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Querem mudar o mundo? Aprendam a arte de angariar dinheiro.

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    Estou aqui hoje para falar
    de angariação de fundos,
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    ou talvez como vocês pensam,
    "a palavra m...".
  • 0:07 - 0:08
    (Risos)
  • 0:08 - 0:10
    Porque, se querem mudar o mundo,
  • 0:10 - 0:12
    têm de saber quanto isso custa.
  • 0:12 - 0:14
    E não estou a falar de ser uma boa pessoa
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    podem fazer isso de graça.
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    Eu estou a falar de criar algo,
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    começar algo,
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    galvanizar uma comunidade,
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    melhorar a vida dos outros,
    candidatar-se a um cargo.
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    Todos os dias, boas ideias
    morrem à nascença,
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    porque não têm capital para levantar voo.
  • 0:29 - 0:30
    E todo esse trabalho,
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    o pensamento, a visão
    que têm para a ideia,
  • 0:33 - 0:35
    é inútil se não pagarem as contas.
  • 0:35 - 0:38
    Enquanto a maioria dos maiores
    movimentos sociais da história
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    foram alimentados apenas por uma ideia
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    e pela crença das pessoas nessa ideia,
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    a mudança e o impacto
    implicam recursos.
  • 0:47 - 0:50
    São pessoas reais que fazem esse trabalho,
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    e precisam de uma mudança real,
    de impacto e recursos reais
  • 0:53 - 0:55
    para que isso aconteça.
  • 0:55 - 0:57
    As pessoas que acreditam nesse trabalho
  • 0:57 - 1:00
    têm de ter o apoio e os recursos
    para o fazer.
  • 1:00 - 1:01
    É aí que eu entro.
  • 1:01 - 1:03
    Eu ponho os recursos essenciais
  • 1:03 - 1:06
    na mão das pessoas
    e dos visionários na linha da frente,
  • 1:06 - 1:08
    para fazerem um trabalho importante.
  • 1:08 - 1:10
    Nós passamos a maior parte do dia
    a trabalhar.
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    Passamos mais tempo a trabalhar
    do que com os nossos entes queridos.
  • 1:13 - 1:16
    Portanto, decidi que tinha
    de gostar do meu trabalho,
  • 1:16 - 1:18
    e tinha de lhe adicionar valor.
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    Embora eu gostasse de ser
    uma dessas pessoas
  • 1:21 - 1:25
    que encabeçam uma mudança social,
    a partir da base,
  • 1:25 - 1:28
    o que eu percebi desde cedo
    na minha carreira sem fins lucrativos
  • 1:28 - 1:29
    é que aquilo em que eu sou boa,
  • 1:29 - 1:31
    aquilo em que eu sou mesmo boa,
  • 1:31 - 1:33
    é a angariar dinheiro.
  • 1:33 - 1:35
    E adoro isso.
  • 1:35 - 1:36
    Acho que é um privilégio
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    trabalhar ao lado de líderes corajosos,
    ambiciosos e otimistas
  • 1:40 - 1:42
    e das organizações que eles servem.
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    Eu ensino as pessoas a fazer
    aquilo em que sou boa,
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    porque quanto mais pessoas aprenderem
    a fazer bem o meu trabalho,
  • 1:48 - 1:50
    mais trabalho vai ser feito.
  • 1:50 - 1:52
    E eu ensino toda a gente.
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    Eu ensino CEOs e presidentes,
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    administradores e educadores.
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    Ensino diretores de desenvolvimento
    em todo o tipo de equipas
  • 2:01 - 2:03
    e de ONGs recentes,
  • 2:03 - 2:05
    agentes de mudança social e candidatos.
  • 2:05 - 2:08
    Ensino toda a gente
    que quer fazer algo extraordinário
  • 2:08 - 2:10
    como financiar os seus sonhos.
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    O meu sonho é que haja
    mais pessoas como eu
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    a fazer bem este trabalho
  • 2:14 - 2:17
    e que o desenvolvimento seja
    um curso nas universidades,
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    para os angariadores de fundos como eu
    encontrarem este trabalho, logo de início,
  • 2:21 - 2:24
    em vez de o descobrirem
    anos mais tarde, acidentalmente.
  • 2:24 - 2:26
    Eu até ja desenvolvi o programa,
  • 2:26 - 2:29
    mas falta a revisão dos requisitos
    dos cursos de licenciatura,
  • 2:29 - 2:32
    Acho que esta noite
    talvez seja um bom primeiro passo
  • 2:32 - 2:34
    para as pessoas pensarem
    em angariação de fundos
  • 2:34 - 2:36
    mais como uma oportunidade
  • 2:36 - 2:38
    e menos como uma palavra feia.
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    Se querem mudar o mundo,
    têm de saber como o pagar.
  • 2:42 - 2:43
    Para fazerem isso bem feito,
  • 2:43 - 2:45
    têm de entender três coisas importantes.
  • 2:45 - 2:48
    O que pensam da riqueza e do dinheiro,
  • 2:48 - 2:51
    a importância de criar relações
  • 2:51 - 2:53
    e como pedir aquilo que querem.
  • 2:53 - 2:56
    Vamos começar pelo primeiro:
    o que pensam da riqueza e do dinheiro.
  • 2:57 - 2:59
    Qual é a vossa relação com o dinheiro?
  • 2:59 - 3:01
    O dinheiro é complicado,
  • 3:01 - 3:02
    torna toda a gente reticente,
  • 3:02 - 3:04
    faz toda a gente agir
    de forma estranha.
  • 3:05 - 3:08
    Toda a gente que já teve de dividir
    a conta do jantar com amigos
  • 3:08 - 3:09
    pode-vos dizer isto.
  • 3:09 - 3:11
    Imaginem como era antes do Venmo.
  • 3:11 - 3:13
    (Risos)
  • 3:13 - 3:15
    Para ajudar as pessoas
    a angariar dinheiro,
  • 3:15 - 3:18
    têm de as ajudar a entender
    a sua relação com o dinheiro,
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    porque todos tem complexos.
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    Cresceram pobres? Complexo.
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    Cresceram ricos? Complexo.
  • 3:23 - 3:26
    Chateados ou invejosos
    porque os outros têm mais dinheiro?
  • 3:27 - 3:28
    Complexo.
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    Acham as pessoas com mais dinheiro
    mais inteligentes?
  • 3:31 - 3:32
    Complexo.
  • 3:32 - 3:33
    (Risos)
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    Sentem-se culpados por terem
    mais dinheiro do que os outros?
  • 3:36 - 3:38
    Esse é um complexo de primeira classe.
  • 3:38 - 3:40
    (Risos)
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    Continua a ser um complexo,
    continua a ser um complexo.
  • 3:43 - 3:45
    Qualquer que seja a vossa relação
    com o vosso complexo
  • 3:45 - 3:47
    têm de se reconciliar com ele,
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    se querem conseguir pedir dinheiro.
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    E aqui vai uma dica
    quanto a pedir dinheiro.
  • 3:51 - 3:54
    A única diferença
    entre pessoas ricas e nós
  • 3:54 - 3:56
    é que elas têm mais dinheiro do que nós
  • 3:56 - 3:58
    É só isso.
  • 3:58 - 3:59
    Não compliquem.
  • 4:00 - 4:02
    Elas têm os seus complexos.
  • 4:03 - 4:06
    Quando pensam em como fazer este trabalho,
  • 4:06 - 4:09
    é importante lembrarem-se
    que o dinheiro faz o mundo rodar.
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    Ouvem isto a toda a hora, mas é verdade.
  • 4:11 - 4:13
    Quer sejam uma empresa
    com ou sem fins lucrativos,
  • 4:13 - 4:14
    ou então paguem as contas.
  • 4:15 - 4:18
    Nós sentimos que falar disso
    é desagradável, embaraçoso ou feio,
  • 4:18 - 4:20
    mas é só dinheiro.
  • 4:20 - 4:22
    E é um facto da vida.
  • 4:22 - 4:25
    A forma como se sentem em relação a isso
    afeta a forma de o abordar.
  • 4:25 - 4:28
    Como toda a gente,
    quando eu comecei neste trabalho,
  • 4:28 - 4:33
    tive de examinar os meus sentimentos
    em relação à riqueza e ao dinheiro.
  • 4:33 - 4:35
    E tive de aprender a separá-los
  • 4:35 - 4:38
    de como me sinto a angariar
    dinheiro para causas importantes.
  • 4:38 - 4:42
    A forma como me sinto a pedir dinheiro
    para ajudar pessoas a fazer bem no mundo
  • 4:42 - 4:46
    não é igual a como me sinto
    a angariar dinheiro para mim.
  • 4:46 - 4:48
    É uma distinção importante.
  • 4:48 - 4:50
    Quando vou falar com alguém,
  • 4:50 - 4:52
    não lhes estou a pedir
    para me pagarem a hipoteca.
  • 4:53 - 4:56
    Estou a dar-lhes a oportunidade
    de investirem numa ideia
  • 4:56 - 4:58
    que vai mudar o mundo para melhor.
  • 4:58 - 5:01
    Porque é que me devo sentir mal
    por fazer isso?
  • 5:01 - 5:03
    Se querem ser bons a angariar dinheiro,
  • 5:03 - 5:05
    têm de reformular o pedido,
  • 5:05 - 5:07
    tanto para vocês como para os outros,
  • 5:07 - 5:09
    como uma oportunidade.
  • 5:10 - 5:13
    Depois, têm de se preparar
    para criar algumas relações.
  • 5:13 - 5:16
    As pessoas dão a pessoas,
    não dão apenas a ideias.
  • 5:16 - 5:19
    Se elas não acreditarem
    na pessoa a lutar pelo lugar,
  • 5:19 - 5:20
    estão feitos.
  • 5:20 - 5:24
    Isto é verdade quer se trate
    de ações ou de capital de risco,
  • 5:24 - 5:27
    de política ou de organizações
    sem fins lucrativos.
  • 5:27 - 5:30
    Criar uma relação com pessoas
    implica trabalho.
  • 5:30 - 5:33
    Têm de se preocupar com mais
    do que aquilo que querem ou precisam,
  • 5:33 - 5:36
    têm de valorizar o que a outra pessoa
    quer ou precisa.
  • 5:36 - 5:39
    Eu sei, é uma ideia chocante e terrível.
  • 5:39 - 5:43
    Mas às vezes, é mais importante
    entender uma pessoa
  • 5:43 - 5:45
    do que conhecer o produto.
  • 5:45 - 5:49
    Se pensam que criar uma relação
    com as pessoas dá trabalho,
  • 5:49 - 5:52
    criar uma relação com uma pessoa
    a quem estão a pedir dinheiro,
  • 5:52 - 5:55
    dá trabalho, e exige trabalho de casa.
  • 5:55 - 5:57
    Fizeram alguma pesquisa?
  • 5:57 - 6:00
    Fazem ideia do que elas valorizam?
  • 6:00 - 6:02
    Sabem porque é que devem
    investir no vosso trabalho?
  • 6:02 - 6:05
    Conseguem responder a esta pergunta
    em menos de 30 segundos?
  • 6:05 - 6:08
    Se não conseguem,
    o encontro vai ser bem difícil
  • 6:08 - 6:10
    E a resposta não pode ser:
  • 6:10 - 6:13
    "Porque eles são muito ricos
    e vivem no mesmo sítio que eu".
  • 6:13 - 6:17
    Quando falam com as pessoas
    e entendem aquilo que valorizam,
  • 6:17 - 6:19
    têm de ser pessoalmente.
  • 6:19 - 6:22
    A angariação de fundos é relacional,
    não é transacional.
  • 6:22 - 6:25
    E têm de lhes perguntar coisas.
  • 6:25 - 6:28
    Quando me encontro com um dador,
    é algo do género:
  • 6:29 - 6:31
    "Olá, obrigada por me receberem.
  • 6:31 - 6:32
    "Como é que têm passado?
  • 6:32 - 6:34
    "Foram a algum sítio divertido nas férias?
  • 6:34 - 6:35
    "Boa, eu adoro o México.
  • 6:35 - 6:37
    "Vão sempre para o mesmo sítio?
  • 6:37 - 6:38
    "Oh, isso é espetacular!
  • 6:38 - 6:41
    "Aqueles são os seus filhos?
    Que giros! Quantos anos têm?
  • 6:41 - 6:42
    "Em que escola andam?
  • 6:42 - 6:45
    "Oh, essa escola é excelente,
    estão muito envolvidos lá?
  • 6:45 - 6:47
    "O seu cônjuge está na direção?
    Como é?
  • 6:47 - 6:50
    "Como é que se conheceram?
    Oh, em Santa Clara, fantástico.
  • 6:50 - 6:52
    "Participam na rede de ex-alunos?
  • 6:52 - 6:54
    "Muito interessante.
  • 6:54 - 6:55
    "Onde é que vivem ?
  • 6:55 - 6:57
    "Fantástico. Aquele é o seu barco?"
  • 6:57 - 6:58
    (Risos)
  • 6:58 - 7:01
    Eu passo por todas estas coisas.
  • 7:01 - 7:03
    E sabem porquê?
  • 7:03 - 7:04
    O que é que eu fiquei a saber.
  • 7:04 - 7:08
    Sei que eles gastam 120 mil por ano
    na escola, nos próximos 12 anos.
  • 7:08 - 7:09
    Certo?
  • 7:09 - 7:11
    O cônjuge está na direção da escola,
  • 7:11 - 7:13
    Sei que gastam 100 mil, provavelmente.
  • 7:13 - 7:14
    É um número de seis dígitos.
  • 7:14 - 7:16
    São ambos ex-alunos da escola,
  • 7:16 - 7:18
    isso é mais ou menos 25 mil.
  • 7:18 - 7:20
    Disseram-me que vivem
    no Upper East Side.
  • 7:20 - 7:23
    Posso procurar o apartamento deles
    e descobrir qual é a hipoteca.
  • 7:23 - 7:25
    Sei que têm uma segunda casa no México.
  • 7:25 - 7:27
    Oh, e têm um barco.
  • 7:27 - 7:29
    O que são trocos, não é?
  • 7:29 - 7:32
    Então o que eu agora percebo...
  • 7:32 - 7:33
    (Risos)
  • 7:33 - 7:34
    É verdade.
  • 7:34 - 7:36
    O que eu agora percebo
  • 7:36 - 7:39
    é que a doação de 1000 dólares
    é mais uma entrada.
  • 7:40 - 7:44
    E que eu devia pensar em formas
    de os ajudar a associarem-se a nós
  • 7:44 - 7:47
    e a investir de forma mais significativa.
  • 7:47 - 7:50
    Sei que isto soa um pouco mercenário
  • 7:50 - 7:52
    Sei bem como isto soa.
  • 7:52 - 7:55
    Mas é o que eu vos quero dizer,
  • 7:55 - 7:58
    porque esta é a parte que todos
    os meus clientes querem ignorar,
  • 7:58 - 8:00
    porque eles acham que é irrelevante,
    não é importante.
  • 8:01 - 8:04
    Se não entenderem o que é importante
    para eles e o que eles valorizam,
  • 8:04 - 8:07
    como é que lhes vão poder falar
    do vosso trabalho?
  • 8:08 - 8:10
    Eu quero que eles financiem
    o nosso trabalho.
  • 8:10 - 8:14
    Mas também quero que eles tenham
    uma experiência gratificante como dadores,
  • 8:14 - 8:16
    para sentirem que somos parceiros
  • 8:16 - 8:18
    e que não são um cartão de Multibanco.
  • 8:18 - 8:21
    Então é importante fazer as perguntas,
  • 8:21 - 8:23
    porque, quanto mais souberem
    sobre eles
  • 8:23 - 8:25
    e sobre aquilo que eles valorizam,
  • 8:25 - 8:28
    melhor podem orientar a conversa
    sobre o vosso trabalho
  • 8:28 - 8:29
    numa direção que os vá atrair.
  • 8:29 - 8:31
    Depois de passarem a parte "conhecer",
  • 8:31 - 8:33
    entram na parte divertida, como:
  • 8:34 - 8:36
    "Porque é que é filantropo?"
  • 8:36 - 8:37
    Certo?
  • 8:37 - 8:40
    "Porque é que investe em novas ideias?"
  • 8:40 - 8:43
    "Quer que dar seja um valor
    a passar aos seus filhos?
  • 8:43 - 8:45
    "Podemos ajudá-lo a fazer isso?"
  • 8:45 - 8:47
    É ótimo, é significativo,
  • 8:47 - 8:49
    e lembrem-se, é uma conversa,
  • 8:49 - 8:50
    não é um exame,
  • 8:50 - 8:52
    não é uma entrevista.
  • 8:53 - 8:56
    Não apareçam e lhes digam
    tudo o que sabem sobre eles,
  • 8:56 - 8:58
    porque fizeram a vossa pesquisa.
  • 8:58 - 9:00
    Não ganham pontos extra
    por saberem usar o Google.
  • 9:00 - 9:03
    É 75% eles a falarem
  • 9:03 - 9:04
    e 25% vocês a ouvirem.
  • 9:04 - 9:07
    É melhor ser um bom ouvinte
    do que um exibicionista.
  • 9:07 - 9:10
    E quando perceberem
    aquilo que valorizam,
  • 9:10 - 9:12
    podem falar do que vocês valorizam.
  • 9:12 - 9:14
    Podem falar-lhes de vocês.
  • 9:14 - 9:16
    Agora, quando fizerem isso,
  • 9:16 - 9:18
    não entrem em pormenores,
    senão vão perdê-los.
  • 9:18 - 9:21
    É como quando me reúno
    com homens da finança
  • 9:21 - 9:23
    e digo:
  • 9:24 - 9:25
    "Como vai o trabalho?"
  • 9:25 - 9:28
    Estou à espera de algo, tipo,
    polegar para cima, ou para baixo.
  • 9:28 - 9:31
    Mas o que recebo às vezes
  • 9:31 - 9:37
    é uma longa descrição sobre
    a tendência dos mercados,
  • 9:38 - 9:40
    e o meu cérebro sai do meu corpo
  • 9:40 - 9:43
    e começa a pensar na hora
    a que a minha lavandaria fecha
  • 9:43 - 9:44
    (Risos)
  • 9:44 - 9:46
    Não tenho capacidade para isso.
  • 9:46 - 9:49
    Tal como eles não têm para tantos
    detalhes do meu trabalho.
  • 9:49 - 9:51
    Se eles quiserem,
    eles farão as perguntas.
  • 9:52 - 9:55
    É isto que acontece vezes sem conta.
  • 9:55 - 9:57
    Vou dar um exemplo.
  • 9:58 - 9:59
    Eu trabalhei com um CEO uma vez,
  • 9:59 - 10:02
    e fui contratada para o ensinar
    a falar para pessoas humanas
  • 10:02 - 10:04
    como uma pessoa humana.
  • 10:04 - 10:05
    (Risos)
  • 10:05 - 10:07
    Foi um trabalho muito difícil.
  • 10:07 - 10:10
    Então, ele tinha encontros
    com grandes dadores,
  • 10:10 - 10:12
    e continuava sem conseguir donativos.
  • 10:12 - 10:14
    Eu não conseguia entender
    qual era o problema
  • 10:14 - 10:16
    então, finalmente, disse-lhe:
    "Vou consigo".
  • 10:16 - 10:19
    Fui com ele a encontros,
    e o que acontecia era que
  • 10:19 - 10:22
    ele entrava em tantos detalhes
    com os dadores
  • 10:22 - 10:24
    que os olhos deles ficavam vidrados,
  • 10:24 - 10:27
    e depois de ele acabar com
    a sua seca de 15 minutos,
  • 10:28 - 10:29
    eles literalmente diziam
  • 10:29 - 10:32
    — isto aconteceu três vezes de seguida:
  • 10:32 - 10:34
    "Boa, isso parece bom. Parabéns.
  • 10:35 - 10:36
    "Continue o bom trabalho."
  • 10:36 - 10:37
    E acabava o encontro,
  • 10:37 - 10:40
    o que claramente não era
    o resultado que procurávamos.
  • 10:40 - 10:43
    Então, ele não conseguia perceber
    o que eu lhe tentava dizer.
  • 10:43 - 10:46
    Finalmente, num ato de desespero,
    disse:
  • 10:47 - 10:49
    "Sabe o que eu adoro?
  • 10:49 - 10:51
    "Eu adoro a NASA.
  • 10:51 - 10:53
    "Eu adoro a NASA.
  • 10:53 - 10:56
    "Acho incrivelmente fantástico
  • 10:56 - 10:59
    "termos descoberto
    como levar uma pessoa à lua.
  • 10:59 - 11:00
    "Acho que é espetacular.
  • 11:00 - 11:03
    "Acho a ideia de levar alguém à lua,
  • 11:03 - 11:05
    "e de eles andarem na lua...
  • 11:05 - 11:07
    "E adoro foguetões.
  • 11:07 - 11:10
    Adoro foguetões,
    os foguetões são incríveis.
  • 11:10 - 11:12
    "Mas se me começar
    a falar dos foguetões,
  • 11:12 - 11:14
    "e como eles chegam à lua,
  • 11:14 - 11:16
    "e a matemática
    e as equações científicas,
  • 11:16 - 11:18
    "e como o foguetão chega à lua,
  • 11:18 - 11:21
    "juro, vou-me enforcar
    no meu próprio cabelo."
  • 11:21 - 11:23
    (Risos)
  • 11:23 - 11:27
    E disse: "Não é assim que falamos
    às pessoas do nosso trabalho.
  • 11:27 - 11:28
    "Qual é a necessidade?"
  • 11:29 - 11:30
    Qual é o ponto?
  • 11:30 - 11:32
    Como é que lidamos
    com a necessidade de provar
  • 11:32 - 11:34
    que somos melhores do que os outros?
  • 11:34 - 11:38
    Como é que fazemos isso aos outros?
  • 11:38 - 11:41
    Como é que eles nos podem
    ajudar a chegar à lua?
  • 11:41 - 11:43
    Isso é o que interessa.
  • 11:43 - 11:47
    Se forem capazes de fazer isso,
    devem estar prontos para fazer o pedido.
  • 11:47 - 11:48
    Agora, eu não espero
  • 11:48 - 11:51
    que toda a gente esteja entusiasmada
    por pedir dinheiro.
  • 11:51 - 11:53
    É por isso que o desenvolvimento
    é uma profissão
  • 11:53 - 11:55
    e não um passatempo estranho.
  • 11:55 - 11:56
    (Risos)
  • 11:56 - 11:59
    Naturalmente, os bons angariadores
    gostam de pessoas,
  • 11:59 - 12:01
    podem falar e falam com qualquer pessoa
  • 12:01 - 12:04
    encontram algo em comum
    com qualquer um,
  • 12:04 - 12:07
    são os nossos amigos que falam
    com as pessoas no elevador,
  • 12:07 - 12:08
    ou na mercearia.
  • 12:09 - 12:12
    Eles acreditam no trabalho necessário
  • 12:12 - 12:15
    para criar relações e mantê-las.
  • 12:15 - 12:19
    E naturalmente têm uma grande
    tolerância à rejeição.
  • 12:20 - 12:22
    Mas não esperem que toda a gente
    seja boa nisto,
  • 12:22 - 12:24
    e não têm de ter jeito
    para angariar dinheiro,
  • 12:24 - 12:27
    Só têm de respeitar
    as pessoas e o processo,
  • 12:27 - 12:29
    e fazer o trabalho.
  • 12:29 - 12:33
    Vão-se reconciliar com o vosso complexo?
  • 12:33 - 12:36
    Vão-se comprometer em criar relações?
  • 12:36 - 12:38
    Se vão, estão prontos para fazer o pedido.
  • 12:38 - 12:41
    E o pedido é às vezes tão simples
    como usar a frase:
  • 12:41 - 12:43
    "Quer pensar nisso?"
  • 12:44 - 12:46
    "Quer considerar
    tornar-se um doador mensal?"
  • 12:46 - 12:49
    "Quer considerar aumentar
    o seu apoio para 100 dólares?"
  • 12:50 - 12:53
    "Quer considerar investir no nosso trabalho
    ao nível de 1 milhão de dólares?
  • 12:53 - 12:56
    "Quer considerar" faz coisas fantásticas.
  • 12:56 - 12:58
    Uma, dá ao doador uma saída fácil.
  • 12:58 - 13:01
    Pode dizer "não" sem ser "sim-não"
  • 13:01 - 13:03
    E segundo, dá azo a uma segunda pergunta:
  • 13:03 - 13:05
    "Então, o que é que gostava
    de considerar?"
  • 13:05 - 13:07
    (Risos)
  • 13:07 - 13:08
    É bom, certo?
  • 13:08 - 13:09
    (Risos)
  • 13:10 - 13:13
    Quando fizerem isso, lembrem-se,
    não estão a pedir para vocês.
  • 13:13 - 13:16
    Estão a pedir para as pessoas que servem
  • 13:16 - 13:18
    ou que são tocadas pelo vosso génio.
  • 13:18 - 13:20
    Não é um favor pessoal, certo?
  • 13:20 - 13:24
    Sintam-se orgulhosos por pedir.
    É incrível fazerem este trabalho.
  • 13:25 - 13:27
    Não tentem ser alguém que não são,
  • 13:27 - 13:29
    vocês vão a estes encontros
    e pensam que têm de acertar.
  • 13:29 - 13:33
    Sejam vocês, sejam autênticos,
    ninguém gosta de um impostor.
  • 13:33 - 13:34
    Simplesmente sejam vocês.
  • 13:34 - 13:35
    E por favor,
  • 13:35 - 13:38
    por favor não inutilizem
    o vosso pedido.
  • 13:38 - 13:40
    O que eu quero dizer com isto é:
  • 13:40 - 13:42
    não cheguem a um encontro e digam...
  • 13:42 - 13:44
    — eu tive um educador
    que fazia sempre isto
  • 13:44 - 13:46
    e deixei de o convidar.
  • 13:46 - 13:49
    Ele dizia: "Não estamos aqui hoje
    para lhe pedir dinheiro".
  • 13:49 - 13:50
    (Risos)
  • 13:51 - 13:52
    Sim, estamos!
  • 13:52 - 13:53
    (Risos)
  • 13:53 - 13:57
    É exatamente, literalmente,
    para isso que estamos aqui hoje.
  • 13:57 - 13:59
    Não façam isso.
  • 13:59 - 14:01
    Não digam: "Seja o que quer
    que possam ajudar".
  • 14:01 - 14:05
    Essa é a maneira mais fácil de ter
    a doação mais pequena possível
  • 14:05 - 14:08
    que alguém pensa que vos pode dar
    e safam-se com isso.
  • 14:08 - 14:09
    Não estou a gozar.
  • 14:09 - 14:11
    E não reduzam o pedido.
  • 14:11 - 14:12
    Depois de pedirem:
  • 14:13 - 14:15
    " Quer considerar apoiar-nos
    com 10 000 dólares?
  • 14:16 - 14:17
    "Ou cinco? Ou dois? Ou um?
  • 14:18 - 14:19
    "Sabe que mais? Pense melhor.
  • 14:19 - 14:21
    "Você é o melhor, obrigado!"
  • 14:21 - 14:22
    Não façam isso!
  • 14:23 - 14:24
    Façam o pedido,
  • 14:24 - 14:27
    contem até 10,
    antes de falarem outra vez,
  • 14:27 - 14:29
    mantenham a cara assim.
  • 14:30 - 14:32
    (Risos)
  • 14:32 - 14:33
    Eles são adultos.
  • 14:34 - 14:37
    Têm todo o poder nesta situação.
  • 14:37 - 14:39
    Podem responder à pergunta.
  • 14:39 - 14:40
    Não deem alternativas.
  • 14:40 - 14:42
    Isto leva-me à minha parte favorita.
  • 14:42 - 14:44
    Se não pedirem, não obtêm.
  • 14:44 - 14:46
    Se não fizerem o pedido,
  • 14:46 - 14:48
    ninguém vos vai dar dinheiro.
  • 14:48 - 14:50
    E se ninguém vos der dinheiro,
  • 14:50 - 14:52
    não podem fazer nada com isso.
  • 14:52 - 14:54
    É muito simples. Não pedem, não obtêm.
  • 14:56 - 14:58
    Ouçam, eu adorava viver num mundo
  • 14:58 - 15:00
    onde as pessoas não tivessem
    de pedir dinheiro
  • 15:00 - 15:03
    para fazer trabalho importante
    que vai mudar a vida das pessoas.
  • 15:03 - 15:05
    Eu adorava não ter de ensinar as pessoas
  • 15:05 - 15:09
    a defender a importância
    da alimentação, da habitação
  • 15:09 - 15:10
    e da educação.
  • 15:11 - 15:13
    Mas este é o mundo em que vivemos.
  • 15:13 - 15:15
    Se estivermos focados neste trabalho,
  • 15:15 - 15:16
    e se o fizermos bem,
  • 15:16 - 15:19
    temos de estar tão focados
    na arte de financiar esse trabalho
  • 15:19 - 15:21
    como na arte de o executar.
  • 15:21 - 15:24
    Eu vou repetir isto,
    porque acho que é muito importante.
  • 15:24 - 15:27
    Temos de estar tão focados
    na arte de financiar esse trabalho
  • 15:27 - 15:30
    como na arte de o executar.
  • 15:31 - 15:32
    E no seu âmago,
  • 15:32 - 15:35
    a arte de financiar o trabalho
    significa que acreditamos
  • 15:35 - 15:38
    que o propósito e o privilégio
    do nosso trabalho
  • 15:38 - 15:40
    é dar às pessoas
  • 15:40 - 15:42
    uma maneira extraordinária
    de usarem a sua riqueza
  • 15:43 - 15:45
    para mudar a vida das pessoas.
  • 15:45 - 15:47
    É uma oportunidade,
  • 15:47 - 15:49
    porque no seu âmago, é isso que é.
  • 15:49 - 15:51
    Não é fantástico?
  • 15:51 - 15:53
    Obrigada.
  • 15:53 - 15:55
    (Aplausos)
Title:
Querem mudar o mundo? Aprendam a arte de angariar dinheiro.
Speaker:
Kara Logan Berlin
Description:

A forma como angariamos dinheiro para promover uma ideia, apoiar uma comunidade, ajuda a mudar o mundo? Façam um curso intensivo sobre a arte secreta da angariação de fundos bem sucedida com a estratega de desenvolvimento Kara Logan Berlin, enquanto ela revela como qualquer pessoa pode aprender a pedir dinheiro — e também obtê-lo.

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English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
16:08

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