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O orgulho e o poder da representação em filmes

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    Silicon Valley e a Internet
    deram-me superpoderes,
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    ferramentas para levar para a batalha,
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    um colete para o transporte das balas,
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    e um sinal gigante no céu
    que me dizia quando era a hora de lutar.
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    Mas eu não consigo provar nada disto.
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    Não sou um "cientista",
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    Não tenho "factos."
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    Na verdade, a minha pontuação
    Rotten Tomato está a uns 50%,
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    por isso, não sei
    porque me deixaram entrar.
  • 0:30 - 0:32
    (Risos)
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    Mas se estamos a falar
    de colidir com um poder
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    que é maior do que nós
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    então, estou no lugar certo,
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    porque neste último ano,
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    eu tive um ano interessante com um filme
    chamado "Crazy Rich Asians" que fiz.
  • 0:44 - 0:45
    (Aplausos)
  • 0:45 - 0:47
    Obrigado, Obrigado.
  • 0:47 - 0:50
    E se estamos a falar de conexão,
    especialmente hoje,
  • 0:50 - 0:52
    então eu sei que a minha história
    só é possível
  • 0:52 - 0:56
    por um conjunto de conexões
    que aconteceram ao longo da minha vida
  • 0:56 - 0:59
    e então tenho esperança
    de que contar a minha história
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    pode ajudar alguém
    a encontrar o seu caminho
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    mais cedo do que eu encontrei.
  • 1:03 - 1:07
    A minha história começa quando eu abri
    o livro sagrado pela primeira vez...
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    O livro sagrado dos dispositivos,
    claro, "The Sharper Image."
  • 1:11 - 1:12
    (Risos)
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    Aqueles que conhecem.
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    Foi uma revista mágica de sonhos
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    e havia lá coisas
    que nem sabíamos que existiam,
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    mas estavam ali.
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    Podíamos encomendar
    e vinham por correio.
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    Algumas dessas coisas que
    talvez nunca deviam ter existido,
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    como Gregory, "um manequim
    realista e portátil
  • 1:30 - 1:33
    "que impede o crime com
    o seu aspeto forte e masculino".
  • 1:33 - 1:34
    Isso é real...
  • 1:34 - 1:35
    (Risos)
  • 1:35 - 1:38
    A propósito, aquilo é uma coisa real.
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    Mas os meus olhos fixaram-se
    no Video Ed/it Sima 2.
  • 1:42 - 1:45
    Era um aparelho muito fixe
    quando eu tinha 10 anos.
  • 1:45 - 1:47
    Podíamos ligar todos
    os leitores VHS uns aos outros
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    e fazer montagens.
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    Então liguei aos meus pais
    e convenci-os a comprar-me um.
  • 1:52 - 1:53
    Mas antes de lá chegar,
  • 1:53 - 1:55
    vou fazer-vos um resumo
    sobre os meus pais.
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    Eles vieram jovens para os EUA.
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    Vieram de Taiwan e da China
  • 2:00 - 2:03
    e foram viver para
    Los Altos, na Califórnia,
  • 2:03 - 2:05
    — em Silicon Valley
    antes de ser Silicon Valley.
  • 2:05 - 2:09
    Abriram um restaurante
    chamado Chef Chu's.
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    50 anos depois, hoje em dia,
    ainda lá trabalham,
  • 2:11 - 2:13
    eles continuam aqui,
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    e eu cresci aqui, o que foi ótimo.
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    Falando sobre conexão
    — este lugar era o centro de conexão.
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    As pessoas iam lá para festejar
    aniversários, acordos comerciais,
  • 2:22 - 2:23
    para comer e beber
  • 2:23 - 2:25
    — para se relacionarem.
  • 2:25 - 2:26
    Eu cresci naquele ambiente.
  • 2:26 - 2:30
    E os meus pais sempre disseram que
    a América era o melhor lugar do mundo.
  • 2:30 - 2:31
    Vocês podem...
  • 2:31 - 2:34
    Se vocês gostam de uma coisa,
    podem trabalhar a sério
  • 2:34 - 2:36
    e conseguir o que quiserem.
  • 2:36 - 2:39
    Eles criaram cinco crianças americanas.
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    Eu sou o mais novo.
  • 2:40 - 2:43
    Eu sou aquele de olhos fechados ali.
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    Chamaram-me e à minha irmã
    Jennifer e Jonathan,
  • 2:47 - 2:50
    como a Jeniffer e o Jonathan Hart
    da série "Hart to Hart".
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    (Risos)
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    Assim se vê quanto eles amavam
    a América, pelo menos é o que parece.
  • 2:55 - 2:57
    E achavam que nós éramos os Kennedys
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    — principalmente a minha mãe.
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    Ela vestia-nos sempre de igual
  • 3:01 - 3:05
    e inscrevia-nos em aulas de etiqueta
    e danças de salão,
  • 3:05 - 3:09
    assegurou que tivéssemos
    o plano odontológico correto.
  • 3:09 - 3:10
    (Risos)
  • 3:10 - 3:13
    Esta é uma foto minha.
    Não está retocada.
  • 3:13 - 3:14
    Obrigado meu Deus por isso.
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    Era eu que ficava com a câmara
    sempre que íamos de férias,
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    por isso pude gravar todos estes vídeos
    e ficar fora deles.
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    Este é o Video Ed/it 2 Sima
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    que os convenci a comprarem-me
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    e passei toda a noite
    a debater-me com os magnetoscópios
  • 3:30 - 3:32
    do quarto dos meus irmãos,
    emaranhado em fios,
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    e depois já tinha algo para lhes mostrar.
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    Uma noite levei-os para a sala,
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    foi provavelmente em 1991,
    por volta disso,
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    e mandei-os sentar na sala
  • 3:40 - 3:43
    — tinha o coração aos pulos,
    a respiração ofegante.
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    como estou agora —
  • 3:45 - 3:46
    e carreguei em Play.
  • 3:46 - 3:50
    E aconteceu uma coisa extraordinária,
  • 3:50 - 3:52
    Eles choraram.
  • 3:52 - 3:53
    E choraram.
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    Mas não choraram por ser a melhor
    edição de um vídeo do mundo
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    — apesar de ser muito bom.
  • 3:58 - 3:59
    (Risos)
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    Mas porque viram a nossa família
    como uma família normal
  • 4:03 - 4:06
    que se integra nessa TV
    em frente deles,
  • 4:06 - 4:09
    exatamente como os filmes que adoravam
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    e na série onde tinham ido buscar
    os nossos nomes.
  • 4:11 - 4:14
    Lembro-me como o mais novo
    desses cinco miúdos
  • 4:14 - 4:16
    se sentiu ouvido pela primeira vez.
  • 4:16 - 4:18
    Havia um lugar onde
    todas aquelas minhas ideias
  • 4:18 - 4:22
    podiam tornar-se vivas
    e escapar-se para o mundo exterior.
  • 4:22 - 4:23
    E eu soube, a partir daquele momento,
  • 4:23 - 4:26
    que queria fazer isto
    para o resto da vida,
  • 4:26 - 4:27
    quer fosse pago para isso ou não.
  • 4:27 - 4:30
    Eu tinha essa paixão
    e precisava de ferramentas.
  • 4:30 - 4:32
    O meu pai ia trabalhar
  • 4:32 - 4:35
    e continuava a gabar
    a minha aptidão para editar vídeos
  • 4:35 - 4:37
    junto dos clientes
    do restaurante Chef Chu's.
  • 4:37 - 4:39
    Por sorte estávamos em Silicon Valley,
  • 4:39 - 4:42
    onde se trabalhava
    em "software" e "hardware"
  • 4:42 - 4:44
    — eram todos engenheiros.
  • 4:44 - 4:47
    Ofereceram-se para me dar ferramentas
    para continuar a editar vídeos.
  • 4:47 - 4:50
    Isso foi em meados ou início dos anos 90,
  • 4:50 - 4:53
    em que essas coisas não existiam
    para miúdos como eu.
  • 4:53 - 4:57
    Então eu arranjei "software" beta
    e "hardware" em locais como HP e Sun
  • 4:57 - 5:00
    e Russel Brown no Adobe.
  • 5:00 - 5:02
    Eu não tinha nenhum manual,
  • 5:02 - 5:05
    e, por isso, aprendia sozinho
    e apaixonava-me ainda mais.
  • 5:05 - 5:09
    Fui para a Escola de Arte Cinematográfica
    da Universidade da Califórnia
  • 5:09 - 5:12
    e os meus pais ligavam-me
    de vez em quando, para me lembrarem
  • 5:12 - 5:17
    que eu tinha de fazer um filme
    sobre a minha origem chinesa.
  • 5:17 - 5:20
    E que um dia a China seria
    um enorme mercado para filmes.
  • 5:20 - 5:22
    E eu respondia: "OK".
  • 5:22 - 5:23
    (Risos)
  • 5:23 - 5:25
    Deem sempre ouvidos aos vossos pais.
  • 5:25 - 5:28
    (Risos)
  • 5:28 - 5:31
    Eu queria ser Zemeckis, Lucas e Spielberg.
  • 5:31 - 5:34
    A última coisa que queria era falar
    sobre a minha identidade cultural,
  • 5:34 - 5:36
    a minha etnia.
  • 5:36 - 5:38
    E, francamente, não tinha
    ninguém com quem conversar,
  • 5:38 - 5:41
    não tinha ninguém na escola
    com quem me pudesse abrir
  • 5:41 - 5:43
    e, mesmo que pudesse,
    o que é que eu ia dizer?
  • 5:43 - 5:45
    Então, ignorei isso e segui a minha vida.
  • 5:45 - 5:48
    Quinze anos depois, fui para Hollywood.
  • 5:48 - 5:50
    Fui descoberto pelo Spielberg.
  • 5:50 - 5:54
    Trabalhei com o The Rock,
    com Bruce Willis e Justin Bieber.
  • 5:54 - 5:58
    Até subi ao palco do TED para apresentar
    a minha companhia de dança LXD,
  • 5:58 - 6:00
    e foi incrível.
  • 6:00 - 6:01
    Então, há uns anos,
  • 6:01 - 6:04
    senti-me um pouco perdido, criativamente
  • 6:04 - 6:06
    Comecei a sentir-me um pouco em baixo,
  • 6:06 - 6:08
    e tive um sinal.
  • 6:08 - 6:11
    Eu ouvi vozes do céu,
  • 6:11 - 6:13
    pareciam mais o som de pássaros.
  • 6:13 - 6:15
    OK, era o Twitter.
  • 6:15 - 6:16
    E o Twitter...
  • 6:16 - 6:17
    (Risos)
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    Era Constance Wu no Twitter,
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    era Daniel Dae Kim,
  • 6:21 - 6:23
    era Jenny Yang, que está aqui hoje.
  • 6:23 - 6:24
    Era Alan Yang.
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    Todos eles estavam a escrever
    sobre as suas frustrações
  • 6:28 - 6:30
    com a sua representação em Hollywood.
  • 6:30 - 6:32
    E isso mexeu comigo.
  • 6:32 - 6:34
    Eu pensava as mesmas coisas
    mas nunca tinha registado
  • 6:34 - 6:36
    — eu estava muito concentrado.
  • 6:36 - 6:38
    Sentia que tinha sorte em ter trabalho
  • 6:38 - 6:40
    e só então percebi:
    o que está errado em Hollywood?
  • 6:40 - 6:42
    Porque é que estão a fazer isto?
  • 6:42 - 6:46
    Então, olhei para o espelho e
    percebi que eu sou Hollywood.
  • 6:46 - 6:47
    Eu literalmente
  • 6:47 - 6:49
    eu levantei a gola antes de vir para aqui,
  • 6:49 - 6:51
    sou tão Hollywood como isso.
  • 6:51 - 6:52
    (Risos)
  • 6:52 - 6:54
    Ainda está para cima? OK, ótimo.
  • 6:54 - 6:55
    (Aplausos)
  • 6:56 - 6:59
    Durante todos estes anos
    sentia que tinha recebido muito,
  • 6:59 - 7:03
    e pouco estava a dar a este negócio
    de filmes de que tanto gosto.
  • 7:03 - 7:05
    Sentia que tinha sorte por estar ali
  • 7:05 - 7:08
    mas nesse momento, percebi
    que não era uma questão de sorte,
  • 7:08 - 7:10
    eu tinha o direito de estar aqui.
  • 7:10 - 7:12
    Eu ganhara o direito de estar ali.
  • 7:12 - 7:15
    Todas aquelas noites sem dormir,
    todas as festas que perdi,
  • 7:15 - 7:18
    todos os amigos e a namorada que perdi
    porque estava a editar...
  • 7:18 - 7:22
    Eu ganhara o direito de estar ali
    não só de ter uma voz mas de dizer algo
  • 7:22 - 7:24
    e dizer algo importante,
  • 7:24 - 7:25
    E eu tinha o poder,
  • 7:25 - 7:30
    o superpoder de mudar as coisas
    se eu realmente quisesse.
  • 7:30 - 7:33
    Quando tentamos contar
    histórias sobre nós mesmos
  • 7:33 - 7:36
    sobre pessoas parecidas connosco,
    com a nossa família,
  • 7:36 - 7:37
    isso pode ser assustador,
  • 7:38 - 7:40
    e voltam os sentimentos de estar sozinho.
  • 7:40 - 7:42
    Mas a Internet disse-me,
  • 7:42 - 7:45
    enviou-me o sinal de que ia aparecer
    um exército inteiro à minha espera
  • 7:45 - 7:47
    para me dar apoio
    e para me adorar por isso.
  • 7:47 - 7:51
    Então, encontrei Kevin Kwan com
    a sua novela "Crazy Rich Asians"
  • 7:51 - 7:53
    e deitámo-nos ao trabalho.
  • 7:53 - 7:55
    Fizemos esse filme juntos.
  • 7:55 - 7:56
    Todos os atores eram asiáticos
  • 7:56 - 7:59
    — o primeiro filme só com asiáticos
    em 25 anos de história.
  • 7:59 - 8:02
    (Aplausos)
  • 8:02 - 8:06
    Mas quando começámos
    não havia nenhuma garantia.
  • 8:06 - 8:10
    Não havia competição
    para este tipo de filme.
  • 8:10 - 8:12
    Sempre que fizemos pesquisas,
  • 8:12 - 8:14
    as audiências não seriam nada boas.
  • 8:14 - 8:16
    Na verdade, mesmo
    nos nossos testes de ante-estreia,
  • 8:16 - 8:19
    em que oferecemos bilhetes
    para as pessoas verem o filme,
  • 8:19 - 8:21
    tínhamos uma taxa de 1 para 25,
  • 8:21 - 8:23
    ou seja, só uma entre 25 pessoas
    dizia que sim,
  • 8:23 - 8:26
    o que é um número muito baixo
    para este tipo de coisas.
  • 8:26 - 8:29
    Os asiáticos que conheciam o livro
    não confiavam em Hollywood.
  • 8:29 - 8:32
    Os asiáticos que não conheciam o livro
    achavam o título ofensivo
  • 8:32 - 8:34
    e as outras pessoas
    que não eram asiáticas,
  • 8:34 - 8:37
    achavam que o filme não era para elas.
  • 8:37 - 8:39
    Então, estávamos feitos.
  • 8:39 - 8:41
    Felizmente, a Warner Brothers
    não desistiu de nós.
  • 8:41 - 8:44
    Mas depois apareceu
    de novo a corrente elétrica
  • 8:44 - 8:50
    e um exército de escritores, repórteres
    e bloguistas americano-asiáticos
  • 8:50 - 8:55
    que, durante anos tinham aberto caminho
    nas suas publicações,
  • 8:55 - 8:57
    puseram-se ao trabalho, sem eu saber,
  • 8:57 - 8:58
    e começaram a publicar coisas.
  • 8:58 - 9:02
    Alguns investidores de tecnologia
    começaram a publicar nas redes sociais,
  • 9:02 - 9:06
    escreveram coisas sobre nós
    em artigos no "LA Times",
  • 9:06 - 9:09
    no "The Hollywood Reporter"
    e no "Entertainment Weekly".
  • 9:09 - 9:14
    Era como se todos quisessem
    escrever notícias sobre nós,
  • 9:15 - 9:17
    uma coisa incrível de testemunhar!
  • 9:17 - 9:23
    Toda essa onda de apoio
    transformou-se numa conversa "online"
  • 9:23 - 9:25
    entre todos esses americano-asiáticos
  • 9:25 - 9:27
    em que pudemos debater e discutir
  • 9:27 - 9:29
    que histórias queríamos contar,
  • 9:29 - 9:32
    que histórias deviam ser contadas ou não.
  • 9:32 - 9:34
    Podemos fazer troça de nós mesmos?
  • 9:34 - 9:36
    E quanto aos atores?
    O que podemos fazer?
  • 9:36 - 9:39
    Nós não concordávamos
    — e ainda não concordamos,
  • 9:39 - 9:41
    mas a questão não era essa..
  • 9:41 - 9:43
    A questão era que essa conversa
    estava a acontecer.
  • 9:43 - 9:47
    E essa conversa tornou-se
    numa infraestrutura.
  • 9:47 - 9:51
    Reuniu todos esses diferentes grupos
    que tentavam conseguir a mesma coisa
  • 9:51 - 9:54
    e colocou-nos a todos juntos
    nesse tecido de ligação.
  • 9:55 - 9:57
    Mais uma vez, não era perfeito
  • 9:57 - 10:01
    mas o começo de como determinaríamos
    a nossa representação no grande ecrã.
  • 10:02 - 10:05
    Isso tornou-se mais físico
    quando eu fui para o cinema.
  • 10:05 - 10:07
    Eu nunca me vou esquecer
    — no primeiro fim de semana,
  • 10:08 - 10:10
    fui ao cinema e não havia lá só asiáticos,
  • 10:10 - 10:12
    eram todos os tipos de pessoas.
  • 10:12 - 10:13
    Entrei e sentei-me
  • 10:13 - 10:16
    e as pessoas riam, as pessoas choravam.
  • 10:16 - 10:19
    Quando fui para o átrio,
  • 10:19 - 10:21
    as pessoas continuaram ali,
  • 10:21 - 10:23
    como se não quisessem ir-se embora.
  • 10:23 - 10:24
    Começaram a abraçar-se,
  • 10:24 - 10:27
    a dar as mãos, a tirar "selfies",
  • 10:27 - 10:28
    conversavam, riam.
  • 10:28 - 10:30
    Todas essas coisas.
  • 10:30 - 10:34
    Eu tinha uma relação
    muito íntima com aquele filme,
  • 10:34 - 10:37
    mas não percebi,
    enquanto o estávamos a fazer,
  • 10:37 - 10:40
    o que estávamos a fazer,
    senão quando aquilo aconteceu.
  • 10:40 - 10:43
    Foi a mesma coisa
    que os meus pais sentiram
  • 10:43 - 10:45
    quando assistiram aos vídeos de família
  • 10:45 - 10:47
    naquela sala de estar, naquele dia.
  • 10:47 - 10:50
    Ver-nos no ecrã tem um poder em si mesmo
  • 10:50 - 10:53
    e a única forma como posso descrever isso
    é o orgulho.
  • 10:54 - 10:56
    Sempre compreendi
    esta palavra intelectualmente
  • 10:56 - 10:59
    — provavelmente
    já falei sobre esta palavra,
  • 10:59 - 11:00
    mas sentir mesmo esse orgulho
  • 11:00 - 11:03
    — e aqueles que já sentiram,
    sabem-no bem —
  • 11:03 - 11:07
    é como se quiséssemos
    abraçar todos e falar com todos.
  • 11:07 - 11:08
    É como uma...
  • 11:08 - 11:10
    não consigo explicar.
  • 11:10 - 11:11
    É uma sensação muito física,
  • 11:11 - 11:16
    tudo por causa de um
    longo padrão de ligação.
  • 11:16 - 11:19
    O filme foi um presente que me foi dado,
  • 11:19 - 11:21
    e ao longo dos anos
    aprendi muitas coisas.
  • 11:21 - 11:25
    Podemos planear, escrever guiões,
    fazer o nosso roteiro,
  • 11:25 - 11:27
    mas a certa altura,
  • 11:27 - 11:29
    o filme vai responder-nos,
  • 11:29 - 11:32
    e temos de o ouvir.
  • 11:32 - 11:34
    É um organismo vivo
    que se apresenta a si mesmo.
  • 11:34 - 11:37
    É melhor agarrar nele
    antes que se escape entre os dedos.
  • 11:37 - 11:40
    Essa é a parte mais interessante
    quando fazemos filmes.
  • 11:40 - 11:43
    Quando eu olho para a vida
    não é assim tão diferente.
  • 11:43 - 11:46
    Eu fui sendo orientado
    por entre essas interligações,
  • 11:46 - 11:50
    por pessoas, por circunstâncias,
    pela sorte.
  • 11:50 - 11:54
    Isso mudou quando eu percebi
    que, quando começamos a ouvir
  • 11:55 - 11:58
    as batidas silenciosas
    e os barulhos à nossa volta,
  • 11:58 - 12:02
    percebemos que essa bela sinfonia
    já está escrita para nós.
  • 12:02 - 12:04
    Uma linha direta para o nosso destino.
  • 12:05 - 12:06
    O nosso superpoder.
  • 12:07 - 12:10
    Filmar foi um presente que me foi dado,
  • 12:10 - 12:15
    foi estimulado pelos meus pais
    e incentivado pela minha comunidade,
  • 12:15 - 12:19
    Eu tinha de ser quem eu queria ser
    quando precisava de o ser.
  • 12:20 - 12:22
    A minha mãe publicou
    uma coisa no Facebook,
  • 12:22 - 12:26
    o que habitualmente é uma coisa
    muito má de se dizer em voz alta
  • 12:26 - 12:28
    — assustador, ela não devia
    ter Facebook.
  • 12:28 - 12:30
    (Risos)
  • 12:30 - 12:32
    Ela publicou este "meme",
  • 12:32 - 12:34
    uma daquelas coisas engraçadas:
  • 12:34 - 12:36
    "Não podemos mudar alguém
    que não quer mudar,
  • 12:36 - 12:39
    "mas nunca subestimem o poder
    de plantar uma semente."
  • 12:39 - 12:42
    Quando eu estava a dar os últimos
    retoques nesta apresentação,
  • 12:42 - 12:45
    percebi que todas as poderosas
    conexões na minha vida
  • 12:45 - 12:51
    foram através da generosidade,
    da bondade, do amor e da esperança.
  • 12:51 - 12:54
    Quando penso nos meus filmes
    "Crazy Rich Asians" e "In the Heights"
  • 12:54 - 12:56
    em que estou a trabalhar agora...
  • 12:56 - 12:58
    (Aplausos)
  • 12:58 - 13:00
    Sim, esse é um dos bons.
  • 13:00 - 13:04
    Tudo o que eu quero fazer
    é mostrar neles alegria e esperança,
  • 13:04 - 13:07
    porque recuso-me a acreditar
    que os nossos melhores dias já passaram,
  • 13:08 - 13:10
    que, na verdade,
    estão ao virar da esquina.
  • 13:10 - 13:11
    Porque vemos amor
  • 13:11 - 13:14
    — o amor é o superpoder
    que me foi dado.
  • 13:14 - 13:18
    O amor é o superpoder
    que foi passado para mim.
  • 13:19 - 13:23
    O amor é a única coisa
    que pode deter uma bala
  • 13:23 - 13:25
    antes de ela ter sido disparada.
  • 13:25 - 13:28
    O amor é a única coisa
    que pode saltar por cima de um prédio
  • 13:28 - 13:31
    e pôr toda a comunidade
    a olhar para o céu,
  • 13:31 - 13:32
    de mãos dadas,
  • 13:32 - 13:36
    e ter a coragem de enfrentar algo
    que não pode ser maior que eles mesmos.
  • 13:37 - 13:40
    Então eu tenho um desafio
    para mim mesmo e para todos aqui.
  • 13:40 - 13:42
    Quando vocês estiverem a trabalhar
  • 13:42 - 13:44
    na vossa empresa,
  • 13:44 - 13:48
    e estiverem a dar vida às coisas,
    a tornar possível o impossível,
  • 13:48 - 13:52
    não se esqueçam
    de serem gentis com os outros,
  • 13:52 - 13:55
    porque eu acredito que é essa
    a forma mais poderosa de conexão
  • 13:55 - 13:57
    que podemos dar a este planeta.
  • 13:57 - 14:00
    O nosso futuro depende disso.
  • 14:00 - 14:01
    Obrigado.
  • 14:01 - 14:04
    (Aplausos)
  • 14:04 - 14:05
    Obrigado.
  • 14:05 - 14:07
    (Aplausos)
Title:
O orgulho e o poder da representação em filmes
Speaker:
Jon M. Chu
Description:

Logo após o sucesso da estreia do seu filme "Crazy Rich Asians," o realizador Jon M. Chu reflete sobre o que o leva a criar — e fala sobre o poder da conexão e da representação no ecrã.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:21

Portuguese subtitles

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