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The FREQ Show: Manufaturando uma Ameaça Muçulmana

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    A multidão já se dispersou?
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    Não, ainda está lá, mas desarmada.
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    Apenas cantando coisas padrão
    como "Morte à América".
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    (Manufaturando uma Ameaça Muçulmana)
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    De A Verdade da Mentira
    a Sniper Americano,
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    de 24 Horas até
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    Call of Duty: Guerra Moderna,
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    a mídia ocidental está cheia de imagens
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    de pessoas pardas malvadas
    que devem ser exterminadas
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    por homens brancos nobres,
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    lutando heroicamente
    por liberdade e justiça.
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    E claro, isso é tão comum até agora
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    que talvez você esteja imune
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    à antiquada Islamofobia americana
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    em nossa mídia.
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    (Os Caçadores da Arca Perdida, 1981)
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    (O Homem de Ferro, 2008)
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    (Sniper Americano, 2014)
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    (Embaixada dos Estados Unidos, Iêmen)
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    (Madam Secretary, 2014)
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    (Momento Crítico, 1996)
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    (Comando Delta, 1986)
    "Isso é um sequestro!"
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    (Momento Crítico, 1996)
    "Vão sentar, vão sentar!"
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    "Vai sentar! Ninguém se move! Ninguém!"
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    "OK!"
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    (Regras do Jogo, 2000)
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    Atirem ao aparecerem alvos hostis!
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    Acabem com esses canalhas!
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    Vocês mataram nossas mulheres e crianças.
    (A Verdade da Mentira, 1994)
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    Bombardearam nossas cidades à distância...
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    Covardemente...
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    E ousam nos chamar de terroristas?!
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    Aqui, flor do deserto, fique com o troco
    (Quem Não Corre, Voa, 1981)
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    Já pensou em se juntar a um harém?
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    Ó céus! Eles me acharam.
    Não sei como, mas acharam.
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    (De volta para o futuro, 1985)
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    Nãoooo!
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    O que?! De volta para o futuro?!
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    Até esse amado clássico da comédia
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    tem tempo para incluir
    uns homens pardos assustadores
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    para ameaçar e aterrorizar
    nossos heróis brancos.
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    Infelizmente, não podemos entrar
    no DeLorean do Dr. Brown
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    e desfazer toda representação danosa
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    de muçulmanos, árabes
    e pessoas do Oriente Médio
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    que assombram nossas histórias desde...
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    basicamente desde as Cruzadas.
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    Mas podemos nos assegurar
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    que a história não continue se repetindo.
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    (Mas não há mais trabalhos
    para atores de cor como nunca antes?)
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    OK, talvez isso não seja totalmente justo.
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    De alguma forma as coisas mudaram.
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    Houve um tempo
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    que atores não-brancos raramente
    conseguiam trabalho em Hollywood.
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    Hoje, séries como Homeland
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    e filmes como Momento Crítico
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    estão concedendo a alguns atores pardos
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    grandes oportunidades de representar
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    terroristas assustadores que são baleados
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    enquanto gritam algo absurdo
    como "Morte à América!"
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    Nem importa se você tem mesmo
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    descendência do Oriente Médio.
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    Se você for pardo, você pode estar ali
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    para representar os caras maus.
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    (Príncipe da Pérsia:
    As Areias do Tempo, 2010)
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    (O Reino, 2007)
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    "Ligue a câmera."
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    (O Príncipe do Deserto, 2011)
    Você é artista, Sr. Thurkettle?
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    Não senhor, eu trabalho
    para uma pequena empresa
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    chamada "Texan Oil".
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    Bem, não há óleo aqui, Sr. Thurkettle.
    (Antonio Bandeiras?! Como assim?)
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    Apenas areia.
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    Mas claro, nem todo
    personagem do Oriente Médio
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    é vilão em filmes.
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    No sucesso de bilheteria em 1921,
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    O Sheik,
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    o charmoso herói fica
    com a garota no final.
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    Mas o mundo árabe do filme
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    é apresentado como exótico e perigoso
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    e o próprio Sheik,
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    o único árabe bom e heroico,
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    é interpretado pelo galã ítalo-americano
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    Rudolph Valentino.
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    E como ele não é realmente árabe,
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    ele pode ficar com a garota no final.
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    Se você acha que essa forma racista
    de simbolizar a diferença
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    entre "bons" e "maus" árabes acabou
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    com o advento do cinema falado,
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    pense novamente.
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    Você já reparou como no Aladdin da Disney
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    o mocinho poderia muito bem ser
    um surfista americano bronzeado
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    mas os caras maus parecem
    e soam um pouco mais...
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    árabes?
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    Você está atrasado."
    (Alladin, 1992)
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    "Com mil perdões, ó pacientíssimo."
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    "Você a trouxe então?"
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    "Tive que cortar algumas gargantas,
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    mas consegui."
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    Enquanto historicamente
    Hollywood por vezes deu
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    "bons" papéis árabes
    para atores não-árabes,
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    também deu "não-tão-bons"
    papéis árabes e sul-asiáticos
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    para atores brancos também,
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    negando trabalho a pessoas pardas
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    e representação decente
    nas telas numa tacada só.
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    É basicamente o pior Ardil-22 do mundo.
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    Por exemplo, tome o Sr. Habib,
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    o vilão ardiloso do Oriente Médio
  • 4:35 - 4:36
    em O Pai da Noiva 2,
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    interpretado por Eugene Levy.
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    Os Habibs querem comprar a casa, George.
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    Ela é exatamente o que procuram!
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    Moramos aqui 18 anos, não sei se vamos...
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    Não são nem palavras reais
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    que ele está dizendo à esposa!
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    É apenas um som sem sentido
  • 4:52 - 4:54
    que soa vagamente como do Oriente Médio.
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    O equivalente disso na escrita
    é muito comum também.
  • 4:57 - 4:58
    Videogames e programas de TV
  • 4:58 - 5:01
    constantemente jogam um texto rabiscado
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    e tentam passá-lo como árabe real.
    (Ainda não é árabe)
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    Bem, esse é árabe, mas certamente não diz
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    o que os produtores de Homeland queriam!
    (Homeland é racista)
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    Por mais insidioso seja colocar
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    populações e culturas inteiras
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    na Terra da Escrita de Rabisco,
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    não há nada tão difundido e prejudicial
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    quanto a tendência de Hollywood
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    de constantemente retratar
    pessoas do Oriente Médio
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    como terroristas genéricos.
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    É tão comum que, nas telas,
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    pele parda se tornou praticamente sinônimo
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    de caras maus que tem pouco
    ou nenhum aprofundamento
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    além do ódio à América
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    e às batatas-fritas da liberdade.
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    (24 Horas, 2007)
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    "Allahu Akbar!"
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    Obrigada, Jack Bauer!
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    O que faríamos sem você?
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    Um dos maiores problemas disso
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    é que apaga as vidas e culturas reais
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    de pessoas do Oriente Médio
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    e leva muitos espectadores ocidentais
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    a agrupar todos eles no mesmo grupo.
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    Vamos começar esclarecendo alguns termos
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    cujo significado foi ofuscado pela mídia
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    que pinta todo o Oriente Médio
  • 6:03 - 6:06
    com o mesmo pincel largo, raso, ignorante.
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    Primeiro, nós fizemos
    muita pesquisa sobre isso
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    e veja só...
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    palavras realmente têm significados.
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    Estranho, né?
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    Você não pode apenas agrupar
    árabes com muçulmanos
  • 6:15 - 6:17
    porque eles não são a mesma coisa!
  • 6:17 - 6:18
    Os árabes são um grupo étnico específico,
  • 6:18 - 6:20
    unidos pela cultura e linguagem,
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    e que provêm principalmente
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    de países do Oriente Médio.
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    Árabe não é, repito,
    não é uma categoria racial.
  • 6:27 - 6:28
    Certo?
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    Você pode ser branco, negro, pardo
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    e ainda ser Árabe.
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    Mas nem todas as pessoas do Oriente Médio
    são árabes e vice-versa.
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    Digamos, como a etnia Persa no Irã.
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    Um muçulmano é alguém que pratica o Islã,
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    uma religião com mais
    de 1,7 bilhões de membros
  • 6:42 - 6:46
    abrangendo um vasto número
    de identidades étnicas e culturais.
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    O mundo muçulmano compreende
    uma variedade de grupos
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    que as pessoas muitas vezes esquecem,
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    incluindo iranianos, sul-asiáticos,
  • 6:52 - 6:55
    norte-africanos, indonésios,
    americanos negros...
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    O Islã não está restrito ao Oriente Médio,
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    às pessoas cor-de-oliva,
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    ou apenas às pessoas que falam árabe.
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    Mas apesar do Islã ser uma religião,
  • 7:03 - 7:03
    não uma raça,
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    é vital que a gente entenda
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    que Islamofobia é racismo.
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    Se estiver atento até aqui,
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    você pode estar se perguntando,
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    se o Islã não é uma raça,
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    então como Islamofobia pode ser racismo?
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    A resposta está em outro "ismo",
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    um que muitos ocidentais
  • 7:17 - 7:18
    não estão muito familiarizados:
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    isso é Orientalismo.
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    Em suma, o termo orientalismo
    refere-se a como,
  • 7:22 - 7:24
    por séculos,
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    a história artística e acadêmica
    do ocidente perpetuou
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    uma ignorante e preconceituosa
    visão do "Leste".
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    Uma visão baseada na ideia
    da Cultura Ocidental
  • 7:31 - 7:33
    como inerentemente
    mais avançada e esclarecida,
  • 7:33 - 7:35
    e a Cultura Oriental como inerentemente
  • 7:35 - 7:37
    mais ignorante, irracional, primitiva
  • 7:37 - 7:39
    e muitas vezes super sexualizada.
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    De novo, muçulmanos vêm de
    muitas raças diferentes
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    e abarcam uma miríade
    de identidades culturais.
  • 7:43 - 7:45
    De fato, o ex-presidente
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    da Sociedade Islâmica da América do Norte
  • 7:47 - 7:49
    é uma mulher branca, Dra. Ingrid Mattson.
  • 7:49 - 7:50
    Mas sejamos reais,
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    ninguém propaga o ódio ao Islã
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    falando de mulheres brancas.
  • 7:53 - 7:55
    A mídia ocidental contribuiu para um nível
  • 7:55 - 7:56
    de ignorância tão grande,
  • 7:56 - 7:58
    que para muitos isso resultou
  • 7:58 - 8:00
    em igualar o Islã a pessoas
    pardas assustadoras,
  • 8:00 - 8:03
    particularmente homens pardos
    assustadores do Oriente Médio.
  • 8:03 - 8:04
    Tem sido tão efetivo
  • 8:04 - 8:06
    que a maioria de vocês
    provavelmente nem sabia
  • 8:06 - 8:08
    que esse homem não é
    muçulmano, ele é Sikh!
  • 8:09 - 8:12
    (Anúncio de Serviço Público:
    Muçulmanos e Sikhs não são a mesma coisa!)
  • 8:15 - 8:16
    Quanto mais se aprende...
  • 8:16 - 8:18
    Não só cinema e televisão
  • 8:18 - 8:20
    que perpetua esse tipo de ignorância.
  • 8:20 - 8:21
    Aqui o comediante Kumail Nanjiani
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    fala sobre como os videogames geralmente
  • 8:23 - 8:26
    não colocam nem o mínimo
    de esforço ou pesquisa
  • 8:26 - 8:28
    ao representar o Oriente Médio,
  • 8:28 - 8:30
    ou mesmo o Sul da Ásia,
  • 8:30 - 8:32
    que não é a mesma coisa que Oriente Médio!
  • 8:32 - 8:34
    A língua que falamos no Paquistão é Urdu.
  • 8:34 - 8:36
    Esse é o nome da língua que falamos: Urdu.
  • 8:36 - 8:38
    Mas todos os sinais de rua em "Karachi"
  • 8:38 - 8:41
    em Call of Duty estão em árabe...
  • 8:41 - 8:44
    Sim, é uma língua completamente diferente.
  • 8:45 - 8:47
    E eu sei que isso não parece grande coisa,
  • 8:47 - 8:49
    mas esse jogo levou
    três anos para ser feito.
  • 8:49 - 8:52
    Se derem uma olhada,
    as imagens são perfeitas.
  • 8:52 - 8:54
    É possível ver cada
    fio de cabelo nas pessoas.
  • 8:54 - 8:55
    Quando elas correm, elas suam.
  • 8:55 - 8:57
    Quando correm, os cadarços balançam!
  • 8:57 - 8:59
    Tudo que precisavam fazer era Google:
  • 8:59 - 9:00
    Idioma do Paquistão.
  • 9:04 - 9:05
    Eles literalmente pensaram
  • 9:05 - 9:07
    "Que língua falam no Paquistão?"
  • 9:07 - 9:08
    "Não me importa."
  • 9:10 - 9:12
    "Não consigo fazer
    as costeletas combinarem."
  • 9:13 - 9:15
    Filmes modernos, programas de TV e jogos
  • 9:15 - 9:17
    definitivamente perpetuam a Islamofobia,
  • 9:17 - 9:20
    mas não é exagero dizer
    que representações ignorantes
  • 9:20 - 9:22
    de pessoas do Oriente Médio
    na mídia ocidental
  • 9:22 - 9:23
    datam séculos.
  • 9:24 - 9:27
    Pinturas orientalistas do século 18
    foram muitas vezes marcadas
  • 9:27 - 9:29
    por imagens excessivamente
    sexualizadas da vida diária.
  • 9:29 - 9:31
    E a literatura romântica orientalista
  • 9:31 - 9:33
    do final do século 17 e início do 18,
  • 9:33 - 9:36
    serviu para justificar
    o imperialismo europeu,
  • 9:36 - 9:38
    apresentando as pessoas
    e culturas do Oriente Médio
  • 9:38 - 9:40
    como inerentemente exóticas e estranhas.
  • 9:41 - 9:43
    Então há uma mistura
    de árabes com muçulmanos,
  • 9:43 - 9:45
    e porque nossas ideias sobre o Islã
  • 9:45 - 9:48
    são tão fortemente ligadas
    a estereótipos de terrorismo e violência,
  • 9:48 - 9:50
    ambas as categorias estão associadas
  • 9:50 - 9:52
    à masculinidade e aos homens.
  • 9:52 - 9:54
    Enquanto em Hollywood muitos
    atores homens muçulmanos
  • 9:54 - 9:57
    só podem encontrar pequenos papéis
    como terroristas malvados,
  • 9:57 - 10:00
    Mulheres muçulmanas são
    por vezes apagadas por completo.
  • 10:00 - 10:02
    Os reais avanços
    que mulheres árabes fizeram
  • 10:02 - 10:04
    em muitas partes do mundo são ignorados,
  • 10:04 - 10:05
    porque representá-las complicaria
  • 10:05 - 10:08
    a narrativa racista e simplista
    sobre árabes e muçulmanos
  • 10:08 - 10:11
    com a qual Hollywood
    continua a tentar fazer dinheiro.
  • 10:11 - 10:13
    É quase como se não soubéssemos
    lidar com as mulheres
  • 10:13 - 10:14
    como pessoas de verdade.
  • 10:15 - 10:16
    O quê?!!!
  • 10:17 - 10:18
    Cineastas e produtores de TV
  • 10:18 - 10:20
    sabem como objetivar as mulheres,
  • 10:20 - 10:22
    como valorizá-las
    por seus atributos físicos,
  • 10:22 - 10:23
    e suas aparências.
  • 10:23 - 10:26
    As histórias que permitimos
    contar sobre o Oriente Médio
  • 10:26 - 10:28
    não permite o mesmo tipo
    de objetificação fácil
  • 10:28 - 10:30
    dos corpos dessas mulheres pardas,
  • 10:30 - 10:32
    então resistimos
    em incluí-las por completo.
  • 10:34 - 10:35
    (24 horas, 2005)
  • 10:37 - 10:38
    Mãe!
  • 10:41 - 10:43
    Ao menos podemos agradecer 24 Horas
  • 10:43 - 10:44
    por escolherem a atriz iraniana,
  • 10:44 - 10:46
    Shohreh Aghdashloo, na temporada 4,
  • 10:46 - 10:48
    como uma terrorista muçulmana
  • 10:48 - 10:49
    que também é esposa e mãe!
  • 10:50 - 10:52
    Mas há artistas, críticos e escritores
  • 10:52 - 10:54
    falando sobre o que significa ser o alvo
  • 10:54 - 10:56
    de todo esse racismo
    contra essas pessoas pardas.
  • 10:56 - 10:57
    E as críticas mais interessantes
  • 10:57 - 10:59
    estão vindo das mulheres muçulmanas.
  • 11:00 - 11:02
    Droga! Acho que perdi uma ligação.
  • 11:02 - 11:03
    Será que deixaram mensagem?
  • 11:05 - 11:08
    (Secretária Eletrônica Feminista)
  • 11:10 - 11:12
    "E aí, Anita??!"
  • 11:12 - 11:13
    É a sua comediante feminista muçulmana
  • 11:13 - 11:15
    iraniana-americana favorita ligando.
  • 11:15 - 11:18
    (Mensagem de Zahra Noorkhsh)
    Eu estive pensando...
  • 11:18 - 11:22
    Como é que em todos esses
    filmes terroristas,
  • 11:22 - 11:24
    você sabe, aqueles que têm pessoas pardas,
  • 11:24 - 11:26
    porque estamos sempre... atrasados?
  • 11:26 - 11:29
    Para todas as nossas
    aventuras terroristas.
  • 11:29 - 11:30
    Sabe do que estou falando?
  • 11:30 - 11:34
    Tem sempre esses caras pardos gritando
  • 11:34 - 11:36
    "Yalla! Yalla! Yalla!"
  • 11:36 - 11:38
    "Yalla" significa apenas "Apresse-se".
  • 11:38 - 11:41
    É o que você diz quando quer
    que alguém se apresse.
  • 11:41 - 11:42
    "Yalla, vamos lá."
  • 11:42 - 11:45
    "Yalla, crianças! Entrem no carro
    para ir para a escola!"
  • 11:45 - 11:49
    "E fazer parte de algumas
    aventuras malignas
  • 11:49 - 11:52
    contra Claire Danes e Homeland."
  • 11:52 - 11:54
    Qual é a deles com isso?
  • 11:55 - 11:56
    Cara, sério!
  • 11:56 - 11:57
    Qual o porquê disso?
  • 11:57 - 11:59
    "Yalla" na minha casa significava
  • 11:59 - 12:01
    "Apresse-se que o jantar
    está esfriando".
  • 12:02 - 12:04
    Há um enorme dano em séculos de imagens
  • 12:04 - 12:07
    que reduzem nações,
    culturas e religiões inteiras
  • 12:07 - 12:09
    ao status de selvagens sub-humanos.
  • 12:09 - 12:12
    Como Jack Shaheen,
    o autor de "Reel Bad Arabs", disse:
  • 12:12 - 12:16
    "A política e as imagens de
    Hollywood estão conectadas.
  • 12:16 - 12:17
    Elas reforçam umas as outras.
  • 12:17 - 12:20
    Política reforça imagens míticas,
  • 12:20 - 12:23
    imagens míticas ajudam
    a reforçar a política."
  • 12:25 - 12:27
    Vamos reforçar velhas alianças
  • 12:27 - 12:29
    e formar novas alianças,
  • 12:29 - 12:31
    e unir o mundo civilizado
  • 12:31 - 12:34
    contra o terrorismo islâmico radical.
  • 12:34 - 12:37
    Recentemente, durante
    a campanha presidencial de 2016,
  • 12:37 - 12:39
    candidatos republicanos jogaram a frase
  • 12:39 - 12:41
    "terrorismo islâmico radical",
  • 12:41 - 12:43
    como se fosse algum tipo de magia
  • 12:43 - 12:45
    que poderiam usar para fazer
    votos aparecem do nada.
  • 12:45 - 12:47
    "Terrorismo islâmico radical".
  • 12:47 - 12:48
    "Terrorismo islâmico radical".
  • 12:48 - 12:50
    "Terrorismo islâmico radical".
  • 12:50 - 12:52
    "Terrorismo islâmico radical".
  • 12:52 - 12:53
    "Terroristas islâmicos".
  • 12:53 - 12:56
    "Terrorismo islâmico radical".
  • 12:56 - 12:58
    "Terrorismo islâmico radical".
  • 12:58 - 12:59
    "Terrorismo islâmico radical".
  • 12:59 - 13:02
    Presidente Obama, se você não disser,
    eu digo: Islamismo Radical.
  • 13:02 - 13:06
    A única razão pela qual táticas
    como essas têm algum efeito é que,
  • 13:06 - 13:07
    para muitos americanos,
  • 13:07 - 13:09
    as pessoas do Oriente Médio
    nunca foram reconhecidas
  • 13:09 - 13:13
    como seres humanos com vidas reais,
    esperanças, sonhos e lutas.
  • 13:13 - 13:16
    Quando quase toda história
    que você já viu sobre
  • 13:16 - 13:17
    uma parte particular do mundo
  • 13:17 - 13:19
    pinta as pessoas que vivem lá
  • 13:19 - 13:21
    como um monolítico, malvado e assustador,
  • 13:21 - 13:22
    você é muito mais propenso a acreditar
  • 13:22 - 13:24
    que isso é mesmo verdade.
  • 13:24 - 13:26
    Quando as pessoas acreditam nisso,
  • 13:26 - 13:28
    elas são mais propensas
    a apoiar políticos e medidas
  • 13:28 - 13:31
    que apelam ao medo e à ignorância
    sobre o Oriente Médio.
  • 13:31 - 13:33
    E também são mais propensas
    a agir sobre esse medo
  • 13:33 - 13:34
    e ignorância elas mesmas.
  • 13:34 - 13:37
    O "Southern Poverty Law Center"
    notou que o número
  • 13:37 - 13:40
    de grupos de ódio anti-muçulmanos
    triplicou nos Estados Unidos em 2016.
  • 13:40 - 13:42
    O Comitê Árabe-americano
    Anti-discriminação
  • 13:42 - 13:44
    notou o mesmo aumento após o lançamento
  • 13:44 - 13:46
    do fervor patriótico, Sniper Americano.
  • 13:47 - 13:48
    Em 2016 também houve um aumento de
  • 13:48 - 13:51
    67% dos crimes de ódio anti-muçulmanos.
  • 13:51 - 13:55
    E não há dúvidas de que a retórica
    racista e alarmante de trump,
  • 13:55 - 13:58
    tenha desempenhado um papel
    neste surto de xenofobia e violência.
  • 13:58 - 14:01
    É claro, Trump não fica só na retórica.
  • 14:01 - 14:03
    Nos primeiros 100 dias de sua presidência,
  • 14:03 - 14:06
    ele repetidamente tentou impor
    medidas para impedir cidadãos
  • 14:06 - 14:08
    de diversos países de maioria
    muçulmana de entrar
  • 14:08 - 14:09
    nos Estados Unidos.
  • 14:09 - 14:13
    Ele lançou a mais poderosa bomba
    não-nuclear do exército americano
  • 14:13 - 14:14
    no Afeganistão
  • 14:14 - 14:17
    E ele lançou 59 mísseis Tomahawk em...
  • 14:17 - 14:18
    Sei lá, algum país do Oriente Médio,
  • 14:18 - 14:21
    enquanto comia um belo
    pedaço de bolo de chocolate.
  • 14:22 - 14:23
    Eu estava sentado à mesa,
  • 14:23 - 14:24
    tínhamos terminado o jantar
  • 14:24 - 14:26
    e estávamos então com a sobremesa.
  • 14:26 - 14:30
    E tínhamos o pedaço mais bonito
    de bolo de chocolate já visto.
  • 14:30 - 14:32
    E tínhamos acabado de lançar
  • 14:32 - 14:36
    cinquenta e nove mísseis
    a caminho do Iraque.
  • 14:36 - 14:37
    A caminho da Síria?
  • 14:38 - 14:40
    Sim, indo em direção à Síria.
  • 14:43 - 14:45
    Iraque, Síria, qual a diferença?
  • 14:45 - 14:46
    Foi algum desses países
  • 14:46 - 14:49
    que pessoas pardas malvadas
    e assustadoras moram.
  • 14:50 - 14:52
    Eu posso até ouvir o exército
  • 14:52 - 14:53
    de papagaios anti-feministas
  • 14:53 - 14:55
    de Richard Dawkins no Twitter
  • 14:55 - 14:57
    digitando seus argumentos sobre
    como o Islã é uma religião
  • 14:57 - 14:59
    dedicada a oprimir as mulheres.
  • 14:59 - 15:01
    Incrível como de repente
    todos são feministas
  • 15:01 - 15:04
    quando lhes permite perpetuar
    o ódio contra pessoas pardas
  • 15:04 - 15:06
    ou ignorar questões sobre como mulheres
  • 15:06 - 15:08
    são oprimidas em suas próprias culturas.
  • 15:08 - 15:09
    Então, vamos ser claros:
  • 15:09 - 15:11
    a misoginia não é um problema do Islã.
  • 15:11 - 15:13
    A misoginia é um problema
    que algumas culturas,
  • 15:13 - 15:14
    por acaso muçulmanas,
  • 15:14 - 15:17
    usam a religião
    para perpetuá-la e justificá-la.
  • 15:17 - 15:19
    O Cristianismo é usado como ferramenta
  • 15:19 - 15:21
    para oprimir mulheres
    pelo mundo por milênios.
  • 15:21 - 15:24
    É exatamente porque nossa mídia
    perpetuamente associa o Islã,
  • 15:24 - 15:28
    religião seguida por quase
    um quarto da população mundial,
  • 15:28 - 15:30
    com maldade, terrorismo e opressão,
  • 15:30 - 15:33
    que tantas pessoas acreditam
    que é isso que o Islã é de verdade.
  • 15:34 - 15:36
    A insistência da nossa mídia
    em sempre retratar
  • 15:36 - 15:39
    pessoas do Oriente Médio
    como Sheiks do petróleo ardilosos,
  • 15:39 - 15:42
    escravistas, encantadores
    de serpentes e homens-bomba,
  • 15:42 - 15:43
    mas nunca como pessoas reais,
  • 15:43 - 15:45
    tem consequências reais.
  • 15:45 - 15:47
    Muçulmanos aqui nos EUA e todos que são,
  • 15:47 - 15:49
    ou que parecem ser do Oriente Médio,
  • 15:49 - 15:52
    constantemente enfrentam
    ignorância e racismo.
  • 15:52 - 15:54
    Eles vivem com medo da possibilidade real
  • 15:54 - 15:56
    de serem abordados ou atacados,
  • 15:56 - 15:58
    porque alguém os olha e os associa com
  • 15:58 - 15:59
    tudo o que viram nos filmes
  • 15:59 - 16:01
    e tudo o que o presidente disse
  • 16:01 - 16:03
    sobre pessoas do Oriente Médio.
  • 16:03 - 16:05
    Precisamos agora de mais histórias
  • 16:05 - 16:07
    que desfaçam os estereótipos
    profundamente danosos
  • 16:07 - 16:09
    e que nos estimulem a ver
    pessoas do Oriente Médio,
  • 16:09 - 16:12
    sejam elas árabes, ou muçulmanas,
    ou nenhum, ou ambos,
  • 16:12 - 16:14
    como o que elas realmente são:
  • 16:14 - 16:15
    seres humanos.
  • 16:17 - 16:19
    Precisamos da sua ajuda
    para fazer esses vídeos
  • 16:19 - 16:21
    existem diversas formas de fazer isso:
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  • 16:28 - 16:31
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Title:
The FREQ Show: Manufaturando uma Ameaça Muçulmana
Description:

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Este é o terceiro episódio da nova série da Feminist Frequency, The FREQ Show! Com The FREQ Show, nós estamos respondendo a pergunta, "O que representações de raça, gênero e sexualidade na cultura pop tem a ver com o atual cenário social e político?"

Em "Manufaturando uma Ameaça Muçulmana”, nós analisamos as formas onipresentes e profundamente prejudiciais que representações estereotipadas de Muçulmanos e Árabes como terroristas e selvagens em muito da mídia popular contribuem diretamente para a Islamofobia em nossa cultura. Mais do que isso, elas cultivam um espaço político onde nosso presidente pode conduzir um sentimento de Islamofobia diretamente para dentro da Sala Oval, e então defender políticas enraizadas na mesma Islamofobia que Hollywood fez tanto para cultivar.

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Video Language:
English
Team:
Feminist Frequency
Duration:
16:35

Portuguese, Brazilian subtitles

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