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Jonathan Meese: Na arte você precisa ir longe.

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    [Música]
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    "Programa de 10 pontos da ditadura da arte"
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    O objetivo está claro: O objetivo é a ditadura da arte.
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    O objetivo é que a arte domine o mundo.
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    [Uivando]
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    "Obedeça somente à arte! Obedeça! Obedeça!"
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    A arte é a mais forte.
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    A arte é a número um, é a chefe, é o chanceler, é a líder!
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    é o rei, é a religião, a arte é isso, é isso, arte, sempre!
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    E eu odeio esses estudantes de hoje em dia, que só querem coisas tão pequenas,
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    que querem uma vida confortável,
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    eu tenho 41 anos, sim? E eu me comporto como um garoto de 12 anos,
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    mas essas pessoas, que tem 25, 35, agora, eles se comportam como se nunca houvessem nascido!
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    "Happa, happa, happa - Hoah, hoah, hoah"
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    Se em todo lugar houvesse arte, ela então desapareceria.
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    E então tudo se acalmaria, e nós começaríamos de novo,
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    " um reínicio", nos teríamos um novo marco em nossa existência
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    e algo novo surgiria.
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    Quero dizer: Precisamos que algo totalmente novo aconteça.
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    E quanto à arte dominar o mundo: Isso não significa que todo mundo vai pintar, ou que todo mundo vai fazer literatura.
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    Significa que todo mundo vai fazer, sejá lá o que faça, com paixão total,
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    sem ser instrumentalizado, sem ser usado,
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    sem se tornar membro de uma facção ou coisa parecida,
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    que tudo terá um sabor original,
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    e que diremos: " Parem com isso. Parem com a merda que está acontecendo nesse mundo!
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    Pare! Pare! Pare! Parem, políticos, renunciem à tudo, tudo, por favor, tudo!"
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    Hoje um político renunciou nesse país. Sim? Oh, por favor, que os outros façam isso também!
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    Chanceler Merkel, por favor, renuncie, é hora! Sim?
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    Por favor, todos os reis e rainhas, me desculpem por dizer: Renunciem!
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    Representem! Vocês podem atuar como reis.
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    Mas isso não significa mais nada.
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    [risadas, uivos]
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    [rangendo]
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    "Fazer happa happa"
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    Precisamos de uma liderança despersonalizada, precisamos de um novo começo para o mundo.
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    Agora é hora. E também que o colapso que acontece termine.
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    Eu não sou um idiota, eu vislumbro isso.
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    E sempre penso: "Wow, agora alguma coisa acontece!"
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    Mas nunca devemos pensar que precisamos de pessoas revolucionárias.
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    Não precisamos de soldados nas ruas.
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    Os soldados vêm dos palcos.
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    É uma inteção totalmente diferente.
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    E Adolf Hitler é um ponto crucial, porque ali ficou bem claro para todos desse mundo:
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    Os humanos nunca deveriam ter poder ideologico!
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    Lá, o jogo estava terminando, de fato.
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    Mas não, eles recomeçam!
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    Nós produzimos ditadores como, uh, como bombons.
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    E porque?
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    Porque existem tantos pequenos Hitlers no mundo?
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    Porque?
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    Depois desse cara... para mim todo político é um pequeno Hitler, me desculpe.
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    E eu não quero isso.
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    Não estou interessado por essa ideia nostálgica.
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    Sim, em 1945 Hitler acabava de ser levado em pequenos pedaços
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    e todo mundo [chop, chop].
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    "Cada um é seu próprio líder, cada um é o seu próprio deus, todo mundo é seu próprio patrão. "
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    Todos são seus próprios líderes, todos são seus próprios chefes, todos são seus próprios deuses.
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    Esse não é o conceito.
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    Auto-realização não é legal.
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    [ronronando]
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    Se você pegar esse quadro e colocá-lo numa máquina,
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    não haveria nenhum sentimento de nós lá dentro.
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    Então perguntaríamos: Essa cor dourada, porque é feita dessa forma, e o que significa?
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    Talvez nós conseguiremos uma resposta, talvez não.
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    Aí então, ou chegamos perto disso, ou ficamos à mesma distância.
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    A arte não é espiritual.
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    Não precisamos de líderes espirituais humanos.
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    Essa é uma coisa muito pragmática e concreta: pintura em tela.
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    Essa tela preencheria a si mesma, mesmo em minha ausência.
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    Sim? Não importa que eu tenha feito ela.
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    Não é importante.
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    Que eu fiz, tudo bem. Mas não é importante avaliar a arte.
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    Sim? Essa pintura é outro mundo.
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    Nós podemos escrever, eu escrevi " Jonathan Meese 2011" não é importante.
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    Sim? Sou apenas um servente.
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    "Caro lobo, você tem que fazer apenas uma coisa em arte!"
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    E todas essas coisas, Saint Just, Robespierre, Marat, Colour, Number 5, Adolf Hitler,
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    tudo isso é uma arte em miniatura.
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    É por isso que vocês podem usar.
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    Isso tudo é um jogo, tem que ser um jogo. Me desculpem.
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    Tocar é a coisa mais radical que você pode fazer nesse mundo.
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    Matar alguém não é radical.
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    Sim, machucar alguém é tão vergonhosamente fácil, e nada especial,
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    e não tem nada a ver com a realidade, com radicalismo. Isso é ser fanático pela realidade.
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    E seguindo mais à frente: É isso o que tenho que fazer até morrer.
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    "Caro lobo, você só tem que fazer uma das artes!"
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    '' Obedeça sem demora!"
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    "Caro lobo!"
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    As pessoas, sempre do lado de fora, entram e me dizem: Não toque mais!
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    Isso não é permitido. Isso é demais. Você vai longe demais.
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    Na arte, você nunca pode ir muito longe!
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    Na arte, você precisa ir muito longe.
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    Essa é a regra.
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    Se você não está disposto a ir longe, então deveria parar
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    Então você está na situação de um funcionário cultural.
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    [khhhh]
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    Temos que nos certificar de que nada ideologicamente ruim acontecerá no futuro.
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    E só a arte poderá fazer isso.
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    Não podemos contar, ou ser contra a realidade pela realidade.
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    Se usarmos a realidade para lutar contra a realidade, acabaremos na realidade,
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    na má realidade contra a qual lutamos.
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    Como um artista, você deveria desejar apenas uma arte para dominar o mundo,
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    ou você, como artista, deveria ir para casa.
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    [Música]
Title:
Jonathan Meese: Na arte você precisa ir longe.
Description:

Visita ao estúdio do artista alemão Jonathan Meese, que acredita na Ditadura da Arte, que a arte deveria dominar o mundo, e que brincar é a coisa mais radical que se pode fazer.

Jonathan Meese (p.1970) é um artista alemão que trabalha com pinturas, esculturas, instalações e performances, todas elas sobre a Ditadura da Arte.

Acreditar na dominação do mundo pela arte significa crer que todos farão o que for com paixão total, diz Meese. Ele não quer que as pessoas sejam instrumentalizadas, ele quer uma nova moda.

Entrevista realizada por Christian Lund, Louisiana Museum of Modern Art, Março de 2011.

Direitos autorais da Louisiana Channel, Louisiana Museum of Modern Art.

Gravado no studio de Jonathan Meese's, em Berlin, por Marie Forchhammer

Produzido por Martin Kogi and Christian Lund.

Encontra mais artistas em http://channel.louisiana.dk

Louisina Channel é um canal de vídeo sem fins lucrativos para a Internet, lançado pelo Louisiana Museum of Modern Art, em Novembro de 2012. Toda semana o Louisiana Channel publicará vídeos com e sobre artistas da literatura, artes visuais, arquitetura, design, etc...

Leia mais:
http://channel.louisiana.dk/about

Apoiado pela Nordea-fonden

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Video Language:
English
Team:
Louisiana Channel
Duration:
08:06
Vitor Visconti edited Portuguese subtitles for Jonathan Meese: In art you have to go too far
Vitor Visconti added a translation

Portuguese subtitles

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