As comunidades indígenas estão na linha de frente contra as mudanças climáticas | Hot Mess

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Peril & Promise é uma iniciativa de mídia pública do WNET em Nova York, que divulga notícias sobre mudanças climáticas e suas soluções. Saiba mais em: http://www.pbs.org/wnet/peril-and-promise/

As the world figures out how to live with a rapidly changing climate, traditional knowledge from indigenous cultures could help us understand just how things are transforming.

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Host/Writer: Talia Buford, ProPublica
Creative Director: David Schulte
Editors/Animators: Derek Borsheim
Producers: Stephanie Noone & Amanda Fox
Story Editor: Alex Reich
Editor-In-Chief: Joe Hanson, Ph.D.

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Produced by PBS Digital Studios
Theme Music: Eric Friend/Optical Audio
Music: APM
Stock images from http://www.shutterstock.com

Obrigada aos investidores
da Peril and Promise

por apoiarem a PBS Digital Studios.

Pense no lugar onde passou sua infância.

Você provavelmente conhecia
atalhos para a casa dos amigos,

quais galhos balançar
para que frutas suculentas caíssem

e a aparência do céu antes das luzes
indicarem o caminho para casa.

Sua vizinhança era o seu reino,

e você sabia como navegá-la
para aproveitar ao máximo.

Agora imagine um modo diferente
de conhecer sua vizinhança,

que não se baseia apenas
nos anos vividos em um único lugar,

mas em gerações de conhecimentos
ao longo de milhares de anos.

Em que sua vizinhança
não é algo a ser conquistado,

mas uma relação a ser nutrida.

As comunidades indígenas
têm esse tipo de conhecimento.

E esse conhecimento pode nos ajudar
na adaptação às mudanças climáticas.

Antes de prosseguirmos,
precisamos entrar em um consenso.

Primeiramente, não há
uma definição oficial de "indígena",

mas usamos esse termo para descrever
comunidades que se declaram indígenas,

incluindo as que seguem
costumes e práticas tradicionais

originadas nas sociedades pré-coloniais.

Elas costumam ter
uma relação com o ambiente

que transcende o que veem ou sentem,

e são regidas por um sistema
de crenças, valores ou princípios

que estabelecem sua interação
com o mundo ao seu redor.

A comunidade indígena
dos inuits, do oeste do Canadá,

usa o conhecimento
transmitido por gerações

de observar as estrelas, o formato
das nuvens e o comportamento dos animais

para prever o clima.

Mas hoje eles não podem
confiar nessas previsões,

pois o clima varia
muito mais do que antes.

Sinais que costumavam prever
uma tempestade para amanhã,

podem agora significar
que ela chegará dentro de uma hora.

Há muito tempo as comunidades indígenas
presenciam mudanças ambientais como essas,

mas suas observações são
frequentemente descartadas

ou ignoradas pela ciência ocidental.

Atualmente, alguns cientistas reconhecem

que o conhecimento
das comunidades indígenas

pode mostrar aspectos
sobre o mundo e o clima em mudança

que os cientistas nem sempre
conseguem detectar.

Quando a cientista Shari Gearheard

atravessou o gelo
na costa noroeste da Groenlândia,

assustou-se quando as pernas do cão
que puxava o trenó furaram o gelo,

que estava excepcionalmente fino.

Saber que a espessura
do gelo marinho é de 5 cm

parece mais real
quando ele está sob seus pés,

mas, para os viajantes Inuits na equipe,

esse era o novo normal
nas viagens pelo Ártico.

Comunidades indígenas
estão na linha de frente

da mudança climática e seus impactos,

por dependerem de peixes selvagens,
caça e colheitas,

e por sua interação direta
com mudanças em ambientes sensíveis,

como o declínio do gelo marinho.

Nessas comunidades,

a adaptação à mudança pode significar
a diferença entre existir ou não.

Felizmente, o conhecimento local
que desenvolveram para navegar o mundo

pode colocá-los em uma posição
de rápida adaptação,

pois seu conhecimento,
como qualquer ciência, é dinâmico.

Comunidades com técnicas
menos confiáveis para prever o clima

estão adaptando e ajustando seus métodos
para melhor prever mudanças

à medida em que as vivenciam.

Seus sistemas estão evoluindo
tão rapidamente

quanto o clima que os rodeia.

Por anos, entretanto, o mundo científico

considerou suas observações
e forma de resolver problemas

como superiores
às das comunidades indígenas.

Por exemplo, quando caçadores inuits

mencionaram tempestades
perto de Sachs Harbour, no Canadá,

os pesquisadores ignoraram,

dizendo que estava muito frio
para eventos assim ocorrerem tão ao norte.

Mas os caçadores tinham razão.

Essa arrogância científica ainda existe,

mas começa a desaparecer.

Hoje, as observações indígenas
começam a ser incorporadas

em disciplinas como silvicultura,
conservação, preparação para catástrofes

e ciência climática.

Cientistas estão trabalhando
junto às comunidades indígenas

para desenvolver modelos de pesquisas,
documentar observações

e, sobretudo, encontrar respostas
para perguntas úteis

tanto para os cientistas,
quanto para as comunidades locais.

Por meio dessas parcerias,

cientistas estão aprendendo que no Ártico
as temperaturas diárias oscilam muito mais

do que os modelos científicos indicavam.

Caçadores de subsistência estão ajudando

na coleta de amostras
de bois-almiscarados,

que mostraram que invernos mais quentes
prejudicam a saúde dos rebanhos.

Os cientistas também reconhecem
que até as palavras indígenas

podem conter observações
sobre seu ambiente,

como mostra uma área chamada
"Onde o Caribu Acasala",

na qual, em dado momento,
viviam muitos caribus,

mesmo que não seja a realidade atual.

Tudo isso é um bom começo,
mas não o suficiente.

Mesmo que alguns cientistas
e comunidades indígenas

já trabalhem juntos de forma próxima,

muitos países ainda negam aos indígenas
participação nos temas que os impactam.

As comunidades indígenas lutam

para ser reconhecidas como grupos únicos,
com formas particulares de existir,

ainda que não deveriam ter que provar isso
a quem traçou fronteiras ao seu redor.

Mas ninguém tem todas as respostas.

E precisamos de muitos tipos
de conhecimento

para enfrentar os desafios
das mudanças climáticas.

Às vezes esse conhecimento vem
daqueles que sempre estiveram aqui

e com quem podemos aprender muito,
se estivermos dispostos a escutar.

As comunidades indígenas têm
sobrevivido por milhares de anos

utilizando suas formas
de conhecimento e adaptação.

E... talvez estejam no caminho certo.

Obrigada por assistir.

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O financiamento principal deste episódio

é fornecido por Dr. P Roy
e Diana T. Vagelos,

com financiamento adicional
de Sue e Edgar Wachenheim III

e Marc Haas Foundation
em apoio a Peril & Promise,

uma iniciativa de mídia pública
do WNET em Nova York,

que divulga notícias
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