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O passado, presente e futuro do vício em nicotina

  • 0:01 - 0:03
    Vou contar uma história a vocês.
  • 0:04 - 0:10
    A história sobre como o produto de consumo
    mais mortal imaginável surgiu.
  • 0:10 - 0:12
    É o cigarro.
  • 0:13 - 0:15
    Ele é o único produto de consumo
  • 0:15 - 0:17
    que, quando usado como pretendido,
  • 0:18 - 0:22
    matará prematuramente metade dos fumantes
    de longo prazo, mais tarde na vida.
  • 0:22 - 0:24
    Mas também é uma história
  • 0:24 - 0:27
    sobre o trabalho que fazemos
    na Food and Drug Administration,
  • 0:27 - 0:32
    e especificamente, o trabalho
    que criará o cigarro do futuro,
  • 0:33 - 0:37
    que não será mais capaz
    de criar ou sustentar o vício.
  • 0:38 - 0:42
    Muitos pensam que o problema
    do tabaco ou do tabagismo
  • 0:42 - 0:45
    foi resolvido nos Estados Unidos
    devido ao grande progresso feito
  • 0:45 - 0:47
    nos últimos 40, 50 anos,
  • 0:47 - 0:50
    quando o assunto é consumo e prevalência.
  • 0:50 - 0:52
    E é verdade;
  • 0:52 - 0:56
    as taxas de fumantes
    são historicamente mínimas.
  • 0:56 - 0:59
    É verdade para adultos e jovens.
  • 0:59 - 1:02
    E é verdade que quem continua fumando,
  • 1:02 - 1:05
    fuma bem menos cigarros por dia
  • 1:05 - 1:08
    que em qualquer momento na história.
  • 1:08 - 1:12
    Mas e se eu dissesse a vocês
    que o uso de tabaco,
  • 1:12 - 1:15
    primeiramente por causa da exposição
    do fumante ativo e do passivo
  • 1:15 - 1:18
    à fumaça do cigarro,
  • 1:18 - 1:23
    continua sendo a principal causa de doença
    e morte totalmente evitável neste país?
  • 1:24 - 1:25
    Bem, é verdade.
  • 1:27 - 1:31
    E se eu dissesse que, de fato,
    está matando mais pessoas
  • 1:31 - 1:34
    do que pensávamos ser o caso antes?
  • 1:34 - 1:35
    Isso é verdade, também.
  • 1:37 - 1:41
    Fumar mata mais pessoas a cada ano
    do que álcool, AIDS, acidentes de carro,
  • 1:41 - 1:45
    drogas ilícitas, assassinatos
    e suicídios juntos.
  • 1:45 - 1:47
    Ano após ano.
  • 1:48 - 1:50
    Em 2014,
  • 1:51 - 1:53
    o antecessor do Dr. Adams
  • 1:53 - 1:56
    lançou o 50º Surgeon General's Report,
    comemorativo de seu aniversário,
  • 1:56 - 1:58
    falando sobre tabagismo e saúde.
  • 1:58 - 2:02
    E esse relatório aumentou a taxa anual
    de morte causada pelo fumo,
  • 2:02 - 2:06
    porque a lista de doenças
    relacionadas ao tabagismo cresceu.
  • 2:06 - 2:08
    E agora a estimativa conservadora
  • 2:08 - 2:13
    é a de que o fumo mata
    480 mil norte-americanos todos os anos.
  • 2:13 - 2:16
    Essas mortes são totalmente evitáveis.
  • 2:17 - 2:20
    Como podemos entender
    uma estatística como essa?
  • 2:20 - 2:23
    Muito do que ouvimos nesta conferência
  • 2:23 - 2:27
    tem a ver com experiências
    individuais e pessoais.
  • 2:27 - 2:30
    Como lidamos com isto
    num nível populacional,
  • 2:30 - 2:33
    quando existem 480 mil mães,
  • 2:33 - 2:37
    pais, irmãs, irmãos, tias e tios
  • 2:37 - 2:41
    morrendo todo ano por causa do tabaco?
  • 2:42 - 2:47
    E o que acontece quando consideramos
    essa trajetória para o futuro?
  • 2:47 - 2:50
    Façamos uma conta simples:
  • 2:50 - 2:54
    desde o relatório do 50º aniversário
    do Surgeon General há cinco anos,
  • 2:54 - 2:58
    quando essa estatística
    horrível foi levantada,
  • 2:58 - 3:00
    em meados do século,
  • 3:00 - 3:05
    ocorreram mais de 17 milhões
    de mortes evitáveis ​​nos EUA
  • 3:05 - 3:07
    pelo uso do tabaco,
  • 3:07 - 3:09
    principalmente por causa dos cigarros.
  • 3:10 - 3:12
    O relatório do Surgeon General concluiu
  • 3:12 - 3:18
    que 5,6 milhões de jovens vivos
    nos Estados Unidos em 2014
  • 3:19 - 3:24
    morrerão prematuramente
    por causa do cigarro.
  • 3:24 - 3:26
    São 5,6 milhões de jovens.
  • 3:28 - 3:32
    É um problema de saúde pública
    enorme para todos nós,
  • 3:32 - 3:35
    mas especialmente pra nós como reguladores
  • 3:35 - 3:38
    na Food and Drug Administration
    e no Center for Tobacco Products.
  • 3:38 - 3:41
    O que podemos fazer quanto a isso?
  • 3:41 - 3:45
    O que fazer para reverter
    essa trajetória de doença e morte?
  • 3:47 - 3:53
    Nós temos um guia interessante
    para ajudar a resolver problemas
  • 3:53 - 3:57
    do tipo: como o cigarro passou a ser
    como o conhecemos?
  • 3:57 - 4:01
    Qual é a verdadeira natureza
    do negócio do tabaco e do cigarro?
  • 4:02 - 4:06
    Como o setor se comportou historicamente
    no mercado não regulamentado?
  • 4:06 - 4:08
    E o nosso guia
  • 4:08 - 4:13
    é parte de documentos internos
    antes secretos da indústria do tabaco.
  • 4:13 - 4:15
    Acompanhem-me
  • 4:15 - 4:18
    numa máquina do tempo
    da documentação da indústria de tabaco.
  • 4:19 - 4:21
    Mil novecentos e sessenta e três,
  • 4:22 - 4:25
    25 anos antes de o relatório
    do Surgeon General
  • 4:25 - 4:30
    ter finalmente concluído
    que a nicotina e cigarros viciavam.
  • 4:30 - 4:35
    Isso não aconteceu até 1998,
    com o relatório do Surgeon General.
  • 4:35 - 4:37
    Mil novecentos e sessenta e três
  • 4:37 - 4:43
    foi um ano antes do primeiro relatório
    do Surgeon General, em 1964.
  • 4:45 - 4:47
    Lembro-me de 1964.
  • 4:47 - 4:51
    Não me lembro do relatório, apenas do ano.
  • 4:51 - 4:53
    Eu era criança no Brooklyn, Nova York.
  • 4:54 - 4:55
    Isso foi numa época
  • 4:55 - 4:59
    em que quase um em cada dois adultos
    nos Estados Unidos fumavam.
  • 5:00 - 5:03
    Meus pais fumavam muito na época.
  • 5:04 - 5:08
    O uso do tabaco era
    incrivelmente normalizado,
  • 5:08 - 5:10
    e não era a Carolina do Norte,
    Virginia ou Kentucky,
  • 5:10 - 5:12
    era o Brooklyn.
  • 5:13 - 5:16
    Fizemos cinzeiros para nossos pais
    na aula de artes.
  • 5:16 - 5:17
    [Te amo, papai!]
  • 5:17 - 5:18
    (Risos)
  • 5:20 - 5:23
    Os que fiz ficaram horríveis,
    mas eram cinzeiros.
  • 5:23 - 5:25
    (Risos)
  • 5:25 - 5:30
    Era tão comum que havia um recipiente
    com cigarros soltos no hall de entrada
  • 5:31 - 5:33
    da nossa casa e em outras casas
  • 5:33 - 5:37
    como um gesto de boas-vindas
    para amigos que vinham nos visitar.
  • 5:38 - 5:41
    Certo, voltamos a 1963.
  • 5:41 - 5:43
    O principal advogado
    da Brown e Williamson,
  • 5:43 - 5:47
    na época a terceira maior empresa
    de cigarros nos EUA, escreveu o seguinte:
  • 5:47 - 5:49
    "A nicotina vicia.
  • 5:49 - 5:53
    Estamos no negócio de vender
    nicotina, uma droga viciante".
  • 5:53 - 5:54
    É uma declaração notável,
  • 5:54 - 5:57
    tanto por aquilo que omite,
    quanto pelo que declara.
  • 5:57 - 5:59
    Ele não disse que estavam
    no negócio dos cigarros,
  • 5:59 - 6:01
    nem no negócio do tabaco,
  • 6:01 - 6:05
    mas que eles estavam no negócio
    de venda de nicotina.
  • 6:05 - 6:07
    Philip Morris em 1972:
  • 6:07 - 6:09
    "O cigarro não é um produto,
  • 6:09 - 6:10
    é um pacote.
  • 6:11 - 6:12
    O produto é a nicotina.
  • 6:13 - 6:17
    A embalagem armazena
    o suprimento de nicotina por um dia.
  • 6:17 - 6:21
    O cigarro, um dispensador
    para uma unidade de dose de nicotina".
  • 6:22 - 6:25
    Voltaremos a essa noção
    de dose mais tarde.
  • 6:26 - 6:28
    E R.J. Reynolds em 1972:
  • 6:28 - 6:31
    "Em certo sentido, a indústria do tabaco
    pode ser considerada um segmento
  • 6:31 - 6:35
    especializado, altamente ritualizado
    e estilizado da indústria farmacêutica.
  • 6:35 - 6:38
    Produtos de tabaco exclusivamente
    contêm e fornecem nicotina,
  • 6:38 - 6:41
    uma droga potente
    com vários efeitos fisiológicos".
  • 6:42 - 6:45
    Na época, e por muitas
    décadas, publicamente,
  • 6:45 - 6:50
    a indústria negou completamente
    o vício e a causalidade.
  • 6:50 - 6:53
    Mas conheciam a verdadeira
    natureza do negócios deles.
  • 6:53 - 6:54
    E de tempos em tempos,
  • 6:54 - 6:58
    alarmes sobre a implicação dos cigarros
    na saúde tornaram-se públicos,
  • 6:58 - 7:00
    considerando-se muitas décadas anteriores.
  • 7:00 - 7:02
    Como a indústria reagiu?
  • 7:02 - 7:07
    Como responderam neste mercado
    historicamente não regulamentado?
  • 7:07 - 7:09
    Voltando à década de 1930,
  • 7:09 - 7:14
    era a publicidade que mostrava
    imagens opressoras de médicos
  • 7:14 - 7:16
    e outros profissionais de saúde
  • 7:16 - 7:18
    enviando mensagens tranquilizadoras.
  • 7:19 - 7:23
    Este é um anúncio para Lucky Strikes,
    um cigarro popular nos anos 1930.
  • 7:23 - 7:27
    "Cigarros Lucky são menos irritantes",
    dizem 20.679 médicos.
  • 7:27 - 7:32
    "A proteção de sua garganta
    contra irritação, contra tosse."
  • 7:32 - 7:34
    (Risos)
  • 7:34 - 7:36
    Nós rimos,
  • 7:36 - 7:38
    mas esse era o tipo de publicidade
  • 7:38 - 7:41
    que passava uma mensagem
    tranquilizadora de saúde.
  • 7:41 - 7:44
    Avançamos para as décadas 1950, 60 e 70.
  • 7:44 - 7:47
    E aqui, novamente,
    com a ausência de regulamentação,
  • 7:47 - 7:52
    vemos modificações no produto
    e no seu design
  • 7:52 - 7:55
    para responder às preocupações
    com a saúde daquela época.
  • 7:56 - 7:59
    Este é o filtro do Kent Micronite.
  • 7:59 - 8:03
    E aqui a inovação
    era o cigarro com filtro.
  • 8:04 - 8:06
    "Prazer total de fumar...
  • 8:06 - 8:10
    além da prova de maior proteção
    de sua saúde de todos os tempos."
  • 8:10 - 8:13
    O que o fumante deste produto não sabia,
  • 8:13 - 8:17
    o que o médico dele
    e o governo não sabiam,
  • 8:17 - 8:21
    é que isso era um filtro
    revestido com amianto,
  • 8:21 - 8:22
    (Murmúrios)
  • 8:22 - 8:25
    de modo que, quando alguém
    fumava esse cigarro com filtro
  • 8:25 - 8:27
    e inalava os produtos químicos e fumaça,
  • 8:27 - 8:32
    os quais sabemos que estão associados
    ao câncer e à doença pulmonar e cardíaca,
  • 8:32 - 8:34
    eles também estavam inalando
    fibras de amianto.
  • 8:34 - 8:36
    (Suspiros)
  • 8:36 - 8:39
    Nas décadas de 1960 e 70,
  • 8:39 - 8:42
    a chamada inovação foi o cigarro suave.
  • 8:43 - 8:47
    Esta é uma marca típica
    da época chamada True,
  • 8:47 - 8:51
    lançada depois que os relatórios
    do Surgeon General começaram a sair.
  • 8:51 - 8:53
    E vemos a aparência
    de preocupação no rosto dela.
  • 8:53 - 8:57
    "Considerando tudo o que ouvi,
    decidi parar ou fumar True.
  • 8:57 - 8:59
    Eu fumo True."
  • 8:59 - 9:00
    (Risos)
  • 9:00 - 9:03
    O cigarro com baixo teor
    de alcatrão e nicotina."
  • 9:03 - 9:05
    E depois diz: "Pense nisso".
  • 9:05 - 9:09
    E abaixo disso, em letras pequenas,
  • 9:09 - 9:12
    estão os percentuais
    de alcatrão e nicotina.
  • 9:12 - 9:15
    O que era um cigarro suave?
  • 9:15 - 9:17
    Como ele funcionava?
  • 9:18 - 9:21
    Esta é uma ilustração
    da modificação do produto
  • 9:21 - 9:24
    conhecida como "ventilação de filtro".
  • 9:24 - 9:26
    Não é uma foto real do filtro.
  • 9:26 - 9:31
    É só para vermos as linhas de ventilação
    perfuradas a laser colocadas no filtro.
  • 9:31 - 9:35
    Quando observamos um cigarro,
    é mais difícil de ver.
  • 9:35 - 9:37

    Todas as patentes deste produto mostram
  • 9:37 - 9:40
    que os orifícios de ventilação
    devem estar 12 milímetros
  • 9:40 - 9:43
    a partir da extremidade
    do filtro que toca os lábios.
  • 9:43 - 9:44
    Como isso funcionava?
  • 9:44 - 9:47
    O cigarro era preso a uma máquina
  • 9:48 - 9:50
    que começava a tragar o cigarro
  • 9:50 - 9:53
    e a registrar os níveis
    de alcatrão e nicotina.
  • 9:53 - 9:55
    Conforme a máquina fumava,
  • 9:55 - 9:58
    o ar externo passava
    pelos orifícios de ventilação
  • 9:58 - 10:02
    e diluía a quantidade de fumaça
    que passava pelo cigarro.
  • 10:02 - 10:04
    Então, conforme a máquina fumava,
  • 10:04 - 10:07
    realmente menos alcatrão
    e nicotina eram liberados
  • 10:07 - 10:09
    comparado a um cigarro comum.
  • 10:10 - 10:12
    A indústria do tabaco sabia
  • 10:12 - 10:15
    que os seres humanos
    não fumam como máquinas.
  • 10:16 - 10:18
    E como os seres humanos fumam?
  • 10:19 - 10:20
    Onde ficam os dedos?
  • 10:22 - 10:23
    Onde ficam os lábios?
  • 10:23 - 10:28
    A patente dizia que os orifícios ficam
    a 12 milímetros da extremidade dos lábios.
  • 10:28 - 10:30
    O fumante nem sabia que eles existiam,
  • 10:30 - 10:34
    mas entre os dedos e os lábios
    os orifícios ficam bloqueados
  • 10:35 - 10:38
    e, com isso, esse não é mais
    um cigarro suave.
  • 10:39 - 10:44
    Então existe basicamente tanta nicotina
    num cigarro suave como num comum.
  • 10:44 - 10:46
    A diferença estava na parte externa,
  • 10:46 - 10:50
    mas uma vez que isso é bloqueado,
  • 10:50 - 10:52
    esse é um cigarro comum.
  • 10:53 - 10:57
    O Congresso designou a FDA para regular
    os produtos do tabaco há dez anos.
  • 10:57 - 11:00
    Então, ouviram as estatísticas no inicio
  • 11:00 - 11:05
    sobre a contribuição extraordinária
    a doenças e mortes causadas pelo cigarro.
  • 11:05 - 11:07
    Também temos prestado muita atenção
  • 11:07 - 11:11
    sobre como ele funciona como dispositivo
    de administração de medicamentos
  • 11:11 - 11:14
    e a notável eficiência
    com a qual fornece nicotina.
  • 11:14 - 11:16
    Então, vamos ver.
  • 11:17 - 11:20
    Quando o fumante traga o cigarro,
  • 11:20 - 11:23
    a nicotina dessa tragada sobe ao cérebro
  • 11:23 - 11:25
    em menos de dez segundos.
  • 11:25 - 11:27
    Menos de dez segundos!
  • 11:27 - 11:29
    No cérebro,
  • 11:29 - 11:32
    existem os chamados
    "receptores nicotínicos".
  • 11:33 - 11:34
    Estão lá...
  • 11:34 - 11:36
    esperando,
  • 11:36 - 11:39
    segundo esse documento da Philip Morris,
  • 11:39 - 11:42
    pela próxima "dose de nicotina".
  • 11:43 - 11:46
    O fumante que você vê lá fora,
  • 11:46 - 11:48
    amontoado com outros fumantes,
  • 11:48 - 11:49
    no frio,
  • 11:49 - 11:51
    no vento,
  • 11:51 - 11:52
    na chuva,
  • 11:52 - 11:55
    está ansiando pela nicotina
  • 11:55 - 11:58
    e pode estar sofrendo
    os sintomas de abstinência.
  • 11:59 - 12:04
    Esses sintomas são uma mensagem química
    que esses receptores enviam para o corpo,
  • 12:04 - 12:06
    pedindo: "Me alimente!"
  • 12:08 - 12:14
    E um produto que pode liberar a droga
    em menos de dez segundos
  • 12:15 - 12:20
    acaba sendo um produto incrivelmente
    eficiente e viciante.
  • 12:21 - 12:24
    Falamos com muitos especialistas
    em tratamentos de dependência
  • 12:24 - 12:26
    ao longo dos anos.
  • 12:26 - 12:29
    E a história que escuto é sempre a mesma:
  • 12:29 - 12:32
    "Mesmo depois de conseguir
    livrar alguém da heroína
  • 12:32 - 12:35
    da cocaína ou do crack,
  • 12:35 - 12:37
    não consigo fazê-lo parar de fumar".
  • 12:37 - 12:41
    Muito dessa explicação
    tem a ver com os dez segundos.
  • 12:42 - 12:46
    A FDA tem ao seu alcance regulatório
  • 12:46 - 12:48
    o uso de ferramentas
    de regulação de produtos
  • 12:48 - 12:53
    para tornar cigarros, como os conhecemos,
    como minimamente ou não viciantes.
  • 12:54 - 12:56
    Estamos trabalhando nisso,
  • 12:56 - 13:01
    e essa política pode ter um profundo
    impacto em nível populacional.
  • 13:02 - 13:05
    Fizemos uma modelagem dinâmica
    a nível populacional há um ano
  • 13:05 - 13:07
    e publicamos os resultados
    no The New England Journal.
  • 13:07 - 13:10
    E por causa dos efeitos
    geracionais desta política,
  • 13:10 - 13:11
    que explicarei em um minuto,
  • 13:11 - 13:14
    aqui está o que projetamos
    até o final do século:
  • 13:14 - 13:16
    mais de 33 milhões de pessoas
  • 13:16 - 13:20
    que de outra forma teriam
    se tornado fumantes não se tornarão,
  • 13:20 - 13:25
    porque o cigarro que vão experimentar
    não poderá criar ou sustentar o vício.
  • 13:25 - 13:29
    Isso conduziria a taxa de fumantes
    adultos para menos de 1,5%.
  • 13:29 - 13:32
    E essas duas coisas combinadas
  • 13:32 - 13:38
    impediriam mais de 8 milhões
    de mortes relacionadas ao cigarro
  • 13:38 - 13:40
    que, de outra forma, teriam ocorrido
  • 13:40 - 13:42
    do impacto geracional disso.
  • 13:42 - 13:44
    Por que digo "geracional"?
  • 13:45 - 13:48
    Porque tem a ver com jovens.
  • 13:48 - 13:52
    Dos fumantes adultos, 90% deles
    começaram a fumar quando eram jovens.
  • 13:52 - 13:54
    Metade se tornou fumante regular
  • 13:54 - 13:58
    antes que tivesse idade legal
    para comprar um maço de cigarros.
  • 13:58 - 14:01
    Metade deles se tornou fumante
    antes dos 18 anos de idade.
  • 14:01 - 14:03
    Era só para experimentar.
  • 14:03 - 14:05
    Passou a fumante regular.
  • 14:05 - 14:06
    Adquiriu o vício.
  • 14:07 - 14:08
    Décadas como fumante.
  • 14:08 - 14:09
    Aí vem a doença,
  • 14:10 - 14:13
    e é por isso que estou falando
    sobre um produto que matará
  • 14:13 - 14:16
    metade dos fumantes de longo prazo
    prematuramente mais tarde na vida.
  • 14:17 - 14:22
    O impacto geracional desta política
    de redução de nicotina é profundo.
  • 14:23 - 14:26
    Esses documentos antigos da indústria
    tinham uma mensagem para os jovens.
  • 14:26 - 14:30
    Eles eram descritos como
    "os fumantes substitutos"
  • 14:31 - 14:35
    para fumantes adultos viciados
    que morreram ou pararam de fumar.
  • 14:35 - 14:38
    Gerações futuras de jovens,
    especialmente adolescentes,
  • 14:38 - 14:40
    se envolverão em comportamentos de risco.
  • 14:40 - 14:42
    Não temos como impedir isso.
  • 14:42 - 14:46
    Mas e se o único cigarro
    ao qual eles pudessem ter acesso
  • 14:46 - 14:49
    não fosse mais capaz de criar
    ou sustentar o vício?
  • 14:49 - 14:51
    Esse é o retorno do investimento
    na saúde pública
  • 14:51 - 14:54
    ao nível da população ao longo do tempo.
  • 14:55 - 14:58
    E nem falei sobre os cigarros eletrônicos.
  • 14:58 - 14:59
    Mas preciso dizer algo sobre eles.
  • 14:59 - 15:01
    (Risos)
  • 15:01 - 15:04
    Estamos lidando com uma epidemia
    do uso juvenil desses cigarros.
  • 15:04 - 15:06
    E o que mais nos incomoda,
  • 15:06 - 15:10
    em combinação com os números crescentes
    quando se trata de prevalência,
  • 15:10 - 15:12
    é a frequência.
  • 15:12 - 15:14
    Não só mais jovens
    estão usando esses cigarros,
  • 15:14 - 15:18
    mas os usaram por 20 dias
    ou mais no último mês
  • 15:18 - 15:21
    que em qualquer momento
    desde que eles entraram no mercado.
  • 15:21 - 15:24
    E na FDA, estamos fazendo o possível,
    usando programa e política,
  • 15:24 - 15:28
    primeiro para divulgar aos jovens
    a periculosidade desse produto,
  • 15:28 - 15:32
    e garantir que eles não estejam
    experimentando nenhum produto de tabaco,
  • 15:32 - 15:34
    esteja a combustão presente ou não.
  • 15:34 - 15:38
    Mas pensem em cigarros eletrônicos
    num mercado devidamente regulamentado
  • 15:38 - 15:42
    como algo que poderia ser benéfico
    para fumantes adultos viciados em cigarro
  • 15:42 - 15:44
    tentando fazer a transição dele.
  • 15:44 - 15:48
    Então, deixarei vocês com esta visão:
  • 15:50 - 15:51
    imaginem um mundo
  • 15:52 - 15:56
    onde o único cigarro que as futuras
    gerações de jovens poderiam experimentar
  • 15:56 - 15:58
    não criasse ou sustentasse o vício,
  • 15:58 - 16:00
    devido a uma única política.
  • 16:01 - 16:02
    Imaginem um mundo
  • 16:03 - 16:05
    onde fumantes preocupados com sua saúde,
  • 16:05 - 16:08
    especialmente se uma política
    passar a vigorar,
  • 16:08 - 16:12
    a qual diminui os níveis de nicotina
    a mínimos ou não viciantes,
  • 16:12 - 16:15
    passem a ter alternativas e formas
    mais brandas de liberação de nicotina,
  • 16:15 - 16:19
    começando com medicamentos
    aprovados pela FDA, como o chiclete,
  • 16:19 - 16:20
    adesivo e pastilha.
  • 16:21 - 16:22
    E finalmente,
  • 16:22 - 16:25
    imaginem um mundo com mercado
    adequadamente regulamentado,
  • 16:25 - 16:28
    seja para cigarros eletrônicos
    ou qualquer outra tecnologia,
  • 16:28 - 16:30
    mas não são os desenvolvedores
    de produtos e comerciantes
  • 16:30 - 16:34
    que decidem quais produtos são
    comercializados e como são promovidos
  • 16:34 - 16:37
    e sim são cientistas de revisão da FDA,
  • 16:37 - 16:39
    que analisam suas aplicações
  • 16:39 - 16:42
    e decidem, usando o padrão
    que o Congresso nos confiou
  • 16:42 - 16:44
    de implementação e aplicação,
  • 16:44 - 16:47
    se um determinado produto
    deve ser comercializado,
  • 16:47 - 16:51
    porque a publicidade dele e o texto
    das nossas leis seriam apropriadas
  • 16:51 - 16:54
    para a proteção da saúde pública.
  • 16:54 - 16:59
    Estas são as poderosas ferramentas
    regulatórias ao nosso alcance
  • 16:59 - 17:01
    para lidar com o que continua sendo
  • 17:01 - 17:05
    a principal causa de doenças e mortes
    completamente evitáveis no país.
  • 17:05 - 17:07
    Se fizermos isso corretamente,
  • 17:08 - 17:12
    essa trajetória, os 5,6 milhões de jovens,
  • 17:12 - 17:14
    será interrompida.
  • 17:14 - 17:15
    Obrigado.
  • 17:15 - 17:16
    (Aplausos)
Title:
O passado, presente e futuro do vício em nicotina
Speaker:
Mitch Zeller
Description:

O uso do tabaco continua sendo a principal causa de doenças e mortes evitáveis ​​nos Estados Unidos, matando mais pessoas a cada ano do que álcool, AIDS, acidentes de carro, drogas ilícitas, assassinatos e suicídios combinados. Acompanhe o especialista em políticas de saúde Mitch Zeller às profundezas obscuras da indústria do tabaco, enquanto ele detalha a sórdida história do vício em nicotina. Ele nos convida a imaginar um mundo onde a mudança de políticas ajuda a impedir que as pessoas se viciem.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
17:30

Portuguese, Brazilian subtitles

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