O passado, o presente e o futuro do vício da nicotina.
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0:01 - 0:03Vou contar-vos uma história.
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0:04 - 0:06Vou contar-vos uma história
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0:06 - 0:09sobre como surgiu
o bem de consumo mais mortal -
0:09 - 0:10que possam imaginar.
-
0:10 - 0:12É o cigarro.
-
0:13 - 0:15O cigarro é o único bem de consumo
-
0:15 - 0:18que, quando usado como previsto,
-
0:18 - 0:22matará, prematuramente, metade
dos utilizadores, a longo prazo. -
0:22 - 0:24Mas também é uma história
-
0:24 - 0:27sobre o que fazemos na Administração
de Alimentos e Drogas (FDA), -
0:27 - 0:30e, especificamente,
o trabalho que estamos a fazer -
0:30 - 0:33para criar o cigarro do futuro,
-
0:33 - 0:37que não conseguirá
criar ou alimentar o vício. -
0:38 - 0:42Muitas pessoas pensam que o problema
do tabaco ou do cigarro -
0:42 - 0:43já está resolvido nos EUA
-
0:43 - 0:45por causa do ótimo progresso
-
0:45 - 0:48feito nos últimos 40, 50 anos
-
0:48 - 0:50em relação ao seu consumo
e predomínio. -
0:50 - 0:52E é verdade;
-
0:52 - 0:55as taxas de tabagismo
estão historicamente baixas. -
0:56 - 0:59É verdade tanto para os adultos
como para os miúdos. -
0:59 - 1:02É verdade que aqueles
que continuam a fumar -
1:02 - 1:05estão a fumar menos cigarros por dia
-
1:05 - 1:07do que em qualquer época na história.
-
1:08 - 1:12Mas, e se eu vos dissesse
que o uso do tabaco, -
1:12 - 1:14sobretudo pela exposição direta
-
1:14 - 1:18e, depois, pela exposição
ao fumo dos cigarros, -
1:18 - 1:22continua a ser a principal causa
de doenças e mortes -
1:22 - 1:24que podiam ser evitadas neste país?
-
1:24 - 1:26Bem, isso é verdade.
-
1:27 - 1:31E se eu vos dissesse que isso está
atualmente a matar mais pessoas -
1:31 - 1:33do que pensávamos?
-
1:34 - 1:36Isso também é verdade.
-
1:37 - 1:39Fumar mata mais pessoas por ano
-
1:39 - 1:41do que o álcool, a SIDA,
os acidentes de viação, -
1:41 - 1:45do que as drogas ilegais, os assassínios
e os suicídios, tudo junto, -
1:45 - 1:47a cada ano que passa.
-
1:48 - 1:50Em 2014,
-
1:51 - 1:53o antecessor do Dr. Adams
-
1:53 - 1:56publicou o 50.º relatório
do diretor da Saúde Pública -
1:56 - 1:58sobre o tabaco e a saúde.
-
1:58 - 2:02Esse relatório mostrou o aumento
do número total anual de vítimas do tabaco -
2:02 - 2:05porque a lista de doenças
relacionadas com o tabaco -
2:05 - 2:06aumentou.
-
2:06 - 2:08Atualmente, a estimativa conservadora
-
2:08 - 2:13é que fumar mata
480 mil americanos por ano. -
2:13 - 2:16São mortes completamente evitáveis.
-
2:17 - 2:20Como lidamos com uma estatística destas?
-
2:20 - 2:23Ouvimos falar muito nesta conferência
-
2:23 - 2:27de experiências pessoais e individuais.
-
2:27 - 2:30Como lidamos com isso
a nível da população, -
2:30 - 2:33quando há 480 mil mães,
-
2:33 - 2:37pais, irmãs, irmãos, tias e tios
-
2:37 - 2:41que morrem desnecessariamente
todos os anos por causa do tabaco? -
2:42 - 2:47O que acontece quando pensamos
nesta trajetória para o futuro? -
2:47 - 2:50Basta fazermos umas contas:
-
2:50 - 2:54desde o 50.º aniversário do relatório
de Saúde Pública, há cinco anos, -
2:55 - 2:57quando foi divulgada
esta estatística terrível, -
2:57 - 2:59relativa apenas a meio século,
-
3:00 - 3:05já são mais de 17 milhões de mortes
que podiam ter sido evitadas, nos EUA -
3:05 - 3:07por causa do tabaco,
-
3:07 - 3:09sobretudo por causa dos cigarros.
-
3:10 - 3:12O diretor da Saúde Pública
chegou à conclusão -
3:12 - 3:19de que 5,6 milhões de crianças
existentes nos EUA, em 2014, -
3:19 - 3:24vão morrer prematuramente
por causa do cigarro. -
3:24 - 3:27São 5,6 milhões de crianças.
-
3:28 - 3:32Então este é um enorme problema
de saúde pública para todos nós -
3:32 - 3:35especialmente para nós,
entidades reguladoras, -
3:35 - 3:39na Administração de Alimentos e Drogas
e no Centro para Produtos do Tabaco -
3:39 - 3:41O que podemos fazer quanto a isto?
-
3:41 - 3:46O que podemos fazer para inverter
essa trajetória de doenças e mortes? -
3:47 - 3:53Nós temos um guia interessante
para clarificar problemas, por exemplo: -
3:54 - 3:57Como é que o cigarro se tornou
naquilo que conhecemos? -
3:57 - 4:01Qual a verdadeira natureza
da indústria do tabaco e dos cigarros? -
4:02 - 4:03Como se comporta a indústria
-
4:03 - 4:06num mercado historicamente
não regulamentado? -
4:06 - 4:08Este nosso guia
-
4:08 - 4:13são documentos internos anteriormente
secretos da indústria do tabaco. -
4:13 - 4:15Venham comigo
-
4:15 - 4:18numa máquina do tempo
dos documentos da indústria do tabaco. -
4:19 - 4:23Em 1963, faltavam 25 anos,
-
4:23 - 4:27para o diretor da Saúde Pública
conseguir chegar à conclusão -
4:27 - 4:30de que a nicotina e o cigarro
eram viciantes. -
4:30 - 4:34Isso só aconteceu, em 1998, no relatório
do diretor da Saúde Pública. -
4:35 - 4:38Em 1963, faltava um ano
-
4:38 - 4:43para o primeiro relatório, de 1964,
do administrador da Saúde Pública. -
4:45 - 4:47Lembro-me de 1964.
-
4:47 - 4:49Não me lembro desse relatório
-
4:49 - 4:51mas lembro-me de 1964.
-
4:51 - 4:53Eu era um miúdo a crescer
em Brooklyn, Nova Iorque. -
4:54 - 4:55Era uma época
-
4:55 - 5:00em que quase um em cada
dois adultos fumava, nos EUA. -
5:00 - 5:04Os meus pais eram grandes fumadores
nessa época. -
5:04 - 5:07O uso do tabaco estava normalizado
de forma tão incrível -
5:07 - 5:11— e isso não era na Carolina do Norte,
na Virgínia ou no Kentucky, -
5:11 - 5:13era em Brooklyn —
-
5:13 - 5:16que nós fazíamos cinzeiros
para os pais na aula de artes e ofícios. -
5:17 - 5:19(Risos)
-
5:20 - 5:23Os cinzeiros que eu fiz eram horríveis,
mas eram cinzeiros. -
5:23 - 5:25(Risos).
-
5:25 - 5:30Tão normalizado que me lembro de ver
um recipiente para cigarros -
5:30 - 5:33à entrada da nossa casa e noutras casas
-
5:33 - 5:37como um gesto de boas-vindas
para os amigos que nos iam visitar. -
5:38 - 5:41Ok, voltamos a 1963.
-
5:41 - 5:44O principal advogado
da Brown & Williamson, -
5:44 - 5:46que era então a terceira maior
companhia de cigarros nos EUA, -
5:46 - 5:48escreveu o seguinte:
-
5:48 - 5:49"A nicotina é viciante.
-
5:49 - 5:53"Portanto, estamos no negócio
de vender nicotina — uma droga viciante." -
5:53 - 5:55É uma declaração espantosa,
-
5:55 - 5:57tanto pelo que não diz
como pelo que diz. -
5:57 - 5:59Ele não diz que o negócio deles
é o cigarro. -
5:59 - 6:01Não diz que o negócio deles é o tabaco.
-
6:01 - 6:04Diz que o negócio deles é vender nicotina.
-
6:05 - 6:07Philip Morris, em 1972:
-
6:07 - 6:09"O cigarro não é um produto,
-
6:09 - 6:11"é uma embalagem.
-
6:11 - 6:13"O produto é a nicotina...
-
6:13 - 6:17"A embalagem é um recipiente que armazena
o fornecimento diário de nicotina... -
6:17 - 6:21"O cigarro é um distribuidor
de uma dose de nicotina". -
6:22 - 6:25Voltaremos mais adiante
a esta noção de dose. -
6:26 - 6:28E R.J Reynolds, em 1972:
-
6:28 - 6:30"De certo modo, a indústria do tabaco
pode ser encarada -
6:30 - 6:33"como um segmento especializado,
muito ritualizado e estilizado -
6:33 - 6:35"da indústria farmacêutica.
-
6:35 - 6:38"Os produtos do tabaco só servem
para administrar a nicotina, -
6:38 - 6:41"uma potente droga, com uma série
de efeitos fisiológicos". -
6:42 - 6:45Nessa época, e durante muitas décadas,
-
6:45 - 6:48a indústria negou totalmente
o poder viciante, em público, -
6:48 - 6:50e negou totalmente
a relação de causalidade. -
6:50 - 6:53Mas conheciam a verdadeira natureza
de seu negócio. -
6:53 - 6:54E de tempos em tempos,
-
6:54 - 6:58foram-se tornando públicos
problemas de saúde quanto aos cigarros, -
6:58 - 7:00conhecidos muitas décadas antes.
-
7:00 - 7:02Como é que a indústria reagiu?
-
7:02 - 7:04Como é que reagiram
-
7:04 - 7:07nesse mercado historicamente
não regulamentado? -
7:07 - 7:09Recuando até aos anos 30,
-
7:09 - 7:14reagiu com uma publicidade
que exibia imagens de médicos -
7:14 - 7:16e de outros profissionais da saúde
-
7:16 - 7:18a enviar mensagens de tranquilidade.
-
7:19 - 7:20Este é um anúncio da Lucky Strikes,
-
7:20 - 7:23o cigarro popular nos anos 30:
-
7:23 - 7:27"20 679 médicos dizem que
os Luckies são menos irritantes". -
7:27 - 7:32"A proteção da garganta
contra a irritação, contra a tosse". -
7:32 - 7:34(Risos)
-
7:34 - 7:36Nós rimo-nos,
-
7:36 - 7:38mas este era o tipo de publicidade
-
7:38 - 7:41que havia para enviar uma mensagem
de tranquilidade, quanto à saúde. -
7:41 - 7:44Avancemos rapidamente
para os anos 50, 60 e 70. -
7:44 - 7:47E aqui, novamente,
na ausência de regulamentação, -
7:47 - 7:50vamos assistir a modificações do produto
-
7:50 - 7:52e da conceção do produto
-
7:52 - 7:55para responder às preocupações
da época sobre a saúde. -
7:56 - 7:59Este é o filtro Kent Micronite.
-
7:59 - 8:04Aqui, a "inovação"
foi o cigarro com filtro. -
8:04 - 8:06"O total prazer de fumar...
-
8:06 - 8:09"e a prova da melhor proteção
de saúde já feita." -
8:10 - 8:13O que o fumador deste produto não sabia,
-
8:13 - 8:15o que os médicos não sabiam,
-
8:15 - 8:17o que o governo não sabia,
-
8:17 - 8:21é que aquele filtro era forrado
com amianto... -
8:22 - 8:25Assim, quando os fumadores
usavam o cigarro com filtro, -
8:25 - 8:27e continuavam a inalar
os químicos e o fumo -
8:27 - 8:30que sabemos estarem associados
ao cancro, às doenças de pulmões -
8:30 - 8:32e do coração,
-
8:32 - 8:34estavam também a inspirar
fibras de amianto. -
8:36 - 8:39Nos anos 60 e 70,
-
8:39 - 8:43a alegada invenção foi o cigarro "light".
-
8:43 - 8:47Esta é uma marca típica
da época, chamada True. -
8:47 - 8:51Isto foi depois de começarem a aparecer
os relatórios de Saúde Pública. -
8:51 - 8:53Vemos os sinais de preocupação
na cara dela. -
8:53 - 8:55"Considerando tudo o que oiço dizer,
-
8:55 - 8:58"decidi que, ou parava de fumar
ou passava a fumar True. -
8:58 - 8:59"Eu fumo True."
-
8:59 - 9:00(Risos)
-
9:00 - 9:03"O cigarro com baixo alcatrão,
com baixa nicotina." -
9:03 - 9:05E então diz: "Pensem nisso."
-
9:05 - 9:09E logo abaixo, em letras pequeninas,
-
9:09 - 9:12estão os números
do alcatrão e da nicotina. -
9:12 - 9:15O que era um cigarro "light"?
-
9:15 - 9:17Como é que funcionava?
-
9:18 - 9:21Isto é uma ilustração
da modificação do produto -
9:21 - 9:24conhecido por "ventilação do filtro".
-
9:24 - 9:27Este não é um filtro real,
é somente uma imagem, -
9:27 - 9:30para podermos ver as filas
dos buracos de ventilação -
9:30 - 9:32perfurados a laser no filtro.
-
9:32 - 9:35Quando olhamos para um cigarro real,
são mais difíceis de ver. -
9:35 - 9:37Todas as patentes deste produto
-
9:37 - 9:40mostram que os buracos de ventilação
deviam estar a 12 milímetros -
9:40 - 9:42a partir da ponta do filtro
do lado dos lábios. -
9:43 - 9:44Como é que funcionava?
-
9:44 - 9:47O cigarro era colocado numa máquina.
-
9:48 - 9:50A máquina começava a fumar o cigarro
-
9:50 - 9:53e ia gravando os níveis
de alcatrão e nicotina -
9:53 - 9:55À medida que a máquina ia fumando,
-
9:55 - 9:58o ar exterior passava
pelos buracos de ventilação -
9:58 - 10:02e diluía a quantidade de fumo
que passava pelo cigarro. -
10:02 - 10:04Assim, à medida que a máquina fumava,
-
10:04 - 10:07passava menos alcatrão e nicotina
-
10:07 - 10:09em comparação com um cigarro normal.
-
10:10 - 10:12Mas a indústria do tabaco sabia
-
10:12 - 10:15que as pessoas não fumam como máquinas.
-
10:16 - 10:18Como é que as pessoas fumam?
-
10:19 - 10:21Onde colocam os dedos?
-
10:22 - 10:23Onde é que ficam os lábios?
-
10:23 - 10:25Eu disse que a patente dizia
-
10:25 - 10:28que os buracos estão a 12 milímetros
a partir dos lábios. -
10:28 - 10:30O fumador nem sabia
que havia ali buracos, -
10:30 - 10:34mas entre os dedos e os lábios
os buracos ficam tapados. -
10:35 - 10:38E quando os buracos ficam bloqueados,
o cigarro deixa de ser "light". -
10:39 - 10:41Acontece que, na verdade,
dentro de um cigarro "light" -
10:41 - 10:44há tanta nicotina
como num cigarro normal. -
10:44 - 10:46A diferença estava
no que existia por fora. -
10:46 - 10:50Mas, se bloquearmos
o que está por fora, -
10:50 - 10:51é um cigarro normal.
-
10:53 - 10:56O Congresso encarregou a FDA
de regulamentar os produtos de tabaco, -
10:56 - 10:58faz 10 anos em junho
-
10:58 - 11:00Já ouviram, no início, as estatísticas,
-
11:00 - 11:05sobre a contribuição extraordinária
dos cigarros para as doenças e mortes. -
11:05 - 11:07Também temos prestado muita atenção
-
11:07 - 11:11à forma como o cigarro serve
de dispositivo de administração da droga -
11:11 - 11:14e a eficácia espantosa
com que administra a nicotina. -
11:14 - 11:16Vamos dar uma olhadela.
-
11:17 - 11:20Quando um fumador dá uma fumaça,
-
11:20 - 11:23a nicotina dessa fumaça
chega ao cérebro -
11:23 - 11:25em menos de 10 segundos.
-
11:25 - 11:27Em menos de 10 segundos.
-
11:27 - 11:29No cérebro,
-
11:29 - 11:32há umas coisas chamadas
"recetores de nicotina". -
11:33 - 11:34Eles estão lá...
-
11:34 - 11:36... à espera.
-
11:36 - 11:39Estão à espera, nas palavras
do documento da Philip Morris, -
11:39 - 11:42da próxima "dose de nicotina".
-
11:43 - 11:46O fumador que vemos lá fora,
-
11:46 - 11:48num grupo com outros fumadores,
-
11:48 - 11:49ao frio,
-
11:49 - 11:51ao vento,
-
11:51 - 11:52à chuva,
-
11:52 - 11:55está a sentir ansiedade
-
11:55 - 11:58e pode estar a sofrer
sintomas de abstinência. -
11:59 - 12:02Esses sintomas de abstinência
são uma mensagem química -
12:02 - 12:05que aqueles recetores
enviam ao corpo, dizendo: -
12:05 - 12:06"Alimentem-me!"
-
12:09 - 12:14Um produto que consegue administrar droga
em menos de 10 segundos -
12:15 - 12:20torna-se extremamente eficaz,
é um produto incrivelmente viciante. -
12:21 - 12:24Falámos com muitos especialistas
em tratamentos de vícios -
12:24 - 12:26ao longo dos anos.
-
12:26 - 12:29A história que eu ouço é sempre a mesma:
-
12:29 - 12:32"Durante muito tempo,
conseguia tirar alguém da heroína -
12:32 - 12:34"do 'crack' ou da cocaína.
-
12:34 - 12:37"Mas não consigo levar ninguém
a abandonar os cigarros". -
12:37 - 12:41Uma grande parte da explicação
é essa coisa dos 10 segundos. -
12:42 - 12:46A FDA, no âmbito do seu alcance regulador
-
12:46 - 12:48usa os instrumentos
de regulamentação de produtos -
12:48 - 12:53para tornar os cigarros atuais
minimamente ou nada viciantes. -
12:54 - 12:56Estamos a trabalhar nisso.
-
12:56 - 13:00Pode haver um impacto profundo
a nível populacional -
13:00 - 13:02graças a esta política.
-
13:02 - 13:05Fizemos um modelo dinâmico
a nível populacional, há um ano, -
13:05 - 13:08e publicámos os resultados
no The New England Journal. -
13:08 - 13:10Dados os efeitos geracionais
desta política, -
13:10 - 13:12vou explicá-la rapidamente.
-
13:12 - 13:14Isto é o que prevemos
até ao fim deste século: -
13:14 - 13:16mais de 33 milhões de pessoas
-
13:16 - 13:20que, de outro modo, se teriam tornado
em fumadores regulares, não se tornarão, -
13:20 - 13:22porque o cigarro que estarão a fumar
-
13:22 - 13:24não cria nem alimenta o vício.
-
13:25 - 13:28Isso baixará a taxa de fumadores adultos
para menos de 1,5%. -
13:29 - 13:32E essas duas coisas combinadas
-
13:32 - 13:38resultariam em evitar mais de oito milhões
de mortes relacionadas com o cigarro -
13:38 - 13:40que, caso contrário, teriam ocorrido
-
13:40 - 13:42a partir do impacto geracional.
-
13:42 - 13:45Agora, porque é que estou
a dizer "geracional"? -
13:45 - 13:47Trata-se dos miúdos.
-
13:48 - 13:5290% dos fumadores adultos
começaram a fumar quando eram miúdos. -
13:52 - 13:54Metade deles tornaram-se
fumadores regulares -
13:54 - 13:58antes de terem idade legal
para comprar um maço de cigarros. -
13:58 - 14:01Metade deles tornou-se fumador
antes dos 18 anos de idade. -
14:01 - 14:03Experimentação.
-
14:03 - 14:05Fumar regularmente.
-
14:05 - 14:06Vício.
-
14:07 - 14:08Décadas de fumo.
-
14:08 - 14:09E depois a doença.
-
14:10 - 14:12É por isso que estamos a falar
de um produto -
14:12 - 14:16que matará prematuramente metade
dos seus utilizadores, a longo prazo. -
14:17 - 14:20O impacto geracional
desta política de redução de nicotina -
14:20 - 14:22é profundo.
-
14:23 - 14:26Aqueles velhos documentos
da indústria referem os jovens. -
14:26 - 14:30Estes são descritos como
"os fumadores substitutos" -
14:30 - 14:33— os fumadores que substituem
os adultos fumadores viciados -
14:33 - 14:35que morrem ou que desistem.
-
14:35 - 14:38A futura geração de miúdos,
especialmente os adolescentes, -
14:38 - 14:40vão envolver-se em comportamentos de risco
-
14:40 - 14:42Não podemos impedir isso.
-
14:42 - 14:46Mas, e se o único cigarro
a que puderem deitar as mãos -
14:46 - 14:49não puder criar nem sustentar o vício?
-
14:49 - 14:52Este é o retorno no investimento
em saúde pública -
14:52 - 14:54a nível populacional ao longo do tempo.
-
14:55 - 14:58Eu ainda não disse nada
sobre os cigarros eletrónicos, -
14:58 - 15:00mas tenho uma coisa a dizer sobre eles.
-
15:00 - 15:01(Risos)
-
15:01 - 15:04Lidamos com uma epidemia do uso
destes cigarros, pelos miúdos. -
15:04 - 15:06O que mais nos preocupa,
-
15:06 - 15:10para além dos números crescentes,
no que se refere à taxa de prevalência -
15:10 - 15:12é a frequência.
-
15:12 - 15:14Não só há mais miúdos
a usar esses cigarros, -
15:14 - 15:18como há mais miúdos a utilizá-los
durante 20 dias ou mais, no mês passado, -
15:18 - 15:21do que em qualquer época
desde que eles foram lançados. -
15:21 - 15:23Na FDA, estamos a fazer
tudo o que podemos, -
15:23 - 15:25usando um programa e uma política,
-
15:25 - 15:28para os miúdos saberem
que esse produto não é inofensivo -
15:28 - 15:31e garantir que os miúdos
não iniciem nem experimentem -
15:31 - 15:32qualquer produto de tabaco,
-
15:32 - 15:35quer haja combustão ou não.
-
15:35 - 15:38Mas pensem nos cigarros eletrónicos
num mercado bem regulamentado -
15:38 - 15:40como uma coisa que poderá ser útil
-
15:40 - 15:42para fumadores adultos viciados
-
15:42 - 15:44que tentam abandonar os cigarros.
-
15:45 - 15:48Vou deixar-vos com esta visão:
-
15:50 - 15:52imaginem um mundo
-
15:52 - 15:55em que o único cigarro
que as futuras gerações de miúdos -
15:55 - 15:56possam experimentar
-
15:56 - 15:58não cause nem sustente o vício
-
15:58 - 16:00devido a uma única política.
-
16:01 - 16:02Imaginem um mundo
-
16:03 - 16:05em que os fumadores de cigarros,
preocupados com a saúde, -
16:05 - 16:08sobretudo se aparecer uma política eficaz
-
16:08 - 16:12que baixe os níveis de nicotina
a níveis mínimos ou não viciantes, -
16:12 - 16:14possam mudar para meios alternativos
menos ofensivos -
16:14 - 16:16de administração de nicotina,
-
16:16 - 16:19a partir de medicamentos com nicotina,
aprovados pela FDA -
16:19 - 16:21— a pastilha elástica,
o adesivo ou uma pastilha. -
16:21 - 16:25E finalmente, imaginem um mundo
e um mercado devidamente regulamentado -
16:25 - 16:28— de cigarros eletrónicos ou
de qualquer tecnologia do momento — -
16:28 - 16:31em que não sejam os desenvolvedores
ou os comerciantes -
16:31 - 16:32a decidir os produtos comercializados
-
16:32 - 16:34e quais os critérios para eles,
-
16:34 - 16:37mas sejam os cientistas da FDA,
-
16:37 - 16:39a analisarem os pedidos
-
16:39 - 16:42e a decidirem, segundo o padrão
que o Congresso nos confiou, -
16:42 - 16:44para implementação e aplicação,
-
16:45 - 16:47se um determinado produto
deve ser comercializado, -
16:47 - 16:51porque a comercialização desse produto
e as palavras da nossa lei -
16:51 - 16:54serão apropriadas
para a proteção da saúde pública. -
16:54 - 16:57São estes tipos de poderosos
meios reguladores -
16:57 - 16:59que estão ao nosso alcance
-
16:59 - 17:01para lidar com os resquícios
-
17:01 - 17:04da maior causa de doenças e mortes
passíveis de evitar -
17:04 - 17:05no país.
-
17:05 - 17:07Se fizermos isso bem feito,
-
17:08 - 17:12essa trajetória dos
5,6 milhões de miúdos, -
17:12 - 17:14pode ser interrompida.
-
17:14 - 17:15Obrigado.
-
17:15 - 17:18(Aplausos)
- Title:
- O passado, o presente e o futuro do vício da nicotina.
- Speaker:
- Mitch Zeller
- Description:
-
O uso do tabaco continua a ser a principal causa de mortes e de doenças possíveis de evitar nos EUA, matando por ano mais pessoas do que o álcool, a SIDA, os acidentes de viação, as drogas ilegais, os assassínios e o suicídio, tudo junto. Sigam o especialista em saúde pública Mitch Zeller pelas profundezas sombrias da indústria do tabaco enquanto ele relata a sórdida história do vício em nicotina — e nos convida a imaginar um mundo em que a mudança de política ajude a impedir que as pessoas se tornem viciadas.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 17:30
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