Return to Video

A Vida Corajosa de Ida B. Wells #MulheresComuns

  • 0:01 - 0:02
    Há algo de irresistível em
  • 0:02 - 0:03
    histórias de superação,
  • 0:03 - 0:04
    onde pessoas notáveis erguem-se
  • 0:04 - 0:06
    de começos humildes
  • 0:06 - 0:08
    para realizarem feitos incríveis
    contra todas as chances.
  • 0:08 - 0:11
    Mas poucas histórias são tão
    dramáticas quanto
  • 0:11 - 0:12
    a de Ida B. Wells.
  • 0:12 - 0:14
    Nascida escravizada no Mississípi,
  • 0:14 - 0:15
    em meio à Guerra Civil, ela
  • 0:15 - 0:18
    se tornou uma repórter investigativa audaz
  • 0:18 - 0:20
    e uma militante pelos direitos civis
  • 0:20 - 0:20
    que seria chamada de
  • 0:20 - 0:23
    "a voz mais alta e persistente
    pela verdade"
  • 0:23 - 0:25
    em uma era de injustiça.
  • 0:25 - 0:26
    Desde cedo, Wells suportou
  • 0:26 - 0:28
    enormes fardos com coragem excepcional.
  • 0:28 - 0:30
    Ela se tornou chefe da família
  • 0:30 - 0:31
    aos 16 anos, quando seus pais
  • 0:31 - 0:34
    subitamente morreram de febre amarela.
  • 0:34 - 0:36
    Para sustentar seus cinco irmãos e irmãs
  • 0:36 - 0:38
    ela parou de estudar e foi trabalhar
  • 0:38 - 0:40
    como professora no interior do Mississípi.
  • 0:40 - 0:42
    Aos 21 anos, Wells
  • 0:42 - 0:43
    pegou um trem para Memphis
  • 0:43 - 0:46
    e se sentou no vagão feminino da
    primeira classe,
  • 0:46 - 0:48
    para então lhe dizerem que
    mulheres negras
  • 0:48 - 0:49
    eram restritas à segunda classe.
  • 0:49 - 0:52
    Ela não apenas mordeu o condutor
    que tentou
  • 0:52 - 0:54
    tirá-la de seu lugar, como entrou
    com uma ação
  • 0:54 - 0:56
    por discriminação contra a
    companhia ferroviária.
  • 0:56 - 0:57
    Ela ganhou na 1ª instância
  • 0:57 - 0:59
    e apesar da decisão ser depois revogada
  • 0:59 - 1:01
    um artigo que ela escreveu sobre
    a experiência
  • 1:01 - 1:03
    a ajudou a começar sua
    carreira jornalística.
  • 1:03 - 1:05
    A vida de Wells mudou para sempre em 1892,
  • 1:05 - 1:07
    quando seu amigo Thomas Moss
    foi morto
  • 1:07 - 1:09
    por um grupo de brancos em Memphis
  • 1:09 - 1:10
    com outros dois homens negros.
  • 1:10 - 1:13
    Esse assassinato brutal inspirou Wells a
    se pronunciar
  • 1:13 - 1:14
    contra os horrores do linchamento,
  • 1:14 - 1:16
    um instrumento de terror cada vez
    mais
  • 1:16 - 1:18
    comum contra os negros nas décadas
  • 1:18 - 1:20
    após a Guerra Civil.
  • 1:20 - 1:22
    Negros eram falsamente acusados de estupro
  • 1:22 - 1:24
    para justificar seus assassinatos.
  • 1:24 - 1:25
    Numa série de artigos
  • 1:25 - 1:26
    e panfletos amplamente lidos,
  • 1:26 - 1:28
    Wells argumentou que linchamento
    não tem nada
  • 1:28 - 1:30
    a ver com a honra das mulheres
  • 1:30 - 1:32
    e tudo a ver com proteger o poder dos
  • 1:32 - 1:33
    sulistas brancos.
  • 1:33 - 1:35
    Como outros líderes civis que
  • 1:35 - 1:36
    seguiriam seus passos, incluindo
  • 1:36 - 1:38
    líderes civis atuais,
  • 1:38 - 1:40
    suas críticas eram fortes porque
  • 1:40 - 1:41
    miravam não apenas nos
  • 1:41 - 1:42
    delitos individuais, mas no
  • 1:42 - 1:45
    racismo institucional não explorado
  • 1:45 - 1:46
    e no poder por trás dele.
  • 1:46 - 1:48
    Sua análise inovadora mudou o debate
  • 1:48 - 1:50
    nacional sobre linchamentos
  • 1:50 - 1:52
    e seu futuro mentor, Frederick Douglass,
  • 1:52 - 1:53
    chamou seus textos sobre o
  • 1:53 - 1:55
    assunto débeis em comparação.
  • 1:55 - 1:57
    Wells era co-proprietária e editora
  • 1:57 - 1:58
    de um jornal negro em Memphis.
  • 1:58 - 2:01
    Depois que um de seus artigos
    contra linchamentos
  • 2:01 - 2:02
    desagradou a comunidade branca,
  • 2:02 - 2:04
    uma multidão enfurecida invadiu
    o prédio do
  • 2:04 - 2:06
    jornal e o destruiu.
  • 2:06 - 2:07
    Devido às ameaças de morte,
  • 2:07 - 2:09
    Wells passou a carregar uma
    pistola na bolsa
  • 2:09 - 2:10
    mas se recusou a abandonar sua
  • 2:10 - 2:12
    campanha contra linchamentos.
  • 2:12 - 2:14
    Ela dizia ser melhor morrer lutando
  • 2:14 - 2:15
    contra a injustiça do que
  • 2:15 - 2:18
    morrer como um cão ou rato
    pego numa armadilha.
  • 2:18 - 2:20
    Depois disso, ela se mudou para Nova York
  • 2:20 - 2:22
    onde passou a publicar reportagens
  • 2:22 - 2:24
    investigativas para um público
    cada vez maior,
  • 2:24 - 2:26
    incluindo panfletos com estatísticas sobre
  • 2:26 - 2:28
    os linchamentos no Sul.
  • 2:28 - 2:30
    Seus discursos anti-linchamento
  • 2:30 - 2:31
    levaram-na à Grã-Bretanha,
  • 2:31 - 2:33
    onde públicos brancos pareciam bem mais
  • 2:33 - 2:34
    ultrajados que muitos
  • 2:34 - 2:35
    americanos.
  • 2:36 - 2:37
    Sua turnê de discursos inspirou
  • 2:37 - 2:39
    condenações internacionais ao linchamento,
  • 2:39 - 2:43
    particularmente de jornais e
    políticos britânicos
  • 2:43 - 2:45
    e elevaram Wells à principal líder
  • 2:45 - 2:47
    do movimento anti-linchamento da nação.
  • 2:47 - 2:49
    Wells costumava se criticar por ser
  • 2:49 - 2:51
    teimosa e exaltada, mas essas mesmas
  • 2:51 - 2:53
    qualidades fizeram dela uma
    oradora impetuosa
  • 2:53 - 2:56
    e lutadora implacável contra a injustiça.
  • 2:56 - 2:57
    Ameaçada de morte pelos brancos do Sul
  • 2:57 - 3:00
    e criticada por reformistas
    negros moderados,
  • 3:00 - 3:02
    que a consideravam muito radical,
  • 3:02 - 3:04
    Wells se recusou a abrir mão
    de seus ideais
  • 3:04 - 3:05
    em troca de conforto, por conveniência,
  • 3:05 - 3:07
    ou mesmo sua segurança.
  • 3:07 - 3:09
    "Corrigem-se os erros acendendo a
  • 3:09 - 3:10
    luz da verdade sobre eles"
  • 3:10 - 3:12
    escreveu Wells, que nunca deixou de dizer
  • 3:12 - 3:14
    verdades desagradáveis mesmo
    ao custo de amigos
  • 3:14 - 3:16
    ou possíveis aliados.
  • 3:16 - 3:18
    Mesmo cercada por hostilidade e ameaças
  • 3:18 - 3:19
    de pessoas que queriam punir
  • 3:19 - 3:20
    sua veemência em favor
  • 3:20 - 3:22
    de sua raça ou gênero,
  • 3:22 - 3:24
    ela se recusou a ser silenciada.
  • 3:24 - 3:26
    Mesmo lutando pelos direitos
    das mulheres,
  • 3:26 - 3:29
    Wells costumava se desapontar
    com as sufragistas brancas
  • 3:29 - 3:30
    que viam na luta racial uma distração
  • 3:30 - 3:32
    da luta contra o machismo.
  • 3:32 - 3:34
    Algumas até apoiavam a segregação racial.
  • 3:34 - 3:37
    Durante a famosa marcha sufragista
    de 1913,
  • 3:37 - 3:39
    quando foi dito às mulheres negras que
    ficassem no fundo,
  • 3:39 - 3:42
    Wells simplesmente esperou até que
    a marcha começasse
  • 3:42 - 3:44
    e bravamente se juntou à delegação
    de seu estado.
  • 3:44 - 3:47
    Similarmente, ela se frustrava com
    a parcela da
  • 3:47 - 3:49
    comunidade negra que via o movimento
    das mulheres
  • 3:49 - 3:51
    como desimportante para a luta
    contra o racismo.
  • 3:51 - 3:54
    Presa entre as lutas de sua raça e de
    seu gênero,
  • 3:54 - 3:57
    Wells frequentemente sentia que
    lutava sozinha.
  • 3:57 - 3:59
    Apesar de ter vários pretendentes
  • 3:59 - 4:01
    e lidar com enorme pressão
    social para casar-se,
  • 4:01 - 4:04
    Wells permaneceu solteira ao longo
    de seus vinte anos.
  • 4:04 - 4:06
    Pouco depois dos 30, ela finalmente
    encontrou um
  • 4:06 - 4:08
    parceiro em Ferdinand Barnett,
  • 4:08 - 4:10
    um advogado negro igualmente
    apaixonado por
  • 4:10 - 4:12
    justiça social e um homem que apoiava sua
  • 4:12 - 4:13
    carreira do começo ao fim.
  • 4:13 - 4:15
    Eles se casaram e tiveram quatro filhos
  • 4:15 - 4:17
    e ainda que Wells acabasse
    se demitindo
  • 4:17 - 4:20
    do emprego integral como editora
    de jornal,
  • 4:20 - 4:22
    ela continuou seu trabalho como reformista
  • 4:22 - 4:24
    até a sua morte.
  • 4:24 - 4:27
    Quando ela morreu em 1931, com 69 anos,
  • 4:27 - 4:29
    Ida B. Wells havia mudado profundamente
    o jeito
  • 4:29 - 4:31
    como olhamos para raça, gênero
  • 4:31 - 4:32
    e violência nos EUA.
  • 4:32 - 4:34
    De uma escravizada vista como propriedade,
  • 4:34 - 4:36
    ela se transformou em alguém
  • 4:36 - 4:37
    descrita como uma mulher que
  • 4:37 - 4:40
    andava como se o mundo lhe pertencesse.
Title:
A Vida Corajosa de Ida B. Wells #MulheresComuns
Description:

Inscreva-se no nosso canal de YouTube para mais vídeos: http://bit.ly/2bDhQUX

Nascida escravizada no Mississípi, no meio da Guerra Civil, Ida B. Wells se tornou uma repórter investigativa audaz e uma militante pelos direitos civis que seria eventualmente chamada de "a voz mais alta e persistente pela verdade" em uma era de injustiça.

Assista mais episódios de #MulheresComuns: http://bit.ly/2cjkhhL

Ajude a tornar a mídia mais feminista: http://www.feministfrequeny.com/donate

NOVA PÁGINA: http://feministfrequency.com
Facebook: http://facebook.com/femfreq
Twitter: http://twitter.com/femfreq
Instagram: http://instagram.com/femfreq
Tumblr: http://femfreq.tumblr.com

-~-~~-~~~-~~-~-
Apoie-nos assistindo: "We were planning to celebrate. Now we’re planning to act." https://www.youtube.com/watch?v=SPf7a4Gs90w
-~-~~-~~~-~~-~-

more » « less
Video Language:
English
Team:
Feminist Frequency
Duration:
05:02

Portuguese, Brazilian subtitles

Revisions Compare revisions