Uma poderosa maneira de libertar a vossa criatividade natural
-
0:02 - 0:06"Fazer duas coisas ao mesmo tempo
é não fazer nenhuma delas". -
0:06 - 0:09É uma grande derrota
para as multitarefas, não é? -
0:09 - 0:12frequentemente atribuída
ao escritor romano Públio Siro, -
0:12 - 0:16mas, como sabemos,
ele provavelmente nunca disse isso. -
0:17 - 0:20O que me interessa, porém,
é se será verdade. -
0:20 - 0:24Quer dizer, é obviamente verdade
para enviar um "e-mail" à mesa de jantar -
0:24 - 0:26ou mandar um SMS a conduzir
-
0:26 - 0:29ou, talvez, enviar um "tweet"
ao vivo numa palestra TED. -
0:29 - 0:34Mas eu gostaria de dizer que,
para um tipo importante de atividade, -
0:34 - 0:37fazer duas coisas ao mesmo tempo
— ou três, ou até quatro — -
0:37 - 0:40é exatamente o que devíamos fazer.
-
0:40 - 0:43Reparem em Albert Einstein.
-
0:43 - 0:47Em 1905, ele publicou
quatro artigos científicos notáveis. -
0:47 - 0:49Um deles sobre o movimento browniano,
-
0:49 - 0:52que fornecia provas empíricas
da existência de átomos -
0:52 - 0:56e estabeleceu a base para a matemática
básica por trás da economia financeira. -
0:56 - 0:59Um outro foi sobre a teoria
da relatividade especial. -
0:59 - 1:02Outro sobre o efeito fotoelétrico,
-
1:02 - 1:05a forma como funcionam
os painéis solares, é muito útil. -
1:05 - 1:07Recebeu o prémio Nobel por este.
-
1:08 - 1:11E o quarto introduziu uma equação
de que talvez já tenham ouvido falar: -
1:11 - 1:13E igual a mc ao quadrado.
-
1:13 - 1:16Então, digam-me de novo
porque é que não devemos fazer -
1:16 - 1:17várias coisas ao mesmo tempo.
-
1:17 - 1:20Obviamente, trabalhar simultaneamente
-
1:20 - 1:24em movimentos brownianos,
em relatividade e no efeito fotoelétrico -
1:24 - 1:26não é exatamente
o mesmo tipo de multitarefas -
1:26 - 1:29que usar o Snapchat enquanto
assistimos a "Westworld". -
1:29 - 1:31É muito diferente.
-
1:31 - 1:34E Einstein, bem, Einstein... é Einstein,
-
1:34 - 1:37não há igual, ele é único.
-
1:37 - 1:40Mas o padrão de comportamento
que Einstein demonstrou, -
1:40 - 1:42não é único.
-
1:43 - 1:46É muito comum entre pessoas
altamente criativas, -
1:46 - 1:48tanto artistas como cientistas,
-
1:49 - 1:50e eu gostaria de lhe dar um nome:
-
1:50 - 1:54multitarefas em câmara lenta.
-
1:54 - 1:59Multitarefas em câmara lenta
parece ser uma ideia contraintuitiva. -
1:59 - 2:00O que estou a descrever aqui
-
2:00 - 2:04é termos vários projetos
em andamento ao mesmo tempo, -
2:04 - 2:08e navegarmos entre tópicos
conforme nos apetecer -
2:08 - 2:11ou conforme a situação exigir.
-
2:11 - 2:13Mas parece contraintuitivo
-
2:13 - 2:17porque estamos acostumados
a cair nas multitarefas por desespero. -
2:17 - 2:20Estamos com pressa,
queremos fazer tudo ao mesmo tempo. -
2:21 - 2:25Se estivéssemos dispostos
a abrandar as multitarefas, -
2:25 - 2:29talvez descobríssemos
que isto funciona brilhantemente. -
2:30 - 2:34Há 60 anos, uma jovem psicóloga
chamada Bernice Eiduson -
2:34 - 2:36começou um longo projeto de pesquisa
-
2:36 - 2:40sobre as personalidades
e os hábitos de trabalho -
2:40 - 2:42de 40 cientistas relevantes.
-
2:42 - 2:44Einstein já tinha morrido
-
2:44 - 2:47mas quatro dos estudados
eram laureados com o Prémio Nobel, -
2:47 - 2:50incluindo Linus Pauling
e Richard Feynman. -
2:51 - 2:53A investigação continuou durante décadas.
-
2:53 - 2:56Na verdade, continuou até depois
de a professora Eiduson morrer. -
2:56 - 2:59Uma das questões a que ela respondeu foi:
-
3:00 - 3:05"Porque é que alguns cientistas conseguem
continuar a produzir trabalhos importantes -
3:06 - 3:08"ao longo da sua vida?"
-
3:08 - 3:10O que é que essas pessoas têm?
-
3:10 - 3:13É a personalidade, as capacidades,
-
3:13 - 3:16as suas rotinas diárias, o que é?
-
3:16 - 3:22Um padrão que surgiu era claro,
e eu acho que surpreendente para alguns. -
3:23 - 3:27Os melhores cientistas estavam sempre
a mudar de tema. -
3:27 - 3:30Trocavam de tópico, repetidamente,
-
3:30 - 3:34durante os 100 primeiros
artigos de pesquisa publicados. -
3:34 - 3:36Querem saber com que frequência?
-
3:37 - 3:38Três vezes?
-
3:38 - 3:40Cinco vezes?
-
3:40 - 3:44Não. Em média, os cientistas criativos
mais persistentes -
3:44 - 3:51mudaram de tópico 43 vezes
nos seus primeiros 100 artigos. -
3:52 - 3:56Parece que o segredo da criatividade
são as multitarefas -
3:57 - 3:58em câmara lenta.
-
3:59 - 4:01A investigação de Eiduson sugere
-
4:01 - 4:04que precisamos
de reconquistar as multitarefas -
4:04 - 4:06e lembrar-nos de como
poderoso isso pode ser. -
4:06 - 4:09E ela não é a única a achar isso.
-
4:09 - 4:10Diferentes investigadores
-
4:10 - 4:13usando métodos diferentes
para estudar pessoas altamente criativas -
4:14 - 4:17descobriram que, muito frequentemente,
elas têm vários projetos em andamento -
4:17 - 4:19ao mesmo tempo,
-
4:19 - 4:21e geralmente têm mais tendência do que nós
-
4:21 - 4:23para ter mais passatempos sérios.
-
4:23 - 4:28As multitarefas em câmara lenta
entre pessoas criativas são omnipresentes. -
4:28 - 4:30Então, porquê?
-
4:31 - 4:33Eu acho que há três motivos.
-
4:33 - 4:35O primeiro é o mais simples.
-
4:35 - 4:37A criatividade frequentemente aparece
-
4:37 - 4:40quando tiramos uma ideia
do seu contexto original -
4:40 - 4:41e a passamos para outro lugar.
-
4:41 - 4:43É mais fácil pensar fora da caixa
-
4:43 - 4:46se passarmos o tempo a mudar
de uma caixa para outra. -
4:47 - 4:52Como exemplo,
considerem o momento "eureka" original. -
4:53 - 4:56Arquimedes está a lutar
com um problema difícil -
4:56 - 4:59e percebe, num relâmpago,
-
4:59 - 5:02que consegue resolvê-lo,
usando a deslocação da água. -
5:02 - 5:04Se acreditarmos na história,
-
5:04 - 5:08essa ideia surge-lhe
quando ele está a tomar banho, -
5:08 - 5:13ao entrar na banheira, e ao ver
o nível da água subir e descer. -
5:13 - 5:17Se resolver um problema enquanto
se toma banho não é uma multitarefa, -
5:17 - 5:19então não sei o que é.
-
5:20 - 5:23O segundo motivo
por que as multitarefas podem funcionar -
5:23 - 5:26é que aprender a fazer uma coisa bem feita
-
5:26 - 5:29pode ajudar a fazer outra coisa.
-
5:29 - 5:32Qualquer atleta pode falar
sobre os benefícios do treino cruzado. -
5:32 - 5:35Também é possível
fazer treino cruzado com a mente. -
5:35 - 5:40Há uns anos, os investigadores escolheram
18 estudantes de medicina aleatoriamente -
5:41 - 5:46e matricularam-nos num curso
no Museu de Arte da Filadélfia, -
5:46 - 5:50onde eles aprenderam a criticar
e a analisar trabalhos de arte visual. -
5:51 - 5:52No final do curso,
-
5:52 - 5:55esses estudantes foram comparados
a um grupo de controlo -
5:55 - 5:57formado por colegas seus de medicina.
-
5:57 - 5:59Os que tinham feito o curso de arte
-
5:59 - 6:03tinham-se tornado substancialmente
melhores a realizar tarefas -
6:03 - 6:08como diagnosticar doenças dos olhos
ao analisar fotografias. -
6:08 - 6:11Tornaram.se melhores oftalmologistas.
-
6:11 - 6:14Então, se queremos melhorar
no que fazemos, -
6:14 - 6:17talvez devêssemos passar
um tempo a fazer outra coisa, -
6:17 - 6:20mesmo que as duas áreas
pareçam completamente distintas, -
6:20 - 6:24como oftalmologia e história da arte.
-
6:24 - 6:27E se quiserem outro exemplo,
-
6:27 - 6:31arranjámos um exemplo menos
intimidativo do que o de Einstein. -
6:31 - 6:33Michael Crichton, criador
do "Parque Jurássico" -
6:33 - 6:35e do "Serviço de Urgências",
-
6:35 - 6:38formou-se como médico nos anos 70,
-
6:38 - 6:41mas depois escreveu romances
-
6:41 - 6:44e realizou o filme original "Westworld".
-
6:44 - 6:46Mas também
— e isso é menos conhecido — -
6:46 - 6:48escreveu livros de não-ficção
-
6:48 - 6:52sobre arte, sobre medicina,
sobre programação. -
6:52 - 6:58Então, em 1995, aproveitou
os frutos dessa variedade -
6:58 - 7:02ao escrever o livro com maior êxito
comercial do mundo -
7:02 - 7:07e a série televisiva com maior êxito
comercial do mundo. -
7:08 - 7:12E o filme com maior êxito
comercial do mundo. -
7:12 - 7:15Em 1996, ele fez isso de novo.
-
7:17 - 7:19Há um terceiro motivo
-
7:19 - 7:23para que as multitarefas em câmara lenta
nos possam ajudar a resolver problemas. -
7:23 - 7:27Elas podem ajudar-nos
quando estamos bloqueados. -
7:27 - 7:29Isso pode acontecer num instante.
-
7:29 - 7:33Então, imaginem aquela sensação
de fazer palavras cruzadas -
7:33 - 7:34e não conseguir descobrir a resposta,
-
7:34 - 7:36e não conseguimos resposta
-
7:36 - 7:39porque a resposta errada
está presa na nossa cabeça. -
7:39 - 7:41É muito fácil —
vamos fazer outra coisa. -
7:41 - 7:44Mudamos de tópico, de contexto,
-
7:44 - 7:46vamos esquecer a resposta errada
-
7:46 - 7:50e isso dá-nos espaço para a resposta certa
aparecer na nossa cabeça. -
7:50 - 7:54Mas, na escala de tempo mais lenta,
aquela que me interessa, -
7:54 - 7:57estar bloqueado é uma coisa
muito mais complicada. -
7:57 - 8:00Negam-nos financiamento.
-
8:00 - 8:02As nossas culturas de células
não crescem, -
8:02 - 8:04os foguetões continuam a despenhar-se.
-
8:04 - 8:08Ninguém quer publicar o nosso romance
de ficção sobre uma escola de feiticeiros. -
8:09 - 8:11Ou talvez não consigamos achar a solução
-
8:11 - 8:14para o problema
em que estamos a trabalhar. -
8:14 - 8:18Estar bloqueado assim
significa o estase, o "stress", -
8:18 - 8:21possivelmente até a depressão.
-
8:21 - 8:26Mas, se tivermos outro projeto
animador e desafiador para trabalhar, -
8:26 - 8:30estar bloqueado num deles
é a oportunidade de fazer outra coisa. -
8:31 - 8:35Todos nós podemos ficar bloqueados
às vezes, até Albert Einstein. -
8:35 - 8:39Dez anos após o ano original
e milagroso que eu descrevi, -
8:39 - 8:44Einstein estava a juntar as peças
da sua teoria da relatividade geral, -
8:44 - 8:46o seu maior feito.
-
8:47 - 8:48E estava exausto.
-
8:49 - 8:52Então, mudou para
um problema mais fácil. -
8:52 - 8:55Propôs a emissão estimulada de radiação
-
8:55 - 9:00— como sabem, "-ser" é a abreviatura
de "stimulated emission of radiation". -
9:00 - 9:05Está a estabelecer a base teórica
para o raio "laser", -
9:05 - 9:07e aí, enquanto faz isso,
-
9:07 - 9:10volta para a relatividade geral
e sente-se renovado. -
9:10 - 9:13Vê o que a teoria implica:
-
9:13 - 9:17que o universo não é estático,
-
9:17 - 9:18está em expansão.
-
9:18 - 9:20É uma ideia tão impressionante
-
9:20 - 9:25que Einstein não consegue
acreditar nela durante anos. -
9:26 - 9:28Olhem, se alguma vez ficarem bloqueados
-
9:28 - 9:32e tentarem estabelecer
as bases do raio "laser", -
9:34 - 9:35é porque estão em boa forma.
-
9:35 - 9:37(Risos)
-
9:37 - 9:40Então, esse é o caso
a favor das multitarefas em câmara lenta. -
9:41 - 9:44Eu não estou a prometer
que vão ser Einstein. -
9:44 - 9:47Não estou a prometer
que vão ser Michael Crichton. -
9:47 - 9:50Mas é uma maneira poderosa
de organizar a nossa vida criativa. -
9:51 - 9:53Mas há um problema.
-
9:54 - 10:00Como impedimos que estes projetos
se tornem esmagadores? -
10:01 - 10:04Como mantemos todas essas ideias
em ordem na nossa mente? -
10:05 - 10:09Há uma solução simples,
uma solução prática, -
10:09 - 10:12da grande coreógrafa americana,
Twyla Tharp. -
10:12 - 10:14Nas últimas décadas,
-
10:14 - 10:19ela esbateu os limites,
misturou géneros, ganhou prémios, -
10:19 - 10:24dançou a música de todos,
de Phillip Glass a Billy Joel. -
10:24 - 10:25Escreveu três livros.
-
10:25 - 10:29Ou seja, ela faz multitarefas
em câmara lenta, claro. -
10:30 - 10:33Ela diz: Temos de ser todas as coisas.
-
10:34 - 10:36"Porquê excluir?
-
10:36 - 10:38"Temos de ser tudo."
-
10:39 - 10:42E o método de Tharp
-
10:42 - 10:46para impedir que esses projetos diferentes
se tornem esmagadores -
10:46 - 10:47é simples.
-
10:47 - 10:50Ela dá uma caixa de cartão a cada projeto,
-
10:50 - 10:53escreve o nome do projeto na caixa.
-
10:53 - 10:57E lá dentro, mete DVD
e livros, recortes de revistas, -
10:57 - 10:59programas de teatro, objetos físicos,
-
10:59 - 11:04qualquer coisa que tenha sido
uma fonte de inspiração criativa. -
11:04 - 11:06E escreve:
-
11:06 - 11:10"A caixa significa que eu nunca
tenho de me preocupar em esquecer. -
11:11 - 11:14"Um dos maiores medos
de uma pessoa criativa -
11:14 - 11:16"é perder alguma ideia brilhante
-
11:16 - 11:20"por não a ter anotado
e colocado num lugar seguro. -
11:21 - 11:23"Eu não me preocupo com isso.
-
11:23 - 11:25"Porque sei onde a encontrar.
-
11:26 - 11:28"Está tudo na caixa.".
-
11:29 - 11:32Podemos gerir muitas ideias assim,
-
11:32 - 11:36quer em caixas físicas
quer em equivalente digitais. -
11:36 - 11:39Então, eu queria aconselhar-vos
-
11:39 - 11:42a adotarem a arte
das multitarefas em câmara lenta. -
11:43 - 11:45Não porque estejam com pressa,
-
11:45 - 11:48mas porque não têm pressa nenhuma.
-
11:49 - 11:52E quero dar um último exemplo,
-
11:52 - 11:54o meu favorito.
-
11:54 - 11:56Charles Darwin.
-
11:56 - 12:01Um homem cujas multitarefas lentas
são tão impressionantes -
12:01 - 12:04que preciso de um diagrama
para a explicar. -
12:04 - 12:07Sabemos o que Darwin
fazia em momentos diferentes, -
12:07 - 12:10porque os investigadores da criatividade,
Howard Gruber e Sara Davis, -
12:10 - 12:13analisaram os seus diários e cadernos.
-
12:13 - 12:16Quando ele saiu da escola,
aos 18 anos, -
12:16 - 12:18estava inicialmente interessado
em duas áreas, -
12:18 - 12:22zoologia e geologia.
-
12:22 - 12:26Em breve se inscreveu para ser
o naturalista a bordo do "Beagle". -
12:26 - 12:29É o navio que acabou por levar cinco anos
-
12:29 - 12:32a dar a volta aos oceanos do sul da Terra,
-
12:32 - 12:35parando em Galápagos,
passando pelo Oceano Índico. -
12:35 - 12:39Enquanto estava no "Beagle",
começou a investigar os recifes de coral. -
12:39 - 12:42É uma ótima sinergia
entre os seus dois interesses -
12:42 - 12:43em zoologia e geologia,
-
12:43 - 12:48e começa a fazê-lo pensar
em processos lentos. -
12:49 - 12:51Mas, quando regressa da viagem,
-
12:52 - 12:56os seus interesses começam a expandir-se
ainda mais: psicologia, botânica. -
12:56 - 12:58Até ao resto da sua vida,
-
12:58 - 13:01ele vai e volta entre diferentes áreas.
entre estas áreas diferentes. -
13:01 - 13:04Ele nunca abandona nenhuma delas.
-
13:04 - 13:08Em 1837, começa a trabalhar
em dois projetos muito interessantes. -
13:08 - 13:11Um deles: minhocas.
-
13:11 - 13:14O outro, um pequeno caderno
que ele intitula -
13:14 - 13:17"A transmutação das espécies".
-
13:17 - 13:23Depois, Darwin começa
a estudar a minha área, a economia. -
13:23 - 13:28Lê um livro do economista Thomas Malthus.
-
13:28 - 13:30E tem o seu momento "eureka".
-
13:31 - 13:36Num "flash", percebe como as espécies
puderam surgir e evoluir lentamente, -
13:36 - 13:39através do processo
de sobrevivência do mais apto. -
13:39 - 13:41Tudo se encaixa, ele anota tudo,
-
13:41 - 13:45cada elemento importante
da teoria da evolução, -
13:45 - 13:47naquele caderno.
-
13:47 - 13:50Mas aí, um novo projeto.
-
13:51 - 13:53Nasce o seu filho William.
-
13:53 - 13:56Uma experiência natural,
-
13:56 - 13:58é possível observar
o desenvolvimento de uma criança. -
13:59 - 14:01Então, Darwin começa
a tomar notas imediatamente. -
14:01 - 14:04Claro, ele continua a trabalhar
na teoria da evolução -
14:04 - 14:07e no desenvolvimento da criança.
-
14:07 - 14:09Mas, durante tudo isso,
-
14:09 - 14:13ele percebe que não sabe
o suficiente sobre taxonomia. -
14:13 - 14:15Então começa a estudá-la.
-
14:15 - 14:21Por fim, passa oito anos a tornar-se
o maior especialista do mundo -
14:21 - 14:23em cracas.
-
14:23 - 14:25Depois, "A Seleção Natural",
-
14:25 - 14:30um livro em que continua a trabalhar
durante toda a vida, nunca o acaba. -
14:31 - 14:33"A Origem das Espécies"
é finalmente publicada -
14:33 - 14:3720 anos após Darwin ter definido
os elementos básicos. -
14:37 - 14:40Depois, "A Descendência do Homem",
um livro controverso. -
14:40 - 14:44E depois, o livro sobre
o desenvolvimento da criança. -
14:44 - 14:48O que foi inspirado
quando ele via seu filho, William, -
14:48 - 14:52a gatinhar no chão da sala, à sua frente.
-
14:52 - 14:56Quando o livro foi publicado,
William tinha 37 anos. -
14:57 - 14:59E, durante todo esse tempo,
-
14:59 - 15:02Darwin trabalha com minhocas.
-
15:02 - 15:08Enche a sala do bilhar com minhocas
em panelas, com tampas de vidro. -
15:08 - 15:11Acende luzes sobre elas,
para ver se elas reagem. -
15:11 - 15:14Ele segura num atiçador quente
perto delas, para ver se elas mexem. -
15:14 - 15:16Ele masca tabaco e...
-
15:17 - 15:19sopra sobre as minhocas
para ver se elas têm olfato. -
15:20 - 15:23Até toca fagote para as minhocas.
-
15:24 - 15:27Eu gosto de pensar nesse grande homem
-
15:27 - 15:30quando ele está cansado, tenso,
-
15:30 - 15:33ansioso com a receção do seu livro
"A Descendência do Homem". -
15:34 - 15:38Nós podemos entrar no Facebook
ou ligar a televisão. -
15:38 - 15:42Darwin ia para a sala de bilhar
para relaxar -
15:42 - 15:46estudando intensamente as minhocas.
-
15:47 - 15:51É por isso que é apropriado
que um dos seus últimos grandes trabalhos -
15:51 - 15:56tenha sido "A formação de mofo vegetal
através da ação das minhocas". -
15:56 - 15:57(Risos)
-
15:57 - 16:02Ele trabalhou nesse livro durante 44 anos.
-
16:04 - 16:07Nós já não vivemos no século XIX.
-
16:07 - 16:09Acho que nenhum de nós podia ficar
-
16:09 - 16:13com um projeto criativo ou científico
durante 44 anos. -
16:14 - 16:16Mas temos algo a aprender
-
16:16 - 16:19com os grandes das multitarefas
em câmara lenta. -
16:19 - 16:25De Einstein e Darwin
a Michael Crichton e a Twyla Tharp. -
16:25 - 16:29O mundo moderno parece
apresentar-nos uma escolha. -
16:29 - 16:33Se não vamos ficar a saltitar
de motor de busca na Internet, -
16:33 - 16:35temos de viver como eremitas,
-
16:35 - 16:38focados numa coisa
e excluindo todas as outras. -
16:39 - 16:41Eu acho que esse é um falso dilema.
-
16:41 - 16:44Podemos fazer as multitarefas
funcionarem para nós, -
16:44 - 16:47libertando a nossa criatividade natural.
-
16:47 - 16:50Nós só precisamos de abrandar.
-
16:50 - 16:51Então...
-
16:53 - 16:55Façam uma lista dos vossos projetos.
-
16:55 - 16:57Ponham de parte o telemóvel.
-
16:58 - 17:00Peguem nalgumas caixas de cartão.
-
17:01 - 17:03E comecem a trabalhar.
-
17:03 - 17:05Muito obrigado.
-
17:05 - 17:08(Aplausos)
- Title:
- Uma poderosa maneira de libertar a vossa criatividade natural
- Speaker:
- Tim Harford
- Description:
-
O que podemos aprender com as pessoas mais persistentemente criativas do mundo? Elas fazem "multitarefas em câmara lenta", equilibrando ativamente múltiplos projetos e movendo-se entre tópicos conforme lhes apetece — sem se sentirem apressados. O autor Tim Harford comenta como inovadores como Einstein, Darwin, Twyla Tharp e Michael Crichton encontraram inspiração e produtividade ao fazerem treino cruzado das suas mentes.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 17:21
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