Como um time de chefs alimentou Porto Rico após o Furacão Maria
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0:01 - 0:04Vamos nos preparar para a pior
palestra TED que já houve. -
0:04 - 0:07(Risos)
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0:08 - 0:11É isso mesmo, eu a preparei há 30 minutos.
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0:11 - 0:14Quero que saibam que estou
adorando estar aqui hoje, -
0:14 - 0:17mas não estou aqui
para contar minha história -
0:17 - 0:22e sim a história das pessoas
incríveis de Porto Rico -
0:22 - 0:26que se juntaram para alimentar
os necessitados em Porto Rico. -
0:27 - 0:30Meu nome é José Andrés,
gosto de alimentar algumas pessoas, -
0:30 - 0:32mas gosto ainda mais de alimentar muitas.
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0:33 - 0:36Logo após o furacão em Porto Rico,
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0:37 - 0:40como já fizemos antes
após o terremoto no Haiti, -
0:40 - 0:43o Furacão Sandy e outros,
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0:43 - 0:48senti a urgência de estar lá
para alimentar as pessoas. -
0:48 - 0:53E sempre há amigos loucos que se juntam
a nós nessas empreitadas malucas. -
0:53 - 0:57Estou sempre rodeado de amigos incríveis
que só me ajudam a tornar-me melhor. -
0:57 - 1:00Nate foi comigo.
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1:00 - 1:02Era uma segunda-feira e encontramos isto.
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1:03 - 1:08A destruição que viram na TV, um furacão,
aquilo era uma destruição de verdade. -
1:09 - 1:14Mais de 85% da eletricidade
na ilha não estava funcionando. -
1:14 - 1:17Os postes de eletricidade já não existiam.
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1:17 - 1:19Todas as torres de telefonia, destruídas.
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1:19 - 1:22Não havia comunicação com ninguém.
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1:22 - 1:25Você não poderia encontrar ninguém
se saísse de San Juan. -
1:25 - 1:29Mesmo estando em San Juan, tivemos
problemas para usar nossos celulares. -
1:31 - 1:35E descobri que a ilha estava faminta.
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1:37 - 1:41As pessoas não tinham dinheiro,
os caixas eletrônicos não funcionavam, -
1:42 - 1:48nem podiam usar seus cartões eletrônicos
ou vales-alimentação nos supermercados, -
1:48 - 1:52e não havia comida, gás,
nem água limpa para cozinhar. -
1:53 - 1:58A necessidade e urgência
do momento era real, -
1:58 - 2:03e eu tinha uma reunião na FEMA,
agência federal de gestão de emergências, -
2:03 - 2:07onde muitos das principais
ONGs parceiras -
2:07 - 2:12discutiam sobre como alimentar as pessoas
da ilha nas semanas que estavam por vir, -
2:12 - 2:16mas a urgência era agora,
naquele minuto, naquele segundo, -
2:16 - 2:20e tínhamos quase 3 milhões de pessoas
que precisavam ser alimentadas. -
2:20 - 2:23Então começamos a fazer
o que fazemos de melhor. -
2:23 - 2:29Fomos atrás de fontes de alimentos e vimos
que a indústria privada estava preparada, -
2:29 - 2:33mas ninguém da FEMA
sequer estava a par disso. -
2:33 - 2:34E fomos procurar por cozinhas.
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2:34 - 2:39Jose Enrique, a quem admiro muito, dono de
um dos maiores restaurantes em San Juan. -
2:39 - 2:44Antes de aterrissar, comecei a ligar
para todos os chefs de Porto Rico -
2:44 - 2:50e todos falavam: "Não vamos planejar
nem nos reunir, vamos começar a cozinhar". -
2:50 - 2:51(Risos)
-
2:51 - 2:52E foi o que fizemos,
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2:52 - 2:57começamos a alimentar o povo
de Porto Rico em uma segunda-feira. -
2:57 - 3:03Em uma segunda, fizemos mil "sancochos",
um ensopado com milho, mandioca e porco. -
3:03 - 3:07Até domingo estávamos fazendo 25 mil.
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3:07 - 3:09Até domingo, além de usar o restaurante,
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3:09 - 3:14alugamos o estacionamento em frente.
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3:14 - 3:16Começamos a trazer "food trucks",
-
3:16 - 3:18uma operação de arroz com frango,
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3:18 - 3:19e geladeiras.
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3:19 - 3:24E os voluntários começaram a chegar,
porque todos queriam ajudar em algo! -
3:24 - 3:27Fazer alguma coisa!
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3:27 - 3:30Assim começamos nossa primeira entrega.
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3:30 - 3:34Ninguém estava alimentando os médicos
e as enfermeiras nos hospitais. -
3:34 - 3:38E começamos o nosso primeiro
projeto no Hospital Carolina. -
3:38 - 3:41De repente, todos os hospitais
estavam nos ligando: -
3:41 - 3:47"Precisamos alimentar nossos funcionários
que estão trabalhando 24 horas por dia, -
3:47 - 3:51cuidando dos doentes, dos idosos
e das pessoas necessitadas". -
3:51 - 3:56E então, o espaço ficou pequeno.
Estávamos recebendo muitos pedidos. -
3:56 - 4:01Toda vez que tínhamos um novo visitante,
ou cliente, não deixávamos de atendê-lo, -
4:01 - 4:06pois queríamos assegurar a estabilidade
em todos lugares que estivéssemos. -
4:06 - 4:10Qualquer cidade, hospital, asilo..
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4:10 - 4:14Fazíamos contato com eles o tempo todo,
continuamos servindo comida, dia após dia. -
4:14 - 4:17Então, precisamos expandir
e mudamos para um grande coliseu. -
4:18 - 4:21As 25 mil refeições tornaram-se 50 mil.
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4:21 - 4:25Nos tornamos, de repente,
o maior restaurante do mundo. -
4:25 - 4:30Estávamos preparando
cerca de 70 mil refeições por dia -
4:30 - 4:32em um único lugar.
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4:32 - 4:35(Aplausos)
-
4:37 - 4:41Os voluntários começaram
a aparecer às centenas. -
4:41 - 4:44Em determinado momento já
tínhamos mais de 7 mil voluntários, -
4:44 - 4:47que ficavam pelo menos
uma hora ou mais conosco, -
4:47 - 4:51havia sempre mais de 700 pessoas no local.
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4:51 - 4:57Nós criamos um movimento com uma ideia
simples que todos podiam apoiar: -
4:57 - 4:58vamos alimentar os famintos.
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4:59 - 5:03E começamos a fazer comida
que as pessoas podiam reconhecer. -
5:03 - 5:05Não aquelas coisas vindas de longe,
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5:05 - 5:10em sacos plásticos que você abre
e mal consegue sentir o aroma. -
5:10 - 5:11(Risos)
-
5:11 - 5:14Começamos a fazer alimentos
para as pessoas se sentirem em casa. -
5:14 - 5:19Nesses momentos, as pessoas têm
uma necessidade de sentir-se vivos, -
5:19 - 5:20de que alguém se importa.
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5:20 - 5:26Uma refeição por vez não era algo apenas
para fornecer calorias para seus corpos, -
5:26 - 5:29calorias que elas precisavam,
mas precisavam de algo mais. -
5:29 - 5:32Elas queriam ter certeza
que você, você e você, -
5:32 - 5:33que vocês se importavam.
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5:33 - 5:36Estávamos enviando a mensagem
de que estávamos com eles. -
5:36 - 5:39Dê-nos tempo, estamos
tentando consertar isso. -
5:39 - 5:42Era o que encontrávamos quando
iniciávamos em novas comunidades. -
5:42 - 5:44Frutas frescas começavam a chegar.
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5:44 - 5:46Até o pessoal da FEMA, me perguntava:
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5:46 - 5:48"José, como você consegue essa comida?"
-
5:48 - 5:51Simples: eu ligo, pago e recebo.
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5:51 - 5:53(Risos)
-
5:53 - 5:56(Aplausos)
-
5:58 - 6:00Começamos a alimentar o povo de San Juan.
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6:00 - 6:06De repente, já estávamos alimentando
os 78 municípios ao redor de toda a ilha. -
6:06 - 6:09Precisávamos de um plano, somente
uma cozinha não alimentaria toda a ilha. -
6:09 - 6:15Fui à FEMA. Eles me chutaram de lá
com oito guardas armados e suas AK-47. -
6:15 - 6:18Eu disse a eles: "Eu quero 18
cozinhas por toda a ilha". -
6:18 - 6:24Adivinhem? Há três dias atingimos
a 18ª cozinha em todo Porto Rico. -
6:24 - 6:27(Aplausos)
-
6:28 - 6:32As pessoas estavam sendo alimentadas,
os voluntários continuavam aparecendo. -
6:32 - 6:36As pessoas diziam que não tínhamos
um sistema para entrega de comida. -
6:36 - 6:38Claro que tínhamos um sistema.
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6:38 - 6:42A ilha inteira de Porto Rico era
um sistema perfeito de entrega. -
6:42 - 6:44Quem tivesse um caminhão poderia ajudar.
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6:44 - 6:49Para nós, qualquer um que fosse de A a B
era uma forma de levar esperança, -
6:49 - 6:51um prato, uma refeição
completa para alguém. -
6:51 - 6:55Nós descobrimos sistemas incríveis
para fazer estes food trucks. -
6:55 - 6:57Dez maravilhosos food trucks.
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6:57 - 7:01Nós deixamos de procurar
o lugar que precisava de comida, -
7:01 - 7:04mas o número, o número do apartamento.
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7:05 - 7:09Lolo, um senhor de 92 anos
que estava rodeado de água. -
7:09 - 7:13Começamos não só a dar
esperança para as pessoas, -
7:13 - 7:17sabíamos seus nomes,
checando dia após dia, -
7:17 - 7:22dando-lhes certeza que nunca mais estariam
sozinhos de novo em momentos de desolação. -
7:22 - 7:29E começamos a ir nas áreas mais difíceis,
onde as pontes haviam quebrado. -
7:29 - 7:32Mas nós tínhamos que ir,
porque era fácil ficar em San Juan. -
7:32 - 7:36Nós tínhamos que ir naqueles lugares
onde realmente precisavam de nós. -
7:36 - 7:38E íamos porque as pessoas
ainda esperavam por nós, -
7:38 - 7:41pois sabiam que nós sempre íamos aparecer,
-
7:41 - 7:44nunca as deixaríamos sozinhos.
-
7:44 - 7:47(Aplausos)
-
7:49 - 7:55Os food trucks se tornaram nossos anjos
e continuaram levando esperança, -
7:55 - 7:56mas precisávamos de mais.
-
7:56 - 8:02Vieques e Culebra, duas ilhas distantes,
alguém tinha que alimentá-las. -
8:02 - 8:06Além de levar comida e operar
uma cozinha em um hotel em Vieques, -
8:06 - 8:08levar comida todo dia para Culebra,
-
8:08 - 8:12ainda levamos o primeiro sistema
de purificação de água para Vieques, -
8:12 - 8:15no qual podíamos filtrar
quase quatro litros de água por minuto. -
8:15 - 8:19De repente, grandes problemas
se tornaram simples, soluções fáceis. -
8:19 - 8:24Somente fazendo, sem planejamento
nem reuniões em um prédio enorme. -
8:24 - 8:25(Risos)
-
8:25 - 8:27E então achamos formas criativas.
-
8:27 - 8:30Precisamos de helicópteros:
pedimos e conseguimos! -
8:30 - 8:32Precisamos de aviões:
pedimos, pagamos e conseguimos! -
8:32 - 8:37Continuamos enviando comida
aos lugares que realmente precisavam. -
8:37 - 8:41E as ideias simples se tornaram poderosas.
-
8:41 - 8:44Os voluntários iam para os cantos da ilha.
-
8:44 - 8:46De repente, havia um movimento.
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8:47 - 8:52Os times da "World Central Kitchen" eram
recebidos com preces, canções, palmas, -
8:53 - 8:55com abraços, com sorrisos.
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8:55 - 8:58Éramos capazes de nos conectar
de tantas maneiras. -
8:59 - 9:03Até a Guarda Nacional começou a nos ligar,
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9:03 - 9:06porque nossos pobres guardas nacionais,
-
9:06 - 9:09grandes heróis em momentos de caos,
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9:09 - 9:14não tinham sequer um simples
prato de comida quente. -
9:15 - 9:16E as parcerias apareceram.
-
9:16 - 9:18Mercy Corps.
-
9:18 - 9:20HSI da segurança interna.
-
9:21 - 9:24Parcerias que não aconteceram
por contatos com a cúpula. -
9:24 - 9:29Aconteceram no quarto de hotel,
no meio da rua, nas montanhas. -
9:30 - 9:32Percebemos que juntos,
podíamos ajudar mais pessoas. -
9:33 - 9:36Parcerias que acontecem pela lógica.
-
9:37 - 9:41E onde a urgência do momento
é colocada a serviço das pessoas. -
9:41 - 9:45Quando temos organizações
de assistência humanitária, -
9:45 - 9:49não podemos planejar a ajuda
para daqui a um mês, -
9:49 - 9:54temos que estar prontos para ajudar
no segundo seguinte que algo aconteceu. -
9:56 - 9:58E as crianças foram alimentadas.
-
9:59 - 10:01E de repente, ainda que a ilha
-
10:01 - 10:06estivesse naquele momento muito especial,
-
10:06 - 10:09quando tudo é frágil,
-
10:09 - 10:14ouvimos de uma ONG, como nós:
"Não queremos acabar com o setor privado". -
10:14 - 10:18Alguns pequenos restaurantes
estavam sendo abertos. -
10:18 - 10:21De alguma forma, estavam
voltando a normalidade, -
10:21 - 10:25seja o que for que normalidade signifique
hoje em Porto Rico, estava acontecendo. -
10:25 - 10:27Nós começamos a tentar enviar a mensagem
-
10:27 - 10:31de que precisávamos sair dos lugares
que já estavam estáveis -
10:31 - 10:34e nos concentrar nas áreas
que realmente precisavam de ajuda. -
10:35 - 10:40(Vídeo) Povo de Porto Rico!
Dois milhões de refeições! -
10:42 - 10:44Certo, vou traduzir para vocês.
-
10:44 - 10:47(Risos)
-
10:48 - 10:52Quase 28 dias depois,
-
10:52 - 10:54mais de 10 food trucks,
-
10:54 - 10:56mais de 7 mil voluntários,
-
10:56 - 10:5818 cozinhas,
-
10:59 - 11:03servimos mais de 2 milhões de refeições.
-
11:03 - 11:06(Aplausos)
-
11:14 - 11:17E vocês aqui nesta conferência TED
devem se orgulhar, -
11:17 - 11:21porque sabemos que muitos
de vocês são parte da mudança. -
11:21 - 11:26Mas a mudança só vai acontecer se depois
de sairmos desta conferência incrível -
11:26 - 11:29praticarmos essas ideias fantásticas
e inspirações que tivemos -
11:29 - 11:32e acreditarmos que nada é impossível
-
11:32 - 11:36quando colocamos nosso conhecimento
a serviço de quem precisa. -
11:36 - 11:40Eu cheguei em uma ilha tentando
alimentar algumas pessoas, -
11:40 - 11:42e vi um problema enorme;
-
11:42 - 11:47e de repente, o povo de Porto Rico
viu o mesmo problema que eu -
11:47 - 11:50e nós só fizemos uma coisa:
-
11:50 - 11:51começamos a cozinhar.
-
11:51 - 11:54E então o povo de Porto Rico
-
11:54 - 11:58e os chefs de Porto Rico,
em um momento de desolação, -
11:58 - 11:59começaram a trazer esperança
-
12:00 - 12:02não com reuniões,
-
12:02 - 12:04não com planejamento,
-
12:04 - 12:07mas somente com uma simples ideia:
-
12:07 - 12:12vamos começar a cozinhar
e alimentar o povo de Porto Rico. -
12:12 - 12:13Obrigado.
-
12:13 - 12:15(Aplausos)
-
12:15 - 12:17Dave Troy: Volta lá!
-
12:17 - 12:18(Risos)
-
12:18 - 12:19DT: O público ama você.
-
12:19 - 12:22(Aplausos)
-
12:26 - 12:30Nate Mook: Só algumas perguntas rápidas,
porque as pessoas querem saber. -
12:30 - 12:36Como você disse, na primeira vez
que veio, quando pôs seus pés aqui, -
12:36 - 12:38foi no centro de comando do governo
-
12:38 - 12:42e teve reuniões com pessoas
que não foram muito receptivas. -
12:44 - 12:47José Andrés: Isto é ótimo, isto mostra
como minha palestra foi boa. -
12:47 - 12:48(Risos)
-
12:48 - 12:51Esta é a primeira palestra TED
que tem uma continuidade! -
12:51 - 12:53Sinto-me tão bem.
-
12:53 - 12:54(Risos)
-
12:54 - 12:57NM: Então, nos diga quais foram
alguns dos desafios -
12:57 - 13:01e quando você viu que foram
até você para lhe questionar... -
13:01 - 13:05JA: Não podemos pedir tudo para a Cruz
Vermelha ou ao Exército da Salvação. -
13:05 - 13:09Mas a ideia é esta, eu já havia
doado para aquelas organizações, -
13:09 - 13:11e são grandes organizações.
-
13:11 - 13:15Talvez o problema é
que esperávamos muito delas. -
13:15 - 13:19Não que elas não tenham feito
o que tinham que fazer. -
13:19 - 13:23É a percepção de que isso
é o que elas fazem. -
13:24 - 13:29E de repente, em um momento desses
você não pode lavar as mãos -
13:29 - 13:32e dizer que outra pessoa fará isso.
-
13:34 - 13:38Nós tínhamos um problema simples
e uma solução bem simples. -
13:38 - 13:43Não era um país distante
ou a Zona Verde em Bagdá. -
13:43 - 13:47Era solo norte-americano,
um lugar lindo chamado Porto Rico. -
13:48 - 13:53Com centenas, milhares de restaurantes
e pessoas dispostas a ajudar. -
13:53 - 13:55E de repente, tínhamos pessoas famintas,
-
13:55 - 14:00mas não tínhamos um plano
de como alimentá-las rapidamente. -
14:00 - 14:05Sim, até certo ponto, a FEMA estava
pensando em como alimentar as pessoas. -
14:06 - 14:08A Cruz Vermelha não tinha respostas,
-
14:08 - 14:13porque a Igreja Batista do Sul, a maior
organização de alimentação dos EUA, -
14:13 - 14:17meus heróis, nunca foram
chamados para Porto Rico. -
14:17 - 14:21Quando a Cruz Vermelha entrega
alimentos nos EUA depois de um furacão, -
14:21 - 14:23é a Igreja Batista do Sul que entrega.
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14:24 - 14:26Não tivemos isso em Porto Rico.
-
14:26 - 14:31O Exército da Salvação pediu 420 refeições
em uma noite chuvosa de quarta-feira -
14:31 - 14:33para um asilo de idosos local.
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14:33 - 14:36Eu adoro ajudar o Exército da Salvação,
-
14:36 - 14:37mas na minha mente,
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14:37 - 14:44eles que tinham que nos ajudar
a atender os pedidos de ajuda. -
14:44 - 14:48Na quinta-feira, acordei muito preocupado
-
14:48 - 14:51porque ainda não tínhamos
um plano para alimentar a ilha. -
14:51 - 14:57Talvez algumas pessoas possam dizer
que eu via o problema maior do que era. -
14:57 - 15:00Nós tínhamos centenas
e centenas de organizações -
15:00 - 15:04batendo em nossa porta
pedindo uma bandeja de comida. -
15:04 - 15:07Se isso não é prova
de que a necessidade era real... -
15:07 - 15:11Não podemos mais alimentar as pessoas
nos EUA com comida enlatada -
15:11 - 15:14ou com algo que você abre e, sabe...
-
15:14 - 15:18Eu estava dando essa comida
para um gatinho... -
15:18 - 15:19(Risos)
-
15:19 - 15:22então dei a ele
o arroz com frango que fizemos -
15:22 - 15:24e ele preferiu o arroz com frango.
-
15:24 - 15:26(Risos)
-
15:26 - 15:28(Aplausos)
-
15:28 - 15:29Nem ele comia aquilo.
-
15:29 - 15:34Nós podemos alimentar as pessoas
por um, dois, cinco dias com aquilo. -
15:34 - 15:39Mas aquilo custa US$ 12, 14, 15, 20
aos cofres norte-americanos. -
15:39 - 15:42Tudo bem usar aquilo em alguns momentos,
durante uma batalha, -
15:42 - 15:46mas não para alimentar norte-americanos
por semanas e semanas, -
15:46 - 15:51quando você pode contratar
a comunidade privada do local -
15:52 - 15:55para fazer melhor o mesmo trabalho,
criando empregos locais, -
15:55 - 15:58ajudando a economia local a se reerguer
-
15:58 - 16:03e, no processo, garantindo que tudo
voltará ao normal o mais rápido possível. -
16:04 - 16:06Foi quando começamos a cozinhar.
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16:06 - 16:07Vocês estavam lá comigo.
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16:07 - 16:12Foi por isso que gastamos cada centavo
que tínhamos em nossos cartões de crédito. -
16:12 - 16:15Se a Amex estiver ouvindo isso,
um desconto seria muito bem-vindo. -
16:15 - 16:18(Risos)
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16:18 - 16:19Ou a Visa.
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16:19 - 16:23NM: Então, qual é a situação agora?
-
16:23 - 16:25Já se passou um mês.
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16:25 - 16:27Você disse que já aconteceram
algumas melhorias em San Juan -
16:27 - 16:29e o foco está em outras áreas.
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16:29 - 16:33Mas obviamente ainda há
grandes desafios, e agora? -
16:33 - 16:38JA: Agora começamos,
lentamente, a diminuir, -
16:38 - 16:43depois que a FEMA disse
que já tem a situação sob controle -
16:43 - 16:46e que nossa ajuda não é mais necessária.
-
16:46 - 16:49Mas você não pode acreditar 100% em tudo.
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16:50 - 16:54Nós nos mudamos daquele lugar enorme
que vocês viram, 60 mil refeições por dia, -
16:54 - 16:58para outro, tão grande quanto,
mas melhor localizado, estrategicamente, -
16:58 - 17:00e também mais barato.
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17:00 - 17:03Vamos preparar 20 a 25 mil
refeições por dia. -
17:03 - 17:08Estamos deixando quatro a seis cozinhas
em lugares estratégicos ao redor da ilha, -
17:08 - 17:12no alto das montanhas, nas áreas pobres.
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17:12 - 17:14E conseguimos muitos dados.
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17:14 - 17:19Sabemos quem usa os programas
de alimentação, os cupons, os cartões. -
17:19 - 17:23Sabemos quem tem e quem está usando.
-
17:23 - 17:30Então, colocaremos nossos esforços
nas partes da ilha onde isso não é usado. -
17:30 - 17:35É sensacional como alguns dados
nos dão pistas de quem precisa de ajuda. -
17:36 - 17:40Então fomos para uma cidade
chamada Morovis. Bonita! -
17:40 - 17:43O melhor restaurante de frango
na história da humanidade. -
17:43 - 17:45Todos deveriam viajar para Morovis.
-
17:45 - 17:46NM: Parece bom.
-
17:46 - 17:48JA: Então vi o frango.
Estávamos levando sanduíches. -
17:48 - 17:53Parei, eu estava com o pessoal
da segurança interna, comemos o frango. -
17:53 - 17:57Eu tinha que levar aqueles sanduíches
para outro lugar, chamado San Lorenzo. -
17:57 - 18:00A situação lá era crítica,
a ponte havia quebrado, -
18:00 - 18:04era uma ilha dentro de outra, uma pequena
comunidade com água ao seu redor. -
18:04 - 18:07Todo mundo nos dizia:
"Está um desastre lá dentro". -
18:08 - 18:11Deixamos os sanduíches,
voltei para Morovis e pensei: -
18:11 - 18:14se está um desastre,
sanduíches não serão suficientes. -
18:14 - 18:18Eu levei 120 frangos com mandioca e arroz.
-
18:18 - 18:21E voltamos para aquela ponte quebrada,
-
18:21 - 18:25cruzamos o rio, a água cobria tudo.
-
18:25 - 18:30Chegamos com aqueles 120 frangos
e entregamos as refeições. -
18:30 - 18:33A comunidade estava muito
agradecida, mas nos disseram: -
18:33 - 18:35"Não precisamos de mais comida.
-
18:35 - 18:40Temos gás, dinheiro, comida boa
e nossa água está limpa. -
18:40 - 18:44Cuidem das outras comunidades ao redor
de nós que estão precisando mais". -
18:44 - 18:47Vejam, comunicação é a chave.
-
18:47 - 18:51Nesses cenários, podemos
acreditar em notícias falsas -
18:51 - 18:55ou podemos ter a informação real
para tomarmos as decisões mais sábias -
18:55 - 18:58para cuidar dos verdadeiros problemas.
-
18:58 - 18:59Isso é o que estamos fazendo.
-
18:59 - 19:02(Aplausos)
-
19:06 - 19:08NM: Foi uma operação incrível,
-
19:08 - 19:11e testemunhar isso de perto
e desempenhar um pequeno papel... -
19:11 - 19:12JA: Vocês fizeram parte.
-
19:12 - 19:18NM: No auge, vocês atingiram
cerca de 150 mil refeições por dia -
19:18 - 19:20em toda a ilha, o que é inacreditável.
-
19:20 - 19:27E assim criaram um modelo de como isso
pode ser feito, esperamos, no futuro. -
19:27 - 19:30Esse é o maior aprendizado disso tudo.
-
19:30 - 19:33DT: Isso é possível,
as pessoas podem imitar isso. -
19:33 - 19:35JA: Vou parar de assistir palestras TED,
-
19:35 - 19:38e ter essas ideias
de que tudo pode acontecer. -
19:38 - 19:40(Risos)
-
19:40 - 19:43E minha esposa ainda me disse:
-
19:43 - 19:47"Você fez mil refeições por dia! Não posso
te deixar sozinho por um dia sequer!" -
19:48 - 19:50(Risos)
-
19:50 - 19:53Mas espero que a "World Central Kitchen" -
-
19:53 - 19:56sabe, uma coisa que fiz e não contei:
-
19:56 - 20:02comecei a ligar para as pessoas que eram
especialistas e que poderiam nos ajudar. -
20:02 - 20:06Então liguei para uma companhia
chamada Bon Appétit, Fedele. -
20:06 - 20:11É um dos maiores serviços de buffet,
fornecem para o Google e para Arenas. -
20:12 - 20:15Estão fora da Califórnia, fazem parte
de um grande grupo chamado Compass. -
20:15 - 20:18E eu disse a eles: "Sabe de uma coisa?
-
20:18 - 20:22Preciso de cozinheiros e preciso
que façam em grande quantidade -
20:22 - 20:25e que façam essa grande
quantidade com boa qualidade". -
20:25 - 20:28Em menos de 24 horas, várias pessoas
e chefs tinham me contatado. -
20:28 - 20:32Em um ponto, tínhamos 16 dos melhores
chefs que os EUA podiam oferecer. -
20:32 - 20:38Como veem os EUA é um país de coração
incrível que sempre dá o seu melhor. -
20:38 - 20:44Aprendemos nesses anos que esses chefs
norte-americanos vão ter um papel -
20:44 - 20:49em como alimentar os EUA e talvez outras
partes do mundo em momentos difíceis. -
20:50 - 20:54O que precisamos fazer é trazer
a especialidade certa onde é necessária. -
20:54 - 20:57Às vezes tenho uma sensação,
como tive na FEMA, -
20:57 - 21:01de que estamos levando os especialistas
para áreas erradas, onde nem precisam. -
21:01 - 21:06As pessoas da FEMA são sensacionais,
inteligentes e preparadas, -
21:07 - 21:12mas estão sob um organograma
de pirâmide hierárquica incrível, -
21:12 - 21:15onde todo mundo cai sob seu próprio peso.
-
21:15 - 21:17Precisamos empoderar
as pessoas para terem sucesso. -
21:17 - 21:23Fizemos um organograma plano
onde todos dominavam a situação. -
21:23 - 21:27E todos tomávamos decisões rápidas
para resolver os problemas na hora. -
21:27 - 21:29(Aplausos)
-
21:29 - 21:30DT: Com certeza.
-
21:30 - 21:31(Aplausos)
-
21:31 - 21:34DT: Mais uma salva de palmas
para José Andrés. -
21:34 - 21:37(Aplausos) (Vivas)
- Title:
- Como um time de chefs alimentou Porto Rico após o Furacão Maria
- Speaker:
- José Andrés
- Description:
-
Depois que o furacão Maria atingiu Porto Rico em 2017, o chef José Andrés viajou para a ilha devastada com uma ideia simples: alimentar os famintos. Após milhões de refeições servidas, Andrés compartilha a incrível história da criação do maior restaurante do mundo - e o poder extraordinário de mostrar às pessoas necessitadas que alguém se importa com elas.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 21:53
Claudia Sander approved Portuguese, Brazilian subtitles for How a team of chefs fed Puerto Rico after Hurricane Maria | ||
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