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Como seria um mundo sem prisões

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    Um monte de gente me chama
    de "arquiteta da justiça".
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    Mas eu não projeto prisões.
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    Eu não projeto cadeias.
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    Eu não projeto centros de detenção,
    nem mesmo fóruns.
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    Mesmo assim, eu recebo
    um telefonema toda semana,
  • 0:21 - 0:25
    dizendo: "Tá bom, mas você
    projeta prisões melhores, né?
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    Como aquelas bonitas,
    que estão sendo construídas na Europa".
  • 0:28 - 0:30
    E eu sempre paro
  • 0:31 - 0:33
    e convido essas pessoas,
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    e convido vocês hoje,
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    a imaginar um mundo sem prisões.
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    Como seria essa justiça?
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    O que precisamos construir para chegar lá?
  • 0:48 - 0:51
    Hoje gostaria de apresentar ideias
    daquilo que estamos construindo.
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    E vou começar com um protótipo antigo.
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    Construí isso quando tinha cinco anos.
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    Eu a chamo de "cabana da cura".
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    E eu a construí depois de, na escola,
    ser mandada pra casa
  • 1:02 - 1:06
    por socar a cara de um menino,
    por ele ter me chamado de macaca.
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    Tá, ele mereceu.
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    Mas isso acontecia muito,
  • 1:10 - 1:13
    porque minha família
    mexeu com a segregação
  • 1:13 - 1:15
    de uma comunidade branca
    no interior da Virgínia.
  • 1:16 - 1:18
    E eu estava realmente assustada.
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    Eu estava com medo.
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    Estava com raiva.
  • 1:22 - 1:26
    Então eu corria para a mata
    e construía essas cabaninhas.
  • 1:26 - 1:30
    Elas eram feitas de galhos, folhas
    e cobertores que eu pegava da minha mãe.
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    E, quando a luz entrava no meu refúgio,
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    eu me sentia em paz.
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    Apesar de meus esforços para me consolar,
  • 1:42 - 1:45
    deixei minha comunidade tão logo pude,
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    entrei para a faculdade de arquitetura,
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    e depois ingressei na carreira
    projetando centros comerciais,
  • 1:50 - 1:52
    casas para ricos
  • 1:52 - 1:53
    e edifícios comerciais...
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    até pisar pela primeira vez numa prisão.
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    Foi na Chester State Correctional
    Institution, na Pensilvânia.
  • 2:02 - 2:04
    E uma amiga me convidou
  • 2:04 - 2:07
    para trabalhar lá com alunos encarcerados
  • 2:07 - 2:10
    e ensinar-lhes o poder positivo do design.
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    A ironia é bem óbvia, né?
  • 2:13 - 2:15
    Quando me aproximei
    daquele edifício de concreto,
  • 2:15 - 2:20
    com janelinhas minúsculas, arame farpado,
    muros altos, torres de observação
  • 2:20 - 2:24
    e, do lado de dentro,
    espaços frios, duros,
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    com pouca luz e ar,
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    guardas gritando, portões batendo,
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    havia uma parede de celas
    cheias de corpos negros.
  • 2:35 - 2:38
    E percebi que o que estava vendo
  • 2:38 - 2:43
    era o resultado de nossas políticas
    racistas causando encarceramento em massa.
  • 2:44 - 2:46
    Mas, como arquiteta, o que eu estava vendo
  • 2:46 - 2:50
    era como uma prisão é o pior
    tipo de edifício que poderíamos ter criado
  • 2:50 - 2:53
    para tratar o dano
    que estamos causando uns aos outros.
  • 2:54 - 2:57
    Pensei: "Será que consigo
    projetar uma alternativa
  • 2:57 - 2:59
    que não seja construir
    uma prisão mais bonita?"
  • 2:59 - 3:01
    Não me pareceu uma coisa boa;
    e ainda não me parece.
  • 3:02 - 3:05
    Mas naquela época
    eu não sabia o que fazer.
  • 3:05 - 3:07
    O que construir no lugar daquilo?
  • 3:08 - 3:11
    Então ouvi falar da justiça restaurativa.
  • 3:12 - 3:14
    Fiquei em paz novamente,
  • 3:15 - 3:17
    porque ali estava um sistema alternativo
  • 3:17 - 3:22
    que diz que, quando um crime é cometido,
    há um rompimento de relacionamento,
  • 3:23 - 3:25
    que as necessidades
    daqueles que foram lesados
  • 3:25 - 3:27
    devem ser supridas primeiro;
  • 3:28 - 3:30
    que aqueles que cometeram o crime
  • 3:30 - 3:33
    têm a obrigação de corrigir seu erro.
  • 3:33 - 3:35
    E na verdade esses são diálogos intensos,
  • 3:36 - 3:38
    em que todos os envolvidos se juntam
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    para achar um jeito
    de remendar essa ruptura.
  • 3:42 - 3:45
    Os primeiros dados mostram que
    a justiça restaurativa constrói empatia;
  • 3:46 - 3:50
    que reduz em até 75%
    a reincidência violenta ;
  • 3:50 - 3:54
    que alivia o estresse pós-traumático
    em sobreviventes da violência grave.
  • 3:55 - 3:57
    E, por causa dessas razões,
  • 3:57 - 4:00
    vemos promotores, juízes e procuradores
  • 4:00 - 4:03
    começando a trazer casos
    do fórum para a justiça restaurativa,
  • 4:03 - 4:07
    de modo que algumas pessoas
    nunca entrem no sistema.
  • 4:07 - 4:11
    Então pensei: "Droga... por que
    não estamos projetando para esse sistema?"
  • 4:11 - 4:12
    (Aplausos)
  • 4:12 - 4:15
    Em vez de construir prisões,
  • 4:15 - 4:18
    deveríamos construir espaços
    para amplificar a justiça restaurativa.
  • 4:19 - 4:21
    Então comecei nas escolas,
  • 4:22 - 4:25
    porque suspensões e expulsões
  • 4:25 - 4:28
    há décadas têm aberto
    o caminho para a prisão.
  • 4:29 - 4:32
    E muitas escolas de bairro,
    como talvez no bairro de vocês,
  • 4:32 - 4:35
    estão se transformando, como
    alternativa, em justiça restaurativa.
  • 4:36 - 4:40
    Assim, no meu primeiro projeto,
    transformei esse depósito sujo
  • 4:40 - 4:43
    numa sala de conciliação para um programa
    numa escola de ensino médio
  • 4:43 - 4:45
    na minha cidade natal, Oakland.
  • 4:46 - 4:49
    Quando terminamos, a diretora disse
  • 4:49 - 4:52
    que os encontros
    que aconteciam nesses espaços
  • 4:52 - 4:55
    eram mais poderosos para unir a comunidade
  • 4:55 - 4:58
    depois de brigas na escola
    e de violência armada na comunidade,
  • 4:59 - 5:02
    e que estudantes e professores
    começaram a ir pra lá
  • 5:02 - 5:05
    simplesmente porque viram
    nele um espaço de refúgio.
  • 5:05 - 5:07
    Assim, o que estava acontecendo
  • 5:07 - 5:11
    é que o espaço estava amplificando
    os efeitos do processo.
  • 5:12 - 5:17
    Então fiz algo que os arquitetos
    sempre fazem, todos eles.
  • 5:17 - 5:21
    Pensei: "Agora vou construir
    algo grande, né?
  • 5:21 - 5:26
    Vou construir o primeiro centro de justiça
    restaurativa do mundo eu mesma.
  • 5:26 - 5:29
    E vai ser um prédio lindo
    na linha do horizonte,
  • 5:29 - 5:31
    como um farol na noite.
  • 5:31 - 5:35
    Milhares de pessoas vão vir aqui
    em vez de irem para o fórum.
  • 5:35 - 5:38
    Eu sozinha vou acabar
    com o encarceramento em massa
  • 5:38 - 5:40
    e ganhar montes de prêmios de design".
  • 5:40 - 5:43
    (Risos)
  • 5:43 - 5:44
    E aí caí na real...
  • 5:44 - 5:46
    (Risos)
  • 5:46 - 5:48
    porque vejam como é a coisa:
  • 5:48 - 5:52
    estamos encarcerando
    mais cidadãos per capita
  • 5:52 - 5:53
    do que qualquer país do mundo.
  • 5:53 - 5:56
    E a população encarcerada
    que mais cresce é a de mulheres negras.
  • 5:57 - 6:01
    E 95% dessas pessoas
    estão voltando pra casa.
  • 6:02 - 6:04
    E a maioria delas são sobreviventes
  • 6:04 - 6:08
    de graves abusos sexuais,
    físicos e emocionais.
  • 6:08 - 6:11
    Elas estiveram literalmente
    em ambos os lados dos danos.
  • 6:12 - 6:14
    Daí, pensei que talvez
    devesse perguntar a elas
  • 6:14 - 6:16
    o que deveríamos construir
    em lugar de prisões.
  • 6:17 - 6:22
    Assim, levei um especialista
    em justiça restaurativa
  • 6:22 - 6:25
    e começamos a dirigir
    os primeiros estúdios de design do país
  • 6:25 - 6:27
    com homens e mulheres encarcerados,
  • 6:27 - 6:30
    buscando a interseção entre o design
    e a justiça restaurativa.
  • 6:30 - 6:32
    E foi transformador pra mim.
  • 6:32 - 6:36
    Comecei a ver as pessoas atrás das grades
    de uma forma completamente nova.
  • 6:37 - 6:41
    Eram almas profundamente comprometidas
    com sua transformação pessoal,
  • 6:41 - 6:42
    e se responsabilizavam por ela.
  • 6:43 - 6:45
    Elas eram criativas, eram visionárias.
  • 6:46 - 6:48
    Danny é uma dessas almas.
  • 6:49 - 6:54
    Ele está preso em San Quentin há 27 anos
  • 6:54 - 6:57
    por tirar uma vida quando tinha 21 anos.
  • 6:57 - 6:59
    Desde o início,
  • 6:59 - 7:02
    ele tem estado focado
    em se responsabilizar por aquele ato
  • 7:02 - 7:06
    e fazer o seu melhor
    para se redimir atrás das grades.
  • 7:06 - 7:12
    Ele trouxe isso para um projeto
    de um centro comunitário
  • 7:12 - 7:15
    para reconciliação e bem-estar.
  • 7:15 - 7:17
    É um projeto lindo, não é?
  • 7:17 - 7:21
    Um espaço verde
    cheio de estruturas circulares
  • 7:21 - 7:23
    para o diálogo
    entre a vítima e o agressor.
  • 7:23 - 7:26
    E, quando me apresentou o projeto,
  • 7:26 - 7:27
    ele começou a chorar.
  • 7:28 - 7:34
    Ele disse: "Depois de estar na brutalidade
    de San Quentin há tanto tempo,
  • 7:34 - 7:36
    não achamos que
    a reconciliação seja possível.
  • 7:38 - 7:42
    Esse projeto é para um lugar que atenda
    a promessa da justiça restaurativa.
  • 7:43 - 7:45
    E ela parece mais próxima agora".
  • 7:47 - 7:50
    Sei por experiência
  • 7:50 - 7:54
    que a simples visualização de espaços
    para a justiça restaurativa e a cura
  • 7:54 - 7:55
    já é transformadora.
  • 7:55 - 7:58
    Vejo isso o tempo todo em nossas oficinas.
  • 7:58 - 8:01
    Mas sabemos que visualizar
    esses espaços não é o suficiente.
  • 8:01 - 8:04
    Temos de construí-los.
  • 8:04 - 8:07
    Então, comecei a procurar
    por inovação na justiça.
  • 8:08 - 8:10
    O que não é fácil de se achar.
  • 8:11 - 8:12
    Mas encontrei um local.
  • 8:13 - 8:15
    Achei o Center for Court Innovation.
  • 8:16 - 8:19
    Eles usavam práticas de conciliação
    dos nativos norte-americanos
  • 8:19 - 8:20
    em nossa comunidade não nativa
  • 8:20 - 8:23
    pela primeira vez nos Estados Unidos.
  • 8:23 - 8:25
    Eu os procurei e disse:
  • 8:25 - 8:28
    "Será que, enquanto vocês
    estabelecem seu processo,
  • 8:28 - 8:32
    eu poderia trabalhar com a comunidade
    para projetar um centro de conciliação?"
  • 8:33 - 8:35
    E eles concordaram.
  • 8:35 - 8:38
    Graças a Deus, porque
    eu não tinha um plano B.
  • 8:39 - 8:43
    E então, em Near Westside de Syracuse,
    estado de Nova Iorque,
  • 8:43 - 8:47
    começamos a realizar oficinas
    de design com a comunidade
  • 8:47 - 8:50
    para implantar e reimaginar
    um antigo reduto de drogados
  • 8:50 - 8:52
    para ser um centro de conciliação.
  • 8:53 - 8:56
    O The Near Westside
    Peacemaking Project está pronto.
  • 8:56 - 8:58
    E já realiza mais de 80 círculos por ano,
  • 8:58 - 9:00
    com um resultado bem interessante,
  • 9:00 - 9:03
    que é o fato de o próprio espaço
    convencer as pessoas
  • 9:03 - 9:07
    a participarem do processo de conciliação
    pela primeira vez na vida.
  • 9:08 - 9:11
    Isabel e sua filha fazem
    parte dessa comunidade.
  • 9:11 - 9:14
    E elas foram encaminhadas à conciliação
  • 9:14 - 9:17
    para curar seu relacionamento
    depois de uma história de abuso familiar,
  • 9:17 - 9:19
    abuso sexual
  • 9:19 - 9:21
    e outras questões em sua própria família
  • 9:21 - 9:23
    e na comunidade.
  • 9:23 - 9:26
    E a Isabel não queria se reconciliar.
  • 9:26 - 9:28
    Ela estava tipo: "É o mesmo
    que ir para o fórum.
  • 9:28 - 9:30
    Que negócio é esse de conciliação?"
  • 9:30 - 9:32
    E, quando chegou lá,
  • 9:32 - 9:34
    ela estava estressada, estava ansiosa.
  • 9:34 - 9:37
    Mas, quando ela entrou, olhou em volta
  • 9:37 - 9:38
    e se acalmou.
  • 9:39 - 9:41
    E ela se virou para o coordenador e disse:
  • 9:41 - 9:44
    "Eu me sinto confortável aqui, tranquila.
  • 9:45 - 9:47
    É aconchegante".
  • 9:49 - 9:51
    Isabel e sua filha tomaram
    uma decisão naquele dia
  • 9:51 - 9:54
    de participar e completar
    o processo de conciliação.
  • 9:54 - 9:57
    E hoje o relacionamento delas
    está transformado;
  • 9:57 - 9:59
    elas estão indo muito bem
    e estão se curando.
  • 10:01 - 10:03
    Assim, depois desse projeto,
    não embarquei em nada tipo:
  • 10:03 - 10:06
    "Vou fazer um enorme
    centro de conciliação".
  • 10:06 - 10:10
    Eu quero ter centros de conciliação
    em todas as comunidades.
  • 10:11 - 10:13
    Mas então surgiu uma ideia.
  • 10:14 - 10:18
    Eu estava fazendo uma oficina
    na prisão Santa Rita, na Califórnia,
  • 10:18 - 10:22
    e um de nossos designers
    encarcerados, o Doug, falou:
  • 10:22 - 10:27
    "Sabe, reparar o dano, me recuperar,
    curar... é realmente importante.
  • 10:27 - 10:29
    Mas a realidade, Deanna,
    é que, quando voltar pra casa,
  • 10:29 - 10:32
    não tenho pra onde ir.
  • 10:32 - 10:34
    Não tenho emprego...
    quem vai me contratar?
  • 10:34 - 10:36
    Vou acabar voltando pra cá".
  • 10:36 - 10:37
    E, sabem, ele está certo,
  • 10:37 - 10:42
    porque de 60 a 70% dos que voltam
    pra suas comunidades
  • 10:42 - 10:45
    vão estar desempregados
    um ano depois de soltos.
  • 10:45 - 10:49
    Também sabemos que, se não suprirem
    suas necessidades econômicas básicas,
  • 10:49 - 10:53
    eles vão cometer crimes...
    qualquer um de nós faria isso.
  • 10:53 - 10:57
    Assim, em vez de construir prisões,
  • 10:57 - 11:01
    deveríamos construir espaços para cursos
    profissionalizantes e empreendedorismo.
  • 11:01 - 11:05
    Esses são espaços para o que chamamos
    de "economia restaurativa".
  • 11:05 - 11:08
    Localizado em East Oakland, Califórnia,
  • 11:08 - 11:11
    "Restore Oakland" vai ser
    o primeiro centro do país
  • 11:11 - 11:14
    para justiça e economia restaurativas.
  • 11:14 - 11:17
    (Aplausos) (Vivas)
  • 11:20 - 11:21
    Então, eis o que vamos fazer.
  • 11:21 - 11:24
    Vamos pegar esse prédio
    e transformá-lo em três coisas.
  • 11:25 - 11:27
    Primeiro, um restaurante chamado "Colors",
  • 11:27 - 11:30
    que vai romper a divisão racial
    na indústria de restaurantes
  • 11:30 - 11:32
    treinando trabalhadores de baixos salários
  • 11:32 - 11:34
    para vagas bem remuneradas
    em alta gastronomia.
  • 11:34 - 11:36
    Não importa se eles têm
    uma ficha criminal ou não.
  • 11:37 - 11:41
    No segundo andar, temos espaços
    claros, abertos e arejados
  • 11:41 - 11:44
    para apoiar uma miríade
    de organizações ativistas
  • 11:44 - 11:47
    para ecoar seu clamor
    por "Healthcare Not Handcuffs",
  • 11:47 - 11:50
    and "Housing as a human right".
  • 11:50 - 11:55
    E, terceiro, o primeiro espaço do condado
    dedicado à justiça restaurativa,
  • 11:55 - 11:58
    cheio de natureza, cor,
    texturas e espaços de refúgio
  • 11:58 - 12:00
    para apoiar os diálogos aqui.
  • 12:01 - 12:04
    As obras desse projeto
    começam em apenas dois meses.
  • 12:04 - 12:05
    E temos planos de replicá-lo
  • 12:05 - 12:09
    em Washington, DC, Detroit,
    Nova Iorque e Nova Orleans.
  • 12:09 - 12:12
    (Aplausos) (Vivas)
  • 12:19 - 12:22
    Vocês viram duas coisas
    que podemos construir em vez de prisões.
  • 12:22 - 12:24
    E, vejam, o custo é melhor.
  • 12:24 - 12:26
    Pelo custo de uma prisão,
  • 12:26 - 12:29
    podemos construir 30 centros
    de justiça restaurativa.
  • 12:29 - 12:30
    (Aplausos)
  • 12:30 - 12:34
    É um uso bem melhor dos seus impostos.
  • 12:34 - 12:36
    Assim, quero construir tudo isso.
  • 12:37 - 12:39
    Mas construir prédios
    é realmente trabalho pesado.
  • 12:39 - 12:40
    Leva tempo.
  • 12:41 - 12:44
    E o que ocorria nas comunidades
    em que eu trabalhava
  • 12:44 - 12:46
    é que estávamos perdendo
    pessoas toda semana
  • 12:46 - 12:49
    para a violência armada
    e o encarceramento em massa.
  • 12:50 - 12:52
    Precisávamos ajudar
    mais pessoas e mais rápido
  • 12:52 - 12:55
    para mantê-las fora do sistema.
  • 12:55 - 12:57
    E da comunidade surgiu uma ideia,
  • 12:57 - 13:00
    uma bem mais ágil e rápida.
  • 13:01 - 13:05
    Em vez de construir prisões,
    poderíamos construir vilas sobre rodas.
  • 13:07 - 13:09
    É a chamada Pop-Up Resource Village,
  • 13:09 - 13:12
    e leva toda a sorte de recursos
  • 13:12 - 13:15
    a comunidades isoladas
    na área da grande São Francisco,
  • 13:15 - 13:19
    incluindo unidade médica móvel,
    serviços sociais e lojas itinerantes.
  • 13:20 - 13:24
    E agora o que estamos fazendo é construir
    toda essa vila com a comunidade,
  • 13:24 - 13:29
    começando por transformar os ônibus
    municipais em salas de aula sobre rodas
  • 13:29 - 13:33
    levando supletivo e ensino médio
    para áreas desfavorecidas.
  • 13:33 - 13:34
    (Aplausos)
  • 13:34 - 13:37
    E assim vamos atender
    milhares de estudantes a mais.
  • 13:38 - 13:40
    Estamos criando espaços de refúgio
  • 13:40 - 13:42
    para mulheres soltas da prisão
    no meio da noite,
  • 13:42 - 13:44
    quando são mais vulneráveis.
  • 13:44 - 13:48
    A vila será lançada no próximo verão
    e mudará de local a cada semana,
  • 13:48 - 13:52
    alcançando, com o tempo,
    mais e mais comunidades.
  • 13:52 - 13:53
    Então, fiquem de olho nela.
  • 13:53 - 13:56
    (Aplausos)
  • 13:58 - 14:01
    Então, o que construir em vez de prisões?
  • 14:02 - 14:03
    Pensamos em três coisas:
  • 14:03 - 14:05
    centros de conciliação,
  • 14:05 - 14:08
    centros de justiça restaurativa
    e de economia restaurativa
  • 14:08 - 14:10
    e vilas itinerantes.
  • 14:11 - 14:14
    Mas vou lhes contar uma coisa,
    tenho uma lista enorme.
  • 14:15 - 14:19
    Moradia customizada para jovens
    quando deixam os abrigos.
  • 14:19 - 14:22
    Centros de reencontro
    das mulheres com seus filhos.
  • 14:22 - 14:25
    Espaços para sobreviventes de violência.
  • 14:26 - 14:29
    São espaços que cuidam das causas reais
  • 14:29 - 14:31
    do encarceramento em massa.
  • 14:31 - 14:34
    E nenhum deles é uma cadeia ou prisão.
  • 14:36 - 14:41
    O ativista, filósofo
    e escritor Cornel West diz
  • 14:41 - 14:44
    que a "justiça é a face
    do amor em público".
  • 14:45 - 14:49
    Assim, com isso em mente,
    eu lhes peço mais uma vez
  • 14:49 - 14:52
    para imaginarem um mundo sem prisões
  • 14:53 - 14:57
    e se unirem a mim para criar tudo
    aquilo que podemos construir em vez delas.
  • 14:58 - 14:59
    Obrigada.
  • 14:59 - 15:02
    (Aplausos) (Vivas)
Title:
Como seria um mundo sem prisões
Speaker:
Deanna Van Buren
Description:

Deanna Van Buren projeta centros de justiça restaurativa que, em vez de adotar a abordagem punitiva usada por um sistema focado no encarceramento em massa, trata o crime como uma ruptura de relacionamentos, e a justiça como um processo em que todos os interessados devem se unir para reparar aquela ruptura. Com ajuda e ideias de homens e mulheres encarcerados, Van Buren está criando espaços dinâmicos que possibilitam locais seguros para o diálogo e a conciliação; emprego e treinamento profissionalizantes e serviços sociais para ajudar a evitar que, antes de mais nada, as pessoas entrem no sistema judiciário. "Imaginem um mundo sem prisões", diz Van Buren. "E juntem-se a mim para criar tudo aquilo que podemos construir em vez delas".

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
15:19

Portuguese, Brazilian subtitles

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