Return to Video

Como o álcool nos embriaga? - Judy Grisel

  • 0:07 - 0:12
    Etanol: essa molécula feita
    com uns poucos carbonos
  • 0:12 - 0:15
    é responsável pela embriaguez.
  • 0:15 - 0:18
    Popularmente conhecido como álcool,
  • 0:18 - 0:21
    o etanol é o princípio ativo
    das bebidas alcoólicas.
  • 0:21 - 0:24
    Sua simplicidade o ajuda
    a passar pelas membranas
  • 0:24 - 0:26
    e acomodar-se em diferentes cantos,
  • 0:26 - 0:28
    produzindo uma grande variedade de efeitos
  • 0:28 - 0:31
    se comparado a outras moléculas pesadas.
  • 0:31 - 0:34
    Como exatamente ele causa a embriaguez?
  • 0:34 - 0:39
    E por que provoca diferentes efeitos
    em diferentes pessoas?
  • 0:39 - 0:40
    Para responder essas perguntas,
  • 0:40 - 0:44
    precisamos acompanhar o álcool
    em sua jornada pelo corpo humano.
  • 0:44 - 0:47
    O álcool aterriza no estômago
    e é absorvido pelo sangue
  • 0:47 - 0:51
    através do aparelho digestivo,
    principalmente o intestino delgado.
  • 0:51 - 0:54
    O conteúdo do estômago
    impacta a habilidade do álcool
  • 0:54 - 0:56
    de entrar no sangue,
    porque, após uma refeição
  • 0:56 - 1:01
    o esfíncter pilórico, que separa
    o estômago do intestino delgado, se fecha.
  • 1:01 - 1:04
    Então, o nível de álcool que chega
    ao sangue após uma boa refeição
  • 1:04 - 1:09
    pode ser apenas um quarto da quantidade
    de álcool que chega a um estômago vazio.
  • 1:09 - 1:12
    Do sangue, o álcool vai para os órgãos,
  • 1:12 - 1:14
    principalmente os que têm
    maior circulação de sangue:
  • 1:14 - 1:17
    o fígado e o cérebro.
  • 1:17 - 1:20
    Chega primeiro ao fígado,
    onde enzimas trabalham
  • 1:20 - 1:23
    quebrando as moléculas
    do álcool em dois passos.
  • 1:23 - 1:29
    Primeiro, uma enzima chamada ADH converte
    o álcool em acetaldeído, que é tóxico.
  • 1:29 - 1:36
    Depois, uma enzima chamada ALDH converte
    o acetaldeído em acetato não tóxico.
  • 1:36 - 1:40
    Conforme o sangue circula,
    o fígado elimina álcool continuamente.
  • 1:40 - 1:44
    Mas este primeiro ciclo de eliminação
    determina quanto álcool
  • 1:44 - 1:47
    chegará ao cérebro e outros organismos.
  • 1:47 - 1:51
    A sensibilidade do cérebro é responsável
    pelos efeitos emocionais, cognitivos
  • 1:51 - 1:57
    e comportamentais do álcool,
    também conhecidos como embriaguez.
  • 1:57 - 2:01
    O álcool liga o freio primário
    do cérebro, o neurotransmissor GABA,
  • 2:01 - 2:06
    e desliga seu principal regulador,
    o neurotransmissor glutamato.
  • 2:06 - 2:09
    Isso torna os neurônios
    menos comunicativos,
  • 2:09 - 2:13
    e, em doses moderadas causa relaxamento,
    em doses altas provoca sono,
  • 2:13 - 2:19
    e pode inibir a atividade cerebral
    essencial para sobreviver a doses tóxicas.
  • 2:19 - 2:22
    O álcool também estimula
    um pequeno grupo de neurônios
  • 2:22 - 2:26
    que se estende desde o mesencéfalo
    até o núcleo accumbens,
  • 2:26 - 2:28
    uma região importante para a motivação.
  • 2:28 - 2:30
    Como todas as drogas viciantes,
  • 2:30 - 2:33
    ele provoca um jato de dopamina
    no núcleo accumbens,
  • 2:33 - 2:36
    o que provoca uma sensação de prazer.
  • 2:36 - 2:41
    O álcool também faz alguns neurônios
    sintetizarem e liberarem endorfinas.
  • 2:41 - 2:45
    Endorfinas nos ajudam a acalmar
    em resposta ao estresse ou ao perigo.
  • 2:45 - 2:47
    Níveis elevados de endorfinas
    contribuem para a euforia
  • 2:47 - 2:51
    e o relaxamento associados
    ao consumo de álcool.
  • 2:51 - 2:52
    Finalmente,
  • 2:52 - 2:56
    quando a metabolização do álcool no fígado
    supera a absorção pelo cérebro,
  • 2:56 - 2:58
    a embriaguez desaparece.
  • 2:58 - 3:01
    Diferenças individuais
    em qualquer ponto desta jornada
  • 3:01 - 3:04
    podem fazer com que as pessoas
    fiquem mais ou menos bêbadas.
  • 3:04 - 3:08
    Por exemplo, um homem e uma mulher
    com pesos iguais bebendo a mesma quantia
  • 3:08 - 3:13
    em uma refeição idêntica terão diferentes
    níveis de teor alcoólico no sangue,
  • 3:13 - 3:15
    ou TAS.
  • 3:15 - 3:18
    Isso porque as mulheres
    tendem a ter menos sangue.
  • 3:18 - 3:20
    Mulheres geralmente têm
    maior porcentagem de gordura,
  • 3:20 - 3:22
    o que requer menos sangue do que músculos.
  • 3:22 - 3:26
    Um volume de sangue menor
    com a mesma quantidade de álcool
  • 3:26 - 3:29
    significa que o teor de álcool
    será maior para as mulheres.
  • 3:29 - 3:33
    Diferenças genéticas
    no processamento de álcool no fígado
  • 3:33 - 3:35
    também influenciam o TAS.
  • 3:35 - 3:38
    E o consumo frequente pode aumentar
    a produção dessas enzimas,
  • 3:38 - 3:40
    contribuindo para a tolerância.
  • 3:40 - 3:44
    Por outro lado, aqueles que bebem muito
    por um longo período de tempo
  • 3:44 - 3:48
    podem desenvolver lesões no fígado,
    o que tem o efeito oposto.
  • 3:48 - 3:52
    Enquanto isso, diferenças genéticas
    em dopamina, GABA
  • 3:52 - 3:55
    e transmissão de endorfina
    podem contribuir com os riscos
  • 3:55 - 3:58
    para desenvolver o consumo prejudicial.
  • 3:58 - 4:01
    Pessoas com níveis de endorfina
    ou dopamina naturalmente baixos
  • 4:01 - 4:03
    podem se automedicar com bebidas.
  • 4:03 - 4:05
    Algumas pessoas correm
    maior risco de alcoolismo
  • 4:05 - 4:09
    devido a uma resposta sensível
    de endorfina que aumenta o prazer
  • 4:09 - 4:10
    através do consumo de álcool.
  • 4:10 - 4:13
    Outros têm uma variação
    na transmissão de GABA
  • 4:13 - 4:17
    que os torna especialmente sensíveis
    aos efeitos sedativos do álcool,
  • 4:17 - 4:21
    o que diminui o risco de desenvolver
    o consumo prejudicial.
  • 4:21 - 4:26
    Enquanto isso, o cérebro adapta-se
    ao consumo crônico reduzindo transmissões
  • 4:26 - 4:30
    de GABA, dopamina, endorfina
    e aumentando a atividade de glutamato.
  • 4:30 - 4:34
    Isso significa que bebedores regulares
    tendem a ter ansiedade e insônia
  • 4:34 - 4:38
    e a sentir menos prazer.
  • 4:38 - 4:41
    Essas mudanças estruturais e funcionais
    podem levar ao consumo prejudicial
  • 4:41 - 4:45
    quando beber parece algo banal,
    mas a falta do álcool causa desconforto,
  • 4:45 - 4:48
    gerando um ciclo vicioso.
  • 4:48 - 4:53
    Tanto a genética quanto os hábitos
    influenciam na ação do álcool no corpo.
  • 4:53 - 4:56
    Isso significa que algumas pessoas
    são mais propensas
  • 4:56 - 4:58
    a certos padrões de consumo
    alcoólico do que outras
  • 4:58 - 5:03
    e um histórico de consumo
    leva a mudanças neurais e comportamentais.
Title:
Como o álcool nos embriaga? - Judy Grisel
Speaker:
Judy Grisel
Description:

Veja a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/how-does-alcohol-make-you-drunk-judy-grisel

Etanol: essa molécula feita com alguns átomos de carbonos é responsável pela embriaguez. Popularmente conhecido como álcool, o etanol é o princípio ativo das bebidas alcoólicas. Mas como exatamente ele causa a embriaguez? E por que provoca diferentes efeitos em diferentes pessoas? Judy Grisel acompanha a jornada do álcool no corpo humano.

Lição de Judy Grisel; direção de Anton Bogaty.

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
05:04

Portuguese, Brazilian subtitles

Revisions