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A vida que se desenrola no interior das células, revelada em 3D

  • 0:01 - 0:05
    Tentar compreender a vida
    sem a observar devidamente em ação
  • 0:05 - 0:09
    é como um extraterrestre tentar
    compreender as regras do futebol
  • 0:09 - 0:10
    a partir de alguns instantâneos.
  • 0:10 - 0:12
    Podemos aprender muita coisa
    com essas imagens.
  • 0:12 - 0:15
    Por exemplo, há jogadores
    em campo e fora do campo.
  • 0:15 - 0:16
    Há uma banda.
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    Até há claques que vibram
    ao assistir ao jogo.
  • 0:20 - 0:23
    E, claro, apesar de obtermos
    todas estas informações,
  • 0:23 - 0:26
    a partir da observação dessas imagens,
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    não conseguimos perceber
    as regras do jogo.
  • 0:28 - 0:30
    Para podermos fazer isso,
  • 0:30 - 0:32
    precisamos de observar o jogo em ação.
  • 0:33 - 0:36
    Muito do que sabemos
    sobre como funciona a vida
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    provém da observação
    desses instantâneos.
  • 0:38 - 0:42
    Os cientistas têm conseguido descobrir
    muita coisa, observando esses instantâneos
  • 0:42 - 0:46
    mas, no final de contas, para eles
    compreenderem como funciona a vida,
  • 0:46 - 0:48
    precisam de a observar em ação.
  • 0:48 - 0:51
    Isso é, essencialmente,
    onde a vida acontece,
  • 0:51 - 0:55
    é tentar compreender como funciona
    a unidade fundamental da vida.
  • 0:55 - 0:57
    Para podermos observar isso,
  • 0:57 - 1:00
    precisamos de compreender
    como é a vida.
  • 1:01 - 1:03
    Em comparação com esta formiga,
  • 1:03 - 1:07
    o volume de uma célula humana
    é cerca de cem milhões de vezes menor.
  • 1:07 - 1:09
    Estão a ver a célula
    que está ao lado da formiga?
  • 1:10 - 1:11
    Está ali mesmo.
  • 1:11 - 1:13
    Para podermos observar esta célula,
  • 1:13 - 1:16
    precisamos de tornar visível o invisível
  • 1:16 - 1:18
    e conseguimos isso
    construindo microscópios.
  • 1:18 - 1:20
    Não são microscópios destes:
  • 1:20 - 1:22
    os que construímos
    são mais parecidos com isto.
  • 1:22 - 1:25
    Ajuda eu ser como um "paparazzi"
    — bem, mais ou menos,.
  • 1:25 - 1:27
    Em vez de tirar fotos a pessoas,
  • 1:27 - 1:30
    estou mais interessado
    em tirar fotos a células famosas.
  • 1:32 - 1:34
    A minha carreira, até este momento,
  • 1:34 - 1:36
    tem sido bastante tortuosa.
  • 1:36 - 1:38
    Começou com uma obsessão infantil
  • 1:38 - 1:40
    e paixão assolapada
    pela ciência informática
  • 1:40 - 1:44
    que fez uma viragem total
    para a engenharia
  • 1:44 - 1:46
    e, mais recentemente,
  • 1:46 - 1:51
    outra viragem total para tentar
    compreender a biologia celular.
  • 1:51 - 1:54
    É esta combinação de disciplinas
  • 1:54 - 1:56
    que me levou aonde me encontro hoje.
  • 1:56 - 1:59
    Consigo realizar
    investigação interdisciplinar
  • 1:59 - 2:01
    com um objetivo bem definido.
  • 2:01 - 2:04
    A ideia é conseguir avançar
    com inovação e descoberta
  • 2:04 - 2:07
    reunindo especialistas
    destas disciplinas diferenciadas
  • 2:07 - 2:09
    para trabalharem em conjunto
  • 2:09 - 2:12
    e resolverem problemas
    que, sozinhos, nenhum de nós pode.
  • 2:13 - 2:15
    Estamos interessados
    em compreender a célula.
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    A célula... o que é isso?
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    É a unidade fundamental da vida.
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    Em termos simples, é um simples saco.
  • 2:21 - 2:24
    É um saco que tem biliões
    de moléculas inanimadas,
  • 2:24 - 2:27
    quer sejam proteínas,
    carboidratos, lípidos ou gordura.
  • 2:27 - 2:29
    Acontece que, nos últimos
    50 anos do século passado,
  • 2:29 - 2:32
    os biólogos e bioquímicos moleculares
    arranjaram formas
  • 2:32 - 2:34
    de pôr estas proteínas a brilhar.
  • 2:35 - 2:37
    Elas iluminam-se
    como se fossem pirilampos.
  • 2:37 - 2:40
    Os fabricantes de microscópios
    têm conseguido fabricar
  • 2:40 - 2:42
    instrumentos cada vez melhores
  • 2:42 - 2:44
    para captarem esta luz
    emitida por essas moléculas
  • 2:44 - 2:49
    e os cientistas informáticos e matemáticos
    conseguiram compreender os sinais
  • 2:49 - 2:52
    que estão a ser registados por câmaras.
  • 2:52 - 2:54
    Reunindo todos estes instrumentos,
  • 2:54 - 2:58
    estamos a conseguir compreender
    a organização dessas moléculas
  • 2:58 - 3:00
    no interior das células,
  • 3:00 - 3:02
    compreender as suas mudanças
    ao longo do tempo
  • 3:02 - 3:05
    e é isso, essencialmente,
    aquilo em que estamos interessados,
  • 3:05 - 3:08
    é tentar compreender
    a vida na sua essência.
  • 3:08 - 3:10
    Queremos passar de obter imagens da vida
  • 3:10 - 3:13
    que, habitualmente,
    estavam limitadas a duas dimensões,
  • 3:13 - 3:16
    para obter imagens da vida
    a três dimensões.
  • 3:16 - 3:19
    Como é que transformamos
    uma imagem 2D numa imagem 3D?
  • 3:19 - 3:21
    Acontece que é muito simples.
  • 3:21 - 3:23
    Juntamos uma série de imagens
    a duas dimensões
  • 3:23 - 3:26
    à medida que movimentamos
    a amostra para cima e para baixo,
  • 3:26 - 3:28
    e empilhamos essas imagens
    umas em cima das outras
  • 3:28 - 3:30
    criando um volume 3D.
  • 3:30 - 3:33
    O problema com esta abordagem
    é que os microscópios tradicionais
  • 3:33 - 3:35
    lançam demasiada energia no sistema.
  • 3:35 - 3:38
    Isso significa que esta célula
    que estão a ver ali em cima,
  • 3:38 - 3:41
    está a sofrer muita toxicidade luminosa
  • 3:41 - 3:43
    e isso é um problema.
  • 3:43 - 3:45
    Vou explicar-me um pouco melhor.
  • 3:45 - 3:48
    Por exemplo, digamos que, neste planeta,
  • 3:48 - 3:51
    a vida evoluiu sob um único sol, certo?
  • 3:51 - 3:54
    Digamos que eu queria observar
    os fregueses nesta rua
  • 3:54 - 3:56
    para perceber quais são
    os seus hábitos de compra:
  • 3:56 - 3:58
    quanto tempo se demoram
    em frente das montras,
  • 3:58 - 4:00
    em quantas lojas entram
  • 4:00 - 4:02
    e quanto tempo passam
    dentro de cada loja.
  • 4:02 - 4:05
    E, se eu estiver sentado num café
    a ver as pessoas passar,
  • 4:05 - 4:08
    muitas delas nem reparam
    que eu estou a observá-las.
  • 4:08 - 4:09
    Mas, e se eu, de repente,
  • 4:09 - 4:12
    iluminar a cena com a luz equivalente
  • 4:12 - 4:16
    a, digamos, 5 ou 10 sóis diferentes?
  • 4:17 - 4:20
    Eles continuariam a comportar-se
    como fazem normalmente?
  • 4:20 - 4:23
    Demorar-se-iam cá fora
    o mesmo tempo?
  • 4:23 - 4:26
    Posso acreditar que o comportamento
    deles não se alterava
  • 4:26 - 4:29
    em consequência de estarem expostos
    a tanta luz do sol?
  • 4:30 - 4:31
    Não.
  • 4:31 - 4:33
    A maioria dos microscópios atuais
  • 4:33 - 4:35
    e dos microscópios convencionais
  • 4:35 - 4:39
    podem emitir 10 a 10 000 vezes
    mais luz solar
  • 4:39 - 4:43
    do que a luz a que estamos expostos
    neste planeta, onde a vida evoluiu.
  • 4:43 - 4:45
    Por causa disso,
  • 4:45 - 4:48
    e porque eu sou uma espécie
    de "paparazzi" das células,
  • 4:48 - 4:51
    precisamos de ter muito cuidado
    quanto à quantidade de luz
  • 4:51 - 4:53
    que projetamos na célula.
  • 4:53 - 4:56
    De outra forma, podemos acabar
    com uma célula frita.
  • 4:56 - 4:58
    E acontece que não é nada natural
  • 4:58 - 5:01
    tentar observar uma célula danificada
  • 5:01 - 5:05
    cujo comportamento
    foi significativamente alterado.
  • 5:06 - 5:09
    Vejamos esta célula, por exemplo.
  • 5:09 - 5:11
    Está assente numa lâmina de vidro.
  • 5:11 - 5:13
    Estão a ver as manchas por toda a parte?
  • 5:13 - 5:15
    Estas manchas representam
    máquinas moleculares
  • 5:15 - 5:17
    que se estão a montar
    na superfície da célula,
  • 5:17 - 5:22
    a fim de poderem transportar o alimento
    do exterior para dentro da célula.
  • 5:22 - 5:25
    O nosso laboratório usa uma a chamada
    microscopia de lâmina de luz reticulada
  • 5:25 - 5:28
    que gera uma faixa de luz
    extremamente fina,
  • 5:28 - 5:30
    que pretende não danificar as células
  • 5:30 - 5:32
    ou não introduzir
    demasiada luz no sistema.
  • 5:32 - 5:34
    Quando fazemos isto,
  • 5:34 - 5:38
    podemos observar a dinâmica
    desse processo, durante muito mais tempo
  • 5:38 - 5:41
    sem exercer pressão nessas células.
  • 5:41 - 5:44
    Temos usado esta técnica
    microscópica e estes instrumentos
  • 5:44 - 5:46
    para compreender
    como é que os vírus infetam as células.
  • 5:46 - 5:49
    Neste exemplo, expusemos
    a célula ao rotavírus.
  • 5:49 - 5:51
    É um agente patogénico
    extremamente contagioso
  • 5:51 - 5:54
    que mata mais de 200 000 pessoas por ano.
  • 5:54 - 5:57
    Observando estas moléculas,
    estas partículas de vírus,
  • 5:57 - 5:59
    como se espalham
    pela superfície das células,
  • 5:59 - 6:02
    podemos compreender
    as regras por que se regem.
  • 6:02 - 6:05
    Quando compreendermos essas regras,
    podemos começar a iludi-las,
  • 6:05 - 6:08
    quer através de terapias
    com medicamentos inteligentes,
  • 6:08 - 6:10
    para minimizar, gerir ou mesmo impedir
  • 6:10 - 6:13
    que o vírus se fixe na célula,
    primeiro que tudo.
  • 6:14 - 6:16
    Tornámos visível o invisível,
  • 6:17 - 6:18
    mas mantém-se a questão:
  • 6:18 - 6:21
    quando é que podemos acreditar
    naquilo que vemos?
  • 6:21 - 6:23
    Tudo aquilo que vos mostrei
    até agora,
  • 6:23 - 6:25
    tem sido uma célula prisioneira
    numa lâmina de vidro
  • 6:25 - 6:27
    ou numa placa de Petri,
  • 6:27 - 6:31
    Acontece que as células
    não evoluem numa lâmina de vidro
  • 6:31 - 6:32
    Elas não evoluem isoladamente
  • 6:33 - 6:35
    e não evoluem fora
    do seu contexto fisiológico.
  • 6:35 - 6:38
    Para compreender realmente
    o comportamento natural das células,
  • 6:38 - 6:44
    precisamos de as observar em ação,
    no local a que pertencem.
  • 6:44 - 6:48
    Então, observemos este sistema complexo.
  • 6:48 - 6:51
    Isto é um embrião
    de peixe-zebra em desenvolvimento,
  • 6:51 - 6:54
    onde observamos células
    que se estão a organizar
  • 6:54 - 6:57
    a fim de formar tecidos,
    para formarem sistemas de órgãos.
  • 6:57 - 7:00
    Observando o filme de novo,
    vemos que, ao fim de umas 20 horas,
  • 7:00 - 7:03
    começa a formar-se o olho
    e o rabo do peixe-zebra.
  • 7:03 - 7:05
    Podemos observar isto,
    não nesta resolução baixa,
  • 7:05 - 7:08
    podemos observar isto
    com um pormenor sofisticado,
  • 7:08 - 7:10
    e queremos observar isto
    a três dimensões
  • 7:10 - 7:14
    ao longo de minutos, segundos,
    horas, ou até dias.
  • 7:15 - 7:17
    O problema com estes sistemas complexos
  • 7:17 - 7:20
    é que distorcemos a luz,
  • 7:20 - 7:22
    distorcemos a luz
    que projetamos sobre eles,
  • 7:22 - 7:25
    o que faz com que as imagens
    registadas fiquem esbatidas.
  • 7:25 - 7:29
    Acontece que os astrónomos
    tiveram um problema semelhante,
  • 7:29 - 7:30
    mas, para eles, o problema ocorre
  • 7:30 - 7:34
    quando eles tentam registar
    a luz de estrelas distantes
  • 7:34 - 7:36
    com telescópios que estão
    situados no planeta.
  • 7:37 - 7:40
    O problema é que, quando a luz viaja
    milhares de anos-luz,
  • 7:40 - 7:43
    e atinge a nossa atmosfera turbulenta,
    repentinamente,
  • 7:43 - 7:44
    a luz fica distorcida.
  • 7:45 - 7:48
    Mas, felizmente, eles também
    arranjaram uma solução para isto
  • 7:48 - 7:49
    há mais de 50 anos.
  • 7:49 - 7:52
    Geram uma estrela artificial
  • 7:52 - 7:54
    a cerca de 90 quilómetros
    da superfície da Terra
  • 7:54 - 7:56
    e usam essa luz,
  • 7:56 - 7:58
    que passa pela mesma atmosfera turbulenta,
  • 7:58 - 8:00
    tal como a luz da estrela distante
  • 8:00 - 8:03
    e conseguem compreender
    como é que a luz fica distorcida
  • 8:03 - 8:06
    e arranjam um espelho
    que pode mudar a forma dela
  • 8:06 - 8:08
    para compensar
    ou desfazer essa distorção.
  • 8:08 - 8:11
    Nós aproveitámos estas ideias
  • 8:11 - 8:13
    e implementámo-las
    no nosso sistema de microscópios.
  • 8:13 - 8:15
    Quando fizemos isso,
  • 8:15 - 8:18
    pudemos desfazer mais ou menos
    a complexidade da distorção
  • 8:18 - 8:20
    e a imprecisão que ocorria
  • 8:20 - 8:22
    em consequência dos sistemas complexos.
  • 8:22 - 8:24
    Fizemos isso com o peixe-zebra.
  • 8:24 - 8:28
    Gostamos do peixe-zebra
    porque, tal como nós, é um vertebrado,
  • 8:28 - 8:30
    mas, ao contrário de nós,
    é quase todo transparente.
  • 8:30 - 8:33
    Isso significa que, quando
    projetamos luz neles,
  • 8:33 - 8:36
    podemos observar as dinâmicas
    celular e subcelular
  • 8:36 - 8:37
    com um pormenor sofisticado.
  • 8:37 - 8:39
    Vou mostrar-vos um exemplo.
  • 8:40 - 8:44
    Neste vídeo, estamos a ver a espinha
    e o músculo dum peixe-zebra.
  • 8:45 - 8:48
    Podemos ver a organização das células
  • 8:48 - 8:52
    — centenas de células
    neste volume, em especial —
  • 8:52 - 8:54
    na presença e na ausência
    de óticas adaptativas.
  • 8:54 - 8:56
    Com estes instrumentos,
  • 8:56 - 9:00
    podemos observar mais nitidamente
    do que conseguíamos anteriormente.
  • 9:01 - 9:02
    E, num exemplo muito específico,
  • 9:02 - 9:05
    ao ver como o olho se desenvolve
    no peixe-zebra,
  • 9:05 - 9:06
    podemos ver o movimento
  • 9:06 - 9:09
    no interior do embrião em desenvolvimento
    deste peixe-zebra.
  • 9:09 - 9:12
    Vemos as células que dançam em volta.
  • 9:12 - 9:15
    Num dos exemplos, vemos
    como a célula se está a dividir.
  • 9:15 - 9:16
    Noutro exemplo,
  • 9:16 - 9:18
    vemos as células
    a tentarem chegar a sítios
  • 9:18 - 9:20
    e a apertarem-se contra outra célula.
  • 9:20 - 9:24
    E no último exemplo, vemos uma célula
    a empurrar grosseiramente as vizinhas,
  • 9:24 - 9:25
    dando-lhes encontrões.
  • 9:25 - 9:27
    Estão a ver?
  • 9:27 - 9:32
    Esta tecnologia permite-nos
    observar cada vez melhor
  • 9:32 - 9:35
    quase como se estivéssemos a ver
    células isoladas numa lâmina de vidro
  • 9:35 - 9:37
    onde são mantidas prisioneiras.
  • 9:37 - 9:40
    Para demonstrar a promessa
    que esta tecnologia contém,
  • 9:40 - 9:43
    fizemos parcerias com alguns
    dos melhores cientistas de todo o mundo.
  • 9:43 - 9:46
    Começámos a colocar
    uma série de questões fundamentais
  • 9:46 - 9:48
    em que já começámos
    a trabalhar m conjunto.
  • 9:48 - 9:51
    Por exemplo, como é que o cancro
    se espalha pelo corpo?
  • 9:51 - 9:54
    Neste exemplo, estamos a ver
    células humanas de cancro da mama
  • 9:54 - 9:56
    que estão em vias de migrar,
  • 9:56 - 9:59
    utilizando os vasos sanguíneos
    que estão marcados a magenta.
  • 9:59 - 10:02
    Estão a usar estes vasos sanguíneos
    como autoestradas
  • 10:02 - 10:04
    para se movimentarem.
  • 10:04 - 10:06
    Vemo-las esgueirando-se
    pelos vasos sanguíneos.
  • 10:06 - 10:08
    Vemo-las rolando
    sempre que há espaço suficiente.
  • 10:08 - 10:12
    Num dos exemplos, vemos
    o que parece ser um "trailer"
  • 10:12 - 10:14
    para um próximo filme
    "Alien, o Oitavo Passageiro".
  • 10:14 - 10:17
    Esta célula cancerosa está a tentar
    abrir caminho pelo vaso sanguíneo
  • 10:17 - 10:20
    para invadir outra parte do corpo.
  • 10:22 - 10:23
    No último exemplo que vou mostrar
  • 10:24 - 10:26
    estamos a tentar compreender
    como se desenvolve a orelha.
  • 10:26 - 10:30
    Neste caso, fomos totalmente
    ofuscados por neutrófilos rastejantes.
  • 10:30 - 10:33
    Estas células imunitárias estão
    basicamente sempre a patrulhar,
  • 10:33 - 10:35
    Nunca descansam.
  • 10:35 - 10:38
    Estão sempre a trabalhar para perceberem
    se há qualquer perigo estranho
  • 10:38 - 10:41
    a tentar perceber
    se há qualquer infeção.
  • 10:41 - 10:45
    Eles auscultam o ambiente,
    estão em constante movimento.
  • 10:45 - 10:49
    Agora podemos ver estas imagens
    e estes movimentos
  • 10:49 - 10:54
    com maior pormenor do que
    era possível ver até agora.
  • 10:54 - 10:56
    Como acontece com todas
    as novas tecnologias,
  • 10:57 - 10:59
    com as novas capacidades
    aparecem novos problemas.
  • 11:00 - 11:03
    Para nós, o maior é como
    manipulamos os dados.
  • 11:03 - 11:06
    Estes microscópios geram
    uma tonelada de dados.
  • 11:06 - 11:10
    Geramos entre um a três terabytes
    de dados por hora.
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    Para colocar em contexto,
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    estamos a encher dois milhões
    de disquetes por hora,
  • 11:15 - 11:18
    para os membros da audiência
    com mais experiência.
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    (Risos)
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    Mais ou menos, cerca de 500 DVD
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    ou, para colocar num contexto
    melhor para a geração Z,
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    enchemos por hora
    cerca de uma dúzia de iPhones 11.
  • 11:31 - 11:33
    Temos uma tonelada de dados.
  • 11:33 - 11:35
    Temos de encontrar
    novas formas de visualizar isto,
  • 11:35 - 11:39
    novas formas de extrair informações
    biologicamente significativas
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    destes conjuntos de dados.
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    Mais importante ainda,
  • 11:42 - 11:45
    queremos garantir que podemos
    pôr estes microscópios avançados
  • 11:45 - 11:48
    nas mãos de cientistas de todo o mundo.
  • 11:48 - 11:52
    Vamos disponibilizar gratuitamente
    os planos destes microscópios.
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    Mas a parte fundamental
  • 11:53 - 11:56
    é que precisamos de colaborar
    ainda mais para causar impacto.
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    Estamos a reunir cientistas
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    que podem desenvolver
    novos instrumentos biológicos e químicos.
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    Estamos a trabalhar em conjunto
    com cientistas de informação
  • 12:04 - 12:06
    e cientistas instrumentalistas
  • 12:06 - 12:08
    para conseguirmos obter
    e gerir os dados.
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    E, como estamos a disponibilizar
    estes instrumentos, gratuitamente,
  • 12:11 - 12:14
    para a academia e instituições
    sem fins lucrativos,
  • 12:14 - 12:17
    estamos a criar centros de imagiologia
    avançada para os guardar,
  • 12:17 - 12:20
    para conseguirmos reunir o grupo
    de pessoas que sejam microscopistas,
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    que sejam biólogos e informáticos,
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    e criar uma equipa que consiga
    resolver o tipo de problemas
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    que cada um de nós, individualmente,
    não consegue resolver.
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    Graças a estes microscópios,
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    a fronteira da ciência
    está novamente aberta.
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    Por isso, vamos observar em conjunto.
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    Obrigado.
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    (Aplausos)
Title:
A vida que se desenrola no interior das células, revelada em 3D
Speaker:
Gokul Upadhyayula
Description:

Para compreender como funciona a vida, precisamos de a observar em ação, diz Gokul Upadhyayula, cientista de bioimagem. Transportando-nos ao nível celular, revela o mundo por detrás dos microscópios de ponta, que captam e registam, a três dimensões, os complexos comportamentos dos organismos vivos — de células cancerosas infecciosas a células imunitárias — e o que elas nos revelam sobre a dinâmica da biologia. Vejam a vida a desenrolar-se em frente dos nossos olhos, com os incríveis visuais desta palestra.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
12:51

Portuguese subtitles

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