US$ 1,1 trilhão | Michael Casson | TEDxDover

Dr. Michael Casson é professor na Delaware State University. Ele discute a circulação do dinheiro na comunidade negra em relação a outras comunidades.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

Olá a todos.

Vocês não acreditariam se eu dissesse
que nós gastamos US$ 1,1 trilhão.

E a única coisa pior que gastar
esse US$ 1,1 trilhão

é que ninguém parece se incomodar
com o fato que, em menos de 6 horas,

esse dinheiro deixou de ser nosso.

Esses dólares deixaram
nossa comunidade para nunca voltar.

E com nada em retorno,
apenas tendências de desemprego.

Talvez se fôssemos mais espertos
quanto ao impacto que esse US$ 1,1 trilhão

tem na nossa comunidade,

teríamos percebido
que nossa escolha de renunciar

não vem impunemente.

Uma ninharia dessas, né?

Afinal, o que se pode comprar
com US$ 1,1 trilhão?

Bom, vamos começar
com 50 milhões de bolsas de estudo

para frequentar
a faculdade de sua escolha.

Ou 900 mil centros comunitários
para ajudar viabilizar a voz comunitária.

Ou 1,4 milhão de Escolas Charter,
para iniciar uma revolução educacional.

Especialmente quando juntamos
isso com a possibilidade de entrar

em 3 mil instituições
predominantemente brancas.

Agora, eu seria omisso se não incluísse
entretenimento no meu circuito de gastos.

Nada de assentos na geral.
Estou na pista agora...

(Risos)

dos 500 times da NBA
que decidimos comprar,

e transmitir os jogos,
pois compramos a CBS, NBC e ESPN.

E ainda temos US$ 1 trilhão
sobrando para nossos desejos.

Então me digam: de quem é a culpa
pelas taxas de desemprego?

Quantos empregos US$ 1,1 trilhão
pode realmente criar?

Bom, vamos tentar 12 milhões
de empregos de impacto direto

e mais 4 milhões de empregos
pelo impacto induzido.

Isso é o que acontece quando decidimos
investir na nossa comunidade.

Então talvez possamos aprender
com a economia de outras culturas.

Vamos considerar 30, 20 e 17 dias

que aquele US$ 1 circule

nas comunidades asiática,
judaica e branca respectivamente.

Eu sempre disse que a verdade
é mais maluca que a mentira.

Algumas dessas coisas
não dá para inventar.

Então lembrem-se do que eu disse
que menos de seis horas

é o tempo máximo de circulação
do dólar afro-americano.

Imaginem isto: US$ 1,1 trilhão.

O vento levou. Fabuloso!

(Risos)

Gasto com iPhones, roupas da última moda,

e outros atos aleatórios
de luxo depreciativo.

Mas quem dera tivéssemos
acesso ao capital, não é?

Poderíamos abrir nossas próprias empresas,

poderíamos nos tornar chefes
de nossas empresas do dia para a noite.

Bom, existem 21 bancos com donos
afro-americanos para considerarmos.

Infelizmente, porém,
eles encontram muitos desafios,

principalmente se deparar
com portas fechadas,

como nos prova o total prévio de 54.

Agora, os 21 bancos
de afro-americanos restantes

têm um patrimônio
que totaliza US$ 4,7 bilhões.

Supostamente respeitável
até compararmos com US$ 1,1 trilhão.

Sei que alguns matemáticos aqui
já estão fazendo as contas, certo?

Pois US$ 4,7 bilhões
correspondem apenas a simplesmente

menos da metade de 1% do US$ 1,1 trilhão

no poder de compra dos afro-americanos.

Se eu não soubesse, diria que a culpa
é parcialmente nossa.

Então, finalmente, vou terminar com isto:
tenho mais perguntas do que soluções,

dessa forma deixando a porta aberta
para uma revolução econômica.

Obrigado.

(Aplausos)