RKA4JL - E aí, pessoal! Tudo bem? Aqui temos um gráfico que representa um ciclo econômico de que já falamos em outros vídeos. O eixo horizontal representa o tempo e o eixo vertical o PIB real e essa reta azul você pode entender como o resultado do pleno emprego em diferentes momentos e pode ver que é uma reta crescente. Portanto, temos um crescimento econômico. Talvez a população esteja aumentando e com isso estão ficando mais produtivos. Talvez com uma melhor educação, ou quem sabe uma melhor tecnologia. Mas sabemos que economias reais não têm um crescimento tão agradável e limpo como esse. Em vez disso, elas experimentam períodos de ciclo em torno da produção de pleno emprego. Às vezes estão acima da linha de tendência, como você pode ver aqui onde tem um hiato do produto positivo e também pode estar abaixo da linha de tendência, onde tem um hiato de produto negativo. Já falamos em outro vídeo a respeito de política fiscal e vimos que são ferramentas que os governos usam a fim de fechar essas aberturas de produção, essas brechas ou hiato, como costumamos dizer. Mas, por exemplo, se você tem um hiato de produção positiva e o governo teme que a economia superaqueça, que haja uma inflação, eles podem ter uma política fiscal que chamamos de contracionista. Isso significa que o governo vai tentar fazer algo para que esse buraco se feche. Quando há um hiato de produto negativo, isso significa que as pessoas estão sem trabalho e nesse momento o governo vai dar um pacote de estímulos para melhorar isso. E como eles podem fazer isso? Diminuindo impostos e aumentando os gastos do governo. Esse tipo de política fiscal em que o governo está fazendo algo especial para essa circunstância a fim de melhorar o cenário negativo é o que chamamos de política discricionária. Neste vídeo vamos focar no que chamamos de estabilizadores automáticos e que são chamados assim porque agem para estabilizar os ciclos econômicos. E claro, são desencadeados automaticamente, sem uma ação explícita do governo. Quais são exemplos desses estabilizadores automáticos? O primeiro deles são os impostos. Eu sugiro que você pause o vídeo e pense em como os impostos ajudam a suavizar essas flutuações. Vamos lá, então. Vamos pensar no que está acontecendo em uma parte desse ciclo econômico em que a economia está se expandindo. Digamos que seja aqui ou, quem sabe, aqui. O que está acontecendo com os impostos? Nesses dois cenários em que temos o hiato do produto positivo seria o caso em que a renda das pessoas aumenta mais e mais e os lucros corporativos são cada vez maiores. Com isso, a nossa variação de impostos será positiva e, além disso, esses impostos não crescem apenas em termos absolutos de dólares, mas provavelmente vão crescer a um ritmo mais rápido do que a economia. E por que isso acontece? Quando eu economia fica positiva, quando começa a se expandir cada vez mais, mais e mais empresas se tornarão lucrativas, correto? E se pensar no Imposto de Renda pessoal abaixo de um certo nível de renda em muitos países, você nem precisa pagar impostos e que para cada dólar ou aumento de 10 mil dólares, a taxa de impostos nessa parte pode subir. É por isso que o valor absoluto em dólares dos impostos provavelmente aumentará em um ritmo mais rápido do que o crescimento econômico real. Vamos pensar no que acontece no cenário oposto, ou seja, o que acontece com os impostos quando estamos em uma recessão. Digamos que estamos neste ponto aqui. Nessa situação, os lucros corporativos são mais baixos. Algumas empresas não serão tão lucrativos e, em alguns casos, nem pagarão impostos. As pessoas vão ganhar cada vez menos dinheiro e, com isso, a variação de impostos será negativa. Além disso, a taxa de redução de impostos provavelmente ficará maior do que a taxa de diminuição do PIB real, ou seja, o multiplicador de impostos vai ficar negativo e isso suaviza um pouco dessa curva. Outros exemplos de estabilizadores automáticos seriam coisas como pagamentos de bem-estar e seguro-desemprego. Mas por quê? Quando os tempos são bons, quando se tem esse hiato do produto positivo, as pessoas vão precisar cada vez menos desses pagamentos de bem-estar ou do seguro-desemprego e nesse cenário nós temos uma diminuição nos gastos do governo. Isso porque ele não precisa pagar esses benefícios. Essa diminuição de gastos é o que chamamos de contracionismo e serve para suavizar um pouco essa curva. E de novo, quando entramos em recessão, quando começamos a ter um hiato de produto negativo, mais e mais pessoas vão precisar desse bem-estar ou do seguro-desemprego. Isso aumenta os gastos do governo que, por sua vez, com o multiplicador, pode suavizar essa curva. Então o que aprendemos aqui é que quando o governo faz algo explicitamente para suavizar essa curva, ele está fazendo uma política fiscal discricionária. Mas você pode ter alguns mecanismos automáticos no sistema que podem suavizar a curva independentemente de onde estamos no ciclo econômico. Esses mecanismos têm o efeito de amortecimento. Eles suavizam essa oscilação e são o que chamamos de estabilizadores automáticos. Eu espero que essa aula tenha os ajudado e até a próxima, pessoal!