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O progresso político que as mulheres têm feito — e o que se segue

  • 0:01 - 0:03
    Há quase cem anos
  • 0:03 - 0:05
    — há pouco tempo, portanto —
  • 0:05 - 0:09
    a maioria das mulheres nos EUA
    conseguiram finalmente o direito ao voto.
  • 0:09 - 0:11
    Mas seriam precisas mais décadas
  • 0:12 - 0:14
    para as mulheres de cor
    conquistarem esse direito.
  • 0:14 - 0:17
    Percorremos um longo caminho desde então,
  • 0:17 - 0:20
    mas eu diria que ainda não é suficiente.
  • 0:20 - 0:22
    Penso que o que as mulheres
    hoje pretendem,
  • 0:22 - 0:25
    não só nos EUA, mas em todo o mundo,
  • 0:25 - 0:28
    é deixarem de ser uma reflexão tardia.
  • 0:28 - 0:32
    Não queremos continuar a tentar,
    durante os próximos 100 anos,
  • 0:32 - 0:36
    obter, de má vontade,
    pequenos direitos legais e favores.
  • 0:37 - 0:40
    Queremos uma igualdade real e total.
  • 0:40 - 0:44
    Penso que nós, mulheres,
    estamos fartas de nos termos de adaptar
  • 0:44 - 0:46
    a instituições e governos
  • 0:46 - 0:48
    que foram criados pelos homens
    para os homens.
  • 0:48 - 0:53
    Preferimos remodelar o futuro
    segundo as nossas condições.
  • 0:54 - 0:57
    (Aplausos)
  • 0:58 - 1:01
    Creio que precisamos
    duma revolução política das mulheres
  • 1:01 - 1:02
    para uma igualdade total
  • 1:02 - 1:07
    qualquer que seja a etnia, a classe,
    a identidade sexual,
  • 1:07 - 1:11
    a orientação sexual
    e, claro, as etiquetas políticas,
  • 1:11 - 1:14
    porque creio que o que nos liga,
    enquanto mulheres,
  • 1:14 - 1:17
    é muito mais profundo
    do que o que nos separa.
  • 1:18 - 1:19
    Por isso, refleti um bocado
  • 1:19 - 1:22
    sobre como criar esta revolução
    política das mulheres
  • 1:22 - 1:25
    e é sobre isso que quero falar hoje.
  • 1:25 - 1:28
    (Aplausos)
  • 1:29 - 1:33
    Felizmente, há uma coisa
    que não mudou nos últimos cem anos,
  • 1:33 - 1:34
    é a teimosa resistência das mulheres
  • 1:34 - 1:38
    e o nosso compromisso em criar
    uma vida melhor, não só para nós mesmas,
  • 1:38 - 1:40
    mas para as futuras gerações,
  • 1:40 - 1:42
    porque não posso pensar
    numa única mulher
  • 1:42 - 1:43
    que queira que a sua filha
  • 1:43 - 1:47
    tenha menos direitos ou oportunidades
    do que ela teve.
  • 1:48 - 1:52
    Todas nós devemos muito
    às mulheres que nos precederam.
  • 1:52 - 1:54
    Quanto a mim,
  • 1:54 - 1:57
    provenho de uma longa linha
    de rijas mulheres do Texas.
  • 1:57 - 1:58
    (Aplausos)
  • 1:59 - 2:02
    Os meus avós viviam
    nos arredores de Waco, no Texas,
  • 2:02 - 2:03
    no campo.
  • 2:03 - 2:05
    Quando a minha avó ficou grávida,
  • 2:05 - 2:10
    claro que não ia para o hospital
    para dar à luz, ia ter o bebé em casa.
  • 2:11 - 2:13
    Mas, quando entrou em trabalho de parto,
  • 2:13 - 2:16
    chamou uma vizinha para fazer
    o jantar para o meu avô
  • 2:16 - 2:20
    porque era impensável que ele
    fosse cozinhar para si mesmo.
  • 2:21 - 2:23
    (Risos)
  • 2:23 - 2:25
    Impensável.
  • 2:26 - 2:28
    (Risos)
  • 2:28 - 2:31
    Mas a vizinha não estava habituada
    a matar uma galinha
  • 2:31 - 2:34
    que era o que estava destinado
    para o jantar daquela noite.
  • 2:34 - 2:36
    A história continua.
  • 2:36 - 2:40
    A minha avó, na cama,
    em trabalho de parto,
  • 2:40 - 2:44
    apoia-se num cotovelo
    e torce o pescoço à galinha.
  • 2:44 - 2:46
    Foi assim que a minha mãe
    chegou a este mundo.
  • 2:46 - 2:48
    (Risos)
  • 2:48 - 2:51
    (Aplausos)
  • 2:52 - 2:53
    Mas o espantoso é que,
  • 2:54 - 2:57
    apesar de a avó da minha mãe
    não poder votar no Texas,
  • 2:57 - 2:59
    porque, segundo a lei do Texas,
  • 2:59 - 3:04
    "os idiotas, os imbecis,
    os loucos e as mulheres"
  • 3:04 - 3:06
    não tinham direito a voto,
  • 3:06 - 3:08
    apenas duas gerações depois,
  • 3:08 - 3:09
    a minha mãe, Ann Richards,
  • 3:09 - 3:12
    foi eleita a primeira mulher
    governadora de pleno direito
  • 3:12 - 3:14
    no estado do Texas.
  • 3:14 - 3:17
    (Aplausos)
  • 3:20 - 3:24
    Mas, quando a minha mãe
    chegou ao Texas,
  • 3:24 - 3:27
    não havia muitas oportunidades
    para as mulheres
  • 3:27 - 3:30
    e, francamente, passou a vida inteira
    a tentar alterar isso.
  • 3:30 - 3:32
    Costumava dizer:
  • 3:32 - 3:36
    "Enquanto mulheres, se nos derem
    uma hipótese, conseguimos tudo.
  • 3:36 - 3:40
    "Afinal, Ginger Rogers
    fazia tudo o que Fred Astaire fazia,
  • 3:40 - 3:42
    "mas fazia-o de costas e de saltos altos".
  • 3:42 - 3:44
    Certo?
  • 3:44 - 3:45
    Honestamente, é mais ou menos
  • 3:45 - 3:47
    o que as mulheres têm feito
    desde há cem anos.
  • 3:47 - 3:51
    Apesar de termos pouquíssimo
    poder político,
  • 3:51 - 3:53
    temos feito enormes progressos.
  • 3:53 - 3:54
    Atualmente, nos EUA,
  • 3:54 - 3:57
    cem anos depois de obterem
    o direito ao voto,
  • 3:57 - 3:59
    as mulheres são quase metade
    da força de trabalho.
  • 3:59 - 4:02
    Em 40% das famílias com filhos,
  • 4:02 - 4:04
    as mulheres são o principal ganha-pão.
  • 4:04 - 4:06
    Os economistas calculam
  • 4:06 - 4:10
    que, se cada trabalhadora assalariada
    faltasse apenas um dia ao trabalho,
  • 4:10 - 4:14
    isso custaria aos EUA
    21 mil milhões de dólares
  • 4:14 - 4:16
    no Produto Interno Bruto.
  • 4:16 - 4:21
    Atualmente, graças ao Título IX
    que exige igualdade no ensino,
  • 4:21 - 4:24
    as mulheres são metade dos alunos
    nas faculdades dos EUA.
  • 4:24 - 4:28
    São metade dos estudantes de medicina,
    são metade dos estudantes de direito.
  • 4:28 - 4:30
    (Aplausos)
  • 4:30 - 4:32
    E há um facto que eu adoro.
  • 4:32 - 4:35
    Sabem como foi
    uma das classes mais recentes
  • 4:35 - 4:37
    dos astronautas graduados da NASA?
  • 4:37 - 4:40
    Pela primeira vez, 50% de mulheres.
  • 4:40 - 4:42
    (Aplausos)
  • 4:43 - 4:46
    A questão é que as mulheres
    estão a mudar as indústrias,
  • 4:46 - 4:49
    estão a mudar os negócios
    de dentro para fora.
  • 4:49 - 4:52
    Mas, no que se trata do governo,
    a história é outra.
  • 4:53 - 4:56
    Eu penso que uma imagem
    é melhor do que mil palavras.
  • 4:56 - 4:59
    Esta é uma fotografia de 2017
    na Casa Branca
  • 4:59 - 5:03
    quando os líderes do Congresso
    foram chamados para os pormenores finais
  • 5:03 - 5:06
    da lei da reforma da saúde
    que tinham de apresentar no Congresso.
  • 5:07 - 5:09
    Um dos resultados desta reunião
  • 5:09 - 5:12
    foi que abandonaram
    os benefícios à maternidade,
  • 5:12 - 5:14
    o que não é muito surpreendente
  • 5:14 - 5:17
    visto que ninguém em volta da mesa
    precisaria de benefícios de maternidade.
  • 5:17 - 5:20
    Infelizmente, é isto que aprendemos
    da maneira mais difícil
  • 5:20 - 5:21
    nos EUA para as mulheres.
  • 5:21 - 5:25
    Se não nos sentamos à mesa,
    estamos na ementa, não é?
  • 5:25 - 5:30
    E não estamos presentes
    em mesas suficientes
  • 5:30 - 5:33
    porque, apesar de as mulheres
    serem a grande maioria dos votantes
  • 5:33 - 5:34
    nos EUA,
  • 5:34 - 5:38
    estamos muito atrás do resto do mundo
    na representação política.
  • 5:39 - 5:42
    Em estudos recentes, quando
    se alinham todos os países,
  • 5:43 - 5:45
    os EUA ficam em 104.º lugar
  • 5:45 - 5:47
    quanto à representação de mulheres
    em cargos públicos.
  • 5:47 - 5:49
    Em 104.º lugar.
  • 5:50 - 5:52
    Logo atrás da Indonésia.
  • 5:53 - 5:55
    Portanto, será uma grande surpresa,
  • 5:55 - 5:57
    considerando quem toma as decisões,
  • 5:57 - 6:01
    que somos o único país desenvolvido
    que não paga a licença de maternidade?
  • 6:01 - 6:04
    Apesar de toda a investigação
    e das melhorias já feitas
  • 6:04 - 6:05
    na assistência médica
  • 6:05 - 6:07
    — e isto horroriza-me —
  • 6:07 - 6:12
    os EUA são o líder do mundo desenvolvido
    nas taxas de mortalidade maternal.
  • 6:13 - 6:16
    No que toca à igualdade de salários,
    não estamos muito melhor.
  • 6:16 - 6:18
    Em média, as mulheres dos EUA
  • 6:18 - 6:21
    ainda só ganham 80 cêntimos
    por cada dólar ganho por um homem.
  • 6:21 - 6:23
    Exceto se for uma mulher afro-americana,
  • 6:23 - 6:26
    que só ganha 63 cêntimos por cada dólar.
  • 6:26 - 6:29
    E se for latina, só ganha 54 cêntimos,
    por cada dólar.
  • 6:29 - 6:31
    É um escândalo.
  • 6:31 - 6:33
    As mulheres, no Reino Unido,
  • 6:33 - 6:36
    arranjaram uma forma
    que considero muito engenhosa,
  • 6:36 - 6:39
    para ilustrar o impacto
    do fosso de salários.
  • 6:39 - 6:43
    A começar em 10 de novembro
    e continuando até ao final do ano,
  • 6:43 - 6:46
    puseram um memo no seu email
    "ausente do serviço"
  • 6:46 - 6:49
    para indicar todas as semanas
    que estavam a trabalhar sem salário.
  • 6:49 - 6:50
    Certo?
  • 6:50 - 6:54
    Penso que é uma ideia
    que podíamos aproveitar.
  • 6:54 - 6:57
    Mas imaginem se as mulheres
    tivessem poder político.
  • 6:58 - 7:02
    Imaginem se nos sentássemos
    à mesa, para tomar decisões.
  • 7:03 - 7:05
    Imaginem se tivéssemos
    o nosso partido político de mulheres
  • 7:05 - 7:09
    que, em vez de pôr os nossos problemas
    para o lado, como distrações,
  • 7:09 - 7:11
    os considerassem de prioridade máxima.
  • 7:12 - 7:13
    Bom, sabemos
  • 7:13 - 7:16
    — a investigação mostra que,
    quando as mulheres estão no poder,
  • 7:16 - 7:18
    atuam de modo diferente dos homens.
  • 7:19 - 7:21
    Eles colaboram mais com os seus colegas,
  • 7:21 - 7:23
    trabalham mais segundo a linha
    dos seus partidos
  • 7:23 - 7:26
    e as mulheres são muito mais propensas
    a apoiar legislação
  • 7:26 - 7:30
    que melhore o acesso à saúde,
    ao ensino, aos direitos civis.
  • 7:31 - 7:34
    O que vimos na nossa investigação
    no Congresso dos EUA
  • 7:34 - 7:36
    é que as mulheres propõem mais legislação
  • 7:36 - 7:38
    e patrocinam mais legislação.
  • 7:38 - 7:42
    Tudo indica que, quando as mulheres
    têm hipótese de exercer o poder,
  • 7:42 - 7:45
    fazem uma enorme diferença
    e fazem bem o seu trabalho.
  • 7:45 - 7:50
    Como seriam os EUA, se fossem
    pessoas diferentes a tomar decisões?
  • 7:50 - 7:54
    Acredito firmemente que,
    se metade do Congresso pudesse engravidar,
  • 7:54 - 7:55
    deixaríamos finalmente de discutir
  • 7:55 - 7:58
    o controlo da natalidade
    e o planeamento familiar.
  • 7:58 - 7:59
    (Aplausos)
  • 7:59 - 8:00
    Isso terminaria.
  • 8:00 - 8:04
    (Aplausos)
  • 8:05 - 8:08
    Também acredito que, finalmente,
  • 8:08 - 8:12
    as empresas deixariam de considerar
    a gravidez como um transtorno
  • 8:12 - 8:16
    e considerá-la-ia como
    uma importante questão médica
  • 8:16 - 8:18
    para milhões de trabalhadoras americanas.
  • 8:19 - 8:21
    Penso que, se houvesse
    mais mulheres no poder,
  • 8:21 - 8:25
    o nosso governo daria prioridade
    em manter as famílias unidas
  • 8:25 - 8:28
    em vez de as separar.
  • 8:28 - 8:31
    (Aplausos)
  • 8:31 - 8:34
    Mas talvez mais importante ainda,
  • 8:34 - 8:36
    penso que todas estas questões
  • 8:36 - 8:38
    deixariam de ser vistas
    como "questões de mulheres".
  • 8:39 - 8:42
    Seriam consideradas como questões básicas
    de justiça e igualdade
  • 8:42 - 8:45
    que toda a gente deve apoiar.
  • 8:46 - 8:48
    Portanto, penso que a questão é:
  • 8:48 - 8:52
    O que será preciso para criar
    esta revolução política das mulheres?
  • 8:53 - 8:56
    Felizmente, ela já começou.
  • 8:56 - 9:00
    Porque as mulheres do mundo inteiro,
    estão a exigir postos de trabalho,
  • 9:00 - 9:03
    estão a exigir instituições de ensino,
  • 9:03 - 9:05
    estão a exigir governos
  • 9:05 - 9:09
    em que o sexismo, o assédio sexual
    e o ataque sexual não sejam aceites
  • 9:09 - 9:11
    nem tolerados.
  • 9:11 - 9:13
    As mulheres do mundo inteiro,
    como sabemos,
  • 9:13 - 9:16
    estão a levantar a mão
    e a dizer "Me Too".
  • 9:16 - 9:18
    É um movimento que se tornou
    muito mais poderoso
  • 9:18 - 9:21
    pelo facto de as mulheres
    se estarem a unir,
  • 9:22 - 9:26
    desde as trabalhadoras domésticas
    às celebridades de Hollywood.
  • 9:26 - 9:28
    As mulheres estão a manifestar-se,
  • 9:28 - 9:31
    estamos a protestar,
    estamos a falar abertamente.
  • 9:31 - 9:33
    As mulheres estão a questionar
    o status quo,
  • 9:33 - 9:36
    estamos a quebrar velhos tabus
  • 9:36 - 9:38
    e estamos a causar problemas,
    orgulhosamente.
  • 9:39 - 9:43
    As mulheres da Arábia Saudita
    estão a conduzir, pela primeira vez.
  • 9:43 - 9:45
    (Aplausos)
  • 9:45 - 9:48
    As mulheres no Iraque
    levantam-se solidárias
  • 9:48 - 9:50
    com sobreviventes do tráfico humano.
  • 9:50 - 9:55
    As mulheres de El Salvador à Irlanda
    estão em luta por direitos de reprodução.
  • 9:55 - 9:59
    As mulheres de Myanmar
    manifestam-se pelos direitos humanos.
  • 10:00 - 10:03
    Em resumo, penso que a liderança
    mais profunda do mundo
  • 10:03 - 10:05
    não surge dos salões do governo.
  • 10:06 - 10:09
    Surge das mulheres dos povos
    de todo o planeta.
  • 10:09 - 10:12
    (Aplausos)
  • 10:13 - 10:17
    Aqui nos EUA, as mulheres estão em chamas.
  • 10:18 - 10:20
    Uma sondagem Kaiser recente
  • 10:20 - 10:25
    concluiu que, desde as últimas
    eleições presidenciais em 2016,
  • 10:25 - 10:29
    um em cinco americanos desfilou
    ou participou num protesto
  • 10:29 - 10:32
    e o problema número um
    foi os direitos das mulheres.
  • 10:32 - 10:34
    As mulheres estão a iniciar
    novas organizações,
  • 10:34 - 10:37
    estão a trabalhar voluntariamente
    em campanhas
  • 10:37 - 10:39
    e estão a abordar todos os problemas
  • 10:39 - 10:43
    da reforma de segurança de armas
    ao ensino público.
  • 10:43 - 10:47
    As mulheres estão a candidatar-se
    a cargos públicos em número recorde
  • 10:47 - 10:48
    e estão a ganhar.
  • 10:48 - 10:49
    (Risos)
  • 10:49 - 10:50
    (Aplausos)
  • 10:51 - 10:54
    Mulheres como Lucy McBath da Geórgia.
  • 10:55 - 10:58
    (Aplausos)
  • 10:58 - 11:02
    Lucy perdeu o filho num tiroteio.
  • 11:03 - 11:07
    Foi graças à sua experiência
    com o sistema de justiça criminal
  • 11:07 - 11:09
    que percebeu como ele é defeituoso,
  • 11:09 - 11:12
    e decidiu fazer qualquer coisa
    quanto a isso.
  • 11:12 - 11:14
    Candidatou-se a um cargo público
  • 11:14 - 11:17
    e este janeiro vai para o Congresso, ok?
  • 11:17 - 11:19
    (Aplausos)
  • 11:20 - 11:22
    Angie Craig de Minnesota.
  • 11:22 - 11:23
    (Aplausos)
  • 11:25 - 11:29
    O congressista dela fez comentários
    tão odiosos sobre as pessoas LGBTQ
  • 11:29 - 11:31
    que ela decidiu desafiá-lo.
  • 11:32 - 11:34
    Sabem que mais?
    Foi o que fez e ganhou.
  • 11:34 - 11:36
    Quando for para o Congresso, em janeiro,
  • 11:36 - 11:39
    será a primeira mãe lésbica
    na Câmara dos Representantes.
  • 11:40 - 11:43
    (Aplausos)
  • 11:44 - 11:47
    Ou Lauren Underwood do Illinois.
  • 11:47 - 11:49
    É uma enfermeira credenciada.
  • 11:49 - 11:54
    Vê todos os dias o impacto que tem
    a falta de acesso à assistência médica
  • 11:54 - 11:56
    na comunidade onde vive.
  • 11:56 - 11:58
    Decidiu candidatar-se.
  • 11:58 - 12:01
    Nas primárias, enfrentou seis homens,
    venceu-os a todos.
  • 12:01 - 12:03
    Ganhou as eleições gerais.
  • 12:03 - 12:05
    Quando for para o Congresso, em janeiro,
  • 12:05 - 12:07
    vai ser a primeira mulher afro-americana
  • 12:07 - 12:09
    a representar o seu distrito,
    em Washington D.C.
  • 12:09 - 12:12
    (Aplausos)
  • 12:12 - 12:15
    Portanto, as mulheres estão a reconhecer
  • 12:15 - 12:17
    que este é o nosso momento.
  • 12:17 - 12:18
    Não esperem por autorização,
  • 12:19 - 12:21
    não esperem pela vossa vez.
  • 12:21 - 12:24
    Como disse a falecida Shirley Chisholm
  • 12:24 - 12:28
    — Shirley Chisholm, a primeira
    afro-americana a ir para o Congresso,
  • 12:28 - 12:32
    e a primeira mulher a candidatar-se
    a presidente no partido Democrático.
  • 12:32 - 12:34
    Mas Shirley Chisholm disse:
  • 12:34 - 12:38
    "Se não houver lugar para vocês à mesa,
    puxem uma cadeira articulada".
  • 12:38 - 12:42
    É o que essas mulheres estão a fazer
    por todo o país.
  • 12:44 - 12:47
    Creio que as mulheres são hoje
    a força política mais importante
  • 12:47 - 12:49
    e mais poderosa do mundo.
  • 12:49 - 12:53
    Mas como é que garantimos
    que este não é apenas um momento?
  • 12:53 - 12:58
    Precisamos de um movimento mundial
    para a total igualdade das mulheres
  • 12:58 - 13:01
    que abranja setores e abranja gerações
  • 13:01 - 13:03
    em que ninguém fique para trás.
  • 13:03 - 13:06
    Assim, tenho algumas ideias
    sobre como podemos fazer isso,
  • 13:07 - 13:09
    Número um: não basta resistir.
  • 13:09 - 13:11
    Não basta falar contra o que somos.
  • 13:11 - 13:15
    É altura de dizer em voz alta,
    orgulhosamente, o que defendemos,
  • 13:15 - 13:18
    porque defender uma igualdade total
    é um valor dominante
  • 13:18 - 13:20
    e uma coisa que podemos apoiar.
  • 13:20 - 13:23
    Porque os homens apoiam
    salário igual para as mulheres.
  • 13:23 - 13:26
    Os milenares apoiam a igualdade dos sexos.
  • 13:26 - 13:30
    E as empresas estão a adotar cada vez mais
    políticas favoráveis às famílias,
  • 13:30 - 13:32
    não só porque é o que está certo fazer,
  • 13:32 - 13:34
    mas porque é bom
    para os seus trabalhadores,
  • 13:34 - 13:36
    é bom para os negócios.
  • 13:37 - 13:38
    Número dois:
  • 13:38 - 13:42
    Temos de nos lembrar,
    nas palavras de Fannie Lou Hamer,
  • 13:42 - 13:45
    que "ninguém é livre
    até todos serem livres".
  • 13:46 - 13:47
    Assim, como referimos antes,
  • 13:48 - 13:51
    as mulheres de cor neste país
    só tiveram direito ao voto
  • 13:51 - 13:54
    muito depois de todas nós.
  • 13:54 - 13:57
    Mas desde que tiveram,
    são as votantes mais fiáveis.
  • 13:57 - 14:00
    As mulheres de cor são os votantes
    mais fiáveis para os candidatos
  • 14:00 - 14:02
    que apoiam os direitos das mulheres
  • 14:02 - 14:04
    e precisamos de seguir o seu exemplo.
  • 14:04 - 14:07
    (Aplausos)
  • 14:09 - 14:11
    Porque os problemas delas
    são os nossos problemas.
  • 14:11 - 14:14
    Enquanto mulheres brancas,
    temos de fazer mais,
  • 14:14 - 14:17
    porque o racismo, o sexismo
    e a homofobia
  • 14:17 - 14:20
    são questões que nos afetam a todos.
  • 14:21 - 14:24
    Número três: temos de votar
    em todas as eleições.
  • 14:24 - 14:25
    Em todas as eleições.
  • 14:25 - 14:28
    Temos de facilitar o voto de toda a gente
  • 14:28 - 14:31
    e temos de garantir
    que todos os votos contam.
  • 14:31 - 14:34
    (Aplausos)
  • 14:34 - 14:39
    Porque as barreiras que existem
    às votações nos EUA,
  • 14:40 - 14:42
    recaem desproporcionadamente
    sobre as mulheres,
  • 14:42 - 14:45
    as mulheres de cor,
    as mulheres de fracos recursos,
  • 14:45 - 14:48
    as mulheres que estão a trabalhar
    e tentam criar uma família.
  • 14:48 - 14:51
    Por isso, precisamos de facilitar
    que toda a gente vote
  • 14:51 - 14:55
    e podemos começar por fazer
    do Dia de Eleições um feriado nacional
  • 14:55 - 14:57
    nos Estados Unidos da América.
  • 14:57 - 15:00
    (Aplausos)
  • 15:01 - 15:04
    Número quatro: não esperem por instruções.
  • 15:04 - 15:07
    Se virem um problema
    que precisa de ser resolvido,
  • 15:07 - 15:09
    penso que vocês o podem fazer.
  • 15:10 - 15:14
    Iniciem uma nova organização,
    candidatem-se a um cargo.
  • 15:14 - 15:18
    Ou então, talvez baste parar o trabalho
    em apoio de vocês mesmas
  • 15:18 - 15:20
    ou das vossas colegas.
  • 15:20 - 15:22
    Isto depende de todas nós.
  • 15:22 - 15:25
    Número cinco: Invistam nas mulheres.
  • 15:25 - 15:27
    (Aplausos)
  • 15:27 - 15:31
    Invistam nas mulheres como candidatas,
    como transformadoras, como líderes.
  • 15:31 - 15:32
    Só mais um exemplo,
  • 15:32 - 15:35
    Neste último ciclo de eleições nos EUA,
  • 15:35 - 15:40
    as mulheres doaram mais 100 milhões
    de dólares a candidatos e campanhas
  • 15:40 - 15:41
    do que tinham doado há dois anos
  • 15:41 - 15:44
    e as mulheres ganharam
    num número recorde.
  • 15:44 - 15:45
    Pensem nisso.
  • 15:45 - 15:47
    (Aplausos)
  • 15:49 - 15:52
    Por vezes, penso
    que os desafios que enfrentamos
  • 15:52 - 15:53
    parecem insuportáveis
  • 15:53 - 15:57
    e parecem que nunca poderão
    ser resolvidos,
  • 15:57 - 16:00
    mas penso que os problemas
    que parecem mais difíceis
  • 16:00 - 16:03
    são os que são mais importantes
    para abordar.
  • 16:03 - 16:07
    Só porque nunca se conseguiu
    não quer dizer que nós não possamos.
  • 16:08 - 16:10
    Afinal, se o trabalho das mulheres
    fosse fácil.
  • 16:10 - 16:12
    já haveria alguém a fazê-lo, não é?
  • 16:12 - 16:13
    (Risos)
  • 16:13 - 16:17
    Mas as mulheres, por todo o planeta,
    estão em movimento
  • 16:17 - 16:21
    e estão a arranjar forças
    e inspiração umas nas outras.
  • 16:21 - 16:24
    Estão a fazer coisas
    que nunca imaginaram possíveis.
  • 16:24 - 16:26
    Portanto, se pensarmos nos progressos
    que já fizemos
  • 16:26 - 16:28
    juntando-nos à força de trabalho,
  • 16:28 - 16:30
    juntando-nos nas empresas,
  • 16:30 - 16:32
    juntando-nos no sistema de ensino,
  • 16:32 - 16:35
    e orientando-nos para criar
    um real poder político,
  • 16:35 - 16:38
    podemos remodelar este século,
  • 16:38 - 16:40
    porque uma de nós pode ser ignorada,
  • 16:40 - 16:42
    duas de nós podem ser abandonadas
  • 16:42 - 16:44
    mas em conjunto, somos um movimento
  • 16:44 - 16:45
    e somos imparáveis.
  • 16:45 - 16:47
    Obrigada.
  • 16:47 - 16:48
    (Aplausos)
  • 16:48 - 16:50
    Obrigada.
  • 16:50 - 16:51
    (Aplausos)
Title:
O progresso político que as mulheres têm feito — e o que se segue
Speaker:
Cecile Richards
Description:

As mulheres fizeram enormes progressos durante o século passado — questionando o status quo, quebrando velhos tabus e alterando o mundo do trabalho de dentro para fora. Mas quando se trata da representação política, há ainda um longo caminho a percorrer, diz a ativista Cecile Richards. Nesta palestra visionária, Richards apela a uma revolução política mundial pela igualdade das mulheres e apresenta as suas ideias para a forma como a podemos criar.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
17:04

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