Epidemias e o fim da humanidade | Rosalind Eggo | TEDxThessaloniki
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0:16 - 0:19Há 100 anos, o novo vírus da gripe surgiu,
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0:19 - 0:23se espalhou pelo mundo e matou
de 50 milhões a 100 milhões de pessoas. -
0:24 - 0:27Para cada 40 pessoas
infectadas pela gripe, -
0:27 - 0:29uma delas morreu.
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0:29 - 0:31E você pensa: "Talvez não seja
uma probabilidade tão ruim", -
0:31 - 0:34mas, na mais recente pandemia de gripe,
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0:34 - 0:38para cada pessoa que morreu
haveria provavelmente 10 mil casos. -
0:38 - 0:41O que significa que a pandemia de 1918
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0:41 - 0:43foi a pior pandemia da história.
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0:43 - 0:47Aqui está um gráfico mostrando
as mortes semanais na época da pandemia -
0:47 - 0:49em Nova York, Londres, Paris e Berlim.
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0:50 - 0:54Você pode ver claramente,
no meio, a maior onda da pandemia. -
0:54 - 0:57Da América do Norte até a Europa
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0:57 - 1:00essa pandemia estava
acontecendo ao mesmo tempo. -
1:00 - 1:05Essa sincronicidade é uma característica
comum da pandemia de gripe. -
1:05 - 1:09Mas em 1918 não só houve
a maior pandemia de gripe, -
1:09 - 1:12como também foi o final
da Primeira Guerra Mundial. -
1:12 - 1:14E eu marquei aqui o Armistício,
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1:14 - 1:17em branco, o fim oficial
da Primeira Guerra Mundial. -
1:18 - 1:22Você pode ver que não foi apenas
um período terrível para a Europa, -
1:22 - 1:25mas os dados eram coletados pelas mortes.
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1:25 - 1:29E isso mostra que doenças
infecciosas são prioridade -
1:29 - 1:31e precisamos coletar esse tipo de dados
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1:31 - 1:35para entender como e por que
essas epidemias acontecem. -
1:35 - 1:40Ferramentas de computação e matemática
podem ser usadas para esse tipo de dado -
1:40 - 1:44para entender o processo de transmissão
e como a epidemia está ocorrendo -
1:44 - 1:49com a finalidade de tentar desenvolver
intervenções, métodos de controle -
1:49 - 1:53para reduzir a epidemia
e diminuir a transmissão. -
1:54 - 1:58A diferença entre epidemias
e pandemias são de escala. -
1:58 - 2:01Como são palavras gregas,
você provavelmente já as conhece, -
2:01 - 2:04mas, para quem não conhece,
farei uma breve explicação. -
2:04 - 2:07Uma epidemia é geograficamente
localizada em um lugar. -
2:07 - 2:13Por exemplo, a recente epidemia do ebola
no Oeste da África aconteceu apenas lá, -
2:13 - 2:15consequentemente isso é uma epidemia.
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2:15 - 2:19A pandemia de gripe de 1918
espalhou-se por todo o mundo. -
2:19 - 2:22E espalhar-se pelo mundo
é o que a define como uma pandemia. -
2:22 - 2:25Quando temos uma nova epidemia,
o que realmente nos interessa -
2:25 - 2:28é o quão rápido está se expandindo
de pessoa para pessoa. -
2:28 - 2:31E definimos isso
como o número de reprodução. -
2:31 - 2:35O número de reprodução
é a quantidade média de novos casos -
2:35 - 2:38que cada pessoa infectada causa no início.
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2:38 - 2:40Se você for a primeira pessoa
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2:40 - 2:43que pegou um novo vírus
ou um novo patógeno, -
2:43 - 2:47e mais ninguém teve isso,
quantas pessoas você pode infectar? -
2:47 - 2:51Vamos pensar, por exemplo,
que uma pessoa infectada entra na sala. -
2:51 - 2:56E se o número de reprodução é dois,
esperamos dois novos casos dessa pessoa. -
2:57 - 3:01E se essas duas pessoas infectam
mais dois de seus amigos, -
3:01 - 3:04elas podem não ter mais dois amigos,
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3:04 - 3:06mas agora nós temos quatro casos.
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3:06 - 3:11E se esses quatro infectarem
mais dois cada, e assim por diante, -
3:11 - 3:13você verá que a epidemia crescerá.
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3:13 - 3:15Então o número de reprodução,
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3:15 - 3:19a média de pessoas
que cada contagioso infecta, -
3:19 - 3:22realmente determina
o quão rápido a epidemia cresce. -
3:23 - 3:26Bom, isso é verdade,
especialmente no início. -
3:26 - 3:30Mas, seguindo assim,
com cada pessoa infectando duas, -
3:30 - 3:33passo a passo, como mostramos aqui,
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3:33 - 3:38no trigésimo terceiro passo,
todos na Terra estariam infectados. -
3:38 - 3:40E sabemos que isso não acontece.
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3:40 - 3:43Então, por que isso não acontece?
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3:43 - 3:47Bom, porque você começa a ficar
sem pessoas suscetíveis, -
3:47 - 3:49ou seja, pessoas que não se infectaram,
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3:49 - 3:52e isso é chamado
de diminuição de suscetíveis. -
3:52 - 3:55Para demonstrar isso,
vamos imaginar que essa pessoa aqui, -
3:55 - 3:57vamos chamá-la de Christina,
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3:57 - 3:59foi infectada no segundo passo,
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3:59 - 4:02o que parece ser muita falta de sorte.
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4:02 - 4:04Christina é amiga de Spyros.
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4:05 - 4:10Então, quando Spyros fica infectado
e tenta infectar mais dois, -
4:10 - 4:13uma dessas pessoas é a Christina.
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4:14 - 4:15Mas ela já foi infectada.
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4:15 - 4:20Aqui ela está em azul,
porque já tem imunidade à infecção -
4:20 - 4:22agora que está recuperada.
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4:22 - 4:24Então, quando Spyros tenta
infectá-la, não consegue, -
4:24 - 4:28e isso significa que o número
de infectados diminui. -
4:28 - 4:32E se isso é verdade para outras pessoas
da população, como essas, -
4:32 - 4:36então você começamos a ver uma diminuição
no número de pessoas infectadas. -
4:36 - 4:38Isso é a diminuição de suscetíveis.
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4:38 - 4:42E vou lhes mostrar como incorporamos
esse tipo de processo -
4:42 - 4:44em modelos de transmissão.
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4:45 - 4:47Se seguirmos um modelo, algo como a gripe,
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4:47 - 4:49a primeira coisa que fazemos
é dividir a população -
4:49 - 4:51em três grupos de doenças.
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4:52 - 4:55Aqui, temos pessoas
suscetíveis à infecção, -
4:55 - 4:57capazes, portanto, de serem infectadas.
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4:57 - 5:00Podemos ver pessoas contagiosas,
que têm a infeção -
5:00 - 5:02e a estão transmitindo a outras pessoas.
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5:02 - 5:06E em azul temos
o grupo recuperado ou morto. -
5:06 - 5:09Normalmente presumimos
que, quando as pessoas se recuperam, -
5:09 - 5:10elas estão protegidas.
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5:10 - 5:14Mas, se tiver sido uma infecção severa,
elas também podem ter morrido. -
5:14 - 5:17Todos na população
pertencem a um desses grupos. -
5:17 - 5:23Determinamos os índices
de transmissão entre cada grupo. -
5:23 - 5:27Então, quando você se infecta,
isso acontece nos índices de transmissão -
5:27 - 5:31e, quando as pessoas se recuperam,
isso acontece nos índices de recuperação. -
5:31 - 5:34Então esse índice de transmissão
é o mais importante -
5:34 - 5:37quando pensamos no quão rápido
a epidemia cresce. -
5:37 - 5:42O que queremos definir é, quando existe
uma pessoa contagiosa na população -
5:42 - 5:46e ela sai e faz contato
com pessoas que conhece, -
5:46 - 5:50qual a probabilidade de ela passar
a infecção para seus contatos? -
5:51 - 5:55O que fazemos quando matematicamente
definimos o índice de transmissão -
5:55 - 5:57é dividi-lo em quatro partes.
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5:57 - 6:00Primeiramente, nosso índice de transmissão
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6:00 - 6:03é igual ao número de pessoas contagiosas.
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6:03 - 6:05Quanto mais pessoas contagiosas,
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6:05 - 6:07maiores os índices de transmissão
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6:07 - 6:11porque existem muitas pessoas por aí
infectando outras. -
6:12 - 6:16Então multiplicamos isso pelo número
de contatos que cada pessoa tem em média. -
6:16 - 6:21Pode-se ver que pessoas contagiosas
fazem esses contatos aleatoriamente -
6:21 - 6:25com pessoas suscetíveis,
contagiosas ou recuperadas. -
6:25 - 6:29Então incluímos a probabilidade
de infecção de um contato. -
6:29 - 6:33Qual a chance de, quando uma pessoa
contagiosa encontrar uma suscetível, -
6:33 - 6:35passar para ela a infecção?
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6:35 - 6:39Para a gripe, a probabilidade
é em torno de 10% ou algo assim. -
6:39 - 6:42E, finalmente, incluímos
a parcela da população -
6:42 - 6:44que é suscetível.
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6:44 - 6:48No início de uma epidemia, quando
a maioria das pessoas são suscetíveis, -
6:48 - 6:49ou seja, elas não se infectaram,
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6:49 - 6:54a probabilidade de encontrar
alguém suscetível é grande. -
6:54 - 6:59Porém, mais tarde, quando isso cresce,
as pessoas suscetíveis diminuem -
6:59 - 7:03e fica cada vez mais improvável
encontrar uma pessoa suscetível. -
7:03 - 7:07Vejamos como isso é incorporado
nos nossos modelos. -
7:08 - 7:10Vamos ver como é uma epidemia,
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7:10 - 7:13uma simulação de epidemia
em 5 mil pessoas. -
7:13 - 7:17Vocês podem ver que a faixa cinza
marca o grupo suscetível, -
7:17 - 7:19que se inicia com 5 mil,
que é todo mundo, -
7:19 - 7:22além daquela pessoa contagiosa no início.
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7:22 - 7:25Em vermelho, pode-se ver
a epidemia contagiosa -
7:25 - 7:28e, em azul, o grupo recuperado no fim.
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7:29 - 7:31Então, você deve ter notado
que, neste ponto, -
7:31 - 7:35quando metade dos suscetíveis
foram infectados, -
7:35 - 7:39essa parte da equação,
a parcela dos suscetíveis, -
7:39 - 7:40é cortada pela metade,
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7:40 - 7:44o que realmente diminui
o índice de transmissão. -
7:44 - 7:47E isso é importante,
porque é essa diminuição de suscetíveis, -
7:47 - 7:49ou seja, a redução
das pessoas suscetíveis, -
7:49 - 7:53que gera o pico e o declínio da epidemia.
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7:53 - 7:57Agora, quem tiver olhos de águia
deve ter percebido -
7:57 - 8:02que, se desenharmos uma linha horizontal
em 5 mil, o que é a população total, -
8:02 - 8:06no fim da epidemia tem uma pequena lacuna.
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8:06 - 8:09Tem uma lacuna entre o número total
de pessoas suscetíveis -
8:09 - 8:12e o número de pessoas
que foram infectadas no total. -
8:12 - 8:16E isso porque algumas pessoas
não se infectam. -
8:16 - 8:18Os sortudos.
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8:18 - 8:23Então o número total de infectados
e o tamanho da lacuna -
8:23 - 8:25são determinados
pelo número de reprodução, -
8:25 - 8:28de quão infeccioso o agente patogênico é.
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8:28 - 8:31Vamos ver como se dá essa relação.
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8:31 - 8:33O que estou mostrando aqui,
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8:33 - 8:39no eixo horizontal podemos ver
o número de reprodução de zero a cinco. -
8:39 - 8:42E no eixo vertical podemos ver
o percentual da população -
8:42 - 8:45que foi infectada no total.
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8:45 - 8:48Vamos ver alguns patógenos
de que vocês já devem ter ouvido falar -
8:48 - 8:50e verificar quais são
seus números de reprodução. -
8:51 - 8:57Aqui, por exemplo, gripes sazonais,
provavelmente entre 1,4 e 1,5; -
8:57 - 9:01ebola, por volta de 2;
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9:01 - 9:04pandemia de gripe, talvez 2,5;
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9:04 - 9:07SARS, por volta de 3;
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9:07 - 9:09e varíola, por volta de 5.
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9:09 - 9:15Para cada caso de varíola
que podemos ver na população, -
9:15 - 9:18esperamos mais cinco novos casos.
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9:18 - 9:20Então, qual a relação?
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9:21 - 9:25Aqui pode-se ver que, de zero a um,
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9:25 - 9:27quando o número de reprodução
é menor que um, -
9:27 - 9:29ninguém é infectado.
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9:29 - 9:32E isso porque, se você infecta
menos de uma pessoa -
9:32 - 9:35para cada pessoa infectada,
não existe epidemia. -
9:35 - 9:37Então decola rapidamente
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9:37 - 9:40e parece próximo de 100%.
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9:40 - 9:41Mas não exatamente.
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9:41 - 9:44Essa linha não chega exatamente aos 100%.
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9:44 - 9:48E para mostrar isso, vamos dar uma olhada
nos números ainda maiores de reprodução. -
9:49 - 9:51Aqui podemos ver o mesmo gráfico,
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9:51 - 9:55mas agora o eixo horizontal
começa em cinco e vai até dez, -
9:55 - 9:58e o eixo vertical é muito maior.
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9:58 - 10:03Alguns patógenos nessas regiões são
a coqueluche, que causa tosse convulsiva, -
10:03 - 10:07e poliomielite e difteria
também estão por aqui. -
10:07 - 10:12De novo, vemos a linha crescer
conforme os números de reprodução. -
10:12 - 10:17Mas ainda não atinge 100%,
mesmo parecendo que sim. -
10:17 - 10:22Então, como seria se fosse
ainda maior que isso? -
10:22 - 10:24Vamos dar uma olhada agora,
no mesmo gráfico, -
10:24 - 10:29mas agora o eixo horizontal
começa em 10 e vai até 15. -
10:29 - 10:34Patógenos infecciosos assim
são coisas tipo o norovírus. -
10:34 - 10:38Se você não fizer a devida higiene,
então será por volta de 14. -
10:38 - 10:41Sarampo, na ausência de vacinação,
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10:41 - 10:44o número de reprodução está entre 12 e 18.
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10:44 - 10:47Se ninguém é vacinado
e há um caso de sarampo, -
10:47 - 10:51a expectativa é ver por volta
de 15 casos a mais de sarampo. -
10:51 - 10:55E esses são alguns dos patógenos
mais infecciosos que temos. -
10:56 - 11:01Então, aqui, a linha na verdade
não vai atingir 100%. -
11:01 - 11:05Realmente não vai chegar lá,
não importa quão infeccioso é o patógeno, -
11:05 - 11:07o que é uma ótima notícia.
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11:08 - 11:13Então, se existisse um patógeno
tão infeccioso como esse, -
11:13 - 11:16muito infeccioso,
sobre o qual não soubéssemos nada, -
11:16 - 11:21que não tivesse medidas de controle,
nem intervenções, nem vacina -
11:21 - 11:25e acabasse matando todo mundo,
o que é extremamente improvável, -
11:25 - 11:29mesmo assim não conseguiríamos
acabar com a humanidade. -
11:29 - 11:31Então, respondendo essa questão,
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11:31 - 11:34não, um patógeno não vai acabar
com a humanidade. -
11:34 - 11:39O que é uma ótima notícia para nós,
contanto que os sobreviventes, -
11:39 - 11:43as pessoas que restaram,
gostem umas das outras o suficiente -
11:43 - 11:46para repopularem o planeta.
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11:46 - 11:48(Risos)
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11:48 - 11:49Então isso é uma boa notícia.
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11:49 - 11:52Mas, normalmente,
o que faço no meu trabalho -
11:52 - 11:55não é apenas evitar
que epidemias aconteçam. -
11:55 - 11:59O objetivo do meu trabalho
é tentar entender as transmissões -
11:59 - 12:02para desenvolver e avaliar
medidas de controle. -
12:02 - 12:04Medidas de controle são coisas
-
12:04 - 12:08como fechar escolas ou incentivar pessoas
a não irem trabalhar quando estão doentes -
12:08 - 12:10ou vacinar as pessoas.
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12:10 - 12:15E a finalidade dessas medidas de controle
é que os números de reprodução, -
12:15 - 12:18a média de casos secundários,
seja abaixo de um. -
12:19 - 12:23E isso porque, se cada pessoa contagiosa
infectar menos de uma, -
12:23 - 12:25a epidemia vai diminuir.
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12:25 - 12:28Esse é o objetivo do meu trabalho.
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12:28 - 12:32Agora, preciso contar sobre uma exceção.
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12:32 - 12:35Porque sempre existe um "mas" para isso.
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12:35 - 12:40Tem uma infecção que pode ser um problema.
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12:40 - 12:43É algo sobre o que as pessoas
gostam de pensar -
12:43 - 12:45e inclusive já fizeram filmes sobre isso.
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12:45 - 12:48É a infecção zumbi.
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12:48 - 12:49(Risos)
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12:49 - 12:51Embora seja um pouco mais despreocupante,
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12:51 - 12:53é interessante ver a infecção zumbi
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12:53 - 12:58e imaginar por que isso poderia
acabar com todos na Terra. -
12:59 - 13:02O que faremos é pegar
o mesmo modelo que tínhamos antes. -
13:02 - 13:05Temos os grupos suscetíveis,
contagiosos e recuperados -
13:05 - 13:07e nossos índices de transmissão.
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13:07 - 13:11Então temos o índice de transmissão
dividido em quatro partes. -
13:12 - 13:18Por que a infecção zumbi
pode acabar com todos? -
13:18 - 13:21Bom, primeiramente,
zumbis quebram a primeira regra. -
13:22 - 13:26No nosso modelo presumimos
que pessoas se recuperam da infecção. -
13:26 - 13:30E no meu entendimento,
ninguém se recupera de uma infecção zumbi. -
13:30 - 13:33Não existem filmes
sobre pessoas doentes no fim de semana -
13:33 - 13:35que foram trabalhar na segunda-feira.
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13:35 - 13:36(Risos)
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13:36 - 13:40A outra coisa que presumimos é
que, se pessoas morrem pela infecção, -
13:40 - 13:43elas permanecem mortas,
e zumbis não fazem isso. -
13:43 - 13:44(Risos)
-
13:44 - 13:47Então isso quebra as regras
do nosso modelo. -
13:47 - 13:52Outra coisa é que a probabilidade
de infecção no contato com zumbis -
13:52 - 13:56é muito alta; eu diria que é 100%.
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13:56 - 14:00Então para algo como a gripe, encontrar
alguém contagioso, talvez seja 10%, -
14:00 - 14:04mas, para zumbis, nunca vamos ver
alguém com apenas uma ferida na pele -
14:04 - 14:06que não pega.
-
14:06 - 14:07Então isso quebra essa regra.
-
14:07 - 14:10E, finalmente, lembram que eu disse
-
14:10 - 14:13que presumimos que as pessoas
fazem contato aleatoriamente? -
14:13 - 14:17Bom, zumbis estão atrás
de pessoas suscetíveis. -
14:18 - 14:20Isso quebra essa regra.
-
14:20 - 14:23Isso significa que a única epidemia
que poderia realmente infectar a todos -
14:23 - 14:27e acabar com a humanidade,
seria um apocalipse zumbi. -
14:27 - 14:31E isso é uma ótima notícia
porque zumbis não são reais. -
14:31 - 14:33Muito obrigada.
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14:33 - 14:35(Aplausos)
- Title:
- Epidemias e o fim da humanidade | Rosalind Eggo | TEDxThessaloniki
- Description:
-
Desde a pandemia da gripe espanhola de 1918 até o surto do ebola em 2014 no Oeste Africano, a humanidade tem vivido com medo de uma doença infecciosa potente que poderia marcar seu fim. A doutora Rosalind Eggo é uma modeladora matemática que rastreia a propagação de viroses mortais, na tentativa de pará-las. Nesta palestra, ela combina ciência com humor e responde a questão que todos queremos saber: "Uma pandemia marcará o fim da humanidade?"
Rosalind Eggo é professora assistente na London School of Hygiene & Tropical Medicine no Reino Unido. Ela obteve seu PhD em dinâmica da
pandemia da gripe de 1918 pelo Imperial College London, e trabalhou na Universidade do Texas em Austin, nos EUA. Rosalind trabalha com modelos matemáticos de doenças infecciosas. Isto significa que ela usa métodos de computação e matemática para entender a transmissão dos patógenos na população. O alvo do modelo de doenças infecciosas é entender os caminhos e mecanismos que levam à propagação das infecções, para que nós possamos finalmente desenvolver intervenções para preveni-las. Rosalind trabalhou com análises da pandemia de gripe, ebola, zika, cólera e outros patógenos.Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 14:39