Como salvamos o condor da extinção | Michael Mace | TEDxDeExtinction
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0:03 - 0:08O condor-da-califórnia
foi levado à beira da extinção -
0:08 - 0:11quando só existiam
22 condores restantes no mundo. -
0:11 - 0:12Imaginem só!
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0:12 - 0:13Vinte e dois!
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0:13 - 0:17Isso foi devido a pressões
resultantes de atividades humanas. -
0:19 - 0:22O condor remonta ao Pleistoceno.
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0:22 - 0:25Alguns dos animais hoje mencionados
viveram nessa época: -
0:25 - 0:27a preguiça-gigante,
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0:28 - 0:29o mastodonte americano,
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0:30 - 0:31o gato dentes-de-sabre.
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0:31 - 0:33O condor vivia entre esse animais.
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0:33 - 0:35Conseguem imaginar?
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0:35 - 0:39Mas ele foi o único, dentre eles,
a sobreviver até nossos dias. -
0:39 - 0:41Após 10 mil anos,
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0:42 - 0:44os registros fósseis mostram
que foi no estado de Nova York -
0:44 - 0:46e no norte da Flórida.
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0:46 - 0:50E à medida que os colonizadores
europeus avançaram pelo país, -
0:50 - 0:54seu último refúgio foi a região
de Vancouver ao noroeste do México. -
0:54 - 0:56O condor é único.
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0:56 - 0:59É a maior ave voadora da América do Norte
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0:59 - 1:04com uma envergadura de quase 3 metros,
60 centímetros a mais que isto. -
1:04 - 1:06Ele vive mais que 60 anos.
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1:06 - 1:10Por ser uma espécie estrategista K,
ele tem uma taxa de reprodução baixa. -
1:10 - 1:13E amadurece sexualmente
quando tem em torno de cinco a seis anos. -
1:13 - 1:15Após esses 10 mil anos,
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1:15 - 1:19em 1987, houve uma grande discussão.
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1:20 - 1:23O número de condores
estava decaindo tão rapidamente -
1:23 - 1:25que se temia que chegassem a ser extintos.
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1:25 - 1:30A causa eram os poluentes na natureza,
como chumbo e DDT, -
1:30 - 1:35e eletrocussões e colisões
com fios elétricos e postes de energia. -
1:35 - 1:39Por um lado, um grupo de pessoas dizia:
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1:39 - 1:42"Vamos deixar a espécie
morrer com dignidade". -
1:42 - 1:44Por outro lado,
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1:44 - 1:48outro grupo dizia que esta não era
uma extinção natural, -
1:48 - 1:51e tínhamos a responsabilidade de intervir.
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1:51 - 1:55Então após ações judiciais e debates,
o órgão federal de conservação ambiental -
1:55 - 1:58tomou a medida corajosa
de proteger o condor -
1:58 - 2:00enquanto alguns desses
problemas se resolviam, -
2:00 - 2:05abrigando as aves remanescentes
nos zoológicos de San Diego e Los Angeles. -
2:05 - 2:09Após 10 mil anos,
o condor estava extinto na natureza. -
2:09 - 2:13Imaginem então a responsabilidade
que esses dois zoológicos tiveram -
2:14 - 2:16em cuidar dessas aves
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2:16 - 2:18e garantir que não entrassem em extinção.
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2:19 - 2:23Nós tivemos que recorrer
a uma variedade de recursos. -
2:24 - 2:27Tivemos que usar aquilo que chamo
de "Inovação em Conservação", -
2:27 - 2:31literalmente escrevendo o livro
enquanto tentávamos salvar a espécie. -
2:31 - 2:35Tivemos que recorrer à nossa experiência
de trabalho com espécies relacionadas -
2:35 - 2:39como o condor-dos-andes
e outras espécies de aves. -
2:39 - 2:44Mas tivemos que rapidamente reunir
uma variedade de recursos e conhecimentos. -
2:44 - 2:49Tivemos que projetar e construir
centros de criação como este do zoológico. -
2:49 - 2:53É uma série de viveiros de aves
ligados com ninhos. -
2:53 - 2:57Alguns disseram que não conseguiríamos
criar essa espécie num zoológico. -
2:57 - 3:01Nosso único objetivo sempre foi
soltar essa ave de volta à natureza. -
3:01 - 3:05Então tivemos que tomar algumas medidas
enquanto avançávamos nessa direção. -
3:05 - 3:08Tivemos até que colocar nas instalações,
como podem ver no slide, -
3:08 - 3:12arame de concertina
em cima da cerca de perímetro. -
3:12 - 3:17Isso porque a discussão a respeito
dos condores chegou a tal ponto -
3:17 - 3:20que algumas pessoas
ameaçavam invadir o espaço -
3:20 - 3:22e soltar os condores de volta ao perigo.
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3:22 - 3:25Lembro que eu mesmo
passei algumas noites no zoológico, -
3:25 - 3:28para garantir que isso não acontecesse.
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3:30 - 3:34Nós tivemos que empregar técnicas
como a ninhada dupla. -
3:34 - 3:38Na natureza, o condor
cria um filhote a cada dois anos. -
3:39 - 3:42Mas usando essa técnica da ninhada dupla,
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3:42 - 3:44nós removemos o primeiro ovo
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3:44 - 3:46e o colocamos em segurança
numa incubadeira -
3:46 - 3:48e então ele foi chocado.
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3:48 - 3:52Isso permitiu aos pais criarem
o que chamamos de ovo substituto. -
3:52 - 3:53Nesse mesmo período de dois anos,
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3:53 - 3:57conseguimos produzir quatro filhotes
em vez de um só. -
3:57 - 4:00E estávamos interessados no processo
de reconhecimento deles. -
4:00 - 4:03Como eu disse, o objetivo
era devolvê-los à natureza. -
4:03 - 4:05E por isso desenvolvemos fantoches.
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4:05 - 4:09E bem ao lado desse fantoche
está um dos nossos funcionários, -
4:09 - 4:12fazendo o impossível
para alimentar e cuidar desse filhote. -
4:12 - 4:15Esse fantoche se tornou a sua salvação:
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4:15 - 4:19ele alimentou o filhote,
socializou e brincou com ele. -
4:20 - 4:23Em dado momento da vida desse filhote,
ele é colocado numa área -
4:23 - 4:27onde ele pode olhar por um portal
e ver outros condores, -
4:27 - 4:30e assim começar a entender como vai ser.
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4:30 - 4:35Esse processo leva seis meses
a partir do momento em que o ovo é chocado -
4:35 - 4:37até o filhote emplumar.
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4:37 - 4:40E às vezes quando não estão
emplumando com os pais, -
4:40 - 4:42eles emplumam com mentores.
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4:42 - 4:45O objetivo é restabelecer
a espécie na natureza. -
4:47 - 4:52Nos laboratórios do Centro de Pesquisa
de Conservação no zoológico de San Diego -
4:53 - 4:56não podíamos deixar de abordar
as questões genéticas. -
4:56 - 5:02Quando a população era de apenas 22 aves,
cada uma foi mapeada geneticamente, -
5:02 - 5:04para que soubéssemos
o parentesco entre elas. -
5:04 - 5:08Isso é primordial quando se lida
com uma população tão pequena -
5:08 - 5:11devido aos efeitos do cruzamento
endogâmico com outras espécies. -
5:11 - 5:14Assim que conseguimos os identificadores,
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5:15 - 5:18inserimos os dados
nos modelos informatizados. -
5:18 - 5:23A partir daí, os pais foram estabelecidos.
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5:23 - 5:26Felizmente, condores são fáceis
de lidar em relação a isso. -
5:26 - 5:31Quando colocamos só dois condores juntos,
considerando dados e não comportamento, -
5:31 - 5:33na maioria das vezes eles reproduziam.
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5:34 - 5:35Isso era crucial.
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5:35 - 5:37E nesses mesmos laboratórios,
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5:37 - 5:38pela primeira vez,
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5:38 - 5:43foi desenvolvida uma técnica
para saber o sexo das aves -
5:43 - 5:45por meio do DNA,
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5:45 - 5:49a partir de membranas
deixadas nos ovos chocados. -
5:49 - 5:51Foi muito importante para nós também,
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5:51 - 5:54à medida que começávamos a estabelecer
novos casais reprodutores. -
5:54 - 5:59Conseguimos classificá-los
na idade adequada, -
5:59 - 6:01do contrário teríamos
que esperar cinco ou seis anos -
6:01 - 6:05até a maturidade sexual deles
para sabermos o sexo de cada um. -
6:05 - 6:08Ao administrar a população geneticamente,
nós tivemos que garantir -
6:08 - 6:10que, ao estabelecer
novos centros de criação, -
6:10 - 6:13e começarmos a liberar aves
em vários locais de soltura -
6:13 - 6:17na Califórnia, Arizona
e noroeste do México, -
6:17 - 6:22queríamos replicar os genes,
caso houvesse qualquer catástrofe -
6:22 - 6:27como um incêndio ou surto de doença,
protegendo as linhas genéticas. -
6:30 - 6:34Alguns dos fatores conhecidos que causam
a morte e diminuição de condores, -
6:34 - 6:38são a colisão com fios de alta tensão
e o pouso em estruturas elétricas. -
6:38 - 6:42Talvez perguntem: "Muitas aves
pousam em estruturas elétricas?" -
6:42 - 6:46Com uma envergadura de quase três metros,
eles encostariam em fios e transformadores -
6:46 - 6:48e seriam eletrocutados.
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6:48 - 6:53Trabalhamos com uma empresa local
para instalar postes elétricos falsos, -
6:53 - 6:58nos quais os fios liberariam
uma baixa carga elétrica. -
6:58 - 7:02O condor é uma espécie
muito inteligente e curiosa. -
7:02 - 7:05Inteligente o bastante para saber
que, após terem pousado num poste -
7:05 - 7:09e levado choque uma ou duas vezes,
eles não vão querer mais fazer isso. -
7:09 - 7:14Essa mudança de comportamento correspondeu
exatamente ao que aconteceu no campo. -
7:14 - 7:17Quando soltamos condores
de volta à natureza, -
7:17 - 7:21eles pararam de pousar
em áreas perigosas para eles. -
7:22 - 7:25Contudo, eles ainda se chocavam
em alguns fios elétricos. -
7:25 - 7:31Quando um condor evolui
e o meio de vida dele é voar em térmicas, -
7:31 - 7:34ele não precisa olhar pra frente
estando a 300 metros do chão. -
7:34 - 7:37E quando ele sobe ao topo
de uma montanha voando numa térmica -
7:38 - 7:41e se depara com fios de alta tensão,
isso provoca essas colisões. -
7:41 - 7:44Quando as empresas de energia
se deram conta disso, -
7:44 - 7:46começaram a enterrar os fios
dessas regiões chave. -
7:49 - 7:52Em um projeto como este,
que está ativo há 30 anos, -
7:52 - 7:55alguns desses fatores
podem ser previstos, outros não. -
7:55 - 7:56Ninguém poderia ter previsto
-
7:56 - 8:01que o vírus do Nilo Ocidental chegaria
nos Estados Unidos em 1999, -
8:01 - 8:04e rapidamente varreria o país,
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8:04 - 8:09levando consigo vidas humanas,
bem como muitas espécies de aves. -
8:09 - 8:11E os condores não ficaram imunes a isso.
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8:11 - 8:13Perdemos condores para esse vírus.
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8:13 - 8:18Mas o Centro de Controle de Doenças
desenvolveu uma vacina usada por nós -
8:18 - 8:22que nos obrigou a vacinar
todos os condores da população. -
8:22 - 8:25Fácil de falar, porém mais difícil fazer
-
8:25 - 8:28quando se tem aves tanto na natureza
quanto nos centros de criação. -
8:28 - 8:32E após serem vacinados, devem receber
uma dose de reforço ao ano. -
8:32 - 8:37Uma estratégia monumental de se fazer
apenas para proteger a população. -
8:39 - 8:42Nós também descobrimos
-
8:42 - 8:47que o ambiente em que soltávamos
os condores estava bastante sujo. -
8:47 - 8:49E nós tínhamos subestimado isso.
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8:49 - 8:51Isto é o que chamamos de microlixo,
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8:51 - 8:55itens que as pessoas deixam para trás
quando estão curtindo a natureza. -
8:55 - 9:00São tampas de garrafa, cacos de vidro,
objetos plásticos e aparelhos elétricos. -
9:01 - 9:05E vocês podem ver nessa radiografia
esse microlixo no corpo de um condor. -
9:05 - 9:08Para removê-lo é necessário cirurgia.
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9:08 - 9:10Condores adultos ingerem esse microlixo.
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9:10 - 9:14Não temos certeza do porquê,
mas teoriza-se que condores, -
9:14 - 9:16durante certas épocas,
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9:16 - 9:20ingerem fragmentos de osso, pelo cálcio,
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9:20 - 9:23em especial quando as fêmeas
se preparam para botar um ovo. -
9:23 - 9:26Esse comportamento deu lugar
à ingestão desses fragmentos, -
9:26 - 9:30que eles acham que são de ossos,
mas que na verdade é microlixo. -
9:32 - 9:35O condor ocupa
um importante nicho ecológico. -
9:35 - 9:38Trata-se de uma espécie necrófaga.
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9:38 - 9:42Isso é importante porque
eles limpam o ambiente -
9:42 - 9:44quando um animal morre.
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9:44 - 9:47Eles se alimentam das carcaças.
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9:47 - 9:51Essas carcaças apresentam toxinas
tais como botulismo e antraz, -
9:52 - 9:56que são prejudiciais ao humanos
e certamente a outras espécies selvagens. -
9:56 - 10:01O condor é imune a esses tipos de toxina,
portanto, acabam fazendo uma limpeza. -
10:01 - 10:04Mas com relação a esse comportamento,
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10:05 - 10:08eles não fazem distinções
quando se alimentam de uma carcaça. -
10:08 - 10:11Ingerem tecidos, órgãos,
e fragmentos de osso. -
10:11 - 10:16E às vezes ingerem
o chumbo da caça esportiva. -
10:16 - 10:21Sabemos que caçadores existem
desde o início da humanidade. -
10:22 - 10:27E essa comunidade gera US$ 8 bilhões
ao ano para conservação. -
10:27 - 10:31E é importante que programas
como esse sejam sustentáveis. -
10:31 - 10:35Mas o chumbo que os condores
ingerem é tóxico para eles, -
10:35 - 10:37assim como para outras formas de vida.
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10:38 - 10:43Esta é uma radiografia de um fragmento
de chumbo retirado de dentro de um condor. -
10:46 - 10:49Devo dizer que alguns
dos nossos maiores conservacionistas, -
10:49 - 10:53como John Audubon e Theodore Roosevelt,
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10:53 - 10:57eram ávidos caçadores, mas também
eram conservacionistas dedicados. -
10:57 - 11:01Então não é uma questão de caça esportiva,
mas sim de toxinas num ambiente. -
11:02 - 11:05E uma delas é o chumbo.
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11:05 - 11:09Já tivemos chumbo
em outros produtos, como tintas. -
11:09 - 11:13E descobrimos que crianças
colocando seus brinquedos na boca, -
11:13 - 11:16ou mordendo o berço
estavam ingerindo chumbo da pintura. -
11:16 - 11:20Ele foi removido da tinta e da gasolina.
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11:21 - 11:24O chumbo foi removido até de cartuchos
de espingarda e substituído por aço -
11:24 - 11:27por causar problemas a aves aquáticas.
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11:27 - 11:31Podemos fazer ajustes
em projetos como este -
11:31 - 11:34na medida em que isso afeta
a vida selvagem e seres humanos. -
11:34 - 11:39Nós também temos que prever
qual poderá ser o próximo desafio. -
11:40 - 11:44E a vinda de turbinas eólicas
aos Estados Unidos -
11:44 - 11:50é uma boa iniciativa ecológica pra reduzir
nosso consumo de combustíveis fósseis. -
11:50 - 11:53E a energia eólica é uma das alternativas.
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11:53 - 11:57E até agora, nenhum condor jamais
se chocou com uma turbina, -
11:58 - 12:02mas elas já afetaram outras aves
de rapina, como águias e gaviões. -
12:02 - 12:06E por isso estamos trabalhando
com empresas de energia eólica, -
12:06 - 12:10para desenvolver técnicas
que reduzam o perigo. -
12:11 - 12:14Podemos fazer isso observando condores
e como eles utilizam seu habitat -
12:14 - 12:16por meio da ecologia espacial,
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12:16 - 12:21não apenas observando como voam
para norte, sul, leste e oeste, -
12:21 - 12:24mas também como voam
na terceira dimensão, em altitude. -
12:24 - 12:29Então trabalhamos com empresas para ver
se estão dispostas a ajustar o campo -
12:29 - 12:36com base na atividade de um condor,
e entender a preferência de habitat deles. -
12:36 - 12:39Isso é parte da pesquisa no momento.
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12:39 - 12:42Também estamos trabalhando
com empresas de energia -
12:42 - 12:45na área de sistemas de detecção precoce.
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12:45 - 12:49Condores equipados com dispositivos
que enviam um sinal -
12:49 - 12:52à medida que seguem em direção
a um campo com turbinas, -
12:52 - 12:54já instalada ou em planejamento.
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12:54 - 12:57Isso permitiria às empresas de energia
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12:57 - 13:02desligar essas turbinas quando os condores
estivessem voando na área. -
13:03 - 13:07Num projeto como este,
é imprescindível a colaboração -
13:07 - 13:10de tantas pessoas
e organizações diferentes. -
13:10 - 13:13Nenhuma entidade pode fazer
tudo isso sozinha, -
13:13 - 13:17mas coletivamente, como vimos, é possível.
-
13:19 - 13:21Então onde estamos hoje?
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13:21 - 13:24Nós começamos com 22 condores
restantes no mundo. -
13:25 - 13:28Agora temos mais de 400,
-
13:28 - 13:31dos quais mais da metade
estão voando livremente -
13:31 - 13:36nos céus da Califórnia,
Arizona e noroeste do México. -
13:36 - 13:39O projeto completou seu ciclo.
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13:39 - 13:42Como podem ver, há um ovo
no habitat natural prestes a chocar. -
13:42 - 13:45O ponto preto no ovo é a casca quebrada,
-
13:45 - 13:48pois um filhote está prestes a nascer.
-
13:48 - 13:52E a foto no canto inferior direito mostra
um filhote chocado no habitat natural. -
13:52 - 13:57Aves que cresceram em zoológicos
e centros de criação e foram soltas -
13:57 - 14:01estão agora cumprindo o ciclo de vida
por si mesmas na natureza. -
14:03 - 14:05As pessoas sempre me perguntam: "Por quê?"
-
14:05 - 14:07E ouvimos isso hoje:
-
14:07 - 14:12"Por que gastar tantos recursos
e tanta energia para salvar uma espécie?" -
14:15 - 14:21Se pensarem nessas espécies: o condor,
o urso panda, o elefante e o tigre, -
14:22 - 14:26compartilhamos os mesmos ambientes
ao redor do planeta. -
14:26 - 14:28Vivemos nos mesmos lugares que eles.
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14:28 - 14:30Se os virmos como indicadores ambientais,
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14:30 - 14:35eles nos mostram que o ambiente
que compartilhamos está saudável. -
14:36 - 14:38Só precisamos ver o que estão mostrando.
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14:38 - 14:40Nós podemos gerar mudança.
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14:40 - 14:42Já vimos isso acontecer.
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14:42 - 14:45Podemos gerar mudança ao redor do mundo.
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14:45 - 14:48Apenas não devemos nos esquecer
de dar continuidade a essas iniciativas -
14:48 - 14:50porque tudo isso é possível.
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14:50 - 14:51Obrigado.
-
14:51 - 14:53(Aplausos)
- Title:
- Como salvamos o condor da extinção | Michael Mace | TEDxDeExtinction
- Description:
-
Havia apenas 22 condores-da-califórnia restantes no mundo em 1987, todos eles em cativeiro, uma espécie à beira da extinção. No evento TEDxDeExtinction, Michael Mace explica as admiráveis iniciativas que têm sido feitas para salvá-los e restaurar uma população selvagem. Conservacionistas do Zoológico de San Diego têm conduzido um bem-sucedido projeto de criação, imunização e monitoramento, eles têm sido ajudados por empresas de energia que concordaram em enterrar fios elétricos e postes de energia próximos a habitats de condores, dando à população selvagem, que hoje conta com mais de 200 aves, boas chances de sobreviver por si mesma.
Michael Mace é curador de aves no Parque Safári do Zoológico de San Diego. Ele é responsável pela coleção aviária e projetos de conservação relacionados que incluem 20 espécies ameaçadas. Ele participa de projetos de conservação ao redor do mundo envolvendo espécies ameaçadas tais como o condor-dos-andes na Colômbia, garça de barriga branca no Butão, calau-terrestre-do-sul na África do Sul, avestruz-do-pescoço-vermelho no Níger, ralídeos de Guam e Estados Unidos, e o condor-da-califórnia nos Estados Unidos e México.
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 14:58