O progresso político que as mulheres têm feito — e o que se segue
-
0:01 - 0:03Há quase cem anos
-
0:03 - 0:05— há pouco tempo, portanto —
-
0:05 - 0:09a maioria das mulheres nos EUA
conseguiram finalmente o direito ao voto. -
0:09 - 0:11Mas seriam precisas mais décadas
-
0:12 - 0:14para as mulheres de cor
conquistarem esse direito. -
0:14 - 0:17Percorremos um longo caminho desde então,
-
0:17 - 0:20mas eu diria que ainda não é suficiente.
-
0:20 - 0:22Penso que o que as mulheres
hoje pretendem, -
0:22 - 0:25não só nos EUA, mas em todo o mundo,
-
0:25 - 0:28é deixarem de ser uma reflexão tardia.
-
0:28 - 0:32Não queremos continuar a tentar,
durante os próximos 100 anos, -
0:32 - 0:36obter, de má vontade,
pequenos direitos legais e favores. -
0:37 - 0:40Queremos uma igualdade real e total.
-
0:40 - 0:44Penso que nós, mulheres,
estamos fartas de nos termos de adaptar -
0:44 - 0:46a instituições e governos
-
0:46 - 0:48que foram criados pelos homens
para os homens. -
0:48 - 0:53Preferimos remodelar o futuro
segundo as nossas condições. -
0:54 - 0:57(Aplausos)
-
0:58 - 1:01Creio que precisamos
duma revolução política das mulheres -
1:01 - 1:02para uma igualdade total
-
1:02 - 1:07qualquer que seja a etnia, a classe,
a identidade sexual, -
1:07 - 1:11a orientação sexual
e, claro, as etiquetas políticas, -
1:11 - 1:14porque creio que o que nos liga,
enquanto mulheres, -
1:14 - 1:17é muito mais profundo
do que o que nos separa. -
1:18 - 1:19Por isso, refleti um bocado
-
1:19 - 1:22sobre como criar esta revolução
política das mulheres -
1:22 - 1:25e é sobre isso que quero falar hoje.
-
1:25 - 1:28(Aplausos)
-
1:29 - 1:33Felizmente, há uma coisa
que não mudou nos últimos cem anos, -
1:33 - 1:34é a teimosa resistência das mulheres
-
1:34 - 1:38e o nosso compromisso em criar
uma vida melhor, não só para nós mesmas, -
1:38 - 1:40mas para as futuras gerações,
-
1:40 - 1:42porque não posso pensar
numa única mulher -
1:42 - 1:43que queira que a sua filha
-
1:43 - 1:47tenha menos direitos ou oportunidades
do que ela teve. -
1:48 - 1:52Todas nós devemos muito
às mulheres que nos precederam. -
1:52 - 1:54Quanto a mim,
-
1:54 - 1:57provenho de uma longa linha
de rijas mulheres do Texas. -
1:57 - 1:58(Aplausos)
-
1:59 - 2:02Os meus avós viviam
nos arredores de Waco, no Texas, -
2:02 - 2:03no campo.
-
2:03 - 2:05Quando a minha avó ficou grávida,
-
2:05 - 2:10claro que não ia para o hospital
para dar à luz, ia ter o bebé em casa. -
2:11 - 2:13Mas, quando entrou em trabalho de parto,
-
2:13 - 2:16chamou uma vizinha para fazer
o jantar para o meu avô -
2:16 - 2:20porque era impensável que ele
fosse cozinhar para si mesmo. -
2:21 - 2:23(Risos)
-
2:23 - 2:25Impensável.
-
2:26 - 2:28(Risos)
-
2:28 - 2:31Mas a vizinha não estava habituada
a matar uma galinha -
2:31 - 2:34que era o que estava destinado
para o jantar daquela noite. -
2:34 - 2:36A história continua.
-
2:36 - 2:40A minha avó, na cama,
em trabalho de parto, -
2:40 - 2:44apoia-se num cotovelo
e torce o pescoço à galinha. -
2:44 - 2:46Foi assim que a minha mãe
chegou a este mundo. -
2:46 - 2:48(Risos)
-
2:48 - 2:51(Aplausos)
-
2:52 - 2:53Mas o espantoso é que,
-
2:54 - 2:57apesar de a avó da minha mãe
não poder votar no Texas, -
2:57 - 2:59porque, segundo a lei do Texas,
-
2:59 - 3:04"os idiotas, os imbecis,
os loucos e as mulheres" -
3:04 - 3:06não tinham direito a voto,
-
3:06 - 3:08apenas duas gerações depois,
-
3:08 - 3:09a minha mãe, Ann Richards,
-
3:09 - 3:12foi eleita a primeira mulher
governadora de pleno direito -
3:12 - 3:14no estado do Texas.
-
3:14 - 3:17(Aplausos)
-
3:20 - 3:24Mas, quando a minha mãe
chegou ao Texas, -
3:24 - 3:27não havia muitas oportunidades
para as mulheres -
3:27 - 3:30e, francamente, passou a vida inteira
a tentar alterar isso. -
3:30 - 3:32Costumava dizer:
-
3:32 - 3:36"Enquanto mulheres, se nos derem
uma hipótese, conseguimos tudo. -
3:36 - 3:40"Afinal, Ginger Rogers
fazia tudo o que Fred Astaire fazia, -
3:40 - 3:42"mas fazia-o de costas e de saltos altos".
-
3:42 - 3:44Certo?
-
3:44 - 3:45Honestamente, é mais ou menos
-
3:45 - 3:47o que as mulheres têm feito
desde há cem anos. -
3:47 - 3:51Apesar de termos pouquíssimo
poder político, -
3:51 - 3:53temos feito enormes progressos.
-
3:53 - 3:54Atualmente, nos EUA,
-
3:54 - 3:57cem anos depois de obterem
o direito ao voto, -
3:57 - 3:59as mulheres são quase metade
da força de trabalho. -
3:59 - 4:02Em 40% das famílias com filhos,
-
4:02 - 4:04as mulheres são o principal ganha-pão.
-
4:04 - 4:06Os economistas calculam
-
4:06 - 4:10que, se cada trabalhadora assalariada
faltasse apenas um dia ao trabalho, -
4:10 - 4:14isso custaria aos EUA
21 mil milhões de dólares -
4:14 - 4:16no Produto Interno Bruto.
-
4:16 - 4:21Atualmente, graças ao Título IX
que exige igualdade no ensino, -
4:21 - 4:24as mulheres são metade dos alunos
nas faculdades dos EUA. -
4:24 - 4:28São metade dos estudantes de medicina,
são metade dos estudantes de direito. -
4:28 - 4:30(Aplausos)
-
4:30 - 4:32E há um facto que eu adoro.
-
4:32 - 4:35Sabem como foi
uma das classes mais recentes -
4:35 - 4:37dos astronautas graduados da NASA?
-
4:37 - 4:40Pela primeira vez, 50% de mulheres.
-
4:40 - 4:42(Aplausos)
-
4:43 - 4:46A questão é que as mulheres
estão a mudar as indústrias, -
4:46 - 4:49estão a mudar os negócios
de dentro para fora. -
4:49 - 4:52Mas, no que se trata do governo,
a história é outra. -
4:53 - 4:56Eu penso que uma imagem
é melhor do que mil palavras. -
4:56 - 4:59Esta é uma fotografia de 2017
na Casa Branca -
4:59 - 5:03quando os líderes do Congresso
foram chamados para os pormenores finais -
5:03 - 5:06da lei da reforma da saúde
que tinham de apresentar no Congresso. -
5:07 - 5:09Um dos resultados desta reunião
-
5:09 - 5:12foi que abandonaram
os benefícios à maternidade, -
5:12 - 5:14o que não é muito surpreendente
-
5:14 - 5:17visto que ninguém em volta da mesa
precisaria de benefícios de maternidade. -
5:17 - 5:20Infelizmente, é isto que aprendemos
da maneira mais difícil -
5:20 - 5:21nos EUA para as mulheres.
-
5:21 - 5:25Se não nos sentamos à mesa,
estamos na ementa, não é? -
5:25 - 5:30E não estamos presentes
em mesas suficientes -
5:30 - 5:33porque, apesar de as mulheres
serem a grande maioria dos votantes -
5:33 - 5:34nos EUA,
-
5:34 - 5:38estamos muito atrás do resto do mundo
na representação política. -
5:39 - 5:42Em estudos recentes, quando
se alinham todos os países, -
5:43 - 5:45os EUA ficam em 104.º lugar
-
5:45 - 5:47quanto à representação de mulheres
em cargos públicos. -
5:47 - 5:49Em 104.º lugar.
-
5:50 - 5:52Logo atrás da Indonésia.
-
5:53 - 5:55Portanto, será uma grande surpresa,
-
5:55 - 5:57considerando quem toma as decisões,
-
5:57 - 6:01que somos o único país desenvolvido
que não paga a licença de maternidade? -
6:01 - 6:04Apesar de toda a investigação
e das melhorias já feitas -
6:04 - 6:05na assistência médica
-
6:05 - 6:07— e isto horroriza-me —
-
6:07 - 6:12os EUA são o líder do mundo desenvolvido
nas taxas de mortalidade maternal. -
6:13 - 6:16No que toca à igualdade de salários,
não estamos muito melhor. -
6:16 - 6:18Em média, as mulheres dos EUA
-
6:18 - 6:21ainda só ganham 80 cêntimos
por cada dólar ganho por um homem. -
6:21 - 6:23Exceto se for uma mulher afro-americana,
-
6:23 - 6:26que só ganha 63 cêntimos por cada dólar.
-
6:26 - 6:29E se for latina, só ganha 54 cêntimos,
por cada dólar. -
6:29 - 6:31É um escândalo.
-
6:31 - 6:33As mulheres, no Reino Unido,
-
6:33 - 6:36arranjaram uma forma
que considero muito engenhosa, -
6:36 - 6:39para ilustrar o impacto
do fosso de salários. -
6:39 - 6:43A começar em 10 de novembro
e continuando até ao final do ano, -
6:43 - 6:46puseram um memo no seu email
"ausente do serviço" -
6:46 - 6:49para indicar todas as semanas
que estavam a trabalhar sem salário. -
6:49 - 6:50Certo?
-
6:50 - 6:54Penso que é uma ideia
que podíamos aproveitar. -
6:54 - 6:57Mas imaginem se as mulheres
tivessem poder político. -
6:58 - 7:02Imaginem se nos sentássemos
à mesa, para tomar decisões. -
7:03 - 7:05Imaginem se tivéssemos
o nosso partido político de mulheres -
7:05 - 7:09que, em vez de pôr os nossos problemas
para o lado, como distrações, -
7:09 - 7:11os considerassem de prioridade máxima.
-
7:12 - 7:13Bom, sabemos
-
7:13 - 7:16— a investigação mostra que,
quando as mulheres estão no poder, -
7:16 - 7:18atuam de modo diferente dos homens.
-
7:19 - 7:21Eles colaboram mais com os seus colegas,
-
7:21 - 7:23trabalham mais segundo a linha
dos seus partidos -
7:23 - 7:26e as mulheres são muito mais propensas
a apoiar legislação -
7:26 - 7:30que melhore o acesso à saúde,
ao ensino, aos direitos civis. -
7:31 - 7:34O que vimos na nossa investigação
no Congresso dos EUA -
7:34 - 7:36é que as mulheres propõem mais legislação
-
7:36 - 7:38e patrocinam mais legislação.
-
7:38 - 7:42Tudo indica que, quando as mulheres
têm hipótese de exercer o poder, -
7:42 - 7:45fazem uma enorme diferença
e fazem bem o seu trabalho. -
7:45 - 7:50Como seriam os EUA, se fossem
pessoas diferentes a tomar decisões? -
7:50 - 7:54Acredito firmemente que,
se metade do Congresso pudesse engravidar, -
7:54 - 7:55deixaríamos finalmente de discutir
-
7:55 - 7:58o controlo da natalidade
e o planeamento familiar. -
7:58 - 7:59(Aplausos)
-
7:59 - 8:00Isso terminaria.
-
8:00 - 8:04(Aplausos)
-
8:05 - 8:08Também acredito que, finalmente,
-
8:08 - 8:12as empresas deixariam de considerar
a gravidez como um transtorno -
8:12 - 8:16e considerá-la-ia como
uma importante questão médica -
8:16 - 8:18para milhões de trabalhadoras americanas.
-
8:19 - 8:21Penso que, se houvesse
mais mulheres no poder, -
8:21 - 8:25o nosso governo daria prioridade
em manter as famílias unidas -
8:25 - 8:28em vez de as separar.
-
8:28 - 8:31(Aplausos)
-
8:31 - 8:34Mas talvez mais importante ainda,
-
8:34 - 8:36penso que todas estas questões
-
8:36 - 8:38deixariam de ser vistas
como "questões de mulheres". -
8:39 - 8:42Seriam consideradas como questões básicas
de justiça e igualdade -
8:42 - 8:45que toda a gente deve apoiar.
-
8:46 - 8:48Portanto, penso que a questão é:
-
8:48 - 8:52O que será preciso para criar
esta revolução política das mulheres? -
8:53 - 8:56Felizmente, ela já começou.
-
8:56 - 9:00Porque as mulheres do mundo inteiro,
estão a exigir postos de trabalho, -
9:00 - 9:03estão a exigir instituições de ensino,
-
9:03 - 9:05estão a exigir governos
-
9:05 - 9:09em que o sexismo, o assédio sexual
e o ataque sexual não sejam aceites -
9:09 - 9:11nem tolerados.
-
9:11 - 9:13As mulheres do mundo inteiro,
como sabemos, -
9:13 - 9:16estão a levantar a mão
e a dizer "Me Too". -
9:16 - 9:18É um movimento que se tornou
muito mais poderoso -
9:18 - 9:21pelo facto de as mulheres
se estarem a unir, -
9:22 - 9:26desde as trabalhadoras domésticas
às celebridades de Hollywood. -
9:26 - 9:28As mulheres estão a manifestar-se,
-
9:28 - 9:31estamos a protestar,
estamos a falar abertamente. -
9:31 - 9:33As mulheres estão a questionar
o status quo, -
9:33 - 9:36estamos a quebrar velhos tabus
-
9:36 - 9:38e estamos a causar problemas,
orgulhosamente. -
9:39 - 9:43As mulheres da Arábia Saudita
estão a conduzir, pela primeira vez. -
9:43 - 9:45(Aplausos)
-
9:45 - 9:48As mulheres no Iraque
levantam-se solidárias -
9:48 - 9:50com sobreviventes do tráfico humano.
-
9:50 - 9:55As mulheres de El Salvador à Irlanda
estão em luta por direitos de reprodução. -
9:55 - 9:59As mulheres de Myanmar
manifestam-se pelos direitos humanos. -
10:00 - 10:03Em resumo, penso que a liderança
mais profunda do mundo -
10:03 - 10:05não surge dos salões do governo.
-
10:06 - 10:09Surge das mulheres dos povos
de todo o planeta. -
10:09 - 10:12(Aplausos)
-
10:13 - 10:17Aqui nos EUA, as mulheres estão em chamas.
-
10:18 - 10:20Uma sondagem Kaiser recente
-
10:20 - 10:25concluiu que, desde as últimas
eleições presidenciais em 2016, -
10:25 - 10:29um em cinco americanos desfilou
ou participou num protesto -
10:29 - 10:32e o problema número um
foi os direitos das mulheres. -
10:32 - 10:34As mulheres estão a iniciar
novas organizações, -
10:34 - 10:37estão a trabalhar voluntariamente
em campanhas -
10:37 - 10:39e estão a abordar todos os problemas
-
10:39 - 10:43da reforma de segurança de armas
ao ensino público. -
10:43 - 10:47As mulheres estão a candidatar-se
a cargos públicos em número recorde -
10:47 - 10:48e estão a ganhar.
-
10:48 - 10:49(Risos)
-
10:49 - 10:50(Aplausos)
-
10:51 - 10:54Mulheres como Lucy McBath da Geórgia.
-
10:55 - 10:58(Aplausos)
-
10:58 - 11:02Lucy perdeu o filho num tiroteio.
-
11:03 - 11:07Foi graças à sua experiência
com o sistema de justiça criminal -
11:07 - 11:09que percebeu como ele é defeituoso,
-
11:09 - 11:12e decidiu fazer qualquer coisa
quanto a isso. -
11:12 - 11:14Candidatou-se a um cargo público
-
11:14 - 11:17e este janeiro vai para o Congresso, ok?
-
11:17 - 11:19(Aplausos)
-
11:20 - 11:22Angie Craig de Minnesota.
-
11:22 - 11:23(Aplausos)
-
11:25 - 11:29O congressista dela fez comentários
tão odiosos sobre as pessoas LGBTQ -
11:29 - 11:31que ela decidiu desafiá-lo.
-
11:32 - 11:34Sabem que mais?
Foi o que fez e ganhou. -
11:34 - 11:36Quando for para o Congresso, em janeiro,
-
11:36 - 11:39será a primeira mãe lésbica
na Câmara dos Representantes. -
11:40 - 11:43(Aplausos)
-
11:44 - 11:47Ou Lauren Underwood do Illinois.
-
11:47 - 11:49É uma enfermeira credenciada.
-
11:49 - 11:54Vê todos os dias o impacto que tem
a falta de acesso à assistência médica -
11:54 - 11:56na comunidade onde vive.
-
11:56 - 11:58Decidiu candidatar-se.
-
11:58 - 12:01Nas primárias, enfrentou seis homens,
venceu-os a todos. -
12:01 - 12:03Ganhou as eleições gerais.
-
12:03 - 12:05Quando for para o Congresso, em janeiro,
-
12:05 - 12:07vai ser a primeira mulher afro-americana
-
12:07 - 12:09a representar o seu distrito,
em Washington D.C. -
12:09 - 12:12(Aplausos)
-
12:12 - 12:15Portanto, as mulheres estão a reconhecer
-
12:15 - 12:17que este é o nosso momento.
-
12:17 - 12:18Não esperem por autorização,
-
12:19 - 12:21não esperem pela vossa vez.
-
12:21 - 12:24Como disse a falecida Shirley Chisholm
-
12:24 - 12:28— Shirley Chisholm, a primeira
afro-americana a ir para o Congresso, -
12:28 - 12:32e a primeira mulher a candidatar-se
a presidente no partido Democrático. -
12:32 - 12:34Mas Shirley Chisholm disse:
-
12:34 - 12:38"Se não houver lugar para vocês à mesa,
puxem uma cadeira articulada". -
12:38 - 12:42É o que essas mulheres estão a fazer
por todo o país. -
12:44 - 12:47Creio que as mulheres são hoje
a força política mais importante -
12:47 - 12:49e mais poderosa do mundo.
-
12:49 - 12:53Mas como é que garantimos
que este não é apenas um momento? -
12:53 - 12:58Precisamos de um movimento mundial
para a total igualdade das mulheres -
12:58 - 13:01que abranja setores e abranja gerações
-
13:01 - 13:03em que ninguém fique para trás.
-
13:03 - 13:06Assim, tenho algumas ideias
sobre como podemos fazer isso, -
13:07 - 13:09Número um: não basta resistir.
-
13:09 - 13:11Não basta falar contra o que somos.
-
13:11 - 13:15É altura de dizer em voz alta,
orgulhosamente, o que defendemos, -
13:15 - 13:18porque defender uma igualdade total
é um valor dominante -
13:18 - 13:20e uma coisa que podemos apoiar.
-
13:20 - 13:23Porque os homens apoiam
salário igual para as mulheres. -
13:23 - 13:26Os milenares apoiam a igualdade dos sexos.
-
13:26 - 13:30E as empresas estão a adotar cada vez mais
políticas favoráveis às famílias, -
13:30 - 13:32não só porque é o que está certo fazer,
-
13:32 - 13:34mas porque é bom
para os seus trabalhadores, -
13:34 - 13:36é bom para os negócios.
-
13:37 - 13:38Número dois:
-
13:38 - 13:42Temos de nos lembrar,
nas palavras de Fannie Lou Hamer, -
13:42 - 13:45que "ninguém é livre
até todos serem livres". -
13:46 - 13:47Assim, como referimos antes,
-
13:48 - 13:51as mulheres de cor neste país
só tiveram direito ao voto -
13:51 - 13:54muito depois de todas nós.
-
13:54 - 13:57Mas desde que tiveram,
são as votantes mais fiáveis. -
13:57 - 14:00As mulheres de cor são os votantes
mais fiáveis para os candidatos -
14:00 - 14:02que apoiam os direitos das mulheres
-
14:02 - 14:04e precisamos de seguir o seu exemplo.
-
14:04 - 14:07(Aplausos)
-
14:09 - 14:11Porque os problemas delas
são os nossos problemas. -
14:11 - 14:14Enquanto mulheres brancas,
temos de fazer mais, -
14:14 - 14:17porque o racismo, o sexismo
e a homofobia -
14:17 - 14:20são questões que nos afetam a todos.
-
14:21 - 14:24Número três: temos de votar
em todas as eleições. -
14:24 - 14:25Em todas as eleições.
-
14:25 - 14:28Temos de facilitar o voto de toda a gente
-
14:28 - 14:31e temos de garantir
que todos os votos contam. -
14:31 - 14:34(Aplausos)
-
14:34 - 14:39Porque as barreiras que existem
às votações nos EUA, -
14:40 - 14:42recaem desproporcionadamente
sobre as mulheres, -
14:42 - 14:45as mulheres de cor,
as mulheres de fracos recursos, -
14:45 - 14:48as mulheres que estão a trabalhar
e tentam criar uma família. -
14:48 - 14:51Por isso, precisamos de facilitar
que toda a gente vote -
14:51 - 14:55e podemos começar por fazer
do Dia de Eleições um feriado nacional -
14:55 - 14:57nos Estados Unidos da América.
-
14:57 - 15:00(Aplausos)
-
15:01 - 15:04Número quatro: não esperem por instruções.
-
15:04 - 15:07Se virem um problema
que precisa de ser resolvido, -
15:07 - 15:09penso que vocês o podem fazer.
-
15:10 - 15:14Iniciem uma nova organização,
candidatem-se a um cargo. -
15:14 - 15:18Ou então, talvez baste parar o trabalho
em apoio de vocês mesmas -
15:18 - 15:20ou das vossas colegas.
-
15:20 - 15:22Isto depende de todas nós.
-
15:22 - 15:25Número cinco: Invistam nas mulheres.
-
15:25 - 15:27(Aplausos)
-
15:27 - 15:31Invistam nas mulheres como candidatas,
como transformadoras, como líderes. -
15:31 - 15:32Só mais um exemplo,
-
15:32 - 15:35Neste último ciclo de eleições nos EUA,
-
15:35 - 15:40as mulheres doaram mais 100 milhões
de dólares a candidatos e campanhas -
15:40 - 15:41do que tinham doado há dois anos
-
15:41 - 15:44e as mulheres ganharam
num número recorde. -
15:44 - 15:45Pensem nisso.
-
15:45 - 15:47(Aplausos)
-
15:49 - 15:52Por vezes, penso
que os desafios que enfrentamos -
15:52 - 15:53parecem insuportáveis
-
15:53 - 15:57e parecem que nunca poderão
ser resolvidos, -
15:57 - 16:00mas penso que os problemas
que parecem mais difíceis -
16:00 - 16:03são os que são mais importantes
para abordar. -
16:03 - 16:07Só porque nunca se conseguiu
não quer dizer que nós não possamos. -
16:08 - 16:10Afinal, se o trabalho das mulheres
fosse fácil. -
16:10 - 16:12já haveria alguém a fazê-lo, não é?
-
16:12 - 16:13(Risos)
-
16:13 - 16:17Mas as mulheres, por todo o planeta,
estão em movimento -
16:17 - 16:21e estão a arranjar forças
e inspiração umas nas outras. -
16:21 - 16:24Estão a fazer coisas
que nunca imaginaram possíveis. -
16:24 - 16:26Portanto, se pensarmos nos progressos
que já fizemos -
16:26 - 16:28juntando-nos à força de trabalho,
-
16:28 - 16:30juntando-nos nas empresas,
-
16:30 - 16:32juntando-nos no sistema de ensino,
-
16:32 - 16:35e orientando-nos para criar
um real poder político, -
16:35 - 16:38podemos remodelar este século,
-
16:38 - 16:40porque uma de nós pode ser ignorada,
-
16:40 - 16:42duas de nós podem ser abandonadas
-
16:42 - 16:44mas em conjunto, somos um movimento
-
16:44 - 16:45e somos imparáveis.
-
16:45 - 16:47Obrigada.
-
16:47 - 16:48(Aplausos)
-
16:48 - 16:50Obrigada.
-
16:50 - 16:51(Aplausos)
- Title:
- O progresso político que as mulheres têm feito — e o que se segue
- Speaker:
- Cecile Richards
- Description:
-
As mulheres fizeram enormes progressos durante o século passado — questionando o status quo, quebrando velhos tabus e alterando o mundo do trabalho de dentro para fora. Mas quando se trata da representação política, há ainda um longo caminho a percorrer, diz a ativista Cecile Richards. Nesta palestra visionária, Richards apela a uma revolução política mundial pela igualdade das mulheres e apresenta as suas ideias para a forma como a podemos criar.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 17:04
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for The political progress women have made -- and what's next | ||
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