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Tytuł:
Everything is a Remix Part 3
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Opis:
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O ato da criação está envolto em uma névoa de mitos:
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que a criatividade vem através da inspiração,
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que criações originais quebram o molde,
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que se trata do trabalho de gênios
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e que aparece tão rápido quanto a eletricidade chega aos filamentos.
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Mas a criatividade não é mágica.
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Ela surge aplicando ferramentas comuns de pensamento em materiais já existentes.
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O solo de onde brota nossa criação é algo que desprezamos e desentendemos,
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apesar dele nos oferecer tanto; e isso é copiar.
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Colocado simplesmente, copiando é como aprendemos.
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Não podemos introduzir algo novo enquanto não tivermos fluência na linguagem de um âmbito,
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e fazemos isso através da emulação.
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Por exemplo, todos os artistas passam seus anos de formação produzindo trabalho derivativo.
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O primeiro álbum de Bob Dylan continha onze canções cover.
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Richard Pryor começou uma carreira em comédia stand up fazendo uma imitação não muito boa de Bill Cosby,
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e Hunter S. Thompson redigitou "O Grande Gatsby" só para sentir como é escrever um grande romance.
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Ninguém começa de forma original.
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Você precisa copiar para criar os fundamentos do conhecimento e compreensão
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e depois disso, as coisas podem começar a ficar interessantes.
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Tudo é um Remix
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Parte Três: Os Elementos da Criatividade
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Após ter estabelecido fundamentos através da cópia, é possível se criar algo novo através da transformação.
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Pegar uma ideia e criar variações,
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o que significa passar por uma experimentação demorada mas que pode, finalmente, levar a um avanço.
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James Watt criou uma grande melhoria na locomotiva a vapor porque foi contratado para consertar a locomotiva de Thomas Newcombe.
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Depois ele passou doze anos desenvolvendo sua própria versão.
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Christopher Latham Sholes usou um piano como modelo para o teclado de sua máquina de escrever.
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Seu design evoluiu durante cinco anos até o sistema QWERTY que usamos ainda hoje.
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E Thomas Edison não inventou a lâmpada. Sua primeira patente foi "A Melhoria de Lâmpadas Elétricas",
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mas ele produziu a primeira comercialmente viável depois de testar 6000 materiais diferentes para os filamentos.
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Todos esses foram avanços imensos, mas não são ideias originais e sim momentos críticos
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numa linha contínua de invenções de muitas pessoas diferentes.
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Mas os resultados mais dramáticos podem acontecer quando idéias são combinadas;
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conectando ideias, saltos criativos podem ocorrer, produzindo alguns dos maiores avanços da história.
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A prensa móvel de Johannes Gutemberg foi criada cerca de 1440, mas quase todas suas partes já existiam há séculos.
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Henry Ford e a Ford Motor Company não inventaram a linha de montagem, peças substituíveis e nem mesmo o automóvel,
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mas combinaram todos esses elementos em 1908 para produzir o primeiro carro para o mercado de massa: o Model T.
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A Internet cresceu lentamente durante várias décadas enquanto redes e protocolos fundiam-se.
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Finalmente, alcançou massa crítica em 1991, quando Tim Berners-Lee adicionou a isto a World Wide Web.
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Estes são os elementos básicos da criatividade: copiar, transformar e combinar.
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A ilustração perfeita de tudo isso funcionando é a história dos dispositivos que usamos neste exato momento.
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Vamos retornar à alvorada da revolução dos computadores e dar uma olhada na companhia que começou tudo:
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Xerox.
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Xerox inventou o computador pessoal moderno no início dos anos 70.
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O Alto era um sistema controlado por um mouse com uma interface de usuário gráfica.
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Lembre-se que o computador pessoal popular dessa época era operado por interruptores;
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Se você os colocasse na ordem correta, via luzes piscando.
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O Alto era muito avançado para sua época.
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Em certo momento, a Apple se interessou pelo Alto
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E mais tarde lançou nao um, mas dois computadores com interfaces gráficas
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o LISA, e seu sucessor mais conhecido: o MacIntosh
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O Alto nunca foi um produto comercial, mas a Xerox lançou um sistema baseado nele em 1981
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O Star 1810, 2 anos antes do LISA, 3 anos antes do Mac
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foram o Star e o Alto que serviram de base para o MacIntosh
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O Star da Xerox usava a metáfora da "área de trabalho"
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Com ícones para documentos e pastas
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Ele tinha ponteiros, barras de rolagem e menus "pop-up"
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Tais eram grandes inovações, e o MacIntosh as copiou todas
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Mas foi essa primeira combinação que ele incorporou que colocou o Mac no caminho para o sucesso
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A Apple mesclou o computador com um utensílio doméstico: o Mac deveria ser um dispositivo simples
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Como a TV ou o rádio.
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E isso era diferente do Star, voltado para uso profissional
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e completamente diferente dos complicados sistemas baseados em texto que dominavam a era
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O Mac era para a casa e isto produziu muitas trasnformações
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Primeiro, a Apple removeu um dos botões do mouse
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para fazer seu novo modelo menos confuso
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E adicionaram o duplo clique para abrir arquivos
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O STAR usava uma tecla separada para abrir arquivos
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O Mac também permitiu que os ícones fossem arrastados
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E mover e redimensionar janelas
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O STAR não tinha "arrastar e soltar".
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Você movia e copiava arquivos selecionando um ícone, apertando uma tecla e clicando em um novo local
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E redimensionava janelas através de um menu
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Tanto o STAR como o ALTO tinham menus "popup"
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mas como sua localização sempre mudava na tela, o usuário precisava sempre se reorientar
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O Mac introduziu a barra de menus, que ficava no mesmo lugar, independente do que você utilizava
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E adicionou a lixeira para deixar mais intuitivo o ato de apagar arquivos
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E, por último, através de uma engenharia especializada e inteligente
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A Apple conseguiu fazer o preço do Mac cair para USD 2.500,00
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Ainda bem caro, mas bem mais barato que o LISA de US$ 10.000,00 ou o STAR de US$ 17.000,00
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Mas o que deu início a tudo foi a interface gráfica
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misturada com a ideia do computador como utensílio doméstico
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O Mac é uma demonstração do grande potencial das combinações
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O Star e o Alto, por outro lado, são o produto de anos de pesquisa e desenvolvimento de alto nível.
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Eles são um testamento do baixo poder de transformação.
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Mas é claro que que eles também contém o trabalho de outros
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O Alto e o Star são caminhos de evolução que vem desde o Sistema NLS
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que introduziu as janelas e o mouse
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e desde o Sketchpad, o primeiro aplicativo de desenho interativo
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e até mesmo o Memex, um conceito que lembra o PC moderno, décadas antes dele
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A interdependência da nossa criatividade foi obscurecida
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por poderosas ideias culturais
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Mas a tecnologia está expondo essa conectividade
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Estamos lutando legal, ética e artisticamente
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para lidar com essas implicações
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e este é o nosso episódio final: parte 4
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Escrito e remixado por Kirby Ferguson
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Com contribuições de...
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...
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E se a Xerox não tivesse desenvolvido a interface gráfica?
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Ou Thomas Edison encontrado diferentes condições?
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E se Tim Berners-Lee não tivesse encontrado o financiamento para a desenvolver a World Wide Web?
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O nosso mundo seria diferente?
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Estaria mais atrasado?
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A hisória parece nos contar as que coisas não seriam tão diferentes.
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Toda vez que há um grande avanço geralmente há outros no mesmo caminho.
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As vezes um pouco atrás, as vezes nem um pouco.
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Issac Newton e Gottfried Leibniz inventaram o cálculo ao mesmo tempo em 1684.
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Charles Darwin propôs a teoria da evolução através da seleção natural.
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Mas Alfred Russel Wallace teve basicamente a mesma idéia basicamente ao mesmo tempo.
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E Alexander Graham Bell e Elisha Gray requisitaram patentes para o telefone no mesmo dia.
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Nós chamamos isso de "descobertas múltiplas".
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A mesma inovação emergindo em diferentes lugares.
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Ciência e invenção estão cheias delas.
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Mas também pode acontecer nas artes.
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Em filmes, por exemplo, nós tivemos três filmes sobre a Coco Chanel lançados num intervalo de 9 meses entre eles.
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Em 1999 tivemos um quarteto de filmes de ficção sobre realidades virtuais.
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Mesmo o filme incomumente original de Charlie Kaufman "Synecdoche, New York",
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tem uma semelhança incomum com a ficção de Tom McCarthy "Remainder".
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Ambas as histórias sobre homens que repentinamente se tornam ricos
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e começam a recriar momentos de suas vidas
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a ponto de recriarem suas recriações.
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E na verdade este vídeo que você está vendo
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foi deito depois de uma matéria do New Yorker publicar um artigo de Malcolm Gladwell
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sobre a Apple, Xerox, e a natureza da inovação.
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Nós somos todos feitos dos mesmos materiais.
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As vezes por coincidência nós conseguimos resultados similares,
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mas as vezes inovações simplesmente parecem inevitáveis.
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Eu não inventei nada novo.
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Eu simplesmente conectei descobertas feitas por outros homens em séculos de trabalho.
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Tivesse trabalhado cinquenta ou dez ou mesmo cinco anos antes,
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eu teria falhado.
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Assim é com cada novidade.
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O progresso acontece quando todos os fatores necessários para que ele ocorra estão prontos,
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e então é inevitável.
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Ensinar que uma quantidade relativamente pequena de homens é responsável pelos grandes passos adiante da humanidade é o pior tipo de tolice.
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