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Como é que o álcool nos deixa embriagados? — Judy Grisel

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    Etanol.
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    Esta molécula, constituída
    por apenas alguns átomos de carbono,
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    é responsável pela embriaguez.
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    Frequentemente referida
    simplesmente como álcool,
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    o etanol é o ingrediente ativo
    nas bebidas alcoólicas.
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    A sua simplicidade ajuda-o
    a passar através das membranas
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    e a acomodar-se
    em muitos recantos diferentes,
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    produzindo uma grande
    variedade de efeitos,
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    em comparação com outras
    moléculas mais pesadas.
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    Então, como é que exatamente
    provoca embriaguez?
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    E porque é que provoca diferentes efeitos
    em diferentes pessoas?
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    Para responder a esta questão,
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    precisamos de seguir o álcool
    no seu percurso pelo corpo.
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    O álcool chega ao estômago
    e é absorvido pelo sangue
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    através do aparelho digestivo,
    especialmente do intestino delgado.
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    O conteúdo do estômago influencia
    a capacidade de o álcool entrar no sangue
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    porque, depois de comer,
    o esfíncter pilórico,
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    que separa o estômago
    do intestino delgado, fecha-se.
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    Assim, o nível de álcool
    que chega ao sangue
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    depois de uma grande refeição
    pode ser apenas um quarto
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    da quantidade de álcool que
    chega a um estômago vazio.
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    Através do sangue,
    o álcool passa para os órgãos,
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    especialmente para os
    que têm maior fluxo sanguíneo:
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    o fígado e o cérebro.
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    Chega primeiro ao fígado,
    e as enzimas no fígado
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    decompõem a molécula do álcool
    em dois passos.
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    Primeiro, uma enzima chamada ADH
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    transforma o álcool
    em acetaldeído, que é tóxico.
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    Depois, uma enzima chamada ALDH
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    converte o acetaldeído tóxico
    em acetato não tóxico.
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    À medida que o sangue circula,
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    o fígado vai eliminando
    continuamente o álcool,
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    mas este primeiro passo de eliminação
    determina a quantidade de álcool
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    que chega ao cérebro e a outros órgãos.
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    A sensibilidade do cérebro é responsável
    pelos efeitos emocionais, cognitivos
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    e comportamentais do álcool,
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    também conhecidos por embriaguez.
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    O álcool ativa o primeiro travão
    do cérebro, o neurotransmissor GABA,
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    e desliga o principal acelerador,
    o neurotransmissor glutamato.
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    Isto torna os neurónios
    muito menos comunicativos.
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    Em doses moderadas,
    causa relaxamento,
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    e, em doses elevadas, provoca sono
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    e pode inibir a atividade cerebral
    essencial para sobreviver a doses tóxicas.
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    O álcool também estimula um
    pequeno grupo de neurónios
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    que se estende desde o mesencéfalo
    até ao nucleus accumbens,
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    uma região importante para a motivação.
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    Como todas as drogas viciantes,
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    liberta um jato de dopamina
    no nucleus accumbens
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    o que provoca um pico de prazer.
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    O álcool também faz
    com que alguns neurónios
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    sintetizem e libertem endorfinas.
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    As endorfinas ajudam a acalmar
    em resposta ao "stress" ou ao perigo.
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    Elevados níveis de endorfinas
    contribuem para a euforia
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    e relaxamento associado
    ao consumo de álcool.
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    Finalmente, à medida que
    a decomposição do álcool no fígado
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    ultrapassa a absorção pelo cérebro,
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    a embriaguez desaparece.
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    As diferenças individuais em qualquer
    momento deste percurso
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    podem levar a que as pessoas
    fiquem mais ou menos embriagadas.
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    Por exemplo, um homem
    e uma mulher, com pesos iguais,
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    que bebam a mesma quantidade
    durante uma refeição idêntica,
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    terão diferentes concentrações de
    álcool no sangue.
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    Isto porque as mulheres
    normalmente têm menos sangue,
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    as mulheres têm, geralmente,
    maior percentagem de gordura,
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    que requer menos
    sangue do que os músculos.
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    Um menor volume de sangue, que transporta
    a mesma quantidade de álcool,
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    significa que a concentração
    será maior para as mulheres.
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    As diferenças genéticas nas enzimas
    do fígado que processam o álcool
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    também influenciam a concentração
    do álcool no sangue.
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    A ingestão regular de álcool pode
    aumentar a produção destas enzimas,
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    contribuindo para a tolerância.
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    Por outro lado, quem bebe
    excessivamente durante muito tempo
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    pode desenvolver danos no fígado,
    que têm o efeito oposto.
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    Enquanto isso, as diferenças genéticas
    em dopamina, o GABA
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    e a transmissão de endorfina
    podem contribuir para o risco
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    de desenvolver um transtorno
    do consumo de álcool.
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    Quem tem naturalmente baixos
    níveis de endorfina e dopamina
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    pode automedicar-se através da bebida.
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    Algumas pessoas têm um risco
    mais elevado de consumo excessivo
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    devido a uma resposta
    sensível de endorfina
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    que aumenta os efeitos
    agradáveis do álcool.
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    Outros têm uma variação
    na transmissão do GABA
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    que os torna especialmente sensíveis
    aos efeitos sedativos do álcool,
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    o que diminui o risco de desenvolverem
    um transtorno com a bebida.
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    Entretanto, o cérebro adapta-se ao
    consumo crónico de álcool,
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    reduzindo o GABA, a dopamina
    e a transmissão da endorfina
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    e melhorando a atividade de glutamato.
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    Isto significa que consumidores regulares
    tendem a ficar ansiosos,
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    ter problemas em dormir
    e ter menos prazer.
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    Estas diferenças estruturais e funcionais
    podem levar ao consumo descontrolado,
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    quando beber parece normal,
    mas não beber é desconfortável,
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    estabelecendo um círculo vicioso.
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    Tanto a genética como os hábitos
    influenciam a ação do álcool no corpo
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    o que significa que algumas pessoas
    são mais propensas
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    a certos padrões de consumo
    alcoólico do que outras,
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    e o histórico de consumo leva
    a alterações neuronais e comportamentais.
Title:
Como é que o álcool nos deixa embriagados? — Judy Grisel
Speaker:
Judy Grisel
Description:

Vejam a aula completa: https://ed.ted.com/lessons/how-does-alcohol-make-you-drunk-judy-grisel

Etanol: esta molécula, constituída por apenas alguns átomos de carbono, é responsável pela embriaguez. Frequentemente referida simplesmente como álcool, o etanol é o ingrediente ativo nas bebidas alcoólicas. Então, como é que provoca a embriaguez? E porque é que provoca diferentes efeitos em diferentes pessoas? Judy Grisel explora o percurso do álcool pelo corpo.

Lição de Judy Grisel, realização de Anton Bogaty

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
05:04

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