A água é preciosa. A terra é preciosa. Meu povo é precioso. - Elonna LaFramboise

TED-Ed apoia os estudantes a descobrir, explorar e apresentar as suas grandes ideias no estilo TED de palestras curtas. Nos clubes TED-Ed, os estudantes trabalham juntos para discutir e celebrar ideias criativas. Os estudantes cumprem o currículo flexível do TED-Ed com o objetivo de desenvolverem suas habilidades linguísticas para ajudar a inspirar futuros palestrantes TED e futuros líderes

Esta apresentação foi necessária para se completar um programa TED-Ed e produzida independentemente das conferências TED.

*Se você ver algum vídeo que deveria ser marcado como ofensivo, por favor, nos avise enviando uma mensagem de e-mail para [e-mail]

"Aho Mitákuye Oyás’iŋ"

(Saudação e introdução em Dakota)

Olá pessoal, meu nome é
Elonna LaFramboise.

Pertenço às tribos Sisseton
Wahpeton Dakota,

Tonawanda Seneca, Absentee
Shawnee e Sac & Fox.

"Mni wiconi" significa
"água é vida" no idioma Dakota.

Eu cresci conectada com a água.

Além do uso cotidiano da água em casa,

ela teve um papel vital
nas minhas cerimônias tradicionais,

nas quais era usada
para orações sagradas e curas.

Durante a minha infância, aprendi
que a água simboliza a vida.

A água dá vida a todas
as criações da terra,

então, se a água for levada de nós,
as nossas vidas irão junto.

O que acontece se a nossa fonte
de água está em perigo?

Na reserva Standing Rock
em Dakota do Norte

muitas nações ameríndias protestaram

contra o oleoduto Dakota Access.

Ele ameaçava contaminar
a água e atravessava

terras ancestrais sagradas que são
o lar do meu povo há séculos.

A ameaça de um vazamento de óleo
em nossas terras era uma ameaça

às nossas vidas e ao nosso bem-estar.

Por causa dos ensinamentos
que recebi na minha infância,

eu não podia ficar vendo e ouvindo
notícias do meu povo sofrendo

e lutando para proteger a água.

Em novembro de 2016,
fui com a minha família

me juntar aos muitos protetores
da água em Dakota do Norte.

Nós éramos pacíficos,

mas eles não eram.

Na primeira noite em Standing Rock

os policiais jogaram
gás lacrimogênio em mim.

Eles montaram uma barricada numa ponte
que atravessava o acampamento,

e, quando eu pisei naquela ponte,
o caos explodiu ao meu redor.

Como isso foi acontecer?

Depois da história de trauma e opressão
contra os povos nativos norte-americanos,

como isso ainda pode acontecer em 2016?

Mas ao observar os arredores,
percebi algo de partir o coração.

Quando os policiais atiraram
balas de borracha,

quando eles jogaram
gás lacrimogênio em nós

e quando eles usaram canhões de água fria,

percebi que não éramos pessoas para eles.

Éramos barreiras ao dinheiro
e ao sucesso deles.

Nesse momento histórico,
o petróleo foi considerado mais importante

e mais valioso que as vidas do meu povo.

No meio desse caos, eu não sabia
o que uma garota de 16 anos

deveria fazer.

Então fiz a única coisa que sabia.

Lembro-me de agarrar meu tambor
e cantar calorosamente

canções de orações transmitidas
pelos meus ancestrais.

Muitas dessas canções pediam
que nosso Criador abençoasse meu povo,

protegesse a nós, as nossas famílias,

as muitas gerações vindouras

e desse saúde e felicidade a todos.

(Som de tambor)

(Canção de oração)

(Música termina)

(Aplausos)

Enquanto eu cantava essa canção,

eu ouvia os gritos à minha volta
dos manifestantes sendo alvejados.

Eu os vi chorando e implorando por água
para lavar o gás de seus olhos.

Eu vi os policiais do outro lado
da cerca de arame farpado

atirando uma lata de gás lacrimogênio
em nós, enquanto cantávamos.

Nessa mesma noite, centenas foram feridos.

Um idoso teve um ataque cardíaco
e uma mulher teve o braço arrancado.

Mas durante toda essa violência,
estávamos desarmados.

Não eram permitidas armas no acampamento.

Aquela noite mudou a minha vida.

Não apenas aprendi a dura realidade
sobre o quão cruel uma empresa

poderia ser com outras pessoas,

mas também aprendi
o que sou e o que não sou.

Não sou terrorista.

Não sou uma selvagem não civilizada.

Não sou uma manifestante furiosa.

Sou apenas uma nativa norte-americana
com a responsabilidade de proteger a terra

e defender o meu povo.

Não apenas porque quero,
pois, se fosse por mim,

não estaríamos nessa situação.

Mas é porque preciso.

Porque água é vida.

Água é todas as nossas vidas.

Água é a minha vida.

Quero que a minha família
e as gerações futuras tenham acesso

a algo simples e necessário
como a água limpa.

Simplificando: "mni wiconi".

A água é preciosa.

A terra é preciosa.

Assim como as vidas do meu povo.

"Aho Mitákuye Oyás’iŋ"

(Aplausos)