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O orgulho e o poder da representatividade no cinema

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    O Vale do Silício e a internet
    me deram superpoderes,
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    ferramentas com as quais lutar,
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    um traje à prova de balas
  • 0:12 - 0:16
    e um sinal gigante no céu
    que me dizia a hora de lutar.
  • 0:17 - 0:21
    Na verdade, não posso provar nada disso.
  • 0:21 - 0:23
    Não sou "cientista",
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    não tenho "fatos".
  • 0:25 - 0:28
    Minha avaliação no site Rotten Tomatoes
    está em torno de 50% agora.
  • 0:28 - 0:30
    Não sei por que me deixaram entrar.
  • 0:30 - 0:31
    (Risos)
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    Mas, se falamos de enfrentar um poder
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    maior do que nós,
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    então estou no lugar certo,
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    porque o ano passado, para mim,
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    foi interessante com um filme
    chamado "Podres de Ricos" que fiz.
  • 0:43 - 0:44
    (Vivas)
  • 0:44 - 0:45
    Muito obrigado.
  • 0:45 - 0:47
    (Aplausos)
  • 0:47 - 0:49
    E se falamos de conexão
    especificamente hoje,
  • 0:49 - 0:52
    sei que minha história só é possível
  • 0:52 - 0:56
    por causa de várias conexões
    que aconteceram ao longo de minha vida.
  • 0:56 - 0:59
    Assim espero que, ao contar
    um pouco da minha história,
  • 0:59 - 1:02
    eu ajude alguém a encontrar seu caminho
    um pouco mais cedo do que eu.
  • 1:02 - 1:07
    Minha história começou quando abri
    o livro sagrado pela primeira vez...
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    O livro sagrado dos gadgets,
    é claro: "Sharper Image".
  • 1:11 - 1:12
    (Risos)
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    Sim, aqueles que o conhecem.
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    Era uma revista mágica de sonhos
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    e tinha coisas que sabíamos
    que não poderiam existir,
  • 1:21 - 1:22
    mas estavam ali.
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    Podíamos encomendar; vinha pelo correio.
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    E algumas coisas que talvez
    nunca deveriam ter existido,
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    como "Gregory", um manequim
    portátil e realista
  • 1:30 - 1:33
    que impede o crime pela aparência
    forte e masculina dele.
  • 1:33 - 1:34
    Isso é real.
  • 1:34 - 1:35
    (Risos)
  • 1:35 - 1:36
    A propósito, é de verdade.
  • 1:36 - 1:37
    (Risos)
  • 1:37 - 1:42
    Mas meus olhos estavam voltados
    para o Sima Video Ed/it 2.
  • 1:42 - 1:44
    Essa coisa era tão legal aos dez anos.
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    Podíamos conectar
    todos os nossos videocassetes
  • 1:47 - 1:49
    e gravar algo juntos.
  • 1:49 - 1:51
    Liguei para meus pais
    e os convenci a comprá-lo para mim.
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    Mas, antes disso,
  • 1:52 - 1:55
    vou falar um pouco sobre meus pais.
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    Eles vieram para os Estados Unidos
    quando eram jovens.
  • 1:58 - 2:00
    São de Taiwan, na China,
  • 2:00 - 2:03
    e foram morar em Los Altos, Califórnia -
  • 2:03 - 2:05
    o Vale do Silício
    antes do Vale do Silício -
  • 2:05 - 2:09
    e abriram um restaurante
    chamado Chef Chu's.
  • 2:09 - 2:11
    Hoje, 50 anos depois,
    ainda trabalham no restaurante,
  • 2:11 - 2:12
    ainda estão lá.
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    Cresci lá; então, foi ótimo.
  • 2:14 - 2:17
    Falando de conexão,
    esse lugar era um centro de conexão.
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    As pessoas comemoravam lá
    aniversários, festas, acordos de negócios,
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    para comer, beber...
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    Conexão.
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    Pude crescer naquele ambiente.
  • 2:26 - 2:29
    Meus pais sempre disseram que os EUA
    são o melhor lugar do mundo.
  • 2:30 - 2:35
    Se você ama algo, pode trabalhar muito
    e conquistar o que quiser.
  • 2:35 - 2:39
    Eles criaram cinco filhos
    totalmente norte-americanos.
  • 2:39 - 2:40
    Sou o caçula.
  • 2:40 - 2:42
    Vocês podem ver que sou
    o de olhos fechados ali.
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    Batizaram minha irmã e a mim
    Jennifer e Jonathan,
  • 2:46 - 2:50
    por causa de Jennifer e Jonathan Hart
    da série de TV "Casal 20".
  • 2:50 - 2:52
    (Risos)
  • 2:52 - 2:55
    Era tanto assim que amavam
    os Estados Unidos, pelo jeito.
  • 2:55 - 2:57
    Eles achavam que éramos os Kennedys,
  • 2:57 - 2:59
    minha mãe especificamente.
  • 2:59 - 3:01
    Ela nos vestia o tempo todo parecidos
  • 3:01 - 3:05
    e nos colocava em aulas
    de etiqueta e de dança de salão,
  • 3:05 - 3:09
    garantia que tivéssemos
    o plano odontológico certo.
  • 3:09 - 3:10
    (Risos)
  • 3:10 - 3:12
    Esta é uma foto minha
    de verdade; não é falsa.
  • 3:12 - 3:14
    Sou grato a ela.
  • 3:14 - 3:18
    Eu era responsável pela câmera de vídeo
    toda vez que saíamos de férias,
  • 3:18 - 3:21
    Eu reunia todos esses vídeos
    e não tinha nada para fazer com eles.
  • 3:21 - 3:24
    Portanto, o Sima Video Ed/it 2.
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    Convenci meus pais a comprarem-no
  • 3:26 - 3:29
    e passei a noite toda
    lutando com os videocassetes
  • 3:29 - 3:32
    do quarto de meus irmãos,
    num emaranhado de fios,
  • 3:32 - 3:34
    e aí eu tinha algo para lhes mostrar.
  • 3:34 - 3:36
    Certa noite, eu os levei
    para a sala de estar.
  • 3:36 - 3:38
    Devia ser em 1991, ou algo assim,
  • 3:38 - 3:40
    e os coloquei na sala de estar.
  • 3:40 - 3:43
    Meu coração disparava,
    a respiração era profunda,
  • 3:43 - 3:44
    mais ou menos como agora.
  • 3:44 - 3:46
    Apertei a tecla "play",
  • 3:46 - 3:50
    e aconteceu algo extraordinário.
  • 3:50 - 3:51
    Eles choraram.
  • 3:52 - 3:53
    E choraram,
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    não por ser a edição de vídeo caseiro
    mais incrível de todos os tempos,
  • 3:56 - 3:58
    embora fosse muito boa,
  • 3:58 - 3:59
    (Risos)
  • 3:59 - 4:04
    mas porque eles viram nossa família
    como uma família normal que se encaixava
  • 4:04 - 4:06
    e pertencia à tela em frente a eles,
  • 4:06 - 4:09
    assim como nos filmes que eles adoravam
  • 4:09 - 4:11
    e nos programas de TV
    que inspiraram nossos nomes.
  • 4:11 - 4:14
    Lembro-me, como o caçula de cinco filhos,
  • 4:14 - 4:16
    de me sentir ouvido pela primeira vez.
  • 4:16 - 4:18
    Havia isso onde todas
    essas coisas em minha mente
  • 4:18 - 4:22
    podiam estar nesse lugar lá fora,
    grande e elétrico, existir e escapar,
  • 4:22 - 4:25
    e eu sabia, a partir daí, que eu queria
    fazer isso pelo resto da vida,
  • 4:25 - 4:26
    fosse algo remunerado ou não.
  • 4:26 - 4:30
    Eu tinha essa paixão
    e precisava de ferramentas.
  • 4:30 - 4:32
    Meu pai trabalhava,
  • 4:32 - 4:35
    continuava se gabando de minha habilidade
    de editar vídeos caseiros
  • 4:35 - 4:37
    para os clientes do Chef Chu's.
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    Por sorte, esse é o Vale do Silício.
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    Eles trabalham em coisas,
    hardware e software.
  • 4:42 - 4:43
    São todos engenheiros
  • 4:43 - 4:47
    e me ofereceram coisas
    para edição de vídeo digital.
  • 4:47 - 4:50
    Era em meados ou no início dos anos 90,
  • 4:50 - 4:53
    quando essas coisas não existiam
    para crianças como eu.
  • 4:53 - 4:57
    Eu conseguia softwares e hardwares
    experimentais de lugares como a HP e a Sun
  • 4:57 - 5:00
    e de Russell Brown da Adobe.
  • 5:00 - 5:02
    Eu não tinha manual,
  • 5:02 - 5:05
    eu tinha que me virar
    e me apaixonava ainda mais.
  • 5:05 - 5:08
    Comecei a estudar na Escola
    de Arte Cinematográfica da USC.
  • 5:08 - 5:12
    Meus pais sempre me ligavam
    aleatoriamente e me lembravam
  • 5:12 - 5:17
    de que eu tinha que fazer filmes
    sobre minha tradição chinesa.
  • 5:17 - 5:20
    Que a China seria um enorme
    mercado para filmes algum dia.
  • 5:20 - 5:22
    Eu dizia: "Tá certo, pessoal".
  • 5:22 - 5:23
    (Risos)
  • 5:23 - 5:25
    Sempre escutem seus pais.
  • 5:25 - 5:27
    (Risos)
  • 5:28 - 5:31
    Eu queria ser Zemeckis, Lucas e Spielberg.
  • 5:31 - 5:34
    A última coisa de que eu queria falar
    era minha identidade cultural,
  • 5:34 - 5:36
    minha etnia.
  • 5:36 - 5:38
    Eu não tinha ninguém para conversar,
  • 5:38 - 5:40
    ninguém na escola
    com quem eu pudesse me abrir.
  • 5:40 - 5:42
    Mesmo se tivesse, o que eu diria?
  • 5:42 - 5:45
    Ignorei e segui em frente com minha vida.
  • 5:45 - 5:47
    Passando para 15 anos depois,
  • 5:47 - 5:48
    consegui chegar a Hollywood.
  • 5:48 - 5:50
    Fui descoberto por Spielberg,
  • 5:50 - 5:54
    trabalhei com The Rock,
    Bruce Willis e Justin Bieber.
  • 5:54 - 5:58
    Até vim ao palco do TED para apresentar
    minha companhia de dança LXD,
  • 5:58 - 6:00
    e foi ótimo.
  • 6:00 - 6:01
    Então, alguns anos atrás,
  • 6:01 - 6:03
    eu me sentia um pouco
    perdido, criativamente.
  • 6:04 - 6:06
    O motor estava ficando lento,
  • 6:06 - 6:07
    e recebi um sinal...
  • 6:08 - 6:10
    Ouvi vozes do céu...
  • 6:11 - 6:13
    ou eram mais como pássaros.
  • 6:13 - 6:15
    Tá bom, era o Twitter.
  • 6:15 - 6:16
    E o Twitter...
  • 6:16 - 6:17
    (Risos)
  • 6:17 - 6:19
    Era a Constance Wu no Twitter,
  • 6:19 - 6:21
    era o Daniel Dae Kim,
  • 6:21 - 6:23
    era a Jenny Yang, que está aqui hoje,
  • 6:23 - 6:24
    era o Alan Yang,
  • 6:24 - 6:28
    todas essas pessoas que escreviam
    sobre suas frustrações
  • 6:28 - 6:30
    com representatividade em Hollywood.
  • 6:30 - 6:32
    Até que enfim entendi.
  • 6:32 - 6:34
    Eu pensava nisso, mas nunca registrei.
  • 6:34 - 6:37
    Eu estava concentrado
    e tinha sorte de estar trabalhando.
  • 6:37 - 6:39
    Aí me dei conta:
  • 6:39 - 6:40
    o que há de errado com Hollywood?
  • 6:40 - 6:42
    Por que não fazem isso?
  • 6:42 - 6:46
    Então, me olhei no espelho
    e me dei conta de que eu sou Hollywood.
  • 6:46 - 6:47
    Eu, literalmente,
  • 6:47 - 6:49
    levantei meu colarinho antes de vir aqui.
  • 6:49 - 6:50
    Isso é o quanto sou Hollywood.
  • 6:50 - 6:51
    (Risos)
  • 6:51 - 6:53
    Ainda está levantado? Muito bom.
  • 6:54 - 6:55
    (Aplausos)
  • 6:56 - 6:59
    Por todos esses anos,
    senti que eu havia recebido tanto,
  • 6:59 - 7:03
    e o que eu estava devolvendo
    ao negócio do cinema que eu amava?
  • 7:03 - 7:05
    Eu tinha sorte de estar aqui,
  • 7:05 - 7:08
    mas, nesse momento, percebi
    que não tinha só a sorte de estar aqui,
  • 7:08 - 7:10
    como também o direito.
  • 7:10 - 7:11
    Não, eu merecia esse direito.
  • 7:11 - 7:15
    Todas aquelas noites sem dormir,
    aquelas festas de sexta que perdi,
  • 7:15 - 7:18
    cada amigo e namorada que perdi
    porque eu estava editando...
  • 7:18 - 7:22
    Mereci o direito de estar aqui não apenas
    para ter uma voz, mas para dizer algo,
  • 7:22 - 7:23
    e dizer algo importante.
  • 7:23 - 7:25
    Eu tinha, na verdade, o poder,
  • 7:25 - 7:29
    o superpoder de mudar as coisas,
    se eu realmente quisesse.
  • 7:29 - 7:30
    [SUPERPODER]
  • 7:30 - 7:33
    Quando tentamos contar histórias sobre nós
  • 7:33 - 7:36
    e pessoas parecidas conosco
    e com nossa família,
  • 7:36 - 7:37
    pode ser assustador,
  • 7:37 - 7:39
    e todas aquelas sensações
    de solidão voltarem.
  • 7:39 - 7:41
    Mas foi a internet que me disse;
  • 7:41 - 7:45
    que enviou o sinal de que haveria
    um exército inteiro à minha espera
  • 7:45 - 7:46
    para me apoiar e me amar.
  • 7:47 - 7:51
    Então, encontrei o incrível romance
    de Kevin Kwan, "Podres de Ricos",
  • 7:51 - 7:53
    e fomos ao trabalho.
  • 7:53 - 7:55
    Criamos esse filme.
  • 7:55 - 7:57
    O primeiro elenco
    totalmente asiático em 25 anos
  • 7:57 - 7:59
    com uma história contemporânea.
  • 7:59 - 8:02
    (Aplausos) (Vivas)
  • 8:02 - 8:07
    Mas, quando começamos,
    não havia nenhuma garantia.
  • 8:07 - 8:10
    Não havia espaço para esse tipo de filme.
  • 8:10 - 8:14
    Toda vez que fazíamos pesquisas e tal,
    o público não aparecia.
  • 8:14 - 8:15
    Mesmo em exibições experimentais,
  • 8:16 - 8:19
    quando damos ingressos gratuitos
    às pessoas para assistirem ao filme,
  • 8:19 - 8:21
    tivemos uma proporção de 1 para 25,
  • 8:21 - 8:23
    ou seja, após 25 pedidos,
    só 1 pessoa aceitou,
  • 8:23 - 8:25
    o que é baixíssimo
    para esse tipo de negócio.
  • 8:25 - 8:28
    Os asiáticos que conheciam o livro
    não confiavam em Hollywood,
  • 8:28 - 8:32
    os asiáticos que não conheciam o livro
    achavam o título ofensivo,
  • 8:32 - 8:36
    e outras pessoas não asiáticas achavam
    simplesmente que o filme não era pra elas.
  • 8:36 - 8:39
    Estávamos bem ferrados.
  • 8:39 - 8:41
    Felizmente, a Warner Brothers
    não nos rejeitou.
  • 8:41 - 8:44
    Mas a energia, em algum lugar,
    voltou a funcionar,
  • 8:44 - 8:50
    e esse exército de escritores, repórteres
    e blogueiros ásio-americanos,
  • 8:50 - 8:55
    que, ao longo dos anos, ascenderam
    por meio de suas publicações,
  • 8:55 - 8:57
    começaram a trabalhar,
    sem meu conhecimento.
  • 8:57 - 8:58
    E começaram a fazer publicações.
  • 8:58 - 9:02
    O pessoal da tecnologia daqui também
    começou a publicar nas mídias sociais,
  • 9:02 - 9:06
    a escrever sobre nós
    em artigos no "LA Times",
  • 9:06 - 9:09
    no "The Hollywood Reporter"
    e no "Entertainment Weekly".
  • 9:09 - 9:14
    Foi como uma rebelião popular
    de nos tornarmos notícia.
  • 9:15 - 9:16
    Que coisa incrível de se testemunhar.
  • 9:17 - 9:23
    E a onda de apoio se transformou
    numa conversa on-line
  • 9:23 - 9:25
    entre todos esses ásio-americanos,
  • 9:25 - 9:27
    na qual podíamos debater e discutir
  • 9:27 - 9:29
    que histórias queríamos contar,
  • 9:29 - 9:32
    quais deveriam ser contadas ou não...
  • 9:32 - 9:33
    Podemos tirar sarro de nós mesmos?
  • 9:33 - 9:36
    E quanto ao elenco? O que podemos fazer?
  • 9:36 - 9:38
    E não entrávamos em acordo,
    e ainda não entramos.
  • 9:39 - 9:40
    Mas a questão não era essa.
  • 9:40 - 9:43
    A questão era que a conversa
    estava acontecendo.
  • 9:43 - 9:47
    E esse fluxo de conversas
    tornou-se uma infraestrutura.
  • 9:47 - 9:51
    Havia todos esses grupos diferentes
    que tentavam alcançar o mesmo objetivo
  • 9:51 - 9:55
    e nos uniram nesse tecido conectivo.
  • 9:55 - 9:56
    De novo, não era perfeito,
  • 9:56 - 10:01
    mas era o começo de como determinamos
    nossa própria representação no cinema.
  • 10:02 - 10:05
    E se tornou mais físico
    quando fui ao cinema.
  • 10:05 - 10:07
    Nunca me esquecerei
    do fim de semana de estreia,
  • 10:08 - 10:10
    quando fui ao cinema,
    e não havia apenas asiáticos,
  • 10:10 - 10:11
    mas todo tipo de pessoas.
  • 10:11 - 10:12
    Entrei e me sentei.
  • 10:12 - 10:15
    As pessoas riam, choravam.
  • 10:16 - 10:19
    Quando entrei no saguão,
  • 10:19 - 10:20
    as pessoas continuavam lá.
  • 10:21 - 10:23
    Era como se elas não quisessem sair.
  • 10:23 - 10:24
    Elas apenas se abraçavam,
  • 10:24 - 10:26
    se cumprimentavam, tiravam selfies,
  • 10:26 - 10:28
    debatiam, riam daquilo.
  • 10:28 - 10:30
    Todas essas coisas diferentes.
  • 10:30 - 10:34
    Eu tinha um relacionamento
    tão íntimo com esse filme,
  • 10:34 - 10:37
    mas não entendia enquanto o produzíamos
  • 10:37 - 10:40
    o que estávamos fazendo até que acontecia,
  • 10:40 - 10:45
    que era o mesmo que meus pais sentiram
    ao assistir aos nossos vídeos de família
  • 10:45 - 10:47
    naquele sala naquele dia.
  • 10:47 - 10:50
    Há um poder em nos vermos na tela,
  • 10:50 - 10:53
    e o único modo de descrevê-lo é orgulho.
  • 10:53 - 10:56
    Sempre entendi essa palavra
    de modo intelectual,
  • 10:56 - 10:59
    já devo ter falado sobre ela,
  • 10:59 - 11:00
    mas sentir orgulho de verdade;
  • 11:00 - 11:03
    e aqueles que já sentiram sabem;
  • 11:03 - 11:07
    é como se quiséssemos gostar,
    tocar em todos, agarrar e correr por aí.
  • 11:07 - 11:08
    É como uma...
  • 11:08 - 11:09
    Não sei explicar.
  • 11:09 - 11:11
    É uma sensação muito física,
  • 11:11 - 11:15
    tudo por causa de um longo
    padrão de conexão.
  • 11:15 - 11:16
    [ORGULHO]
  • 11:16 - 11:19
    O cinema foi uma dádiva para mim
  • 11:19 - 11:21
    e, ao longo dos anos, aprendi muito.
  • 11:21 - 11:25
    Você pode planejar, escrever roteiros,
    fazer seus storyboards,
  • 11:25 - 11:27
    mas, num certo momento,
  • 11:27 - 11:29
    seu filme responderá a você,
  • 11:29 - 11:31
    e sua tarefa é escutar.
  • 11:32 - 11:34
    É esse organismo vivo,
    e ele meio que se apresenta.
  • 11:34 - 11:37
    É melhor você pegá-lo
    antes que escorregue pelas mãos,
  • 11:37 - 11:39
    e essa é a parte mais
    empolgante de fazer filmes.
  • 11:39 - 11:42
    Quando observo a vida,
    ela não é tão diferente assim.
  • 11:42 - 11:46
    Fui levado por essa espécie
    de trilha de conexões
  • 11:46 - 11:49
    por pessoas, circunstâncias
  • 11:49 - 11:50
    e pela sorte.
  • 11:50 - 11:55
    E isso mudou quando percebi
    que, ao começar a escutar
  • 11:55 - 11:57
    as batidas silenciosas
    e os ruídos confusos ao redor,
  • 11:58 - 12:02
    percebemos que já existe
    uma bela sinfonia escrita para nós,
  • 12:02 - 12:04
    uma linha direta para nosso destino.
  • 12:05 - 12:06
    Nosso superpoder.
  • 12:06 - 12:09
    O cinema foi uma dádiva para mim,
  • 12:10 - 12:15
    incentivado por meus pais
    e apoiado por minha comunidade.
  • 12:15 - 12:19
    Pude ser quem eu queria ser
    quando eu precisava ser.
  • 12:20 - 12:22
    Minha mãe fez uma publicação
    no Facebook outro dia,
  • 12:22 - 12:25
    o que costuma ser muito ruim
    de se dizer em voz alta.
  • 12:26 - 12:28
    É assustador, ela não deveria
    ter Facebook...
  • 12:28 - 12:30
    (Risos)
  • 12:30 - 12:32
    Ela publicou isso, e era um "meme",
  • 12:32 - 12:33
    sabem, aquelas coisas engraçadas,
  • 12:33 - 12:36
    que dizia: "Você não pode mudar
    alguém que não quer mudar,
  • 12:36 - 12:39
    mas nunca subestime
    o poder de plantar uma semente".
  • 12:39 - 12:42
    Enquanto eu dava os retoques
    finais nesta palestra,
  • 12:42 - 12:45
    eu me dei conta de que todas
    as conexões poderosas em minha vida
  • 12:45 - 12:51
    vieram por meio de generosidade,
    bondade, amor e esperança.
  • 12:51 - 12:54
    Quando penso em meus filmes
    "Podres de Ricos" e "In the Heights",
  • 12:54 - 12:56
    no qual estou trabalhando agora...
  • 12:56 - 12:57
    (Vivas)
  • 12:57 - 12:58
    Sim, é um bom filme.
  • 12:58 - 12:59
    (Aplausos)
  • 12:59 - 13:04
    Tudo o que quero fazer
    é mostrar alegria e esperança neles,
  • 13:04 - 13:07
    porque me recuso a pensar
    que nossos melhores dias já passaram,
  • 13:08 - 13:10
    mas sim estão chegando.
  • 13:10 - 13:14
    Porque o amor é o superpoder que me deram.
  • 13:14 - 13:18
    O amor é o superpoder que me passaram.
  • 13:19 - 13:23
    O amor é a única coisa que pode parar
    uma bala em alta velocidade
  • 13:23 - 13:25
    antes mesmo de ela ser disparada.
  • 13:25 - 13:27
    O amor é a única coisa
    que pode saltar por um edifício
  • 13:27 - 13:30
    e fazer toda a comunidade
    olhar para o céu,
  • 13:31 - 13:32
    dar as mãos
  • 13:32 - 13:36
    e ter a coragem de enfrentar
    algo impossivelmente maior do que ela.
  • 13:37 - 13:40
    Tenho um desafio para mim
    e para todos aqui.
  • 13:40 - 13:42
    Enquanto trabalham no seu negócio,
  • 13:42 - 13:43
    na sua empresa,
  • 13:43 - 13:48
    e dão vida a esse negócio,
    e tornam possível o impossível,
  • 13:48 - 13:51
    não nos esqueçamos
    de ser gentis uns com os outros,
  • 13:52 - 13:55
    porque acredito que essa é
    a forma mais poderosa de conexão
  • 13:55 - 13:57
    que podemos dar a este planeta.
  • 13:57 - 14:00
    Na verdade, nosso futuro depende disso.
  • 14:00 - 14:01
    Obrigado.
  • 14:01 - 14:04
    (Aplausos) (Vivas)
  • 14:04 - 14:05
    Obrigado.
  • 14:05 - 14:07
    (Aplausos)
Title:
O orgulho e o poder da representatividade no cinema
Speaker:
Jon M. Chu
Description:

Logo após o sucesso estrondoso de seu filme "Crazy Rich Asians" ("Podres de Ricos"), o diretor Jon M. Chu reflete sobre o que o motiva a criar, e defende com fervor o poder da conexão e da representação na tela.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:21

Portuguese, Brazilian subtitles

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