Obrigado. Boa tarde a todos.
A minha intervenção vai ser
um bocadinho mais curta
do que as dos anteriores oradores.
Eu primeiro fiquei a pensar:
"Porque é que só me dão cinco minutos
"e aos outros dão 15?"
O primeiro pensamento
que me veio ao cérebro foi
"Esses gajos, se calhar, acham
que eu sou menos do que..."
É um problema que me acompanha
desde criança
eu achar que sou menos do que.
Hoje em dia, já não acho,
mas às vezes ainda me assolam
estas vozinhas cá dentro.
Mas depois pensei:
"Não, eu tenho uma escolha.
"Eu posso escolher interpretar
esta situação de formas diferentes.
"Eu posso escolher achar
que estes tipos acham
"que eu não sou tão importante
como os outros
"ou posso achar que os tipos
acham que eu tenho
"tanta capacidade de passar
uma mensagem de força
"em tão curto espaço de tempo,
"que optaram por me dar
apenas cinco minutos."
OK. Eu vou escolher
interpretar esta situação
desta segunda forma.
Aqueles que me conhecem
e os que não conhecem ficam a conhecer,
eu tenho tido alguma notoriedade
pelos saltos que faço
alguns mais arrojados,
alguns menos comuns.
Isto foi aqui no Porto, por acaso.
É fantástico ver
a cidade do Porto por cima,
sobretudo com uma multidão
como foi aquela que aconteceu
no Red Bull Air Race.
Eu fiquei a pensar no que é
que eu posso dizer
a esta audiência de pessoas
tão fantásticas
porque eu acredito que,
para estar aqui no TED
é preciso ter qualquer coisa de especial.
Portanto, queria agradecer
primeiro que tudo
também por me terem convidado.
Mais uma vez é sinal de que alguma coisa
de especial eu tenho
para passar uma mensagem
para uma audiência como vocês.
Agradeço em particular
ao Manel Forjaz, mas não só,
a todos os que contribuíram
para que isto possa estar a ter lugar.
Queria resumir a minha intervenção
a um desejo.
Como vos disse,
eu desde pequenino
que tinha algumas mensagens
menos encorajadoras,
mais castrantes,
de que "eu não consigo"
"eu não sou tão bom como",
"os outros são melhores do que eu."
Nós também vivemos numa sociedade
em que nos é impingida
uma série de mensagens
e que nós, por um motivo ou por outro,
vamos comprando e vamos tornando nossas,
porque elas estão cá, dentro de nós.
Vou-vos contar uma história.
É a história da corrida dos sapos.
Era uma corrida que foi concebida
por forma a que aquilo
praticamente fosse uma impossibilidade.
Os obstáculos eram mais do que exigentes
e a corrida era longa demais.
Era, a bem dizer, a olhos nus,
era impossível conseguir
chegar ao fim daquela corrida
e alcançar a desejada meta.
Mas, bom, houve uns quantos corajosos,
uns quantos sapos
que se encheram de coragem
e disseram:
"Que se lixe" — desculpem-me
a linguagem —
"eu vou lá, vou tentar,
logo se vê, vou até onde conseguir".
E assim foi.
Inscreveram-se uma série de sapos,
a corrida começou
e os sapinhos todos
— tumba, tumba, tumba
a correr por ali fora.
As vozes da multidão que se juntou,
porque aquilo foi largamente anunciado
— era uma corrida fantástica —
havia uma multidão ao longo
do percurso da corrida,
de pessoas a aplaudir, a encorajá-los.
Mas, no meio desses aplausos
e desses encorajamentos,
havia umas vozes que diziam:
"É pá, que pena, eles realmente
são corajosos, são bravos,
"mas não vão conseguir,
é impossível chegar ao fim desta corrida.
"Os obstáculos são demasiado exigentes,
é impossível, é uma pena".
E pronto, no meio dos aplausos,
os sapinhos iam ouvindo estas mensagens.
A corrida foi continuando
o cansaço e as dificuldades
foram-se acumulando,
e alguns dos sapinhos
começaram a desistir.
Mas havia outros
que continuavam persistentes
e corriam, corriam, corriam,
a arfar, aquilo era muito difícil,
cada vez mais difícil,
mas eles continuavam.
E as vozes aqui e ali,
por um lado, os aplausos
e os incentivos:
"Força! Boa! Conseguiram!"
Mas aquelas vozes sempre:
"Coitados, é pena que não vão conseguir.
"São tão corajosos,
conseguiram chegar até aqui.
"Que pena!"
Para tentar encurtar a história,
os sapos foram desistindo.
Mas havia um sapo que, apesar do cansaço,
apesar da dificuldade,
continuava como que inabalável.
E corria, corria e corria
e os outros foram desistindo
e aquele sapo, por incrível que pareça,
chegou ao fim da corrida,
chegou à meta.
Foi o único que chegou à meta.
Ninguém queria acreditar
no que estava a ver.
Aquele sapo tinha conseguido
aquilo que todos tinham assumido
como uma tarefa impossível.
Óbvio que as pessoas foram
direitas a ele
a aclamá-lo, e chamaram-no:
"Sapo, sapo, venha cá".
Mas ele não se virava.
Até que foram ao encontro dele
e confrontaram-se com ele.
E foi aí que perceberam uma coisa.
O sapo era surdo.
(Risos)
Aquilo que eu vim aqui fazer,
a mensagem que eu vos queria passar
porque não tenho muito mais tempo,
é fazer um desejo.
Eu desejo que vocês sejam surdos
que nós todos sejamos surdos
porque o que não faltam por aí
são vozes a dizer
que nós não vamos conseguir,
que isto não dá
— mensagens das mais diversas:
"Eu quero construir uma empresa
mas não tenho dinheiro suficiente."
"É pá, eu não tenho
conhecimentos suficientes."
Eu não tenho isto, eu não tenho aquilo.
Esqueçam isso.
Esqueçam isso.
Tudo é possível.
O importante é que eu tenha
um objetivo claro
e que me liberte
destas crenças limitadoras
destas vozes que nós vamos assumindo
dentro de nós
e que nos travam, que nos limitam,
que nos castram.
Por favor, sejam surdos.
Acreditem, sonhem e vão
garantidamente chegar muito mais além.
Eu tinha muito mais coisas
para vos dizer,
Normalmente costumo,
quando me convidam para falar
dão-me para aí 45 minutos, uma hora.
Fica a frustração de não conseguir
poder dizer tanto quanto gostaria
mas vou terminar
deixando-vos com um pequeno vídeo
das minhas imagens
de alguns saltos.
Se as palavras não tiverem sido
suficientemente fortes
as imagens são, penso eu, certamente.
Vou pedir ali, se não se importam,
para pôr o vídeo
e vamos ficar aqui a ver.
(Vídeo)
[Vamos voar]
[Bem-vindo à vida]
[Reconhecimento]
[Adrenalina]
[Liberdade]
[Evasão]
[Confiança]
[Aventura]
[Desafio]
[Motivação]
[O céu não é o limite...]
[é o ponto de partida!]
[Não há palavras para isto...]
(Aplausos)
Muito obrigado.
Obrigado. Boa tarde a todos.
A minha palestra vai ser
um pouco mais curta
do que a dos palestrantes anteriores.
Eu primeiro pensei:
"Por que me dão apenas 5 minutos
e aos outros dão 15?"
O primeiro pensamento
que me veio à cabeça foi:
"Esses caras, talvez, acham
que eu sou menos do que..."
Esse é um problema que me
acompanha desde criança,
eu achar que sou menos que alguém.
Hoje em dia, já não acho,
mas às vezes estas vozinhas
ainda me atormentam.
Mas depois pensei:
"Não, eu tenho uma escolha.
"Eu posso escolher interpretar
esta situação de formas diferentes.
Posso escolher achar que eles pensam
que não sou tão importante como os outros
ou posso achar que as pessoas
acham que eu tenho
tanta capacidade de passar
uma mensagem de força
em tão curto espaço de tempo, que optaram
por me dar apenas cinco minutos".
Vou escolher interpretar essa situação
considerando a segunda opção.
Aqueles que me conhecem,
e os que passam a conhecer,
sabem que eu tenho tido alguma notoriedade
pelos saltos que faço,
alguns mais arrojados,
alguns menos comuns.
Este foi aqui no Porto, por acaso.
É fantástico ver a cidade
do Porto por cima,
sobretudo com uma multidão,
como aconteceu no Red Bull Air Race.
Estava pensando no que eu poderia dizer
a esta plateia de pessoas tão fantásticas,
porque acredito que,
para estar aqui no TED,
é preciso ter algo de especial.
Portanto, queria primeiro agradecer também
por terem me convidado.
Mais uma vez é sinal de que tenho
algo de especial para passar
a uma plateia como vocês.
Agradeço em particular ao Manuel Forjaz,
assim como a todos que contribuíram
para que isso pudesse acontecer.
Queria resumir minha palestra a um desejo.
Como disse a vocês,
desde pequeno eu tinha algumas
mensagens menos encorajadoras,
mais pejorativas, de que "eu não consigo",
"eu não sou tão bom como quanto",
"os outros são melhores do que eu".
Nós também vivemos numa sociedade
que nos impõe uma série de mensagens
e que nós, por um motivo ou por outro,
vamos aceitando e tornando-as nossas,
porque elas ficam dentro de nós.
Vou contar uma história para vocês.
É a história da corrida dos sapos.
Era uma corrida que foi concebida
de forma que seria praticamente
impossível de se ganhar.
Os obstáculos eram muito exigentes
e a corrida era longa demais.
Era, dizendo melhor, aparentemente
impossível conseguir chegar
ao fim daquela corrida
e alcançar a meta desejada.
Mas houve alguns sapos que se encheram
de coragem e disseram:
"Que se lixe", desculpem-me a linguagem,
"eu vou lá, vou tentar, logo verei,
vou até onde conseguir".
E assim foi.
Uma série de sapos se inscreveram,
a corrida começou
e lá foram os sapinhos todos correndo.
As vozes da multidão que se juntou,
porque o evento foi amplamente divulgado,
era uma corrida fantástica,
havia uma multidão ao longo
do percurso da corrida,
de pessoas aplaudindo, encorajando-os.
Mas, em meio a esses aplausos
e essa motivação toda,
havia umas vozes que diziam:
"Pois é, que pena, eles realmente
são corajosos, são bravos,
mas não vão conseguir,
é impossível chegar ao fim desta corrida.
Os obstáculos são muito grandes,
é impossível, é uma pena".
E em meio aos aplausos,
os sapinhos iam ouvindo estas mensagens.
A corrida continuou, o cansaço
e as dificuldades foram aumentando
e alguns dos sapinhos
começaram a desistir.
Mas havia outros que persistiam
e corriam muito ofegantes,
aquilo ficava cada vez mais difícil,
mas eles continuavam.
E as vozes aqui e ali, por um lado
os aplausos e os incentivos:
"Força! Boa! Conseguiram!"
Mas aquelas outras vozes sempre diziam:
"Coitados, é uma pena que não
vão conseguir, são tão corajosos,
conseguiram chegar até aqui. Que pena".
Para tentar encurtar a história,
os sapos foram desistindo.
Mas havia um sapo que, apesar do cansaço,
e da dificuldade, continuava inabalável.
E corria sem parar,
e os outros foram desistindo
e aquele sapo, por incrível que pareça,
chegou ao fim da corrida, alcançou a meta.
Foi o único que conseguiu.
Ninguém queria acreditar
no que estava vendo.
Aquele sapo tinha conseguido
aquilo que todos tinham assumido
como uma tarefa impossível.
É óbvio que as pessoas foram até ele
para aclamá-lo e o chamaram:
"Sapo, venha cá".
Mas ele não se virava.
Até que foram ao seu encontro
e ficaram à frente dele.
E foi aí que perceberam uma coisa.
O sapo era surdo.
(Risos)
E a mensagem que eu queria passar a vocês,
porque não tenho muito mais tempo,
é fazer um desejo.
Eu desejo que vocês sejam surdos,
que todos nós sejamos surdos,
pois o que não falta por aí
são vozes dizendo
que não vamos conseguir, que isto não dá,
mensagens das mais diversas:
"Eu quero construir uma empresa,
mas não tenho dinheiro suficiente.
Não tenho conhecimento suficiente,
eu não tenho isso, não tenho aquilo".
Esqueçam isso.
Tudo é possível.
O importante é que eu tenha
um objetivo claro
e que me liberte
dessas crenças limitadoras,
dessas vozes que vamos
assumindo dentro de nós
e que nos travam,
nos limitam e nos impedem.
Por favor, sejam surdos.
Acreditem, sonhem e vão
com certeza chegar mais longe.
Eu tinha muito mais coisas
para dizer a vocês.
Normalmente costumo,
quando me convidam para palestra,
falar por 45 minutos, uma hora.
Fica a frustração de não conseguir
poder dizer tanto quanto gostaria,
mas vou terminar deixando
vocês com um vídeo curto
com as imagens de alguns dos meus saltos.
Se as palavras não tiverem sido
suficientemente fortes,
as imagens, penso eu, certamente serão.
Vou pedir, se não se importam,
para colocarem o vídeo
e nós vamos assisti-lo.
(Vídeo)
[Vamos voar]
[Bem-vindo à vida]
[Reconhecimento]
[Adrenalina]
[Liberdade]
[Fuga]
[Confiança]
[Aventura]
[Desafio]
[Motivação]
[O céu não é o limite...]
[é o ponto de partida!]
[Indescritível]
(Aplausos)
Muito obrigado.