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O coronavírus é o nosso futuro | Alanna Shaikh | TEDxSMU

  • 0:12 - 0:16
    Quero começar falando um pouco
    sobre minhas qualificações
  • 0:16 - 0:18
    para apresentar este assunto,
  • 0:18 - 0:23
    porque, sendo bem sincera,
    vocês não deveriam escutar
  • 0:23 - 0:26
    uma opinião sobre COVID-19
    de uma pessoa só porque ela é idosa.
  • 0:26 - 0:28
    (Risos)
  • 0:28 - 0:32
    Trabalho com saúde global
    há cerca de 20 anos,
  • 0:32 - 0:36
    e sou especialista em sistemas de saúde
  • 0:36 - 0:40
    e no que acontece quando esses sistemas
    sofrem choques graves.
  • 0:40 - 0:43
    Também trabalhei
    em jornalismo de saúde global.
  • 0:43 - 0:46
    Escrevi sobre saúde global e biossegurança
  • 0:46 - 0:49
    para jornais e meios
    de comunicação on-line
  • 0:49 - 0:52
    e publiquei um livro alguns anos atrás
  • 0:52 - 0:55
    sobre as principais ameaças à saúde global
    que enfrentamos no planeta.
  • 0:56 - 0:59
    Apoiei e liderei esforços de epidemiologia
  • 0:59 - 1:03
    que iam de avaliação
    de centros de tratamento de ebola
  • 1:03 - 1:07
    a análise da transmissão da tuberculose
    em unidades de saúde
  • 1:07 - 1:10
    e preparação para a gripe aviária.
  • 1:11 - 1:14
    Sou mestre em saúde internacional.
  • 1:14 - 1:16
    Não sou médica nem enfermeira.
  • 1:16 - 1:21
    Minha especialidade não é cuidar
    de pacientes individuais,
  • 1:21 - 1:24
    é analisar populações e sistemas de saúde,
  • 1:24 - 1:28
    o que acontece quando as doenças
    se movem em grande escala.
  • 1:29 - 1:32
    Se fosse para classificar fontes
    de conhecimento em saúde global
  • 1:32 - 1:35
    numa escala de um a dez,
  • 1:35 - 1:38
    sendo "um" para uma pessoa aleatória
    que reclama no Facebook,
  • 1:40 - 1:42
    e "dez" pra Organização Mundial da Saúde,
  • 1:42 - 1:46
    eu diria que vocês talvez possam
    me colocar como "sete" ou "oito".
  • 1:46 - 1:49
    Levem isso em consideração
    enquanto falo com vocês.
  • 1:50 - 1:52
    Vou começar com o básico aqui,
  • 1:52 - 1:57
    porque acho que isso se perdeu
    no ruído da mídia em torno de COVID-19.
  • 1:59 - 2:02
    COVID-19 é um coronavírus.
  • 2:02 - 2:06
    Os coronavírus são um subconjunto
    específico de vírus
  • 2:06 - 2:09
    com algumas características
    únicas como vírus.
  • 2:09 - 2:13
    Eles usam RNA em vez de DNA
    como material genético,
  • 2:13 - 2:16
    e sua superfície é coberta de pontas,
  • 2:16 - 2:19
    que são usadas para invadir células.
  • 2:19 - 2:22
    Essas pontas são a coroa do coronavírus.
  • 2:24 - 2:27
    COVID-19 é conhecido
    como um novo coronavírus,
  • 2:27 - 2:31
    porque, até dezembro,
    conhecíamos apenas seis coronavírus.
  • 2:31 - 2:34
    COVID-19 é o sétimo.
  • 2:34 - 2:35
    É novo para nós,
  • 2:35 - 2:37
    acabou de ser sequenciado e batizado.
  • 2:37 - 2:39
    Por isso, é novo.
  • 2:40 - 2:44
    Se vocês se lembram da SARS,
    síndrome respiratória aguda grave,
  • 2:44 - 2:47
    ou da MERS, síndrome respiratória
    do Oriente Médio,
  • 2:47 - 2:49
    elas são coronavírus
  • 2:49 - 2:52
    e são chamadas de síndromes respiratórias,
  • 2:52 - 2:55
    porque é isso o que os coronavírus fazem:
  • 2:55 - 2:57
    vão para os pulmões;
  • 2:57 - 3:00
    não induzem vômito,
    sangramento pelos olhos
  • 3:00 - 3:01
    nem causam hemorragia;
  • 3:01 - 3:03
    vão para os pulmões.
  • 3:04 - 3:06
    COVID-19 não é diferente.
  • 3:06 - 3:10
    Causa uma série de sintomas respiratórios
  • 3:10 - 3:13
    que vão de tosse seca e febre
  • 3:13 - 3:17
    até pneumonia viral fatal.
  • 3:17 - 3:18
    Essa série de sintomas
  • 3:18 - 3:23
    é uma das razões pelas quais tem sido
    tão difícil rastrear esse surto.
  • 3:23 - 3:26
    Muitas pessoas pegam COVID-19,
  • 3:26 - 3:28
    mas de um modo muito suave.
  • 3:28 - 3:33
    Os sintomas são tão leves
    que elas nem procuram um médico.
  • 3:33 - 3:34
    Elas não ficam registradas no sistema.
  • 3:34 - 3:38
    As crianças, em particular,
    são menos afetadas por COVID-19,
  • 3:38 - 3:41
    algo pelo qual todos devemos agradecer.
  • 3:43 - 3:45
    Os coronavírus são zoonóticos,
  • 3:45 - 3:49
    ou seja, são transmitidos
    de animais para pessoas.
  • 3:49 - 3:51
    Alguns coronavírus, como COVID-19,
  • 3:51 - 3:53
    também são transmitidos
    de pessoa para pessoa.
  • 3:54 - 3:57
    Os que são transmitidos de pessoa
    para pessoa vão mais rápido e mais longe,
  • 3:57 - 3:59
    assim como COVID-19.
  • 3:59 - 4:03
    É muito difícil se livrar
    de doenças zoonóticas,
  • 4:03 - 4:05
    pois elas têm um hospedeiro animal.
  • 4:05 - 4:09
    Um exemplo é a gripe aviária,
  • 4:09 - 4:12
    que pode ser abolida
    de animais criados em fazendas,
  • 4:12 - 4:14
    de perus e patos,
  • 4:14 - 4:18
    mas que continua retornando todos os anos,
    trazida a nós por pássaros selvagens.
  • 4:18 - 4:19
    Não ouvimos muito sobre ela,
  • 4:19 - 4:22
    pois a gripe aviária não é transmitida
    de pessoa para pessoa,
  • 4:22 - 4:27
    mas temos surtos em granjas
    todos os anos no mundo todo.
  • 4:28 - 4:32
    É mais provável que COVID-19
    tenha passado de animais para pessoas
  • 4:32 - 4:35
    num mercado de animais selvagens
    em Wuhan, na China.
  • 4:36 - 4:39
    Agora vamos para as partes menos básicas.
  • 4:39 - 4:43
    Esse não é o último grande surto
    que vamos presenciar.
  • 4:43 - 4:48
    Haverá mais surtos e epidemias.
  • 4:48 - 4:51
    Não é uma probabilidade; é um fato.
  • 4:51 - 4:54
    É o resultado do modo
    como nós, seres humanos,
  • 4:54 - 4:57
    interagimos com nosso planeta.
  • 4:57 - 5:00
    Escolhas humanas nos levam a uma posição
  • 5:00 - 5:02
    em que veremos mais surtos.
  • 5:03 - 5:05
    Parte disso se trata da mudança climática
  • 5:05 - 5:10
    e de como um clima quente torna o mundo
    mais favorável a vírus e bactérias,
  • 5:10 - 5:12
    mas também diz respeito
    ao modo como invadimos
  • 5:12 - 5:16
    os últimos lugares selvagens
    de nosso planeta.
  • 5:16 - 5:19
    Quando queimamos e devastamos
    a floresta tropical amazônica
  • 5:19 - 5:22
    para poder ter solo barato para pecuária,
  • 5:22 - 5:26
    quando a última mata africana
    é convertida em fazendas,
  • 5:26 - 5:31
    quando animais selvagens na China
    são caçados até a extinção,
  • 5:31 - 5:34
    os seres humanos entram em contato
    com populações selvagens
  • 5:34 - 5:37
    com as quais nunca tiveram contato antes,
  • 5:37 - 5:40
    e essas populações
    têm novos tipos de doenças:
  • 5:40 - 5:43
    bactérias, vírus, coisas para as quais
    não estamos preparados.
  • 5:44 - 5:47
    Os morcegos, em particular,
    têm um talento para hospedar doenças
  • 5:47 - 5:49
    que podem infectar pessoas,
  • 5:49 - 5:51
    mas não são os únicos
    animais que fazem isso.
  • 5:52 - 5:57
    Enquanto continuarmos a tornar
    nossos locais remotos menos remotos,
  • 5:57 - 5:59
    os surtos continuarão chegando.
  • 6:00 - 6:05
    Não podemos impedir os surtos
    com quarentena ou restrições de viagem.
  • 6:05 - 6:07
    Esse é o primeiro impulso de todos:
  • 6:07 - 6:11
    impedir que as pessoas se movam
    e que esse surto aconteça.
  • 6:11 - 6:16
    Mas o fato é que é muito difícil
    implementar uma boa quarentena.
  • 6:16 - 6:20
    É muito difícil implantar
    restrições de viagem.
  • 6:20 - 6:23
    Mesmo os países que fizeram
    investimentos sérios em saúde pública,
  • 6:23 - 6:25
    como os EUA e a Coreia do Sul,
  • 6:25 - 6:27
    não conseguem implementar
    esse tipo de restrição
  • 6:27 - 6:30
    com rapidez suficiente
    para impedir um surto imediatamente.
  • 6:30 - 6:34
    Há razões logísticas e médicas para isso.
  • 6:34 - 6:36
    Se analisarmos COVID-19,
  • 6:36 - 6:38
    neste momento, parece
    que pode haver um período
  • 6:38 - 6:41
    em que estamos infectados
    e não apresentamos sintomas,
  • 6:41 - 6:43
    que é de até 24 dias.
  • 6:44 - 6:48
    As pessoas andam por aí com esse vírus,
    sem apresentar sintomas.
  • 6:48 - 6:49
    Não vão ficar em quarentena.
  • 6:49 - 6:52
    Ninguém sabe que precisam
    ficar em quarentena.
  • 6:54 - 6:59
    Também há alguns custos reais
    para quarentena e restrições de viagem.
  • 6:59 - 7:01
    Os seres humanos são animais sociais
  • 7:01 - 7:04
    e resistem quando se tenta
    segurá-los num lugar
  • 7:04 - 7:06
    e quando se tenta separá-los.
  • 7:06 - 7:09
    Vimos no surto de ebola
  • 7:09 - 7:12
    que, assim que se implementa
    uma quarentena,
  • 7:12 - 7:14
    as pessoas começam a tentar evitá-la.
  • 7:14 - 7:19
    Se pacientes individuais souberem que há
    um protocolo de quarentena rigoroso,
  • 7:19 - 7:21
    podem não procurar atendimento médico
  • 7:21 - 7:23
    porque têm medo do sistema de saúde
  • 7:23 - 7:24
    ou não podem pagar
  • 7:24 - 7:27
    e não querem se separar
    da família e dos amigos.
  • 7:27 - 7:32
    Quando políticos e funcionários do governo
    sabem que vão ficar em quarentena,
  • 7:32 - 7:34
    se eles falam de surtos e casos,
  • 7:34 - 7:36
    podem ocultar informações
  • 7:36 - 7:38
    por medo de acionar
    um protocolo de quarentena.
  • 7:39 - 7:43
    É claro que esses tipos
    de evasão e desonestidade
  • 7:43 - 7:46
    são exatamente o que dificulta
    o rastreamento de um surto de doença.
  • 7:48 - 7:51
    Podemos melhorar em quarentenas
    e restrições de viagem,
  • 7:51 - 7:53
    e devemos,
  • 7:53 - 7:54
    mas não é nossa única opção
  • 7:54 - 7:58
    nem a melhor para lidar
    com essas situações.
  • 7:59 - 8:03
    A maneira real de longo prazo
    para tornar os surtos menos graves
  • 8:03 - 8:06
    é criar o sistema de saúde global
  • 8:06 - 8:09
    para apoiar as principais funções
    da assistência médica
  • 8:09 - 8:11
    em todos os países do mundo,
  • 8:11 - 8:14
    para que todos os países,
    mesmo os mais pobres,
  • 8:14 - 8:17
    consigam identificar e tratar rapidamente
    novas doenças infecciosas
  • 8:17 - 8:19
    à medida que surjam.
  • 8:20 - 8:24
    A China recebeu muitas críticas
    por sua resposta a COVID-19,
  • 8:24 - 8:26
    mas o fato é:
  • 8:26 - 8:29
    e se COVID-19 tivesse surgido no Chade,
  • 8:29 - 8:33
    que tem 3,5 médicos
    para cada 100 mil pessoas?
  • 8:33 - 8:36
    E se tivesse surgido
    na República Democrática do Congo,
  • 8:36 - 8:40
    que acabou de liberar seu último
    paciente de ebola do tratamento?
  • 8:40 - 8:42
    A verdade é que países assim
  • 8:42 - 8:46
    não têm recursos para responder
    a uma doença infecciosa,
  • 8:46 - 8:47
    nem para tratar pessoas
  • 8:47 - 8:50
    e informar sobre ela com rapidez
    suficiente para ajudar o resto do mundo.
  • 8:52 - 8:57
    Conduzi uma avaliação de centros
    de tratamento de ebola na Serra Leoa.
  • 8:57 - 9:00
    O fato é que os médicos
    locais da Serra Leoa
  • 9:00 - 9:03
    identificaram a crise do ebola
    muito rapidamente.
  • 9:03 - 9:06
    Primeiro como um vírus hemorrágico
    perigoso e contagioso
  • 9:06 - 9:09
    e depois como o próprio ebola.
  • 9:09 - 9:13
    Mas, após a identificação,
    não tinham recursos para responder.
  • 9:13 - 9:16
    Não tinham médicos
    nem camas de hospital suficientes
  • 9:16 - 9:19
    e não tinham informações suficientes
    sobre como tratar o ebola
  • 9:19 - 9:21
    ou implementar controle de infecções.
  • 9:22 - 9:27
    Onze médicos morreram
    de ebola na Serra Leoa.
  • 9:27 - 9:31
    O país só tinha 120
    quando a crise começou.
  • 9:31 - 9:33
    Por outro lado,
  • 9:33 - 9:37
    o Dallas Baylor Medical Center
    conta com mais de mil médicos.
  • 9:38 - 9:41
    Esses são os tipos de desigualdades
    que matam pessoas.
  • 9:41 - 9:44
    Primeiro, matam os pobres
    quando os surtos começam,
  • 9:44 - 9:48
    e depois matam pessoas do mundo todo
    quando os surtos se espalham.
  • 9:48 - 9:51
    Se quisermos realmente
    desacelerar esses surtos
  • 9:51 - 9:52
    e minimizar o impacto deles,
  • 9:52 - 9:55
    precisamos garantir
    que todos os países do mundo
  • 9:55 - 9:59
    consigam identificar
    novas doenças, tratá-las
  • 9:59 - 10:02
    e informar sobre elas para que possam
    compartilhar informações.
  • 10:04 - 10:08
    COVID-19 será um fardo enorme
    para os sistemas de saúde.
  • 10:08 - 10:11
    Não vou falar aqui sobre os índices
    de mortalidade de COVID-19,
  • 10:11 - 10:15
    porque, sinceramente, ninguém pode chegar
    a um consenso quanto a eles neste momento.
  • 10:15 - 10:17
    Mas um número em que podemos concordar
  • 10:17 - 10:21
    é que cerca de 20% das pessoas
    infectadas com COVID-19
  • 10:21 - 10:22
    precisarão ser internadas.
  • 10:23 - 10:28
    Nosso sistema médico dos EUA
    mal consegue lidar com isso.
  • 10:28 - 10:30
    Mas o que vai acontecer no México?
  • 10:31 - 10:34
    COVID-19 também revelou
    algumas fragilidades reais
  • 10:34 - 10:37
    em nossas cadeias de suprimento
    de saúde global.
  • 10:37 - 10:42
    Sistemas de pedidos "just in time"
    são ótimos quando as coisas vão bem,
  • 10:42 - 10:46
    mas, em tempos de crise,
    significa que não temos reservas.
  • 10:46 - 10:50
    Se um hospital ou um país
    ficar sem máscaras faciais
  • 10:50 - 10:52
    ou equipamentos de proteção individual,
  • 10:52 - 10:56
    não haverá um grande armazém com caixas
    aonde podemos ir para obter mais.
  • 10:56 - 10:59
    Será preciso solicitar mais ao fornecedor,
    esperar que os produzam
  • 10:59 - 11:03
    e que enviem, geralmente, da China.
  • 11:03 - 11:07
    Isso é um atraso no momento em que é
    mais importante avançar rapidamente.
  • 11:08 - 11:12
    Se estivéssemos perfeitamente
    preparados para COVID-19,
  • 11:12 - 11:15
    a China teria identificado
    o surto com maior rapidez.
  • 11:16 - 11:19
    Ela estaria preparada para prestar
    assistência às pessoas infectadas
  • 11:19 - 11:22
    sem ter que construir prédios novos.
  • 11:22 - 11:25
    Teria compartilhado informações
    fidedignas com os cidadãos
  • 11:25 - 11:29
    para que não víssemos rumores malucos
    se espalhando nas mídias sociais da China.
  • 11:29 - 11:33
    E teria compartilhado informações
    com as autoridades de saúde global,
  • 11:33 - 11:36
    para que estas pudessem avisar
    aos sistemas nacionais de saúde
  • 11:36 - 11:38
    e se preparassem para quando
    o vírus se espalhasse.
  • 11:39 - 11:40
    Os sistemas nacionais de saúde
  • 11:40 - 11:44
    conseguiriam então estocar
    o equipamento de proteção necessário
  • 11:44 - 11:47
    e treinar profissionais de saúde
    no tratamento e controle de infecções.
  • 11:48 - 11:52
    Teríamos protocolos baseados na ciência
    para o que fazer quando acontecem eventos,
  • 11:52 - 11:54
    como no caso de transatlânticos
    com pacientes infectados.
  • 11:55 - 11:59
    Teríamos informações fidedignas
    enviadas a pessoas de toda parte,
  • 11:59 - 12:03
    para que não presenciássemos incidentes
    embaraçosos e vergonhosos como xenofobia,
  • 12:03 - 12:07
    como pessoas de aparência asiática
    sendo atacadas nas ruas da Filadélfia.
  • 12:08 - 12:12
    Mas, mesmo com tudo isso,
    ainda teríamos surtos.
  • 12:13 - 12:16
    As escolhas que fazemos
    sobre como ocupamos este planeta
  • 12:16 - 12:18
    tornam isso inevitável.
  • 12:19 - 12:23
    Até termos um consenso de especialistas
    sobre COVID-19, será assim:
  • 12:24 - 12:26
    aqui nos EUA e no mundo todo,
  • 12:26 - 12:29
    vai piorar antes de melhorar.
  • 12:29 - 12:32
    Estamos vendo casos de transmissão humana
  • 12:32 - 12:34
    que não são de retorno de viagens,
  • 12:34 - 12:36
    mas que simplesmente
    acontecem na comunidade.
  • 12:36 - 12:38
    E estamos vendo pessoas
    infectadas com COVID-19
  • 12:38 - 12:41
    quando nem mesmo sabemos
    de onde veio a infecção.
  • 12:41 - 12:44
    São sinais de um surto que está piorando,
  • 12:44 - 12:46
    não de um surto sob controle.
  • 12:49 - 12:52
    É deprimente, mas não é surpreendente.
  • 12:53 - 12:57
    Especialistas em saúde global,
    ao falar sobre o cenário de novos vírus,
  • 12:57 - 13:00
    analisam esse cenário.
  • 13:00 - 13:02
    Todos esperávamos escapar facilmente,
  • 13:02 - 13:06
    mas, quando especialistas
    falam sobre planejamento viral,
  • 13:06 - 13:10
    esse é o tipo de situação e a maneira
    como eles esperam que o vírus se mova.
  • 13:11 - 13:14
    Quero concluir aqui
    com alguns conselhos pessoais.
  • 13:15 - 13:16
    Lavem as mãos.
  • 13:17 - 13:19
    Lavem muito as mãos.
  • 13:19 - 13:23
    Sei que vocês já lavam muito as mãos,
    pois têm bons hábitos de higiene,
  • 13:23 - 13:25
    mas lavem as mãos ainda mais.
  • 13:25 - 13:29
    Estabeleçam dicas e rotinas
    para lavar as mãos.
  • 13:29 - 13:32
    Lavem as mãos toda vez
    que entrarem num prédio e saírem dele.
  • 13:32 - 13:35
    Lavem as mãos quando entrarem
    numa reunião e saírem dela.
  • 13:35 - 13:38
    Façam rituais baseados
    na lavagem das mãos.
  • 13:39 - 13:41
    Higienizem seu telefone celular.
  • 13:41 - 13:44
    Vocês o seguram com as mãos sujas
    e não lavadas o tempo todo.
  • 13:44 - 13:47
    Sei que o levam para o banheiro com vocês.
  • 13:47 - 13:48
    (Risos)
  • 13:50 - 13:52
    Portanto, higienizem seu telefone
  • 13:52 - 13:55
    e considerem não usá-lo
    com tanta frequência em público.
  • 13:55 - 13:58
    Que tal usarem o Instagram
    e outros aplicativos apenas em casa?
  • 13:59 - 14:01
    Não toquem o rosto.
  • 14:02 - 14:03
    Não esfreguem os olhos.
  • 14:03 - 14:05
    Não roam as unhas.
  • 14:05 - 14:07
    Não limpem o nariz no dorso da mão.
  • 14:07 - 14:09
    Não façam isso de qualquer forma,
    porque é nojento.
  • 14:09 - 14:11
    (Risos)
  • 14:11 - 14:13
    Não usem máscara facial.
  • 14:13 - 14:16
    Máscaras faciais são para doentes
    e profissionais de saúde.
  • 14:16 - 14:20
    Se você estiver doente,
    a máscara facial retém a tosse e o espirro
  • 14:20 - 14:22
    e protege as pessoas ao seu redor.
  • 14:22 - 14:24
    E se você for profissional de saúde,
  • 14:24 - 14:26
    a máscara facial é um instrumento
  • 14:26 - 14:29
    de um conjunto chamado
    equipamento de proteção individual,
  • 14:29 - 14:31
    para ser usado para você prestar
    assistência ao paciente
  • 14:31 - 14:33
    e não ficar doente.
  • 14:33 - 14:36
    Se você for uma pessoa saudável,
    que usa uma máscara facial,
  • 14:36 - 14:39
    ela só deixa o rosto suado.
  • 14:39 - 14:40
    (Risos)
  • 14:40 - 14:42
    Deixem as máscaras nas lojas
  • 14:42 - 14:45
    para médicos, enfermeiras e doentes.
  • 14:46 - 14:48
    Se você achar que tem
    sintomas de COVID-19,
  • 14:48 - 14:51
    fique em casa, ligue para seu médico
    para obter conselhos.
  • 14:52 - 14:54
    Se você for diagnosticado com COVID-19,
  • 14:54 - 14:57
    lembre-se de que geralmente é muito leve.
  • 14:57 - 14:59
    E, se você for fumante,
  • 14:59 - 15:02
    agora é o melhor momento possível
    para parar de fumar.
  • 15:02 - 15:03
    Se você for fumante,
  • 15:03 - 15:07
    agora é sempre o melhor momento
    possível para parar de fumar.
  • 15:07 - 15:10
    Mas, se você for fumante
    e estiver preocupado com COVID-19,
  • 15:10 - 15:14
    garanto que parar é absolutamente
    a melhor coisa que você pode fazer
  • 15:14 - 15:17
    para se proteger
    dos piores impactos de COVID-19.
  • 15:19 - 15:22
    COVID-19 é algo assustador
  • 15:22 - 15:26
    numa época em que praticamente
    todas as notícias parecem assustadoras.
  • 15:27 - 15:32
    E há muitas opções ruins,
    mas atraentes para lidar com isso:
  • 15:32 - 15:37
    pânico, xenofobia,
    agorafobia, autoritarismo,
  • 15:37 - 15:40
    mentiras simplificadas demais
    que nos fazem pensar
  • 15:40 - 15:44
    que ódio, fúria e solidão
    são a solução para surtos.
  • 15:44 - 15:47
    Mas não são, elas apenas
    nos tornam menos preparados.
  • 15:48 - 15:52
    Há também um conjunto chato,
    mas útil, de opções
  • 15:52 - 15:55
    que podemos usar em resposta a surtos:
  • 15:55 - 15:58
    melhorar a assistência médica,
    aqui e em todo lugar;
  • 15:58 - 16:02
    investir em infraestrutura de saúde
    e vigilância de doenças
  • 16:02 - 16:04
    para sabermos quando
    novas doenças surgirão;
  • 16:04 - 16:07
    criar sistemas de saúde em todo o mundo;
  • 16:07 - 16:09
    fortalecer nossas cadeias de suprimentos
  • 16:09 - 16:11
    para que estejam preparadas
    para emergências;
  • 16:11 - 16:14
    e melhorar a educação
  • 16:14 - 16:18
    para que possamos falar sobre surtos
    de doenças e a matemática do risco
  • 16:18 - 16:21
    sem pânico cego.
  • 16:21 - 16:24
    Precisamos ser guiados
    pela igualdade aqui,
  • 16:24 - 16:26
    porque, nesta situação,
    como em tantas outras,
  • 16:26 - 16:29
    a igualdade é, na verdade,
    de nosso próprio interesse.
  • 16:30 - 16:33
    Muito obrigada por me escutarem hoje,
  • 16:33 - 16:35
    e permitam-me ser a primeira a lhes pedir:
  • 16:35 - 16:37
    lavem as mãos ao saírem do recinto.
  • 16:37 - 16:39
    (Aplausos)
Title:
O coronavírus é o nosso futuro | Alanna Shaikh | TEDxSMU
Description:

Alanna Shaikh, especialista em saúde global, fala sobre a situação atual do surto de coronavírus de 2019 e o que isso pode nos ensinar sobre as epidemias que ainda estão por vir. Alanna Shaikh é consultora de saúde global e "coach" executiva especializada em resiliência individual, organizacional e sistêmica. Ela é bacharel pela Universidade de Georgetown e mestre em saúde pública pela Universidade de Boston. Morou em sete países e é autora de "What’s Killing Us: A Practical Guide to Understanding Our Biggest Global Health Problems" (em tradução livre: "O que está nos matando: um guia prático para entender nossos maiores problemas de saúde global"). Entre suas publicações recentes estão um artigo sobre segurança em saúde global no jornal "Daily Telegraph", da Grã-Bretanha, e um ensaio na "Annual Review of Comparative and International Education". Ela escreve sobre "coaching" e resiliência pessoal em www.thisworldneedsbrave.com.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
16:46

Portuguese, Brazilian subtitles

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