Como mudar a nossa mentalidade e escolher o futuro
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0:01 - 0:05Nunca pensei fazer a minha
palestra TED num lugar assim. -
0:06 - 0:08Mas, tal como metade da humanidade,
-
0:08 - 0:11passei as últimas quatro
semanas em confinamento -
0:11 - 0:15devido à pandemia global
causada pela COVID-19. -
0:15 - 0:18Sou afortunado porque,
durante este período -
0:18 - 0:22pude passear nestes bosques perto
de minha casa no sul de Inglaterra. -
0:23 - 0:25Estes bosques sempre me inspiraram,
-
0:25 - 0:30e enquanto a humanidade tenta
perceber onde encontrar inspiração -
0:30 - 0:32para retomar o controlo das nossas ações
-
0:32 - 0:35para não surgirem coisas terríveis
-
0:35 - 0:37sem que possamos tomar
ações que as impeçam, -
0:37 - 0:41pensei que este era
um bom lugar para falarmos. -
0:41 - 0:44E queria começar esta história
há seis anos, -
0:44 - 0:47quando entrei para as Nações Unidas.
-
0:48 - 0:52Acredito firmemente que a ONU
é de uma importância ímpar -
0:52 - 0:54para o mundo neste momento
-
0:54 - 0:57para promover colaboração e cooperação.
-
0:57 - 0:59Mas o que eles não
nos dizem no primeiro dia -
1:00 - 1:02é que este trabalho essencial é feito
-
1:02 - 1:05na sua maioria em reuniões
extremamente aborrecidas, -
1:05 - 1:08reuniões extremamente
longas e aborrecidas. -
1:08 - 1:12Podem achar que já estiveram em algumas
reuniões longas e aborrecidas, -
1:12 - 1:14e tenho a certeza que sim.
-
1:14 - 1:16Mas estas reuniões da ONU
estão noutro nível, -
1:16 - 1:19e todos as abordam
com um nível de calma -
1:19 - 1:22normalmente apenas
ao alcance de um mestre Zen. -
1:22 - 1:24Mas eu não estava
preparado para isso. -
1:24 - 1:28Entrei à espera de drama
e tensão e inovação. -
1:28 - 1:30Não estava preparado
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1:30 - 1:33para um processo que avançava
à velocidade de um glaciar, -
1:33 - 1:36à velocidade habitual de um glaciar.
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1:37 - 1:39A meio de uma destas longas reuniões,
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1:39 - 1:41entregaram-me uma nota.
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1:41 - 1:44Foi entregue por uma amiga,
colega e coautora, -
1:44 - 1:46Christiana Figueres.
-
1:46 - 1:49A Christiana era a secretária executiva
-
1:49 - 1:52da Convenção-Quadro da ONU
sobre a alteração climática, -
1:52 - 1:55e como tal, tinha
a responsabilidade global -
1:55 - 1:58para a ONU alcançar
aquilo que seria o Acordo de Paris. -
1:58 - 2:01Eu era responsável
pela sua estratégia política. -
2:02 - 2:03Quando ela me entregou esta nota,
-
2:03 - 2:07assumi que continha instruções
políticas detalhadas -
2:07 - 2:10sobre como sairíamos
deste enorme pesadelo -
2:10 - 2:12em que aparentemente
estávamos presos. -
2:12 - 2:14Agarrei na nota e li-a.
-
2:14 - 2:16Dizia: "Penoso.
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2:16 - 2:17Mas vamos abordá-lo com amor!"
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2:18 - 2:20Adorei esta nota por muitas razões.
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2:20 - 2:24Adorei as pequenas ramificações
que saem da palavra "penoso." -
2:24 - 2:27Era uma descrição visual muito boa
do meu sentimento na altura. -
2:28 - 2:30Mas adorei particularmente,
porque enquanto a lia, -
2:30 - 2:33percebi que era uma instrução política,
-
2:33 - 2:36e se queríamos ter sucesso,
-
2:36 - 2:38seria assim que iríamos alcançá-lo.
-
2:38 - 2:40Deixem-me explicar.
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2:41 - 2:45O que vinha a sentir nessas reuniões
era na verdade sobre ter controlo. -
2:45 - 2:50Mudei a minha vida de Brooklyn
em Nova Iorque para Bona na Alemanha -
2:50 - 2:53com o apoio extremamente
relutante da minha esposa. -
2:53 - 2:56Os meus filhos estavam agora numa escola
onde não entendiam a língua, -
2:56 - 2:59e pensei que o reverso por toda
esta perturbação no meu mundo -
2:59 - 3:02seria ter algum nível de controlo
sobre o que iria acontecer. -
3:02 - 3:06Senti durante anos que a crise climática
era o maior desafio -
3:06 - 3:08da nossa geração,
-
3:08 - 3:12e ali estava eu, pronto para fazer a minha
parte em prol da humanidade. -
3:12 - 3:15Mas agarrei nas alavancas
de poder que me haviam sido dadas -
3:15 - 3:16e puxei-as,
-
3:16 - 3:17e nada aconteceu.
-
3:17 - 3:21Percebi que aquilo que iria controlar
eram pequenas coisas do dia a dia. -
3:21 - 3:24"Vou de bicicleta para o trabalho?"
e "Onde posso almoçar?", -
3:24 - 3:27enquanto que aquilo que iria determinar
-
3:27 - 3:28se teríamos sucesso
-
3:28 - 3:31eram coisas como:
"Irá a Rússia arruinar as negociações?" -
3:32 - 3:34"Irá a China assumir responsabilidade
pelas suas emissões?" -
3:34 - 3:39"Irão os EUA ajudar os países mais pobres
com o fardo da alteração climática?" -
3:39 - 3:40O diferencial parecia ser enorme,
-
3:40 - 3:43e não via forma de conciliação.
-
3:43 - 3:44Parecia ser fútil.
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3:44 - 3:46Comecei a sentir que tinha
cometido um erro. -
3:46 - 3:48Comecei a entrar em depressão.
-
3:49 - 3:50Mas mesmo nesse momento,
-
3:50 - 3:54percebi que o que sentia
tinha muitas semelhanças -
3:54 - 3:58com o que havia sentido quando soube
da crise climática anos antes. -
3:58 - 4:03Passei a maior parte dos meus anos
de formação como monge budista -
4:03 - 4:05nos meus vinte e poucos,
-
4:05 - 4:09mas deixei a vida monástica,
porque mesmo então, há 20 anos, -
4:09 - 4:14sentia que a crise climática era já uma
emergência que se desenrolava rapidamente -
4:14 - 4:16e queria fazer a minha parte.
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4:16 - 4:18Mas assim que saí
e me reuni com o mundo -
4:18 - 4:20procurei aquilo que podia controlar.
-
4:20 - 4:24Eram as minhas emissões
e as da minha família imediata, -
4:24 - 4:26em que partido político votava,
-
4:26 - 4:28se participava numa marcha ou em duas.
-
4:28 - 4:31Depois procurei pelas questões
que iriam determinar o desfecho, -
4:31 - 4:33e eram as grandes
negociações geopolíticas, -
4:33 - 4:36Infraestruturas massivas
de planos de despesa. -
4:36 - 4:37aquilo que os outros faziam.
-
4:37 - 4:39O diferencial mais uma vez
parecia enorme -
4:39 - 4:42não via conciliação possível.
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4:42 - 4:43Queria passar à ação,
-
4:43 - 4:45mas não conseguia.
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4:45 - 4:47Sentia-me fútil.
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4:47 - 4:51Sabemos que isto pode ser uma experiência
comum para muitas pessoas, -
4:51 - 4:53e talvez já tenham passado por isto.
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4:53 - 4:55Quando nos deparamos
com um desafio enorme -
4:55 - 4:59em que sentimos que não
temos qualquer controlo, -
4:59 - 5:01a mente pode enganar-nos
para nossa proteção. -
5:01 - 5:03Não gostamos de sentir
que perdemos o controlo -
5:03 - 5:05contra grandes forças,
-
5:05 - 5:08então a mente diz-nos:
"Talvez não seja assim tão importante. -
5:08 - 5:10"Talvez não seja tão grave como dizem."
-
5:10 - 5:12Ou, diminui o nosso papel.
-
5:12 - 5:15"Não há nada que possas fazer,
porquê tentar?" -
5:17 - 5:19Mas há algo aqui que não faz sentido.
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5:20 - 5:26Será verdade que os humanos só tomam
ações sustentadas e dedicadas -
5:26 - 5:29em assuntos de importância extrema
-
5:29 - 5:32se sentirem um elevado
grau de controlo? -
5:33 - 5:35Vejam estas imagens.
-
5:35 - 5:39Estas pessoas são cuidadores e enfermeiros
-
5:39 - 5:43que têm auxiliado a humanidade
a enfrentar o coronavírus COVID-19 -
5:43 - 5:47à medida que se espalhou pelo mundo
como pandemia nos últimos meses. -
5:48 - 5:52Serão estas pessoas capazes
de evitar a disseminação da doença? -
5:52 - 5:53Não.
-
5:54 - 5:57Serão capazes de evitar
a morte dos seus pacientes? -
5:58 - 6:01Foram capazes de evitar a morte de alguns,
-
6:01 - 6:04mas outros, estava para além
do seu controlo. -
6:04 - 6:08Isto torna as suas contribuições
fúteis e sem sentido? -
6:09 - 6:12Na verdade, é ofensivo sequer sugeri-lo.
-
6:12 - 6:15Estão a cuidar de outros seres humanos
-
6:15 - 6:17nas suas horas de maior vulnerabilidade.
-
6:17 - 6:20E esse trabalho é muito importante,
-
6:20 - 6:23ao ponto de estas imagens
serem suficientes -
6:23 - 6:24para tornar evidente
-
6:24 - 6:28a coragem e a humanidade
que estas pessoas demonstram -
6:28 - 6:31faz dos seus trabalhos
das coisas mais importantes -
6:31 - 6:33que um ser humano pode fazer,
-
6:33 - 6:36mesmo que não possam
controlar o desfecho. -
6:37 - 6:39Isto é interessante,
-
6:39 - 6:41porque nos mostra
que os humanos são capazes -
6:41 - 6:43de tomar ações sustentadas e dedicadas
-
6:43 - 6:45mesmo que não controlem o desfecho.
-
6:46 - 6:48Mas deixa-nos com outro desafio.
-
6:48 - 6:50Com a crise climática,
-
6:50 - 6:54a ação que tomamos
está separada do seu impacto, -
6:55 - 6:57enquanto que
o que acontece nestas imagens -
6:57 - 7:02é que as enfermeiras não se movem
pelo fardo de mudar o mundo -
7:02 - 7:07mas sim pela satisfação
diária de ajudar o outro -
7:07 - 7:09durante os seus
momentos de fraqueza. -
7:09 - 7:11Com a crise climática,
temos esta separação enorme. -
7:11 - 7:14Costumávamos estar
separados pelo tempo. -
7:14 - 7:18Os impactos da crise climática
só seriam sentidos num futuro longínquo. -
7:18 - 7:21Mas agora, o futuro alcançou-nos.
-
7:21 - 7:22Continentes estão a arder.
-
7:22 - 7:24Cidades estão a afundar.
-
7:24 - 7:26Países estão a afundar-se.
-
7:26 - 7:29Centenas de milhares de pessoas migram
devido à alteração climática. -
7:29 - 7:33Mas mesmo que o tempo
já não nos separe desses impactos, -
7:33 - 7:35existe ainda uma separação
-
7:35 - 7:37que torna difícil sentir
uma conexão direta. -
7:37 - 7:40Acontecem noutro lado
a outras pessoas -
7:40 - 7:43ou a nós mas de uma forma diferente
da que estamos habituados. -
7:44 - 7:47Apesar de a história
da enfermeira nos mostrar algo -
7:47 - 7:48sobre a natureza humana,
-
7:48 - 7:51temos de encontrar outra forma
-
7:51 - 7:54de lidar com a crise climática
de uma forma sustentada. -
7:54 - 7:57Existe uma forma de o fazermos,
-
7:57 - 8:01uma combinação poderosa
de uma profunda atitude de apoio -
8:01 - 8:04que, quando combinada
com uma ação consistente, -
8:04 - 8:08pode permitir que sociedades inteiras
tomem ações dedicadas e sustentadas -
8:08 - 8:10em prol de um objetivo comum.
-
8:10 - 8:12Tem sido feito de forma
eficiente através da história. -
8:12 - 8:16Deixem-me que vos explique
com um pouco de história. -
8:17 - 8:21Neste momento, estou no bosque
perto de minha casa no sul de Inglaterra. -
8:21 - 8:24E este bosque em particular
não fica longe de Londres. -
8:24 - 8:27Há 80 anos, essa cidade
estava sob ataque. -
8:27 - 8:29No fim dos anos 30,
-
8:29 - 8:33o povo britânico fazia de tudo
para não enfrentar a realidade -
8:33 - 8:36de que Hitler estaria disposto
a tudo para conquistar a Europa. -
8:37 - 8:39Ainda com a memória fresca
da I Guerra Mundial, -
8:39 - 8:41estavam aterrorizados
com a agressividade nazi -
8:42 - 8:45e faziam de tudo
para não enfrentar essa realidade. -
8:45 - 8:48Por fim, a realidade bateu à porta.
-
8:48 - 8:52Churchill é lembrado por muitos motivos
e nem todos são positivos, -
8:52 - 8:55mas o que fez naqueles
primeiros dias da guerra -
8:55 - 8:58mudou a história que o povo britânico
contava a si mesmo -
8:58 - 9:01sobre o que estava a acontecer
e o que estava por vir. -
9:01 - 9:05Onde anteriormente havia trepidação
e nervosismo e medo, -
9:05 - 9:07passou a haver uma calma resoluta,
-
9:07 - 9:09uma ilha isolada,
-
9:09 - 9:10o momento mais importante,
-
9:10 - 9:13a maior geração,
-
9:13 - 9:16um país que iria lutar
nas praias e nas montanhas -
9:16 - 9:17e nas ruas,
-
9:17 - 9:20um país que jamais se renderia.
-
9:20 - 9:23Isso transformou o medo e trepidação
-
9:23 - 9:27em confronto com a realidade, qualquer
que fosse e por muito negra que fosse, -
9:27 - 9:30não tinha nada a ver com
a probabilidade de vencer a guerra. -
9:30 - 9:33Não havia notícias da frente
de que estivéssemos a ganhar -
9:33 - 9:36ou até que algum aliado poderoso
se tivesse juntado à luta -
9:36 - 9:38virando as probabilidades a nosso favor.
-
9:38 - 9:40Foi apenas uma escolha.
-
9:40 - 9:43Surgiu uma forma profunda,
determinada, teimosa de otimismo, -
9:43 - 9:46sem evitar ou negar a escuridão
que se aproximava -
9:47 - 9:49mas recusando ser intimidado por ela.
-
9:49 - 9:52Esse otimismo teimoso é poderoso.
-
9:52 - 9:55Não está dependente da assunção
de que o desfecho será favorável -
9:55 - 9:58ou de um pensamento
positivo acerca do futuro. -
9:58 - 10:01No entanto, faz-nos tomar ações
-
10:01 - 10:03e injeta-as com significado.
-
10:03 - 10:05Aprendemos isso nessa altura,
-
10:05 - 10:07apesar do risco e do desafio,
-
10:07 - 10:10foi uma altura cheia
de propósito e significado, -
10:10 - 10:12e múltiplos testemunhos confirmaram
-
10:12 - 10:15que ações desde pilotos
na Batalha da Grã-Bretanha -
10:15 - 10:17até ao simples ato
de apanhar batatas do solo, -
10:17 - 10:19foram injetadas com significado.
-
10:19 - 10:23Foram movidos por um propósito
e desfecho comum. -
10:23 - 10:26Temos visto isto através da história.
-
10:26 - 10:30Esta combinação de profundo
e determinado otimismo teimoso com ação, -
10:30 - 10:33quando o otimismo leva
a uma ação determinada, -
10:33 - 10:35pode então tornar-se autossustentada:
-
10:35 - 10:38sem este otimismo teimoso,
a ação não se sustem sozinha; -
10:38 - 10:41sem a ação, o otimismo teimoso
é apenas uma atitude. -
10:41 - 10:46Os dois juntos podem transformar
toda uma questão e mudar o mundo. -
10:46 - 10:48Vimos isto já múltiplas vezes.
-
10:48 - 10:51Vimos isto quando Rosa Parks
se recusou a sair do autocarro. -
10:51 - 10:54Vimos isto com as longas
marchas do sal de Gandhi à praia. -
10:54 - 10:56Vimos isto quando
as sufragistas disseram: -
10:56 - 10:59"A coragem gera coragem
em todos os lugares." -
10:59 - 11:02E vimos isto quando Kennedy
disse que, no prazo de 10 anos, -
11:02 - 11:03iria colocar um homem na lua.
-
11:03 - 11:06Isso eletrizou uma geração
e focou-os num objetivo comum -
11:06 - 11:09contra um adversário obscuro e assustador,
-
11:09 - 11:12apesar de não saberem
como iriam alcançá-lo. -
11:12 - 11:14Em cada um destes casos,
-
11:14 - 11:17um otimismo teimoso, realista
e corajoso mas determinado -
11:18 - 11:20não foi o resultado do sucesso.
-
11:20 - 11:22Foi a sua causa.
-
11:22 - 11:24Foi assim também
que aconteceu a transformação -
11:24 - 11:26no caminho para o Acordo de Paris.
-
11:26 - 11:31Aquelas reuniões desafiantes,
difíceis e pessimistas transformaram-se -
11:31 - 11:35assim que cada vez mais pessoas
decidiram que este era o momento -
11:35 - 11:38e decidiram que não iríamos
falhar no nosso turno, -
11:38 - 11:41e iríamos obter o desfecho
que sabíamos ser possível. -
11:41 - 11:44Cada vez mais pessoas
aderiram a essa perspetiva -
11:44 - 11:45e começaram a trabalhar,
-
11:45 - 11:49e no fim, isso criou uma onda de ímpeto
-
11:49 - 11:50que se abateu sobre nós
-
11:50 - 11:53e ofereceu a muitos daqueles
problemas difíceis -
11:53 - 11:55soluções melhores que aquelas
que podíamos imaginar. -
11:55 - 12:00E mesmo agora, anos mais tarde
e com um cético climático na Casa Branca, -
12:00 - 12:03muito do que se iniciou nesses dias
continua a desenvolver-se, -
12:03 - 12:07e temos muito que fazer
nos próximos meses e anos -
12:07 - 12:09para lidar com a crise climática.
-
12:09 - 12:14Agora, estamos a passar
por um dos períodos mais difíceis -
12:14 - 12:16na vida de todos nós.
-
12:16 - 12:18A pandemia global tem sido assustadora,
-
12:18 - 12:22quer haja tragédia pessoal ou não.
-
12:22 - 12:26Mas abanou igualmente a nossa crença
de que somos impotentes -
12:26 - 12:28face a grandes desafios.
-
12:28 - 12:30No espaço de poucas semanas,
-
12:30 - 12:35mobilizámos metade da humanidade
para tomar medidas drásticas -
12:35 - 12:37para proteger os mais vulneráveis.
-
12:37 - 12:39Se somos capazes disso,
-
12:39 - 12:43talvez os limites da humanidade
não tenham sido ainda testados -
12:43 - 12:46quando é chamada
a enfrentar um desafio comum. -
12:46 - 12:50Temos de ultrapassar
esta narrativa de impotência, -
12:50 - 12:52porque não se enganem,
-
12:52 - 12:56a crise climática terá uma magnitude
muito maior do que a pandemia -
12:56 - 13:00se não tomarmos as ações
que ainda nos são possíveis -
13:00 - 13:03para evitar a tragédia que se aproxima.
-
13:03 - 13:08Não nos podemos dar ao luxo
de nos sentirmos impotentes. -
13:08 - 13:10A verdade é que as gerações futuras
-
13:10 - 13:12vão olhar com espanto
para este preciso momento -
13:12 - 13:16em que nos encontramos numa
encruzilhada entre um futuro regenerador -
13:16 - 13:18e um onde deitámos tudo a perder.
-
13:18 - 13:22E a verdade é que muita coisa
está a correr bem nesta transição. -
13:22 - 13:24O custo da energia limpa está a descer.
-
13:24 - 13:27Cidades estão a transformar-se.
Terrenos estão a regenerar-se. -
13:27 - 13:29Pessoas vão para as ruas pedir mudanças
-
13:29 - 13:31com garra e tenacidade
-
13:31 - 13:33que não víamos há uma geração.
-
13:33 - 13:36Nesta transição é possível
um sucesso genuíno, -
13:36 - 13:39mas também um fracasso genuíno,
-
13:39 - 13:42o que torna entusiasmante
estar vivo neste momento. -
13:42 - 13:46Podemos decidir agora mesmo
abordar este desafio -
13:46 - 13:50com otimismo teimoso, corajoso,
realista e determinado -
13:50 - 13:54e fazer tudo o que está ao nosso alcance
para modelar o caminho, -
13:54 - 13:58ao sairmos desta pandemia,
em direção a um futuro regenerador. -
13:58 - 14:01Podemos todos decidir ser um exemplo
de esperança para a humanidade -
14:02 - 14:04mesmo que se aproximem dias sombrios,
-
14:04 - 14:06e podemos todos decidir
que iremos ser responsáveis, -
14:06 - 14:09iremos reduzir as nossas
emissões em pelo menos 50% -
14:09 - 14:10nos próximos 10 anos,
-
14:10 - 14:15e iremos tomar ações
junto de governos e grandes empresas -
14:15 - 14:18para garantir que fazem
o necessário para sair da pandemia -
14:18 - 14:21e reconstruir o mundo que queremos.
-
14:21 - 14:24Neste momento, tudo isto é possível.
-
14:25 - 14:28Vamos voltar àquela
sala de reuniões aborrecida -
14:28 - 14:31onde estou a ler a nota da Christiana.
-
14:32 - 14:34Lê-la agora faz-me lembrar
-
14:34 - 14:37algumas das experiências
mais transformadoras da minha vida. -
14:38 - 14:41Uma das muitas coisas
que aprendi enquanto monge -
14:41 - 14:47foi que uma mente brilhante e um coração
alegre é o caminho e o objetivo na vida. -
14:48 - 14:52Este otimismo teimoso
é uma forma de dar amor. -
14:53 - 14:55É tanto o mundo que queremos criar
-
14:55 - 14:58como a forma como o podemos criar.
-
14:58 - 15:00E é uma escolha
que todos temos de fazer. -
15:00 - 15:04Escolher enfrentar este momento
com otimismo teimoso -
15:04 - 15:07pode encher as nossas vidas
com significado e propósito, -
15:07 - 15:11e ao fazê-lo, podemos agarrar
neste arco da história -
15:11 - 15:14e dobrá-lo no futuro que escolhemos.
-
15:14 - 15:18Sim, a vida parece agora fora de controlo.
-
15:18 - 15:21Parece pavoroso e assustador e novo.
-
15:22 - 15:25Mas não vacilemos
nesta transição crucial -
15:25 - 15:28que se aproxima neste momento.
-
15:28 - 15:31Vamos enfrentá-la com otimismo
teimoso e determinado. -
15:32 - 15:35Sim, assistir às mudanças
no mundo neste momento -
15:35 - 15:36pode ser penoso.
-
15:37 - 15:39Mas vamos abordá-las com amor.
-
15:39 - 15:40Obrigado.
- Title:
- Como mudar a nossa mentalidade e escolher o futuro
- Speaker:
- Tom Rivett-Carnac
- Description:
-
No que respeita aos grandes problemas da vida, muitas vezes ficamos perante uma encruzilhada: ou acreditamos que somos impotentes em relação a uma grande mudança, ou erguemo-nos e enfrentamos o desafio. Numa urgente chamada à ação, o estratega político Tom Rivett-Carnac faz questão de adotar uma mentalidade de "otimismo teimoso" para confrontar a alteração climática, ou qualquer outra crise que surja, e sustenta que é necessário construir um futuro regenerador. Como ele diz: "O otimismo teimoso pode dar significado e propósito à nossa vida."
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 15:54
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