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Soluções baseadas na natureza na luta contra a mudança climática | Thomas Crowther | TEDxLausanne

  • 0:12 - 0:13
    Vida...
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    tem tudo a ver com assumir o desafio.
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    Todos os dias, nosso laboratório reúne
  • 0:19 - 0:22
    alguns dos principais cientistas
    ambientais do mundo,
  • 0:22 - 0:26
    e usa todo esse poder cerebral
    para desesperadamente tentar descobrir
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    como circular uma bola num grupo
    de pessoas sem usar nossas mãos.
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    É muito bom: você segura
    uma bola e um frisbee,
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    arremessa a bola no ar, depois
    o frisbee para outra pessoa
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    que pega o frisbee e depois a bola
    sem que ela toque nas mãos dela.
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    Esse desafio, chamado frisball,
    é inacreditavelmente viciante
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    pelo simples motivo que é muito difícil.
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    As falhas podem ser catastróficas.
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    Mas quando você se empolga
    com esse jogo, se deixa levar
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    e é inacreditável como essas falhas
    simplesmente desaparecem
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    em comparação à verdadeira
    glória do sucesso.
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    (Risos)
  • 1:03 - 1:07
    Sempre pensei que tinha essa obsessão
    com jogos por que penei na universidade.
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    Quando fui expulso da aula
    no final do meu primeiro ano,
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    achei que seria o fim do meu curso.
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    Tive que enfrentar 300 pessoas.
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    Fiquei arrasado, mas um professor
    me chamou de lado e me perguntou:
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    "Por que se incomodar?
  • 1:19 - 1:22
    Por que se incomodar com ecologia
    se você nem vai tentar?"
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    Eu expliquei que sempre
    fui obcecado por biodiversidade.
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    Como a vida surgiu nesse planeta
    continua a ser o maior mistério,
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    sem falar em como se diversificou
    ao redor do globo.
  • 1:31 - 1:33
    Mas simplesmente não consigo acompanhar.
  • 1:33 - 1:36
    É muito difícil continuar motivado
    quando você não consegue acompanhar,
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    além disso, sou disléxico,
  • 1:38 - 1:41
    então não me interessava
    pelas leituras chatas,
  • 1:41 - 1:44
    e, em vez disso, preferia
    jogar com meus amigos.
  • 1:44 - 1:47
    E esse professor me deu
    um conselho muito simples.
  • 1:47 - 1:50
    Ele disse: "Se gosta disso de verdade,
  • 1:50 - 1:53
    por que não fazer da ecologia
    seu próximo jogo?"
  • 1:54 - 1:57
    E sei que parece simples, mas isso
    teve um grande impacto em mim.
  • 1:57 - 2:01
    Ele disse: "Você não precisa tentar
    se esforçar, nem ser mais inteligente,
  • 2:01 - 2:03
    mas se você assumir o desafio,
  • 2:03 - 2:05
    terá mais chances de sucesso,
  • 2:05 - 2:06
    e mesmo que não tenha,
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    ninguém se importará
    se você estiver se divertindo,
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    e, no fim das contas,
    esse é o ponto de tudo isso".
  • 2:11 - 2:14
    Bem, esse simples conselho
    foi muito importante para mim,
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    e oito anos depois,
  • 2:15 - 2:17
    ainda estou estudando biodiversidade,
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    dessa vez, em escala global.
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    Na verdade, estou estudando
    uma das maiores ameaças
  • 2:23 - 2:26
    de todos os tempos que a biodiversidade
    vem enfrentando na mudança climática.
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    Esse tópico deprimente, que cada um
    neste auditório está cansado de saber,
  • 2:32 - 2:35
    então não se preocupem, não vou
    incomodar vocês com detalhes deprimentes.
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    Todos sabemos o quão ameaçador
    é para nós e nossas gerações futuras,
  • 2:40 - 2:45
    mas o grande desafio é descobrir
    como podemos nos engajar
  • 2:45 - 2:47
    e causar um impacto tangível
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    para desacelerar a velocidade
    dessa ameaça devastadora.
  • 2:51 - 2:53
    Porque a atmosfera
    que estamos tentando proteger
  • 2:53 - 2:55
    é incrivelmente fina e vulnerável,
  • 2:56 - 2:59
    é mais ou menos análoga à espessura
    da borracha em um balão.
  • 2:59 - 3:04
    E todo ano, emitimos 10 gigatoneladas
    de carbono nesse espaço.
  • 3:04 - 3:06
    Sei que 1 gigatonelada
    é um número estranho,
  • 3:06 - 3:09
    mas é basicamente
    1 bilhão de toneladas de carbono.
  • 3:09 - 3:15
    Dez gigatoneladas correspondem
    a 27 mil prédios do Empire State.
  • 3:15 - 3:19
    Um pouco disso vai parar no solo,
    e um pouco nos oceanos,
  • 3:19 - 3:21
    mas uma grande parte
    permanece na atmosfera,
  • 3:21 - 3:24
    e está aumentando ano após ano,
  • 3:24 - 3:29
    o que significa que já aumentamos a carga
    em mais ou menos 300 gigatoneladas
  • 3:29 - 3:31
    desde o início da Revolução Industrial.
  • 3:31 - 3:33
    Sou cientista, então gosto de números,
  • 3:33 - 3:36
    então mencionarei alguns números absurdos,
  • 3:36 - 3:38
    mas se conseguirem se lembrar
    de apenas um número,
  • 3:38 - 3:41
    lembrem-se dessas 300 gigatoneladas,
  • 3:41 - 3:45
    porque essa é a escala do problema
    que precisamos abordar.
  • 3:45 - 3:49
    Então, claro, precisamos urgentemente
    de soluções tecnológicas
  • 3:49 - 3:51
    para impedir anualmente
    essas 10 gigatoneladas.
  • 3:51 - 3:53
    Precisamos evitar emissões,
  • 3:53 - 3:57
    mas se queremos capturar
    essas 300 gigatoneladas que já existem,
  • 3:57 - 4:00
    precisaremos de um sistema
    extremamente poderoso.
  • 4:00 - 4:03
    E esse é o sistema que temos até hoje:
  • 4:04 - 4:05
    o sistema natural.
  • 4:06 - 4:09
    Esta é uma linda simulação
    do ciclo do carbono feita pela NASA,
  • 4:09 - 4:11
    mostrando altas concentrações
    de dióxido de carbono,
  • 4:11 - 4:14
    indicadas em vermelho, no início do ano.
  • 4:14 - 4:17
    Mas quando avançamos para a primavera
    e depois para o verão,
  • 4:17 - 4:19
    vemos essas concentrações desaparecerem,
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    como consequência de uma razão simples:
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    o aparecimento das folhas nas árvores.
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    Esse simples processo ecológico
    transforma o ciclo de carbono todo ano,
  • 4:31 - 4:33
    e é um dos vários
    grandes fluxos ecológicos
  • 4:33 - 4:35
    que equilibram um ao outro totalmente.
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    Devido à escala massiva desse sistema,
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    precisamos administrá-lo como sendo
    uma de nossas mais brilhantes opções
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    na luta contra a mudança climática.
  • 4:44 - 4:48
    Mas é também a opção absurda,
    a solução que todos já ouvimos antes:
  • 4:48 - 4:51
    "Plante uma árvore, salve o mundo".
  • 4:51 - 4:55
    mas que claramente não funcionou,
    senão estaríamos bem.
  • 4:55 - 4:59
    Mas o verdadeiro motivo é
    que não conseguimos nos engajar.
  • 4:59 - 5:01
    Porque não é uma solução
    tangível e científica,
  • 5:01 - 5:03
    pelo simples fato
  • 5:03 - 5:06
    de que não temos ideia
    do que é fisicamente possível.
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    Até sabermos o que somos
    capazes de conquistar,
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    quem irá gastar seu tempo e energia
    restaurando ecossistemas
  • 5:12 - 5:14
    se não sabemos qual será o impacto?
  • 5:14 - 5:16
    Observando as melhores soluções
    para a mudança climática,
  • 5:16 - 5:20
    e "Project Drawdown" é uma
    organização genial que as está listando,
  • 5:20 - 5:23
    e no topo da lista, com o potencial
    de eliminar 24 gigatoneladas,
  • 5:23 - 5:25
    está o gerenciamento
    efetivo de refrigeração.
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    Mas se procurarmos nesta lista
    por gerenciamento global de ecossistema,
  • 5:28 - 5:29
    ele não aparece nela,
  • 5:29 - 5:33
    porque não temos ideia
    do potencial global dos ecossistemas.
  • 5:33 - 5:37
    Eles são divididos em partes menores
    e listados abaixo das melhores soluções.
  • 5:37 - 5:41
    De novo, quem vai gastar
    tempo valioso e energia nisso,
  • 5:41 - 5:45
    a não ser que saibamos
    o que podemos conquistar de fato?
  • 5:45 - 5:47
    O grande desafio é que a terra é enorme.
  • 5:47 - 5:50
    É muito difícil compreender
    toda essa informação global.
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    Então temos usado satélites
    muito bem nessas últimas décadas,
  • 5:54 - 5:56
    o que proporciona grande cobertura global,
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    mas eles não conseguem ver
    abaixo da cobertura vegetal.
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    Até recentemente,
  • 6:00 - 6:03
    achávamos que havia cerca
    de 400 bilhões de árvores no planeta.
  • 6:03 - 6:06
    E essa era a base da campanha inicial
    da ONU, "Um Bilhão de Árvores":
  • 6:06 - 6:09
    plantar 1 bilhão de árvores
    para salvar o mundo.
  • 6:09 - 6:12
    Mas sabíamos que precisávamos
    de uma nova geração de modelo
  • 6:12 - 6:15
    que fosse construído de milhões de locais
  • 6:15 - 6:18
    onde as pessoas estariam
    no chão contando árvores
  • 6:18 - 6:23
    e estimando a altura e espécies delas.
  • 6:23 - 6:25
    E uma vez que reuníssemos
    toda essa informação
  • 6:25 - 6:27
    teríamos visões de dentro
    da estrutura dessa floresta.
  • 6:27 - 6:30
    E ao juntar esses milhões de dados
  • 6:30 - 6:33
    usando aprendizado de máquina
    e inteligência artificial,
  • 6:33 - 6:36
    agora podemos começar
    a preencher as lacunas
  • 6:36 - 6:38
    e ver os padrões em densidade arbórea,
  • 6:38 - 6:40
    e como eles variam por meio
    dos gradientes de temperatura
  • 6:40 - 6:43
    da umidade e características do solo,
  • 6:43 - 6:48
    para gerar a primeira compreensão
    quantitativa da densidade arbórea global,
  • 6:48 - 6:50
    revelando, de forma bem simples,
  • 6:50 - 6:53
    que há mais de 3 trilhões de árvores
    em nosso planeta.
  • 6:53 - 6:55
    De novo, sei que é difícil
    entender o que é 1 trilhão,
  • 6:55 - 6:58
    mas, em resumo, é mais
    do que pensávamos anteriormente.
  • 6:58 - 7:00
    E essa simples informação foi suficiente
  • 7:00 - 7:03
    para transformar a campanha
    de 1 bilhão de árvores
  • 7:03 - 7:05
    na campanha de 1 trilhão de árvores.
  • 7:05 - 7:07
    Agora estamos restaurando
    1 trilhão de árvores,
  • 7:07 - 7:09
    e isso está causando um grande impacto.
  • 7:09 - 7:11
    Como sabemos o tamanho dessas árvores,
  • 7:11 - 7:14
    também sabemos que elas armazenam
    cerca de 450 gigatoneladas de carbono.
  • 7:14 - 7:16
    Essa é a base do nosso trabalho.
  • 7:16 - 7:19
    Esses modelos não nos dizem
    apenas onde as árvores estão.
  • 7:19 - 7:22
    Ao caracterizar o ambiente
    que pode suportar as árvores,
  • 7:22 - 7:25
    os modelos também nos ajudam a ver
    onde elas podem existir no planeta,
  • 7:25 - 7:30
    mostrando que há espaço
    para muito mais do que temos hoje.
  • 7:30 - 7:33
    Obviamente, a maior parte dessa terra
    está atualmente coberta por florestas
  • 7:33 - 7:37
    e precisamos de uma grande proporção dela
    para área urbana e agrícola
  • 7:37 - 7:39
    para abrigar uma população
    humana em crescimento.
  • 7:39 - 7:42
    Mas quando retiramos essas terras,
  • 7:42 - 7:44
    ainda sobra algo incrível.
  • 7:45 - 7:50
    Esses são os 0.9 bilhões de hectares
    de terras degradadas,
  • 7:50 - 7:53
    áreas onde as árvores poderiam
    existir naturalmente, mas não existem,
  • 7:53 - 7:56
    muito embora não estejam
    sendo usadas amplamente.
  • 7:56 - 7:59
    Se fôssemos restaurar ecossistemas
    por todas essas terras,
  • 7:59 - 8:02
    haveria um adicional de 1 trilhão
    de árvores nessas áreas
  • 8:02 - 8:09
    e elas armazenariam espantosas
    205 gigatoneladas de carbono.
  • 8:09 - 8:11
    Mas há muita incerteza nesse número.
  • 8:11 - 8:14
    Pode ser um pouco maior ou um pouco menor,
  • 8:14 - 8:15
    mas a escala disso,
  • 8:15 - 8:19
    quando comparada às 300 gigatoneladas
    que mencionei antes,
  • 8:19 - 8:23
    podemos ver que há uma solução
    vasta e muito poderosa
  • 8:23 - 8:26
    de redução de carbono
    nas florestas do mundo.
  • 8:26 - 8:30
    Obviamente, levaria mais de 100 anos
    para acumular todo esse carbono,
  • 8:30 - 8:32
    mas assim que essas árvores
    estiverem no chão,
  • 8:32 - 8:35
    elas não apenas absorverão carbono
    como também produzirão nuvens,
  • 8:35 - 8:38
    as quais refletem muito da energia solar,
  • 8:38 - 8:41
    resfriando o planeta
    com um efeito imediato.
  • 8:42 - 8:45
    Por isso quando anunciamos
    esses dados há menos de dois meses,
  • 8:45 - 8:49
    algo aconteceu, e tudo
    tornou-se completamente viral.
  • 8:49 - 8:53
    As organizações da mídia internacional
    cobriram o assunto em grande escala.
  • 8:53 - 8:58
    Era como se o público finalmente visse
    uma opção para nos engajarmos.
  • 8:58 - 9:01
    E isso foi seguido por um aumento
    inacreditável em financiamentos
  • 9:01 - 9:03
    para projetos de restauração.
  • 9:03 - 9:06
    E vimos projetos começando
    em todo o mundo,
  • 9:06 - 9:10
    e esses são só alguns com os quais nosso
    laboratório está conectado diretamente,
  • 9:10 - 9:14
    embora há milhares de outros surgindo
    para restaurar ecossistemas
  • 9:14 - 9:16
    para a captura de carbono.
  • 9:16 - 9:19
    Mas isso também nos apresentou
    para algumas das maravilhas
  • 9:19 - 9:20
    das mídias sociais,
  • 9:20 - 9:23
    e foi uma percepção assustadora.
  • 9:23 - 9:25
    Recebemos uma quantidade
    absurda de mensagens,
  • 9:25 - 9:28
    mas, quando as filtramos,
  • 9:28 - 9:31
    encontramos alguns temas
    muito importantes e valiosos.
  • 9:31 - 9:33
    A primeira crítica:
  • 9:33 - 9:36
    "Que idiotice! Não podemos
    plantar árvores em todo lugar.
  • 9:36 - 9:38
    É preciso reduzir as emissões".
  • 9:38 - 9:40
    Apesar de não ter curtido muito
    o início da mensagem,
  • 9:40 - 9:42
    ela está totalmente correta.
  • 9:42 - 9:44
    Não posso discutir com isso.
  • 9:44 - 9:46
    Claro, todo mundo tem que saber
  • 9:46 - 9:52
    que precisamos de mudanças tecnológicas
    e a níveis de sistema pra evitar emissões.
  • 9:52 - 9:57
    Mas isso tem que ser feito em conjunto
    com uma poderosa redução de carbono.
  • 9:57 - 10:01
    A mudança climática é grande demais
    para ficarmos discutindo sobre soluções,
  • 10:01 - 10:04
    precisamos de todas elas agora.
  • 10:04 - 10:08
    A segunda crítica: "Não! Precisamos
    conservar as florestas já existentes".
  • 10:08 - 10:12
    De novo, é muito difícil discordar
    porque está absolutamente correto!
  • 10:12 - 10:16
    Claro, aumentar a cobertura
    global das florestas não faria sentido
  • 10:16 - 10:20
    se só ganhássemos novas florestas
    às custas das já existentes.
  • 10:20 - 10:24
    Preservar as florestas existentes
    é crucial para nosso objetivo geral.
  • 10:24 - 10:29
    É sem dúvida fundamental,
    então devem ser feitos em conjunto.
  • 10:29 - 10:32
    E a terceira crítica,
    podem ver um padrão agora,
  • 10:32 - 10:36
    é que precisamos preservar e restaurar
    as pastagens naturais e as savanas,
  • 10:36 - 10:40
    e, não querendo ser repetitivo,
    mas está corretíssimo!
  • 10:40 - 10:42
    Esses ecossistemas são
    extremamente importantes,
  • 10:42 - 10:45
    e foi, em parte, por isso
    que fizemos o estudo,
  • 10:45 - 10:49
    para conseguirmos identificar onde
    as árvores deveriam ser plantadas ou não,
  • 10:49 - 10:51
    pois esses ecossistemas
    também são essenciais,
  • 10:51 - 10:54
    armazenam quantidades enormes
    de biodiversidade,
  • 10:54 - 10:56
    e o carbono deles é incrível também,
  • 10:56 - 11:01
    mas ele não é armazenado
    na vegetação e sim no solo.
  • 11:02 - 11:05
    Agora estamos construindo
    uma nova geração de modelos.
  • 11:05 - 11:08
    Em vez de baseá-los
    na observação de árvores,
  • 11:08 - 11:13
    eles são baseados em milhões de amostras
    de solo coletadas ao redor do globo.
  • 11:13 - 11:17
    E usando a mesma inteligência artificial
    e o aprendizado de máquina,
  • 11:17 - 11:19
    começamos a enxergar padrões,
  • 11:19 - 11:23
    revelando que há mais
    de 1,5 mil gigatoneladas de carbono
  • 11:23 - 11:25
    no solo embaixo de nossos pés,
  • 11:25 - 11:28
    com a maioria dele existindo
    em áreas de alta latitude,
  • 11:28 - 11:31
    onde temperaturas frias
    prendem o carbono no solo.
  • 11:31 - 11:35
    E o mais incrível é que se restaurássemos
    esses solos ao redor do globo,
  • 11:35 - 11:40
    conseguiríamos capturar outras
    116 gigatoneladas de carbono.
  • 11:41 - 11:45
    Essa é a segunda solução incrivelmente
    poderosa de redução de carbono
  • 11:45 - 11:47
    que apresentei para vocês,
  • 11:47 - 11:49
    e está simplesmente no solo.
  • 11:49 - 11:51
    E isso se expande
    por todos os ecossistemas.
  • 11:51 - 11:54
    Nossas florestas, pelo simples fato
    de serem conservadas e preservadas,
  • 11:54 - 11:56
    poderiam capturar 30% do carbono.
  • 11:56 - 12:00
    Mas pastagens e áreas com arbustos
    cobrem uma extensão ainda maior,
  • 12:00 - 12:05
    e poderiam capturar 41% desse potencial,
    se as restaurássemos de forma eficaz.
  • 12:05 - 12:10
    E o bom é que elas não interferem
    com nenhum outro tipo de uso do solo.
  • 12:11 - 12:13
    Então, é possível ter a terra cultivada,
  • 12:13 - 12:17
    ao mesmo tempo que preserva
    e captura mais carbono.
  • 12:18 - 12:22
    Na verdade, os mais eficientes
    de todos esses ecossistemas
  • 12:22 - 12:24
    são os pântanos e as turfeiras
  • 12:24 - 12:27
    que cobrem menos de 5%
    da superfície da terra
  • 12:27 - 12:30
    e podem capturar cerca de 30% desse total.
  • 12:30 - 12:34
    Então, quando todos são combinados,
    podemos ver que esses ecossistemas
  • 12:34 - 12:38
    têm um potencial incrível
    para capturar essas 300 gigatoneladas.
  • 12:39 - 12:43
    Essa poderosa solução de redução
    na emissão de carbono não é só imensa,
  • 12:43 - 12:47
    como também pode engajar cada um de nós
  • 12:47 - 12:51
    e deve ser feita associada a reduções
    nas emissões de gás de efeito estufa.
  • 12:52 - 12:55
    Mas devem ser feitas de forma
    ecologicamente responsável.
  • 12:55 - 12:58
    Por vezes, projetos de restauração falham
  • 12:58 - 13:01
    porque as árvores são restauradas
    no solo errado ou em ecossistemas
  • 13:01 - 13:04
    sem uma comunidade microbiana
    que possa sustentá-las.
  • 13:04 - 13:07
    Então passamos todo o nosso tempo
    e energia produzindo mapas
  • 13:07 - 13:09
    que possam mostrar aos agricultores
  • 13:09 - 13:11
    como administrar corretamente
    esses ecossistemas
  • 13:11 - 13:14
    para que possam focar
    suas áreas de interesse
  • 13:14 - 13:18
    e não só dizer quantas árvores cabem ali
    ou quais espécies devem plantar,
  • 13:18 - 13:22
    mas é possível ver até qual é
    a comunidade microbiana do solo,
  • 13:22 - 13:23
    para verificar se suportam árvores.
  • 13:23 - 13:25
    E é possível até mesmo calcular
  • 13:25 - 13:28
    onde as florestas teriam um impacto
    de aquecimento ou resfriamento
  • 13:28 - 13:30
    em diferentes partes do globo
  • 13:30 - 13:33
    para entender as consequências
    ecológicas dessas ações.
  • 13:34 - 13:36
    E ainda mais importante do que isso
  • 13:36 - 13:39
    é que esses projetos têm que ser
    socialmente responsáveis.
  • 13:40 - 13:44
    É comum projetos de restauração
    comprarem uma porção de terra,
  • 13:44 - 13:46
    excluindo as pessoas dela,
  • 13:46 - 13:49
    mas essa terra é o sustento da comunidade.
  • 13:49 - 13:53
    Isso não é somente socialmente
    irresponsável como insustentável,
  • 13:53 - 13:56
    pois essas pessoas voltarão
    e cortarão essa floresta
  • 13:56 - 13:58
    e a usarão para sua subsistência.
  • 13:59 - 14:03
    A restauração deve ser feita em conjunto
    com as comunidades locais,
  • 14:03 - 14:06
    assim todo o financiamento destinado
    aos projetos de restauração
  • 14:06 - 14:08
    pode ser afunilado
    dentro dessa comunidade,
  • 14:08 - 14:11
    para que ela possa se conectar ao projeto.
  • 14:12 - 14:16
    Além disso, eles podem se beneficiar
    das centenas de serviços ecossistêmicos
  • 14:16 - 14:19
    como comida, remédio, água e ar limpo
  • 14:19 - 14:24
    que trazem enormes benefícios
    socioeconômicos quando feito corretamente.
  • 14:24 - 14:28
    Todos esses projetos, os pontinhos
    que mostrei antes, estão fazendo isso:
  • 14:28 - 14:31
    trabalhando em conjunto
    com as comunidades locais
  • 14:31 - 14:33
    para restaurar ecossistemas
    ao redor do mundo,
  • 14:33 - 14:37
    e estão obtendo resultados
    sociais e econômicas incríveis.
  • 14:37 - 14:42
    E os melhores deles estão fazendo isso
    pelo pequeno valor de US$ 0,30 por árvore.
  • 14:42 - 14:47
    E isso significa que se restaurássemos
    nossos 1 trilhão de árvores,
  • 14:47 - 14:49
    se otimizássemos a produção,
  • 14:49 - 14:53
    poderíamos fazer tudo
    com somente US$ 300 bilhões.
  • 14:53 - 14:55
    Isso não é nada
  • 14:55 - 14:58
    comparado aos trilhões de dólares
    que gastamos todo ano
  • 14:58 - 15:00
    em virtude da mudança climática.
  • 15:00 - 15:03
    Então, agora temos uma solução climática
  • 15:03 - 15:08
    que consegue engajar cada um de nós
    por meio de ações simples e tangíveis
  • 15:08 - 15:09
    que tenham um impacto positivo,
  • 15:09 - 15:12
    ou vocês mesmos podem
    restaurar os ecossistemas,
  • 15:12 - 15:15
    observando os mapas para ver
    exatamente onde e como fazer isso,
  • 15:15 - 15:16
    ou simplesmente fazendo doações.
  • 15:17 - 15:18
    Clique em um desses pontos para doar
  • 15:18 - 15:21
    para um desses incríveis
    projetos de restauração
  • 15:21 - 15:23
    que estão fazendo um trabalho
    ótimo para o nosso bem.
  • 15:23 - 15:26
    Ou, por fim, invista o seu dinheiro
    de maneira inteligente.
  • 15:26 - 15:29
    Quer estejam gastando ou investindo,
  • 15:29 - 15:33
    concentrem-se nas organizações
    que têm um impacto ambiental positivo,
  • 15:33 - 15:37
    assim podemos ter resultados tangíveis
    na mudança climática.
  • 15:38 - 15:40
    Somos 8 bilhões nesse planeta.
  • 15:40 - 15:45
    Isso nos dá um poder de ação
    global sem precedentes.
  • 15:46 - 15:47
    Mas até agora,
  • 15:47 - 15:50
    ações climáticas sempre tiveram a ver
    com desistir de coisas que gostamos,
  • 15:50 - 15:53
    e enquanto esses esforços
    são incrivelmente importantes
  • 15:53 - 15:56
    para reduzir as emissões
    de gases de efeito estufa,
  • 15:56 - 16:00
    agora também temos ações positivas
    que podemos assumir,
  • 16:00 - 16:03
    que nos fazem sentir bem
    e nos envolve nessa luta.
  • 16:03 - 16:05
    O que me leva à última crítica:
  • 16:05 - 16:08
    "Isso tudo parece bom,
    mas é muito ingênuo.
  • 16:08 - 16:10
    Nunca conseguiremos
    restaurar o globo todo".
  • 16:10 - 16:14
    Essa crítica também pode estar correta,
  • 16:14 - 16:17
    mas é também totalmente irrelevante.
  • 16:17 - 16:21
    Porque essa mentalidade não ajuda em nada.
  • 16:21 - 16:22
    No fim das contas,
  • 16:22 - 16:25
    essa é só uma desculpa
    para não fazer nada:
  • 16:25 - 16:28
    "Se não conseguirmos alcançar 100%,
    é melhor deixar para lá!"
  • 16:28 - 16:31
    Esse é o tipo de mentalidade
    que nos colocou nessa situação,
  • 16:31 - 16:34
    Se alcançássemos nem que fossem 5%
    dos nossos objetivos,
  • 16:34 - 16:38
    os impactos na biodiversidade
    e mudança climática seriam incríveis,
  • 16:38 - 16:41
    e prometo a vocês,
    ultrapassaremos essas conquistas
  • 16:41 - 16:45
    com milhares de pessoas restaurando
    ecossistemas ao redor do mundo.
  • 16:45 - 16:48
    Só espero que aqueles que dizem
    que isso não pode ser feito
  • 16:48 - 16:52
    não atrapalhem as pessoas incríveis
    que já estão fazendo isso acontecer.
  • 16:53 - 16:57
    Superar essa mentalidade negativa,
    essa depressão sobre a mudança climática,
  • 16:57 - 17:02
    é um dos maiores obstáculos
    que ainda resta para nos engajarmos.
  • 17:02 - 17:04
    E para fazer isso, valho-me das palavras
  • 17:04 - 17:06
    daquele mentor genial, o Dr. Hefin Jones,
  • 17:06 - 17:09
    que disse: "Simplesmente assuma o desafio.
  • 17:09 - 17:11
    Não apenas teremos chances de sucesso,
  • 17:11 - 17:14
    mas todos nós, literalmente,
    apreciaremos o processo".
  • 17:14 - 17:16
    Talvez sejamos a primeira sociedade
  • 17:16 - 17:18
    enfrentando a verdadeira ameaça
    da mudança climática,
  • 17:18 - 17:21
    mas isso obrigatoriamente significa
    que somos a primeira sociedade
  • 17:21 - 17:24
    que tem a oportunidade
    de salvar o mundo desta ameaça.
  • 17:25 - 17:26
    Muito obrigado.
  • 17:26 - 17:28
    (Aplausos)
Title:
Soluções baseadas na natureza na luta contra a mudança climática | Thomas Crowther | TEDxLausanne
Description:

Thomas Crowther e sua equipe de 25 pesquisadores estão analisando maneiras de explorar digitalmente a biosfera e revelar o verdadeiro potencial das soluções baseadas na natureza na luta contra a mudança climática e a perda de biodiversidade.
Avanços na coleta de dados e na inteligência artificial estão revelando mais verdades sobre nosso meio ambiente e a gravidade da mudança climática.
Enquanto a maioria dos laboratórios se concentra em uma área de pesquisa, Thomas Crowther acredita piamente que precisamos escolher uma abordagem holística para entender os processos ecológicos que influenciam a mudança climática, preveem sua progressão com um alto grau de precisão, e desenvolvem soluções baseadas na natureza para abordá-los. Crowther Lab está ajudando organizações a entender o verdadeiro valor da natureza, a tomar decisões com maior embasamento, e a começar a implantar soluções baseadas na natureza para a mudança climática e perda de biodiversidade.

Thomas Crowther é professor de Ecologia do Ecossistema Global na ETH Zurich e fundador da Crowther Lab. Especializado em ecologia do ecossistema, ele também é chefe científico orientador da UN's Trillion Tree Campaign.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
17:33

Portuguese, Brazilian subtitles

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