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Transformando a propriedade para melhorar a economia | Armin Steuernagel | TEDxZurich

  • 0:26 - 0:31
    Eu tenho uma empresa e tenho um problema.
  • 0:32 - 0:35
    Honestamente, acho
    que todos temos um problema.
  • 0:36 - 0:42
    Porque todos paramos de discutir
    uma das maiores questões.
  • 0:42 - 0:44
    Uma questão que afeta a todos.
  • 0:44 - 0:49
    Uma questão pela qual pessoas morreram
    em revoluções há 100 anos.
  • 0:50 - 0:54
    Propriedade privada ou pública?
  • 0:54 - 0:58
    Capitalismo ou comunismo?
  • 0:58 - 1:04
    Quem deve controlar a instituição
    em que passamos a maior parte do tempo?
  • 1:04 - 1:08
    Quem deve controlar nossas empresas?
  • 1:08 - 1:12
    Capitalistas gananciosos
    ou burocratas estúpidos?
  • 1:13 - 1:18
    Ou talvez, apenas talvez, nenhum deles?
  • 1:18 - 1:22
    Muitos dizem: "Foda-se o capitalismo!"
  • 1:22 - 1:29
    Mas, devemos mesmo
    foder com o capitalismo?
  • 1:29 - 1:31
    (Risos)
  • 1:31 - 1:34
    E, se sim, como?
  • 1:34 - 1:37
    (Risos)
  • 1:38 - 1:41
    A essa altura, tenho que confessar algo.
  • 1:41 - 1:44
    Eu sou capitalista.
  • 1:44 - 1:49
    Fundei meu primeiro negócio aos 16,
  • 1:49 - 1:54
    e enquanto meus amigos namoravam,
    eu me apaixonei pela minha empresa.
  • 1:55 - 1:57
    Eu amo a propriedade privada.
  • 1:57 - 2:00
    Ela permite que você modifique
    o meio em que vive.
  • 2:00 - 2:04
    Uma ideia surge à noite,
    e pode ser realizada no dia seguinte.
  • 2:04 - 2:07
    Você se identifica 100% com o que possui.
  • 2:07 - 2:09
    É como ter um filho.
  • 2:09 - 2:14
    Você se sente responsável
    pela empresa como um pai.
  • 2:14 - 2:18
    Se a empresa vai mal,
    você tem que estar lá.
  • 2:18 - 2:23
    Não pode se esconder ou dar desculpas,
    e essa é a melhor parte.
  • 2:23 - 2:24
    (Risos)
  • 2:24 - 2:28
    Essa é a melhor parte
    da propriedade privada.
  • 2:28 - 2:32
    Ela define claramente quem é responsável.
  • 2:32 - 2:36
    Não é qualquer um,
    é você enquanto proprietário.
  • 2:36 - 2:39
    Você é responsável por ela.
  • 2:39 - 2:42
    Essa é a grande promessa da propriedade.
  • 2:43 - 2:49
    Mas estou aqui hoje
    para dizer que essa grande ideia
  • 2:49 - 2:50
    precisa de nós.
  • 2:50 - 2:52
    Ela está doente.
  • 2:52 - 2:55
    Essa inovação fascinante,
    essa ideia transformadora
  • 2:55 - 2:59
    que nós, como humanidade,
    tivemos há mais de 2 mil anos,
  • 2:59 - 3:00
    passa por dificuldades.
  • 3:00 - 3:05
    É usada de forma inadequada contra nós,
    todos nós, enquanto humanidade.
  • 3:05 - 3:08
    E, se não a reivindicarmos,
    se não a recuperarmos,
  • 3:08 - 3:12
    ela destruirá a economia,
    a sociedade e até mesmo o planeta.
  • 3:12 - 3:18
    Então, por favor, juntem-se a mim
    para compreender a mazela
  • 3:18 - 3:21
    e encontrar a cura
    para a propriedade privada.
  • 3:22 - 3:27
    Nossa primeira parada nesta jornada
    será um hospital na Alemanha Oriental.
  • 3:28 - 3:31
    Quando jovem, eu o visitei bastante.
  • 3:31 - 3:33
    Meu pai era o diretor.
  • 3:34 - 3:35
    Costumava ser um ótimo hospital.
  • 3:35 - 3:40
    Havia uma atmosfera acolhedora,
    trabalhadores felizes,
  • 3:40 - 3:42
    pacientes bem cuidados, comida orgânica.
  • 3:42 - 3:45
    E obtiam bons lucros.
  • 3:45 - 3:47
    Então, nada que necessitasse de mudança.
  • 3:47 - 3:53
    Mas, nos últimos anos,
    o hospital foi vendido.
  • 3:53 - 3:57
    Uma, duas, três, por fim quatro vezes
  • 3:58 - 4:00
    para uma empresa de capital aberto.
  • 4:00 - 4:04
    E cada investidor pagou
    um valor mais alto pelo hospital,
  • 4:04 - 4:07
    portanto cada investidor teve
    que pressionar mais o hospital
  • 4:07 - 4:11
    para aumentar os lucros,
    para obter de volta o valor pago.
  • 4:11 - 4:16
    Forçaram meu pai a terceirizar a cozinha
    para um fornecedor mais barato.
  • 4:16 - 4:19
    Forçaram ele a demitir metade dos médicos
  • 4:19 - 4:22
    e reduzir o tempo permitido
    para atender cada paciente.
  • 4:22 - 4:28
    Hoje o lugar é cheio de trabalhadores
    e pacientes frustrados.
  • 4:29 - 4:35
    Agora, são parte de uma grande corporação
    que administra 70 mil leitos de hospital,
  • 4:35 - 4:38
    e recebem ordens e instruções de Paris,
  • 4:38 - 4:41
    a 2 mil quilômetros de sua sede.
  • 4:42 - 4:46
    Ou seja, as decisões são tomadas
  • 4:46 - 4:49
    por quem nunca sequer
    esteve nesse hospital.
  • 4:50 - 4:52
    Eles não sabem do que se precisa lá.
  • 4:52 - 4:54
    Eles não sabem o que significa
  • 4:54 - 4:56
    mandar os médicos passarem
    não mais que cinco minutos
  • 4:56 - 4:58
    na primeira conversa com os pacientes.
  • 4:58 - 5:01
    Esse caras de Paris só sabem uma coisa.
  • 5:01 - 5:05
    Têm que produzir números melhores.
  • 5:05 - 5:07
    Se não, estão demitidos.
  • 5:07 - 5:11
    E, o que mais me incomoda,
    não podemos culpá-los!
  • 5:11 - 5:12
    Eles não são pessoas ruins!
  • 5:12 - 5:14
    Eles consomem orgânicos, etc.
  • 5:14 - 5:18
    Sabe, essas pessoas são pressionadas
  • 5:18 - 5:21
    pela bolsa de valores,
    por acionistas anônimos
  • 5:21 - 5:23
    e, para ser mais preciso,
  • 5:23 - 5:29
    por supercomputadores e algoritmos
    que fazem 99% das negociações da Bolsa
  • 5:29 - 5:32
    e vendem e compram propriedades
    em nanosegundos.
  • 5:32 - 5:37
    Essas pessoas não podem se comportar
    como proprietários responsáveis.
  • 5:37 - 5:42
    Não é permitido a eles
    se identificarem com o que possuem.
  • 5:43 - 5:46
    Eles controlam o negócio,
    mas não estão conectados a ele.
  • 5:46 - 5:49
    E o hospital do meu pai é só um exemplo.
  • 5:50 - 5:51
    Acontece por toda parte.
  • 5:51 - 5:55
    Todo dia, centenas de empresas
    guiadas por um propósito
  • 5:55 - 5:58
    são compradas por grandes corporações
    guiadas pelo lucro.
  • 5:59 - 6:03
    E todas perdem as pessoas
    que cuidavam delas.
  • 6:03 - 6:06
    Perdem seus pais.
  • 6:06 - 6:09
    E acabam com... com o quê?
  • 6:09 - 6:14
    Com proprietários ausentes,
    com especuladores.
  • 6:14 - 6:19
    E esse devorar de pequenas empresas
    por grandes corporações
  • 6:19 - 6:22
    não apenas cria empresas sem pais.
  • 6:22 - 6:28
    Também cria uma economia centralizada
    com cada vez menos corporações.
  • 6:28 - 6:32
    Os EUA perderam, nesse caminho,
    nos últimos 20 anos,
  • 6:32 - 6:35
    metade de suas corporações.
  • 6:35 - 6:40
    Então, os proprietários ausentes
    não estão só envenenando nossas empresas,
  • 6:40 - 6:46
    eles são os inimigos da sociedade
    de mercado descentralizado.
  • 6:46 - 6:51
    Agora, senhoras e senhores, quem são eles?
  • 6:52 - 6:54
    São os ricos?
  • 6:54 - 6:57
    São os super-ricos?
  • 6:57 - 6:59
    São as grandes corporações?
  • 7:01 - 7:03
    Errado.
  • 7:03 - 7:05
    Vejam.
  • 7:05 - 7:10
    Daqui vem o capital investido na Bolsa.
  • 7:10 - 7:17
    Oitenta e sete por cento
    vem de seguros e fundos de pensão.
  • 7:17 - 7:19
    De todos nós.
  • 7:20 - 7:22
    É o nosso dinheiro, esse é o escândalo.
  • 7:22 - 7:24
    Só imaginem isso,
  • 7:24 - 7:29
    nós, quase-ricos ocidentais,
    criamos um sistema,
  • 7:29 - 7:35
    um círculo vicioso que pega
    nosso dinheiro e usa-o contra nós.
  • 7:36 - 7:42
    Quando percebi isso, não pude acreditar.
  • 7:42 - 7:44
    Como é possível?
  • 7:44 - 7:47
    A propriedade privada, essa grande ideia,
  • 7:48 - 7:51
    tem duas faces.
  • 7:52 - 7:56
    Ela pode gerar responsabilidade, certo.
  • 7:56 - 8:01
    Mas, ao mesmo tempo, a propriedade privada
    de proprietário ausente
  • 8:01 - 8:03
    pode destruir a responsabilidade.
  • 8:03 - 8:08
    Pode criar um vazio,
  • 8:08 - 8:12
    uma situação na qual ninguém
    se sente responsável.
  • 8:12 - 8:15
    Essa foi a primeira parada
    da nossa viagem.
  • 8:15 - 8:16
    Vamos prosseguir.
  • 8:17 - 8:19
    Entendemos a doença, eu diria.
  • 8:20 - 8:22
    Vamos procurar a cura.
  • 8:22 - 8:29
    Como se parece uma empresa
    que tem pais de verdade?
  • 8:29 - 8:32
    Uma empresa em que poderíamos confiar.
  • 8:32 - 8:36
    Ernst Abbe, co-proprietário da Zeiss,
  • 8:36 - 8:40
    encontrou uma forma de fazer isso
    por sua empresa há 130 anos.
  • 8:40 - 8:44
    Zeiss é uma típica campeã alemã escondida.
  • 8:44 - 8:49
    Líder no mercado mundial de microscópios,
    com 70 mil empregados.
  • 8:49 - 8:54
    E nenhum de nossos celulares e notebooks
    poderiam ser produzidos sem a Zeiss.
  • 8:54 - 8:56
    Então, é uma empresa importante.
  • 8:56 - 9:02
    Ernst Abbe pensou muito sobre propriedade
    quando seu sócio faleceu.
  • 9:02 - 9:04
    Ele se perguntou:
  • 9:05 - 9:12
    "Eu criei toda essa riqueza?
    Tudo isso foi meu trabalho?
  • 9:13 - 9:14
    Não.
  • 9:15 - 9:18
    Meus trabalhadores fizeram a maior parte.
  • 9:18 - 9:22
    Até minha criação do microscópio,
  • 9:22 - 9:27
    só foi possível graças a muitas gerações
    de cientistas e pesquisadores".
  • 9:28 - 9:30
    Então ele escreveu, e eu cito agora:
  • 9:31 - 9:36
    "A lei me concede total direito
    sobre esta empresa.
  • 9:36 - 9:40
    A lei me dá direito a tudo.
  • 9:41 - 9:44
    Mas sinto que não é certo.
  • 9:44 - 9:46
    Não é tudo meu.
  • 9:46 - 9:50
    Ela também pertence
    aos trabalhadores e à sociedade".
  • 9:50 - 9:52
    O que esse homem faz, então?
  • 9:53 - 9:57
    Ele percebeu que não existiam
    formas legais de propriedade
  • 9:57 - 9:59
    que refletissem seu pensamento.
  • 10:00 - 10:03
    Ele era um inventor,
    então, ele inventou algo.
  • 10:03 - 10:08
    Ele usou a forma legal
    de uma fundação sem fins lucrativos,
  • 10:08 - 10:13
    e doou toda a empresa a essa fundação.
  • 10:13 - 10:16
    Então, é a primeira
    empresa fundacional do mundo.
  • 10:16 - 10:23
    A partir desse momento,
    Zeiss pertencia a si mesma.
  • 10:24 - 10:29
    Nenhum proprietário ausente pode liderar
    à distância e usar a Zeiss contra nós.
  • 10:29 - 10:31
    Nenhum fundo especulativo pode comprá-la,
  • 10:31 - 10:34
    porque não se trata mais
    de um bem negociável.
  • 10:34 - 10:40
    Em vez disso, há pessoas habilidosas
    que administram por um tempo,
  • 10:40 - 10:44
    sem direito de vender ou herdar a empresa.
  • 10:44 - 10:48
    E os lucros são reinvestidos ou doados.
  • 10:48 - 10:52
    Suas doações têm financiado
    diversas universidades,
  • 10:52 - 10:56
    e toda a cidade de Jena, na Alemanha,
    foi basicamente reformada com elas.
  • 10:56 - 11:01
    Essa empresa existe há mais de 130 anos,
  • 11:01 - 11:03
    sobreviveu a diversos sistemas políticos,
  • 11:04 - 11:06
    e ainda é altamente bem-sucedida.
  • 11:06 - 11:10
    Há pouco estive lá e os trabalhadores
    disseram: "A empresa nos pertence".
  • 11:10 - 11:14
    E o interessante é que eles
    são muito motivados,
  • 11:14 - 11:18
    porque sabem que não estão trabalhando
    para o bolso privado de alguém,
  • 11:18 - 11:20
    estão trabalhando por um propósito.
  • 11:21 - 11:28
    Então Ernst Abbe descobriu
    a cura da propriedade privada,
  • 11:29 - 11:30
    e, assim,
  • 11:30 - 11:36
    redefiniu, revolucionou a forma
    como entendemos a propriedade.
  • 11:37 - 11:40
    E a boa notícia é: ele não está sozinho.
  • 11:41 - 11:44
    Muitas outras empresas
    também encontram a cura.
  • 11:44 - 11:48
    A famosa Bosch, por exemplo,
    só tem administradores.
  • 11:48 - 11:53
    A Parceria John Lewis tornou
    70 mil funcionários em administradores.
  • 11:54 - 11:57
    Rolex na Suíça, Playmobil
    e Dr. Hauschka na Alemanha,
  • 11:57 - 11:58
    e muitas outras.
  • 11:58 - 12:00
    Estudei muitas delas.
  • 12:00 - 12:04
    Visitei, fiz entrevistas,
  • 12:04 - 12:05
    e descobri
  • 12:06 - 12:12
    que todas seguem duas regras simples,
    as duas regras da administração.
  • 12:12 - 12:17
    Ou poderíamos dizer também as duas regras
    de desmercantilização da empresa.
  • 12:17 - 12:19
    Então, quais são as duas regras?
  • 12:20 - 12:24
    A primeira é a regra da autodeterminação.
  • 12:24 - 12:30
    A regra da autodeterminação diz:
    certifique-se de que a empresa
  • 12:30 - 12:35
    ou o controle da empresa
    não é um bem negociável.
  • 12:36 - 12:38
    Vou falar de novo. É importante.
  • 12:38 - 12:41
    Certifique-se de que o controle da empresa
  • 12:41 - 12:43
    não é um bem negociável.
  • 12:43 - 12:46
    Ou seja, a empresa não é uma coisa.
  • 12:46 - 12:48
    Não é um sapato,
    que se pode vender ou comprar.
  • 12:48 - 12:51
    Não é uma marionete do mercado de ações.
  • 12:51 - 12:54
    Mas é um ser.
  • 12:54 - 12:57
    É um ser que tem administradores
    que são apenas administradores.
  • 12:57 - 13:00
    Desde que estejam conectados
    ao propósito da empresa.
  • 13:00 - 13:03
    Eles não podem vender, não podem
    apenas passar para seus filhos.
  • 13:03 - 13:04
    Essa é a primeira regra.
  • 13:04 - 13:07
    A segunda regra é a do propósito.
  • 13:08 - 13:14
    E essa regra diz: certifique-se
    de que o lucro seja o meio.
  • 13:14 - 13:19
    Lucro é importante, mas é o meio
    para atingir um fim, não o fim em si.
  • 13:19 - 13:21
    Vou repetir, porque
    é uma regra importante.
  • 13:21 - 13:25
    O lucro é visto com o meio para um fim,
    e não como o fim em si.
  • 13:25 - 13:30
    Ou seja, o lucro é majoritariamente
    reinvestido ou doado.
  • 13:31 - 13:37
    Isso significa que essas empresas existem
    para criar valor para nós,
  • 13:37 - 13:41
    para resolver problemas no mundo,
    não para fazer dinheiro.
  • 13:42 - 13:43
    Elas existem para nós.
  • 13:44 - 13:48
    Agora, essas duas regras
    são muito simples.
  • 13:48 - 13:52
    Isso é tudo, basicamente,
    que tenho a dizer hoje.
  • 13:52 - 13:56
    Mas, ao mesmo tempo,
    elas são revolucionárias.
  • 13:57 - 14:02
    Elas são, de fato,
    negócios de família 2.0.
  • 14:03 - 14:09
    Em vez de dar sua empresa
    para seus parentes -
  • 14:09 - 14:12
    sabe, a loteria do esperma, etc. -
  • 14:12 - 14:14
    em vez de dar aos seus parentes,
  • 14:14 - 14:20
    você dá a propriedade da empresa
    a parentes de valores e habilidades.
  • 14:20 - 14:25
    Sabe, isso significa que você se certifica
    de que a empresa tem pais
  • 14:26 - 14:28
    e não especuladores.
  • 14:28 - 14:32
    Então, nossa jornada nos levou à solução.
  • 14:32 - 14:35
    Não é propriedade pública nem privada.
  • 14:35 - 14:38
    É algo novo, ou você poderia dizer também,
  • 14:38 - 14:43
    é algo revolucionário,
    mas ao mesmo tempo antigo.
  • 14:43 - 14:47
    É a verdadeira propriedade
    privada, nada mais.
  • 14:47 - 14:51
    Ou, para dizer diferente,
    é propriedade administrativa.
  • 14:51 - 14:55
    A administração de uma empresa
    é como um pai para uma criança.
  • 14:55 - 14:58
    Agora, não paremos a viagem ainda.
  • 14:58 - 15:03
    Vamos entender como exatamente
    podemos executar isso.
  • 15:03 - 15:10
    E claro, o estado não oferece
    propriedade administrativa de forma legal.
  • 15:10 - 15:11
    Não ainda.
  • 15:11 - 15:15
    Você tem que encontrar brechas.
  • 15:15 - 15:17
    Foi o que fiz com a minha empresa.
  • 15:17 - 15:21
    Eu coloquei as duas regras -
    aí estão elas -
  • 15:21 - 15:24
    nos artigos de associação,
  • 15:24 - 15:26
    na constituição da minha empresa.
  • 15:26 - 15:31
    Quando um fundo especulativo surge, pode
    obviamente lhe dar um monte de dinheiro,
  • 15:31 - 15:32
    e você pode mudar a regra.
  • 15:32 - 15:36
    Para prevenir isso, criamos uma fundação
  • 15:36 - 15:40
    que possui direito de veto,
    uma ação de ouro,
  • 15:40 - 15:44
    e previne mudanças nas regras.
  • 15:44 - 15:47
    Depois que tornei isso público,
  • 15:47 - 15:52
    muitos trabalhadores e clientes
    me escreveram e me falaram
  • 15:52 - 15:56
    que isso mudou completamente
    a relação deles com a nossa empresa.
  • 15:56 - 15:58
    Eles não são mais instrumentos
    para me tornar rico.
  • 15:59 - 16:02
    A empresa realmente está lá para eles.
  • 16:03 - 16:07
    Quando falo sobre isso com economistas
  • 16:07 - 16:09
    ou advogados tradicionais, eles dizem:
  • 16:09 - 16:14
    "Armin, sério, você é ingênuo;
    isso não vai funcionar.
  • 16:14 - 16:17
    Você está desligando
    a engrenagem do capitalismo".
  • 16:17 - 16:21
    Sim, estou. Mas a coisa boa é...
  • 16:21 - 16:22
    (Risos)
  • 16:23 - 16:24
    A coisas boa é
  • 16:25 - 16:28
    que muitos estudos de centenas
    de empresas administrativas
  • 16:28 - 16:31
    provam que os economistas
    tradicionais estão errados.
  • 16:32 - 16:35
    Estudos mostram que essas
    empresas administrativas
  • 16:35 - 16:41
    têm 6 vezes mais chances
    de sobreviver após 40 anos.
  • 16:41 - 16:42
    Elas vivem mais.
  • 16:42 - 16:47
    E são mais lucrativas
    a médio e longo prazo.
  • 16:47 - 16:50
    Dados mostram: os clientes confiam mais,
  • 16:50 - 16:55
    os trabalhadores ganham mais, ficam
    mais na empresa e são mais motivados.
  • 16:55 - 16:58
    A propriedade administrativa é, de fato,
    melhor para nossas empresas,
  • 16:58 - 17:00
    e melhor para todos nós.
  • 17:00 - 17:03
    É a cura para o veneno
    do proprietário ausente.
  • 17:03 - 17:09
    E essa é a razão pela qual juntei-me
    a muitos outros empreendedores
  • 17:09 - 17:14
    para criar a Purpose Foundation,
    que ajuda outros empreendedores
  • 17:14 - 17:17
    a começar e transformar empresas
    baseadas no proprietário administrador.
  • 17:17 - 17:22
    Também criamos o Fundo de Investimento
    para Transformação da Propriedade
  • 17:22 - 17:27
    que ajuda empresas,
    e pode comprar outras empresas
  • 17:27 - 17:31
    e garantir que elas nunca voltem a ter
    proprietários ausentes novamente.
  • 17:32 - 17:34
    Então, concluindo.
  • 17:34 - 17:37
    Não podemos, obviamente,
    apenas dizer: "Foda-se o capitalismo".
  • 17:37 - 17:43
    Mas podemos parar de ser marionetes
    de proprietários ausentes,
  • 17:43 - 17:46
    de acionistas anônimos.
  • 17:46 - 17:49
    Todos conhecemos esse sentimento
  • 17:49 - 17:54
    de impotência diante
    do gigantesco sistema anônimo,
  • 17:54 - 17:57
    um animal selvagem
    que hoje chamamos de economia.
  • 17:57 - 17:59
    Mas, senhoras e senhores,
  • 17:59 - 18:03
    como esse animal selvagem
    tem tantas braços a nos ferir
  • 18:03 - 18:06
    se não cedemos os nossos a ele?
  • 18:06 - 18:12
    Como pode ter tantos pés
    para pisar em nossas economias
  • 18:12 - 18:15
    se não são nossos pés?
  • 18:15 - 18:20
    Como pode ter tanto poder sobre nós
    se não através de nós?
  • 18:21 - 18:23
    Podemos domar esse animal.
  • 18:24 - 18:26
    Podemos parar de ser marionetes.
  • 18:27 - 18:31
    Podemos, se estivermos infelizes
    em nosso trabalhos,
  • 18:31 - 18:35
    se você é um empreendedor
    ou empregado frustrado,
  • 18:35 - 18:38
    podemos nos unir,
  • 18:38 - 18:41
    e você pode fazer uma oferta
    ao dono ausente para comprar
  • 18:41 - 18:43
    e reivindicar sua empresa.
  • 18:44 - 18:49
    Não deixemos nossas empresas
    e economia para esses animais selvagens,
  • 18:49 - 18:51
    nem para capitalistas gananciosos
    ou burocratas estúpidos.
  • 18:51 - 18:53
    Vamos reivindicá-las.
  • 18:53 - 18:54
    Vamos reconquistá-las.
  • 18:54 - 18:59
    Vamos nos tornar verdadeiros
    administradores da nossa economia.
  • 18:59 - 19:02
    Não por lucro, mas por um propósito.
  • 19:02 - 19:03
    Obrigado.
  • 19:03 - 19:05
    (Aplausos)
Title:
Transformando a propriedade para melhorar a economia | Armin Steuernagel | TEDxZurich
Description:

A propriedade privada de empresas impulsiona nosso sistema econômico, mas também criou empresas que colocam o lucro acima de tudo, uma sociedade dividida e um planeta à beira da destruição. Armin Steuernagel propõe uma nova maneira de pensar sobre a propriedade: propriedade administrada, que substitui os executivos por líderes verdadeiramente responsáveis ​​e responsáveis e cria uma economia em que as empresas são de propriedade dos mais capazes, não pelo maior lance, e onde um propósito está no cerne do DNA de cada empresa.
Empreendedor e autor, Armin fundou seu primeiro negócio aos 16 anos. Ele é co-fundador e sócio-gerente da Fundação do Propósito e da Capital do Propósito. Ele trabalha para ajudar as empresas a se manterem motivadas pela missão, transformando a estrutura da propriedade: elas se tornam empresas detentoras de serviços administrativos. Armin é membro do Clube de Roma, TT30, co-fundador da ONG Democracia Internacional e co-fundador da Rede de Pesquisas Neopolis.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite https://www.ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
19:19

Portuguese, Brazilian subtitles

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