Um caminho para a segurança nos países mais mortíferos
-
0:02 - 0:04Imaginem as vossas férias de sonho.
-
0:04 - 0:08Talvez morram por ir
ao Rio de Janeiro, no carnaval. -
0:08 - 0:11Ou só queiram passear
numa praia no México. -
0:11 - 0:15Ou talvez queiram ir comigo
ao Festival de Jazz em Nova Orleães. -
0:16 - 0:19Eu sei que é menos agradável
-
0:19 - 0:21mas imaginem, por um momento,
-
0:21 - 0:24um dos lugares mais violentos do mundo.
-
0:25 - 0:28Alguém pensou no mesmo lugar?
-
0:29 - 0:32O Brasil é atualmente
o pais mais violento do mundo. -
0:32 - 0:35Morreram ali mais pessoas
nos últimos três anos -
0:35 - 0:36do que na Síria.
-
0:36 - 0:40E no México, morreram mais pessoas
nos últimos 15 anos, -
0:40 - 0:43do que no Iraque ou no Afeganistão.
-
0:43 - 0:48Em Nova Orleães,
morrem mais pessoas -
0:48 - 0:51do que na Somália, um país
destroçado pela guerra. -
0:51 - 0:54O facto é que a guerra somente provoca
-
0:54 - 0:58uns 18% das mortes violentas
a nível mundial. -
0:59 - 1:02Hoje, temos mais hipóteses
de morrer violentamente -
1:02 - 1:05se morarmos numa democracia
dum país em desenvolvimento -
1:05 - 1:07com altos níveis
de desigualdade de rendimentos -
1:07 - 1:10e de uma forte polarização política.
-
1:11 - 1:15Os EUA têm quatro das 50 cidades
mais violentas do mundo. -
1:17 - 1:21É uma alteração fundamental
na natureza da violência, historicamente. -
1:21 - 1:24Mas também é uma oportunidade.
-
1:24 - 1:27Porque embora haja poucas pessoas
que podem acabar com as guerras, -
1:27 - 1:31o problema é a violência
nas nossas democracias. -
1:32 - 1:35E embora os eleitores habituais
sejam uma parte importante do problema, -
1:35 - 1:38nós também somos a chave para a solução.
-
1:38 - 1:40Eu trabalho num grupo de reflexão,
-
1:40 - 1:42o Carnegie Endowment
for international Peace, -
1:42 - 1:45onde aconselho governos quanto à violência
-
1:45 - 1:47mas o segredo sujo é que
a maioria dos políticos -
1:48 - 1:51ainda não perceberam essas mudanças
para a violência atual. -
1:51 - 1:55Ainda acreditam que a pior violência
acontece nos países em guerra -
1:55 - 1:58ou em lugares muito pobres, muito fracos,
-
1:58 - 2:00para lutar contra a violência
e controlar o crime. -
2:00 - 2:03Essa também era a minha opinião.
-
2:03 - 2:06Mas se vocês olharem para um mapa
dos lugares mais violentos na terra, -
2:06 - 2:08verão algo estranho.
-
2:08 - 2:11Alguns deles estão em guerra,
-
2:11 - 2:14e poucos são estados fracassados.
-
2:14 - 2:16A violência nesses lugares é horrível,
-
2:16 - 2:18mas eles têm pequenas populações,
-
2:18 - 2:20por isso afetam poucas pessoas.
-
2:20 - 2:23Depois, temos a África do Sul,
o Brasil, a Venezuela. -
2:23 - 2:25Esses locais não são pobres.
-
2:26 - 2:27Talvez sejam fracos.
-
2:28 - 2:30A minha assistente de investigação
e eu mapeámos os locais -
2:30 - 2:33com base na forma como cumpriram
os projetos do Banco Mundial -
2:33 - 2:36e se eles podiam proporcionar
serviços públicos para o seu povo. -
2:37 - 2:39Se as coisas marchavam bem,
-
2:39 - 2:42se podiam proporcionar saneamento
e eletricidade à população -
2:42 - 2:44e administrar vacinas,
-
2:44 - 2:46estariam no quadrante em cima à direita.
-
2:46 - 2:48Depois, sobrepusemos-lhes
-
2:48 - 2:51um mapa de locais
aonde foram assassinados jornalistas. -
2:51 - 2:53Alguns ocorreram em estados fracos,
-
2:53 - 2:55mas muitos jornalistas
estavam a ser mortos -
2:55 - 2:58em muitos locais bem capazes
de os protegerem. -
2:59 - 3:01Eu fui a cada continente
habitado na terra, -
3:01 - 3:05comparando locais que enfrentaram
grande violência e recuperaram -
3:06 - 3:07e os locais que não tinham recuperado.
-
3:07 - 3:09Vi sempre o mesmo padrão.
-
3:09 - 3:12Passei a chamar a isso
"violência privilegiada," -
3:12 - 3:16porque acontecia em
democracias altamente desiguais, -
3:16 - 3:18onde um pequeno grupo de pessoas
-
3:18 - 3:21queria manter o poder e os privilégios.
-
3:21 - 3:25Se eles pensassem que os eleitores
podiam não aprovar essas políticas, -
3:25 - 3:28por vezes, valiam-se de grupos violentos
para os ajudarem. -
3:28 - 3:31Os cartéis de drogas
financiavam as suas campanhas. -
3:31 - 3:34Criminosos organizados
ajudavam-nos a conseguir votos. -
3:34 - 3:36Gangues eliminavam os votos.
-
3:36 - 3:38E em troca, tinham rédea solta
-
3:38 - 3:40e a violência crescia.
-
3:40 - 3:42Olhem para a Venezuela.
-
3:42 - 3:44É hoje o país mais violento do mundo,
-
3:44 - 3:47se olharmos para as mortes "per capita".
-
3:47 - 3:50Há 20 anos, o regime atual
conquistou o poder com eleições legítimas -
3:50 - 3:54mas não quiseram correr
o risco de o perder, -
3:54 - 3:57e viraram-se para os gangues,
chamadas "coletivos", para ajuda. -
3:58 - 4:02Disseram aos gangues
para conseguirem votos para o governo -
4:02 - 4:05e forçarem as pessoas a votarem
no regime, nalguns bairros, -
4:05 - 4:08e, noutros bairros, afastarem das urnas
os eleitores da oposição. -
4:08 - 4:10Em troca, ganhariam o controlo.
-
4:10 - 4:13Mas, se os criminosos tiverem controlo,
-
4:13 - 4:16a polícia e os tribunais
não podem exercer a sua função. -
4:16 - 4:19Então, a segunda fase
da violência privilegiada -
4:19 - 4:22é que os tribunais e a polícia
estão enfraquecidos, -
4:22 - 4:24e os políticos politizam os orçamentos,
-
4:24 - 4:26as contratações, os despedimentos
-
4:26 - 4:30para que eles e os grupos violentos
se mantenham fora da prisão. -
4:31 - 4:34Depois, muito em breve,
os bons policias vão-se embora, -
4:34 - 4:37e os que ficam tornam-se brutais.
-
4:37 - 4:40Normalmente, começam com uma justiça dura.
-
4:40 - 4:45Matam um traficante de droga que pensam
seria libertado pelos tribunais corruptos. -
4:45 - 4:50Mas, com o tempo, os piores
percebem que não haverá repercussões -
4:50 - 4:53por parte dos políticos
com quem estão envolvidos -
4:53 - 4:55e acabam por entrar no negócio.
-
4:56 - 5:00Na Venezuela, quase um em três assassínios
é efetuado pelos serviços de segurança. -
5:02 - 5:05Os pobres são os mais afetados
pela violência, em todo o mundo, -
5:05 - 5:08mas dificilmente pedem ajuda
a esses polícias corruptos. -
5:08 - 5:12Então, formam grupos de vigilância.
-
5:12 - 5:14Mas armem um bando de rapazes de 18 anos,
-
5:14 - 5:17e em breve, eles se tornam num gangue.
-
5:17 - 5:20Aparecem outros gangues e máfias
-
5:20 - 5:24que oferecem proteção às pessoas
de outros criminosos -
5:24 - 5:26e da polícia.
-
5:26 - 5:28Ao contrário do estado,
-
5:28 - 5:30os criminosos muitas vezes
tentam comprar legitimidade. -
5:30 - 5:33Doam para fins de beneficência.
Resolvem disputas. -
5:33 - 5:35Às vezes, constroem casas subsidiadas.
-
5:36 - 5:41A última fase da violência privilegiada
acontece quando pessoas normais -
5:41 - 5:44começam a cometer uma série
significativa de assassínios. -
5:45 - 5:48As brigas de bar e de bairros
acabam em mortes -
5:48 - 5:50quando a violência se torna normal
-
5:50 - 5:52e não há repercussões.
-
5:53 - 5:56Para os de fora, essa cultura
parece depravada, -
5:56 - 5:59como se algo estivesse muito errado
com essas pessoas. -
6:00 - 6:04Mas qualquer país pode tornar-se violento
-
6:04 - 6:08quando o governo está ausente
e é predatório. -
6:09 - 6:11Na realidade, isso não é bem verdade.
-
6:11 - 6:15Falta ainda mais um passo
para chegar a esse nível de violência. -
6:15 - 6:18É preciso que a sociedade convencional
-
6:18 - 6:20ignore o problema.
-
6:20 - 6:22Podem pensar que isso é impossível,
-
6:22 - 6:24porque a violência a esse nível
seria insuportável -
6:24 - 6:28mas, na verdade, é aceitável
para pessoas como vocês e como eu. -
6:28 - 6:30Isto porque, em cada sociedade do mundo,
-
6:30 - 6:33até na mais violenta,
-
6:33 - 6:35a violência está altamente concentrada.
-
6:35 - 6:38Acontece com as pessoas
na parte errada da cidade, -
6:38 - 6:40das pessoas que são pobres,
normalmente de cor, -
6:40 - 6:43geralmente de grupos
que são marginalizados, -
6:43 - 6:46grupos que a sociedade convencional
pode ignorar. -
6:47 - 6:50A violência está tão concentrada
-
6:50 - 6:53que ficamos chocados
quando esse padrão muda. -
6:53 - 6:56Em Washington, DC em 2001,
-
6:56 - 7:00uma jovem branca, assistente na faculdade,
-
7:00 - 7:03desapareceu depois de uma escalada
no Noroeste de Washington, DC. -
7:03 - 7:07Esse caso apareceu nos jornais
quase todos os dias. -
7:08 - 7:10Do outro lado da cidade,
-
7:10 - 7:13um homem negro era assassinado
quase todos os dias. -
7:14 - 7:17Na sua maioria, esses casos
nunca apareceram nos jornais. -
7:18 - 7:21A sociedade da classe média
compra o seu distanciamento da violência. -
7:22 - 7:23Nós vivemos em bairros melhores.
-
7:23 - 7:25Algumas pessoas pagam
segurança particular. -
7:25 - 7:28E também contamos uma história.
-
7:28 - 7:32Dizemos a nós mesmos que
a maioria das pessoas que são mortas -
7:32 - 7:35estão provavelmente
envolvidas no crime. -
7:37 - 7:41Acreditamos que, de alguma maneira,
algumas pessoas merecem ser mortas, -
7:41 - 7:44e, pelo contrário,
as pessoas boas podem viver -
7:44 - 7:48em locais aonde a probabilidade de vida
é tão desequilibrada. -
7:50 - 7:51Permitimos isso.
-
7:52 - 7:54Porque, afinal, o que é que podemos fazer?
-
7:56 - 7:58Bem, podemos fazer muito.
-
7:58 - 8:02Como a violência hoje
não resulta sobretudo da guerra -
8:02 - 8:05mas por causa duma política corrupta
nas nossas democracias, -
8:05 - 8:08os eleitores são a maior força
para uma mudança. -
8:08 - 8:11Considerem a transformação de Bogotá.
-
8:12 - 8:14Em 1994, o principal candidato
a presidente da Colômbia -
8:14 - 8:18foi apanhado a receber milhões de dólares
de contribuição para a campanha -
8:18 - 8:21do cartel de drogas de Cali,
-
8:21 - 8:26e a capital foi invadida
por gangues e grupos paramilitares. -
8:27 - 8:31Mas os eleitores insatisfeitos
superaram o partidarismo fanático, -
8:31 - 8:34e deram quase dois terços dos votos
-
8:34 - 8:36a um candidato independente,
-
8:36 - 8:39o suficiente para alterar as coisas.
-
8:40 - 8:42No primeiro dia do mandato
do prefeito Mockus, -
8:42 - 8:45a polícia não se preocupou
a informá-lo sobre os homicídios, -
8:45 - 8:48e quando ele perguntou porquê,
encolheram os ombros e disseram: -
8:48 - 8:51"São só criminosos a matar criminosos."
-
8:52 - 8:54O conselho municipal corrupto
-
8:54 - 8:57queria dar à polícia
ainda mais impunidade para a brutalidade. -
8:57 - 9:00É uma tática comum
usada no mundo inteiro -
9:01 - 9:04quando os políticos querem mostrar
uma atitude dura contra o crime -
9:04 - 9:07mas não querem mudar o "status quo".
-
9:07 - 9:10E a investigação mostra que isso
é contraproducente em todo o mundo. -
9:10 - 9:13Se meterem muitos criminosos
menores na cadeia, -
9:13 - 9:16normalmente em cadeias super lotadas,
-
9:16 - 9:18eles aprendem uns com os outros
e endurecem. -
9:18 - 9:21Começam a controlar as prisões,
e a partir daí, as ruas. -
9:22 - 9:28Em vez disso, Mockus insistiu
que a polícia investigasse cada morte. -
9:28 - 9:31Lutou contra o conselho
municipal de direita, -
9:31 - 9:34abandonou a tática policial
ao estilo da SWAT -
9:34 - 9:36e lutou contra os sindicatos de esquerda.
-
9:36 - 9:39Demitiu milhares de policiais predadores.
-
9:39 - 9:42Os polícias honestos ficaram livres
para fazer o seu trabalho. -
9:43 - 9:45Mockus desafiou os cidadãos.
-
9:45 - 9:48Pediu à classe média
para não sair da cidade, -
9:48 - 9:51cumprir as regras de trânsito
-
9:51 - 9:54e portarem-se como fazendo
parte da mesma comunidade. -
9:54 - 9:58Pediu aos pobres que defendessem
as normas sociais contra a violência, -
9:58 - 10:00muitas vezes com grande risco pessoal.
-
10:00 - 10:05Pediu aos ricos que pagassem
mais 10% de impostos, voluntariamente. -
10:06 - 10:08Houve 63 000 que o fizeram.
-
10:08 - 10:12No final da década que abrangeu
dois mandatos do "mayor" Mockus, -
10:12 - 10:15os homicídios em Bogotá
diminuíram em 70%. -
10:15 - 10:17Audiência: Uau!
-
10:17 - 10:20(Aplausos)
-
10:22 - 10:25As pessoas em locais com maior violência,
-
10:25 - 10:27seja na Colômbia ou nos EUA,
-
10:27 - 10:29podem fazer a maior diferença.
-
10:29 - 10:33A coisa mais importante
é abandonarmos a noção -
10:33 - 10:36de que algumas vidas
valem menos do que as outras, -
10:36 - 10:39que algumas merecem
ser violadas ou assassinadas, -
10:39 - 10:41porque, afinal, elas fizeram algo,
-
10:41 - 10:44roubaram ou fizeram algo
para acabarem na prisão, -
10:44 - 10:47onde acontece esse tipo de coisas.
-
10:47 - 10:50A desvalorização da vida humana,
-
10:50 - 10:54uma desvalorização que mal admitimos
mesmo para nós mesmos, -
10:54 - 10:57é o que permite iniciar
toda essa espiral descendente. -
10:57 - 11:00É o que permite que uma bala
disparada numa guerra de gangues no Rio -
11:00 - 11:03se aloje na cabeça
de uma menina de dois anos -
11:03 - 11:06que estava ali perto
a trepar a uma gaiola. -
11:06 - 11:09É o que permite que uma equipa
da SWAT na Geórgia, -
11:09 - 11:11que persegue um traficante de anfetaminas,
-
11:11 - 11:16atire uma granada de atordoamento
para o berço de um bebé, -
11:17 - 11:20que explodiu perto da cara dele,
desfigurando-o para toda a vida. -
11:21 - 11:24O facto é que a maior parte da violência
por toda a parte -
11:24 - 11:26acontece com pessoas
do lado errado da cidade -
11:26 - 11:28na hora errada,
-
11:28 - 11:30e algumas dessas pessoas
pertencem a comunidades -
11:30 - 11:32que consideramos serem diferentes.
-
11:32 - 11:35Algumas delas são pessoas
que fizeram coisas horríveis. -
11:36 - 11:42Mas reduzir a violência começa
com privilegiar cada vida humana, -
11:42 - 11:44tanto porque é o que está certo
-
11:44 - 11:48como porque só atribuindo a cada vida
o seu devido valor, -
11:48 - 11:54podemos criar sociedades
em que a vida de inocentes esteja segura. -
11:55 - 11:58Em segundo lugar, reconhecer que hoje,
-
11:59 - 12:00as desigualdades nos nossos países
-
12:00 - 12:04são uma causa da violência
muito maior que a guerra entre países. -
12:04 - 12:07A desigualdade leva à violência
por muitos motivos, -
12:08 - 12:11mas um deles é que isso
faz com que nos separemos -
12:11 - 12:13do que está a acontecer
do outro lado da cidade. -
12:14 - 12:16Os que somos da classe média ou ricos,
-
12:16 - 12:18que beneficiamos desses sistemas,
-
12:18 - 12:21temos de mudá-los
com grande custo para nós mesmos. -
12:22 - 12:24Temos de pagar impostos suficientes
-
12:24 - 12:29e exigir que os nossos governos
coloquem bons professores nas escolas -
12:29 - 12:33e polícia bem treinada
para proteger outros bairros. -
12:34 - 12:36Mas, claro, isso não fará nenhum bem,
-
12:36 - 12:40se o governo estiver a roubar dinheiro
ou a alimentar a violência. -
12:40 - 12:43Também precisamos de melhores políticos
com melhores incentivos. -
12:43 - 12:48Sabemos muitas coisas
sobre o que pode reduzir a violência. -
12:48 - 12:50São políticas como colocar mais polícias
-
12:50 - 12:53nos locais onde ocorre mais violência.
-
12:53 - 12:57Mas isso não se encaixa facilmente
nos campos da esquerda ou da direita, -
12:57 - 13:00por isso, precisamos de políticos honestos
-
13:00 - 13:03que estejam dispostos a agir
para além do partidarismo -
13:03 - 13:05e implementar soluções.
-
13:05 - 13:08Se quisermos que bons políticos
se candidatem, -
13:08 - 13:11precisamos de começar
a respeitar os políticos. -
13:13 - 13:17Podemos fazer muito para lutar contra
a violência de privilégio noutros países. -
13:17 - 13:20Os regimes mais violentos tendem
a ser alimentados pelas drogas, -
13:20 - 13:23e depois lavam os lucros
através dos sistemas financeiros -
13:23 - 13:24em Nova Iorque e em Londres,
-
13:24 - 13:28através de transações imobiliárias,
e de "resorts" de luxo. -
13:28 - 13:31Se vocês usam drogas,
-
13:31 - 13:34saibam qual é a sua fonte de produção
do topo até abaixo, -
13:34 - 13:37ou reconheçam o sofrimento
que causam nos outros -
13:37 - 13:39para vosso prazer.
-
13:39 - 13:43Entretanto, gostaria de ver
um desses locais turísticos -
13:43 - 13:45a unir-se a jornalistas de investigação
-
13:45 - 13:47e criar um pequeno ícone
-
13:47 - 13:48— junto daquele de Wi-Fi gratuito.
-
13:48 - 13:52E se o local tiver piscina
pode ter uma pequena pistola -
13:52 - 13:55para "possível local criminoso
de lavagem de dinheiro". -
13:55 - 13:57(Risos)
-
13:57 - 13:59(Aplausos)
-
14:00 - 14:02Mas até lá,
-
14:02 - 14:05se estiverem a programar
um local num país perigoso, -
14:06 - 14:08seja na Jamaica ou em Nova Orleães,
-
14:08 - 14:10façam uma pequena pesquisa,
-
14:10 - 14:11vejam se tem ligações criminosas.
-
14:12 - 14:14E, para facilitar, apoiem legislação
-
14:14 - 14:17que torne o nosso sistema financeiro
mais transparente -
14:17 - 14:20— coisas como proibir propriedade
anónima de empresas. -
14:20 - 14:23Isto, provavelmente,
vai parecer quixotesco, -
14:23 - 14:25do tipo de reciclar latas,
-
14:25 - 14:28apenas uma pequena gota
no oceano de problemas gigantescos. -
14:28 - 14:31Mas isso é um erro.
-
14:31 - 14:34Os homicídios têm vindo
a diminuir há séculos. -
14:34 - 14:37As mortes em batalhas
têm diminuído há décadas. -
14:37 - 14:39Em locais onde as pessoas
exigiram mudanças, -
14:39 - 14:43a violência diminuiu,
da Colômbia a Nova Iorque, -
14:43 - 14:47onde os homicídios
diminuíram 85%, desde 1990. -
14:48 - 14:51Sempre haverá violência,
-
14:51 - 14:53mas isso não é uma constante.
-
14:53 - 14:57Tem vindo a diminuir há séculos
e pode diminuir mais depressa. -
14:57 - 15:01Poderá diminuir 25% ou um terço
nos próximos 25 anos? -
15:01 - 15:04Muitos de nós pensam que pode.
-
15:04 - 15:08Eu imagino todas as crianças
que crescerão com os pais, -
15:09 - 15:13todas as famílias que apoiam
as irmãs e os irmãos. -
15:14 - 15:17Só é preciso um pequeno empurrão.
-
15:18 - 15:20É preciso que nos importemos.
-
15:21 - 15:22Obrigada.
-
15:22 - 15:25(Aplausos)
- Title:
- Um caminho para a segurança nos países mais mortíferos
- Speaker:
- Rachel Kleinfeld
- Description:
-
Vocês têm mais probabilidade de morrer violentamente se viverem numa democracia dum país em desenvolvimento com altos níveis de desigualdade e de polarização política do que se viverem num pais em guerra, diz a conselheira democrática Rachel Kleinfeld. Esta mudança histórica na natureza da violência apresenta uma oportunidade para os eleitores agirem como uma grande força para a mudança nas suas sociedades desequilibradas. Nesta palestra, que nos abre os olhos, Kleinfeld revela as causas da violência e mostra um caminho para a segurança nos países mais mortíferos do mundo.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 15:40
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for A path to security for the world's deadliest countries | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for A path to security for the world's deadliest countries | ||
Margarida Ferreira accepted Portuguese subtitles for A path to security for the world's deadliest countries | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for A path to security for the world's deadliest countries | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for A path to security for the world's deadliest countries | ||
Irineu Pivotto edited Portuguese subtitles for A path to security for the world's deadliest countries | ||
Irineu Pivotto edited Portuguese subtitles for A path to security for the world's deadliest countries | ||
Irineu Pivotto edited Portuguese subtitles for A path to security for the world's deadliest countries |