
11:31 - 11:33Portanto usem a vossa voz
-
11:33 - 11:36e quando o fizerem, eis o meu conselho:
-
11:36 - 11:40defendam valores americanos universais
e não visões partidárias, OK? -
11:40 - 11:45Defendam os valores americanos
que todos os americanos deviam apoiar, -
11:45 - 11:46independentemente do seu partido.
-
11:46 - 11:49A ideia de que cada eleitor conta
-
11:49 - 11:51e de que cada voto devia ser contado
-
11:51 - 11:54é um valor americano. Ponto final.
-
11:54 - 11:57A noção que a maioria
deveria governar na América -
11:57 - 11:59é um valor americano.
-
11:59 - 12:02A ideia que um presidente
em exercício de funções -
12:02 - 12:05deve reconhecer a derrota
de forma honrosa e elegante -
12:06 - 12:08e assegurar que existe
uma transferência de poder pacífica, -
12:08 - 12:11em vez de usar truques
para se agarrar ao poder, -
12:11 - 12:13também é um valor americano.
-
12:13 - 12:14Se mantiverem esses valores
-
12:14 - 12:16vão ser ouvidos por muitas mais pessoas
-
12:16 - 12:18e vão ajudar a unir o país.
-
12:18 - 12:21E por último, votar não é suficiente.
-
12:21 - 12:23Vão ter de ser proativos e de se envolver.
-
12:23 - 12:26Podem associar-se e apoiar
com o vosso dinheiro. -
12:26 - 12:28Algumas organizações existentes,
que são grupos poderosos, -
12:28 - 12:31como a Conferência da Liderança
dos Direitos Civis, -
12:31 - 12:32a ACLU,
-
12:32 - 12:35a NAACP, o Fundo de Defesa Legal,
-
12:35 - 12:37o Indivisível e a ColorOfChange.org
-
12:37 - 12:40são grupos que vão estar a lutar
nos tribunais e no Congresso -
12:40 - 12:43para tentar garantir
que temos um resultado justo. -
12:43 - 12:46Estes grupos podiam
ter a vossa ajuda e doações. -
12:46 - 12:48Mas se chegar a um ponto
-
12:48 - 12:52em que sentem que
têm de invadir as ruas, -
12:52 - 12:54que vão ter de sair de casa
-
12:54 - 12:57para se manifestarem,
para marchar e protestar, -
12:57 - 13:00por favor façam-no pacificamente.
-
13:00 - 13:03Isto não é apenas filosofia ou moralidade.
-
13:03 - 13:05Muitos estudos têm comprovado
-
13:05 - 13:08que são os protestos pacíficos
os mais bem sucedidos -
13:08 - 13:10para contestar estes pseudo-ditadores
-
13:10 - 13:12e a impedir tentativas
de golpe de estado. -
13:13 - 13:16Porquê os pacíficos? Porque quando
os protestos se tornam violentos, -
13:16 - 13:20todo o caos e carnificina
afasta os apoiantes. -
13:20 - 13:22Portanto, em vez das manifestações
-
13:22 - 13:24e dos protestos crescerem,
-
13:24 - 13:25eles começam a encolher.
-
13:25 - 13:28Dessa forma, parece aceitável
que o governo os reprima. -
13:28 - 13:31Portanto, é bem melhor
seguir as orientações -
13:31 - 13:33do falecido Gene Sharp.
-
13:33 - 13:36Ele escreveu maravilhosamente
-
13:36 - 13:39sobre como se pode
travar um golpe de estado -
13:39 - 13:41de forma estratégica
-
13:41 - 13:45apenas com protestos inteligentes,
fortes em disciplina e sem violência. -
13:46 - 13:49Muitas das suas ideias,
que têm influenciado muitas pessoas, -
13:49 - 13:52estão disponíveis num novo manual
-
13:52 - 13:54intitulado "Resistam".
-
13:54 - 13:55Podem pesquisá-lo.
-
13:55 - 13:58Chama-se "Resistam: O Guia
para a Defesa da Democracia". -
13:58 - 14:02Podem ter acesso a ele
em holdthelineguide.com. -
14:02 - 14:05O guia pode fornecer-vos
uma fantástica abordagem -
14:05 - 14:08para progredirem de forma
pacífica e inteligente, -
14:08 - 14:11se realmente acharem
que têm de tomar as ruas. -
14:11 - 14:13É assim, eu sei que isto tudo
é imensa coisa -
14:13 - 14:17e admito que alguns destes passos
podem não ser suficientes. -
14:17 - 14:19Um presidente verdadeiramente ignóbil
-
14:19 - 14:22pode chamar milícias armadas privadas
-
14:22 - 14:26para tentar intimidar os legisladores
de forma a manterem-no no poder -
14:26 - 14:29ou pode simplesmente abusar
dos seus poderes de emergência -
14:29 - 14:31e ficar no cargo indefinidamente.
-
14:31 - 14:33Nós temos alguns problemas
bem reais no nosso sistema. -
14:33 - 14:35A melhor forma para travar
um golpe de estado -
14:35 - 14:38é modernizar e fortalecer
o nosso sistema democrático -
14:38 - 14:39logo que a eleição acabe.
-
14:39 - 14:42Talvez tenhamos primeiro
de repensar, reconfigurar -
14:42 - 14:47ou livrar-nos desta coisa
do Colégio Eleitoral. -
14:48 - 14:51Eu sei que temos de fazer
um melhor trabalho -
14:51 - 14:53para proteger os direitos dos eleitores,
-
14:53 - 14:55de processar a intimidação de eleitores
-
14:55 - 14:57e que temos de garantir
que temos a tecnologia -
14:57 - 15:01para que ninguém
precise de recear fraude eleitoral. -
15:01 - 15:03Estes são os passos que vamos ter de dar
-
15:03 - 15:05para ter a certeza
que temos uma democracia -
15:05 - 15:07e que a democracia perdura.
-
15:07 - 15:09Porque nunca se esqueçam disto:
-
15:09 - 15:12na longa história humana
-
15:12 - 15:14uma república democrática
-
15:14 - 15:17é a forma mais rara de governo na Terra.
-
15:17 - 15:20As democracias são frágeis.
-
15:20 - 15:23As democracias podem falhar.
-
15:23 - 15:27E o que os cidadãos fazem ou não fazem
num momento de crise -
15:27 - 15:30pode determinar o destino final
-
15:30 - 15:33de um governo do povo,
pelo povo e para o povo. -
15:33 - 15:36Portanto vamos fazer o nosso melhor
e vamos votar, mas, desta vez, -
15:36 - 15:38temos de estar atentos e ativos,
-
15:38 - 15:40mesmo depois dos votos
terem sido contados. -
15:40 - 15:42Temos de estar sempre ativos
-
15:42 - 15:44até ao dia da tomada de posse.
-
15:44 - 15:46Mas quero dizer-vos,
-
15:46 - 15:50eu vou apoiar o vencedor
de uma eleição livre e justa, -
15:50 - 15:52independentemente de quem ganhar
-
15:52 - 15:55e vou-me opor a qualquer pseudo-vencedor
-
15:55 - 15:59que vence porque manipulou o processo
como nunca antes se tinha visto. -
15:59 - 16:04Porque cada americano deve estar disposto
a reconhecer a vitória numa eleição, -
16:04 - 16:06mas nenhum americano deve abdicar
-
16:07 - 16:10dos princípios nucleares da democracia.
-
16:10 - 16:12Obrigado.
- Title:
- E se um candidato presidencial dos EUA se recusar a reconhecer a derrota após uma eleição?
- Speaker:
- Van Jones
- Description:
-
Quando a eleição presidencial americana de 2020 está próxima, a corrida pode-se arrastar para os tribunais e para os corredores do Congresso até muito depois da votação, diz o advogado e comentador político Van Jones. Através de uma explicação de porque é que o tradicional discurso da derrota é uma das salvaguardas mais importantes da democracia, Jones expõe as chocantes lacunas legais que podem permitir que um candidato se agarre ao poder mesmo que perca o voto popular e o Colégio Eleitoral e descrevendo, por fim, o que os cidadãos comuns podem fazer se não se verificar uma transferência de poder pacífica.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 16:25