Estamos morrendo errado | Ken Hillman |TEDxSydney
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0:12 - 0:15Esta é uma foto minha com meu avô,
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0:15 - 0:18nos anos 50, andando por Sidney.
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0:19 - 0:22Alguns anos depois, por volta de 1959,
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0:22 - 0:25meu avô morreu em casa confortavelmente,
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0:25 - 0:28sob os cuidados de seu clínico geral.
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0:29 - 0:32Esta palestra é sobre
a morte e sobre morrer, -
0:32 - 0:35e é tarde demais para ir embora,
as portas estão trancadas. -
0:35 - 0:36(Risos)
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0:36 - 0:40Mas é sobre a morte e o morrer
quando se está muito idoso, -
0:40 - 0:43naturalmente e chegando
normalmente ao final da vida. -
0:44 - 0:46Então, por que meu avô
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0:46 - 0:49pôde morrer em casa com muito conforto,
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0:49 - 0:54mas com a minha mãe, 25 anos depois,
a história foi muito diferente? -
0:54 - 0:55Eu vou chegar lá.
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0:56 - 1:01Uma das razões foi que naquele tempo,
na valise do clínico geral, -
1:01 - 1:06não havia nem mais, nem menos do que
o que se podia encontrar nos hospitais. -
1:06 - 1:08Isso não faz muito tempo.
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1:08 - 1:13Hospital era aonde você ia
se estivesse doente, -
1:13 - 1:16mas se fosse pobre também,
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1:16 - 1:19e se sentava na cama
para ser muito bem cuidado, -
1:19 - 1:23e algumas vezes melhorava, e outras não.
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1:24 - 1:26Podemos ver isso nos filmes da época,
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1:26 - 1:30se alguém se ferisse na rua,
se levasse um tiro ou uma facada, -
1:31 - 1:34um espectador gritaria:
"Rápido! Chamem um médico!" -
1:35 - 1:38Alguns anos depois, o espectador diria:
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1:38 - 1:40"Rápido! Chamem uma ambulância!"
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1:40 - 1:43Então, o que estava mudando nos hospitais?
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1:43 - 1:49Foi no início dos anos 60,
e houve uma explosão de tecnologia, -
1:49 - 1:53maneiras maravilhosas de fazer
imagens de cada parte do corpo, -
1:53 - 1:55cirurgias complexas,
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1:55 - 1:58dividimos o corpo em "-ologias":
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1:58 - 2:02neurologia, cardiologia,
gastrenterologia, etc., -
2:03 - 2:08e os cirurgiões também dividiram o corpo
em partes diferentes para trabalhar -
2:08 - 2:10e deram nomes diferentes a elas.
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2:11 - 2:14E claro, havia a terapia intensiva.
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2:14 - 2:17E 25 anos depois que meu avô morreu,
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2:17 - 2:20me tornei especialista
em terapia intensiva, -
2:20 - 2:23num grande hospital-escola de Londres.
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2:23 - 2:26E achei que poderia manter
as pessoas vivas para sempre. -
2:26 - 2:29Esse foi o início da terapia intensiva.
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2:29 - 2:32Achava que não havia limites
para o que podíamos fazer. -
2:32 - 2:36E de muitas formas, em alguns
casos, não havia mesmo. -
2:38 - 2:41Se havia um cérebro e um fígado
relativamente normais, -
2:41 - 2:44eu conseguia manter o resto funcionando.
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2:44 - 2:47Naquela época eu tinha
seis leitos na terapia intensiva. -
2:48 - 2:53Hoje trabalho numa unidade de terapia
intensiva que tem 40 leitos. -
2:53 - 2:57Quatro mil dólares australianos
por paciente, por dia. -
2:58 - 3:02Mas não foi só o número
de leitos que mudou, -
3:02 - 3:06mudou também o tipo de pacientes
que tratamos hoje na terapia intensiva. -
3:07 - 3:10Muitos têm acima de 60 anos,
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3:10 - 3:13muitos têm 80, 90 anos,
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3:13 - 3:17e muitos deles estão em seus
últimos dias ou semanas de vida. -
3:18 - 3:20Então, como isso aconteceu?
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3:20 - 3:23Bem, é como uma esteira rolante.
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3:23 - 3:26Com meu avô, ele adoeceu na comunidade,
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3:26 - 3:30esperava-se que ele fosse
tratado e cuidado em casa. -
3:31 - 3:34Se ficarmos doentes na comunidade hoje,
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3:35 - 3:37quase sempre chamamos a ambulância.
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3:37 - 3:41É muito assustador quando
alguém fica muito doente. -
3:42 - 3:46A ambulância leva o doente
ao pronto-socorro mais próximo. -
3:46 - 3:49Prontos-socorros são
altamente estressados. -
3:49 - 3:53Eles ressuscitam, estabilizam,
e deixam o doente pronto -
3:53 - 3:56para ser admitido no hospital.
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3:57 - 3:59E então a pessoa fica até
mais doente no hospital. -
3:59 - 4:04E cá estou eu, no final
da esteira rolante, -
4:04 - 4:07na UTI, esperando pelo doente.
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4:08 - 4:12Esta é a foto da minha mãe
e de meus irmãos e irmãs. -
4:13 - 4:17Para minha mãe, não foi igual
ao que aconteceu com meu avô. -
4:17 - 4:20Nos seis últimos meses de sua vida,
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4:20 - 4:23ela foi internada 22 vezes em hospitais
de cuidados intensivos. -
4:24 - 4:28Não disseram a ela
exatamente o que ela tinha. -
4:28 - 4:30As pessoas não lhe contaram
-
4:30 - 4:34que quando se fica mais velho,
as coisas começam a deteriorar, -
4:34 - 4:36e ficamos mais doentes.
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4:37 - 4:39Não lhe foi dada escolha sobre isso.
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4:39 - 4:43Ela simplesmente ficou doente,
e foi colocada nessa esteira rolante, -
4:43 - 4:45internada no hospital.
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4:46 - 4:50Nessas situações tive de ser
o filho, não o médico, -
4:50 - 4:54por isso não interferi em nenhuma decisão,
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4:54 - 4:58até que, por fim, um médico
muito especial nos reuniu e disse: -
4:58 - 5:01"Sua mãe está idosa, e está morrendo,
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5:01 - 5:03e devemos deixá-la ir em paz".
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5:03 - 5:06Foi um grande alívio para todos nós,
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5:06 - 5:08e claro, foi um alívio para a minha mãe.
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5:08 - 5:11Então, cerca de 48 h depois disso,
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5:11 - 5:15minha mãe faleceu
de forma muito confortável. -
5:15 - 5:17Do que minha mãe morreu?
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5:17 - 5:22Bem, quando eu era residente,
podíamos escrever "velhice," -
5:22 - 5:24mas não podemos mais fazer isso.
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5:24 - 5:26Temos de inventar um termo médico.
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5:26 - 5:28Por exemplo,
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5:28 - 5:30todos que morrem têm parada cardíaca,
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5:30 - 5:33então escrevemos no prontuário
"doença cardiovascular". -
5:33 - 5:34Por isso doença cardiovascular
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5:34 - 5:37é a morte mais comum
em nossa comunidade. -
5:37 - 5:40(Risos)
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5:41 - 5:45O que mais me perturbava era
que a minha mãe sempre perguntava: -
5:45 - 5:46"O que eu tenho, Ken?
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5:46 - 5:49Se eles encontrassem meu problema,
-
5:49 - 5:51podiam tomar alguma providência".
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5:51 - 5:54Isso é muito difícil de explicar
-
5:55 - 5:58porque quando ficamos
mais velhos, ficamos doentes, -
5:58 - 6:02e é muito difícil dizer com certeza
o que está acontecendo. -
6:02 - 6:06E também, a medicina
é baseada no diagnóstico. -
6:07 - 6:09É isso que aprendemos por seis anos:
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6:09 - 6:10o diagnóstico.
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6:11 - 6:12Um simples diagnóstico.
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6:12 - 6:14Hospitais são lugares maravilhosos
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6:14 - 6:18se você tiver um problema
simples que pode ser curado. -
6:19 - 6:22Entretanto, quando ficamos velhos,
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6:22 - 6:27a combinação de todas as doenças
crônicas ou comorbidades, -
6:27 - 6:29qualquer que seja a palavra medicalizada,
-
6:29 - 6:31acrescenta-se a algo
-
6:31 - 6:34para o qual ainda não temos
um nome ou um número. -
6:35 - 6:37Gosto da palavra "debilidade".
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6:37 - 6:40Porque vai ao encontro
do ponto de vista do paciente. -
6:40 - 6:43Não é uma lista de termos medicalizados,
-
6:43 - 6:44é debilidade.
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6:44 - 6:50E tenho certeza que muitos de vocês
na plateia conhecem pessoas idosas, -
6:50 - 6:54e sabem o que acontece
quando se tornam ainda mais frágeis, -
6:54 - 6:58Gosto muito dessa escala de debilidade
porque mostra ótimas figuras. -
6:58 - 6:59Começando com o número um,
-
6:59 - 7:01estamos muito em forma
nos nossos 60, 70 anos, -
7:01 - 7:04e depois gradualmente
ficamos mais e mais frágeis, -
7:04 - 7:06mais e mais vulneráveis.
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7:06 - 7:09Até que fica difícil nos locomovermos,
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7:09 - 7:11até ficarmos muito mais vulneráveis.
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7:11 - 7:14Então ficamos presos
a uma cadeira de rodas, -
7:14 - 7:17e por fim, sem forças para sair da cama.
-
7:19 - 7:22Apesar de todas as especialidades
e todos os remédios -
7:22 - 7:25e todas as coisas maravilhosas
que podemos fazer na medicina, -
7:25 - 7:29a debilidade relacionada
à velhice não é curável. -
7:30 - 7:34As palestras TED não são apenas sobre
o problema, também são sobre a solução. -
7:34 - 7:36O que eu gostaria de falar para vocês
-
7:36 - 7:40é o que estamos tentando
fazer sobre isso em meu hospital. -
7:41 - 7:48Não tem a ver com alta tecnologia
ou TI ou qualquer coisa do gênero. -
7:48 - 7:50Não é nada chique,
-
7:50 - 7:53mas tenho o privilégio
de trabalhar em uma organização -
7:53 - 7:57que tem a cultura de olhar
para as coisas de uma forma diferente, -
7:57 - 8:01colocando o paciente no centro,
eliminando todas as outras coisas, -
8:01 - 8:04e pensando como podemos
fazer isso da melhor forma. -
8:05 - 8:08Então, acreditem ou não,
-
8:08 - 8:11médicos em hospitais acham muito difícil
-
8:11 - 8:13identificar pessoas
que estão no fim da vida. -
8:14 - 8:16Eu sei que isso é
muito difícil de acreditar. -
8:17 - 8:20Por isso estamos trabalhando
numa ferramenta que nos dê uma pista -
8:20 - 8:23das pessoas que têm meses
ou talvez um ano de vida. -
8:23 - 8:25Chama-se Crystal Tool.
-
8:25 - 8:29É muito simples, pode ser usada
pelas pessoas na cabeceira da cama. -
8:30 - 8:33É só a combinação de coisas lógicas,
-
8:33 - 8:37como idade, a escala
de debilidade e coisas desse tipo. -
8:37 - 8:42Com tudo que fazemos na medicina,
-
8:42 - 8:43existe uma incerteza.
-
8:43 - 8:46A incerteza é inerente à medicina.
-
8:46 - 8:52Vejamos por exemplo uma pessoa
de 20 anos com um tumor cerebral terminal: -
8:52 - 8:54fazemos todos os testes,
e descobrimos que é terminal. -
8:55 - 8:58Bem, a primeira coisa
que a pessoa quer saber é: -
8:58 - 9:00"Quanto tempo de vida eu tenho?"
-
9:00 - 9:05Então, usando todos os dados coletados
de todos que têm esse tipo de tumor, -
9:05 - 9:07podemos dizer: "Bem, talvez um ano.
-
9:08 - 9:09Podem ser seis meses.
-
9:09 - 9:11Podem ser dois anos.
-
9:11 - 9:15Talvez, em circunstâncias especiais,
podem ser três anos, -
9:15 - 9:20mas a doença é terminal, e não
podemos fazer muito sobre isso". -
9:20 - 9:22É a mesma coisa com os idosos.
-
9:23 - 9:28Algumas escalas como essa pelo menos
nos permitem avançar para a próxima fase. -
9:29 - 9:32E a próxima fase não é
nenhum bicho de sete cabeças. -
9:32 - 9:33Mas acreditem ou não,
-
9:33 - 9:39os médicos ficam muito desconfortáveis
de falar sobre a morte com os idosos. -
9:39 - 9:41Não tenho muita certeza do porquê disso.
-
9:41 - 9:47A próxima etapa depois de identificar
essas pessoas, é iniciar a discussão -
9:47 - 9:50de forma honesta e empática.
-
9:51 - 9:54A etapa seguinte também é sensata,
-
9:54 - 9:57mas acreditem ou não,
isso também não acontece. -
9:57 - 10:01É empoderar os pacientes
e seus cuidadores com escolhas. -
10:01 - 10:05Sermos honestos sobre a situação deles,
-
10:05 - 10:09quanto tempo de vida eles têm, e como
gostariam de viver esse tempo restante. -
10:09 - 10:12Talvez queiram continuar
entrando e saindo de hospitais, -
10:12 - 10:15talvez queiram o tratamento
mais agressivo disponível, -
10:15 - 10:19mas pelo menos estaria
baseado em dados corretos -
10:19 - 10:22e em formas corretas
para tomar uma decisão. -
10:22 - 10:25Entretanto, descobrimos que muitas pessoas
-
10:25 - 10:28não querem ficar entrando
e saindo de um hospital -
10:28 - 10:31já que sabem que não têm
muito tempo de vida. -
10:31 - 10:34De fato, cerca de 70% das pessoas,
-
10:35 - 10:38neste país, nos EUA e no Reino Unido,
-
10:38 - 10:41dizem preferir morrer em casa
quando perguntam a elas. -
10:41 - 10:44Isso contrasta
-
10:44 - 10:50com cerca de 70% de vocês
que morrerão na UTI, em hospitais. -
10:50 - 10:52Então existe uma discrepância aqui,
-
10:52 - 10:54que meio que reforça o fato
-
10:54 - 10:58de que não estamos falando com as pessoas
sobre isso de forma adequada. -
11:00 - 11:02As soluções a longo prazo
não estão nos hospitais. -
11:02 - 11:05As soluções a longo prazo são coisas
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11:05 - 11:08como colocar o médico da família
mais no centro dos cuidados, -
11:08 - 11:10diretivas avançadas de cuidados,
-
11:10 - 11:13precisamos considerar isso
enquanto ainda conseguimos, -
11:13 - 11:16falar com nossos familiares
e deixar isso por escrito. -
11:17 - 11:21Mas também precisamos alocar
recursos e apoiar as pessoas, -
11:21 - 11:23se elas forem morrer em casa,
-
11:23 - 11:26para que possam ser cuidadas,
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11:26 - 11:29para que tenham assistência domiciliar.
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11:30 - 11:34Gostaria de levantar uma controvérsia
e dizer que eu não acredito -
11:34 - 11:39que os últimos meses ou o ano de vida
de uma pessoa muito idosa -
11:39 - 11:41seja um desafio médico.
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11:41 - 11:44Talvez se estiverem com dor,
ou desconfortáveis, claro. -
11:44 - 11:48Mas muito disso é apoio da comunidade:
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11:48 - 11:50ajudando os cuidadores,
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11:51 - 11:54assegurando a limpeza da casa do idoso,
que tenha boa comida, -
11:54 - 11:57que seja banhado
e todo esse tipo de coisas. -
11:58 - 12:01Não são problemas médicos ou de saúde.
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12:03 - 12:06A morte por velhice foi desvirtuada.
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12:07 - 12:10Os pacientes são divididos
em órgãos individuais -
12:10 - 12:15e tentamos aperfeiçoar e melhorar
esses órgãos individuas. -
12:15 - 12:19É um pouco do que aconteceu
com os partos nos anos 50 e 60, -
12:19 - 12:20que também foi desvirtuado.
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12:20 - 12:23Mulheres em trabalho de parto
eram levadas ao hospital, -
12:23 - 12:25amarradas, pernas abertas,
os bebês nasciam, -
12:25 - 12:27eram colocados juntos com outros bebês,
-
12:28 - 12:32os pais não podiam ficar com as esposas,
nem podiam nem segurar o bebê. -
12:32 - 12:38Era como se conduzia
um parto nos anos 50 e 60. -
12:38 - 12:42Isso é similar ao que está acontecendo
com os idosos nesse momento. -
12:43 - 12:46É assim que muitos de vocês morrerão:
-
12:46 - 12:48cercados por alta tecnologia,
-
12:48 - 12:51cuidados por pessoas bem-intencionadas,
-
12:51 - 12:56com muita expertise
em sua respectiva área. -
12:58 - 13:00Também
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13:01 - 13:05ouvimos sobre milagres
médicos quase todos os dias, -
13:05 - 13:07o que é animador.
-
13:07 - 13:12Ouvimos sobre o que a saúde
e a medicina moderna podem fazer, -
13:12 - 13:16mas não ouvimos muito sobre
o que a medicina moderna não pode fazer. -
13:16 - 13:19Precisamos ser muito mais
honestos com nossa comunidade -
13:19 - 13:22sobre as limitações da medicina moderna.
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13:23 - 13:28Raramente passa um dia quando
faço a ronda das alas com os colegas -
13:28 - 13:33e um de nós não diz: "Por favor,
nunca deixe isso acontecer comigo!" -
13:35 - 13:38Essa é uma das decisões
mais importantes de sua vida. -
13:38 - 13:42Você precisa ter o controle
sobre o fim de sua própria vida. -
13:43 - 13:45Muito obrigado.
-
13:45 - 13:47(Aplausos)
- Title:
- Estamos morrendo errado | Ken Hillman |TEDxSydney
- Description:
-
Como líder mundial no gerenciamento de cuidados de pessoas muito doentes, os métodos inovadores de Ken Hillman no tratamento de pacientes críticos tornaram-se padrão de referência na Austrália, EUA e Europa. Seu trabalho é manter as pessoas vivas, mas ele nos pede que questionemos se isso é sempre algo bom.
Ken Hillman é professor de Terapia Intensiva na Universidade de New South Wales. Graduou-se pela Universidade de Sydney e trabalhou no Hospital de St Vincent em Sydney antes de continuar seu treinamento no Hospital St Bartholomew, em Londres. Foi diretor da Unidade de Terapia Intensiva no Hospital Charing Cross em Londres, antes de voltar para a Austrália, onde clinica na UTI do Hospital Liverpool, em Sydney.
Ele publicou mais de 150 artigos revisados por pares, assim como escreveu muitos capítulos e editou vários livros. Ken escreveu o livro "Vital Signs" destinado ao público leigo, que fala sobre o que realmente acontece na terapia intensiva. Ele está prestes a publicar outro livro sobre o processo de envelhecer, morrer e a morte.
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx
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- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
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- 14:03
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