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"A utopia reside no horizonte. Movo-me dois passos
mais perto; ela move-se dois passos mais longe.
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Caminho outros dez passos e
o horizonte corre 10 passos mais longe.
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Não importa o quão longe vou,
nunca conseguirei alcançá-la.
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O que é, então, o propósito da Utopia?
É proporcionar o nosso avanço.
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Eduardo Galeano
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Vivemos num mundo perpetuado
por guerras, crimes e corrupção.
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Protestos após protestos, continuam sendo perpetuados.
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Parece que precisamos de uma abordagem diferente.
Como o Projeto Venus aborda estes problemas?
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- Caso deseje mesmo pôr um fim às guerras,
à pobreza, fome e a maioria dos crimes,
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o que temos de fazer, eventualmente pela educação,
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é declarar todos os recursos da Terra
como herança comum de todas os cidadãos do mundo.
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Vejo isso como o único meio.
É nessa direção que temos de nos esforçar.
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Não digo que isso pode ser feito de uma só vez.
É um processo lento de educação.
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- Por que você propõe uma mudança tão radical?
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- Bem, eu gostava de ver o fim das guerras,
pobreza, ao sofrimento humano desnecessário,
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e não consigo ver no contexto de
um sistema baseado em dinheiro.
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Vejo, sim, uma constante repetição dos mesmos
eventos: guerras, pobreza, recessão...
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- A economia monetária está na raíz do problema
e pode ser corrigido? Se não, porquê não?
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- Francamente, dentro deste sistema, para sobreviver
tem que se submeter aos métodos dele.
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Um advogado não está lá para te ajudar sempre.
Há dinheiro envolvido nas firmas jurídicas.
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Por outras palavras, a motivação
não é baseada nas preocupações humanas.
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É baseada no ganho final.
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A motivação da maioria das indústrias, o objetivo é
o lucro, não é o progresso da humanidade;
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E eles sentem que isso é um subproduto deste sistema.
Eu não acredito nisso.
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Acontece que as regras do jogo
foram inventadas há tantos anos atrás,
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que já não se enquadram nas circunstâncias
econômicas dos tempos.
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O que nós gostaríamos de fazer é atualizar o nosso
sistema, para que se adapte à nova tecnologia.
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- A eleição de pessoas com moral mais elevada
iria resolver o problema?
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Não, porque mesmo que se conseguisse eleger pessoas
de caráter moral inquestionável,
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se esgotássemos os recursos, haveriam mentiras,
fraudes, roubos e outras artificialidades.
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Não é de caráter moral que precisamos.
É da gestão inteligente dos recursos da Terra!
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O verdadeiro futuro depende da nossa capacidade
de resolver problemas de escassez,
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superar esses problemas pela nossa própria
engenhosidade criativa.
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- O que é uma economia baseada em recursos, e como
se compara com uma economia baseada em dinheiro?
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- Numa economia baseada em dinheiro,
usamos o dinheiro como meio de troca.
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Agora, o dinheiro não representa
a nossa capacidade de produção.
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Apenas representa um método desenhado há centenas
de anos atrás e estabelecido dentro do sistema.
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No sistema baseado em dinheiro é a riqueza,
a propriedade e o poder, e isso é a diretiva principal.
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Hoje dizemos 'Quanto irá custar?'
Essa não é a questão real!
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A verdadeira questão é 'Temos os recursos
para construir esse tipo de projeto?'
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Sim, temos. 'Temos o dinheiro?' Não, não temos.
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Mas temos mais que recursos suficientes e disponíveis
para construir qualquer coisa que queiramos.
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Se você tem dificuldade de entender isso,
considere o seguinte:
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Suponha que todo o dinheiro do mundo
desaparecesse amanha de manhã.
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Enquanto existirem campos, água, materiais de
construção, podemos construir tudo o que queiramos.
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Não é de dinheiro que as pessoas precisam;
É de acesso aos recursos!
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Por outras palavras, foi necessário
há uma centena de anos,
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usar um sistema monetário
para a distribuição de produtos.
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Hoje, nós temos a tecnologia
para tornar essas coisas disponíveis.
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Por que estamos roubando uns aos outros?
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Um sistema econômico baseado em recursos
não usa dinheiro,
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troca, comércio ou qualquer outro
velho sistema prevalecente.
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É baseado no redesenhar de uma cultura
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que se enquadra à capacidade de aporte
dos recursos da Terra.
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Qualquer outra coisa diferente não vai funcionar.
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É como mandar pessoas para a Lua
sem água, sem alimentos,
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operando na suposição de que a Lua fornecerá.
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Tem de ser baseado...
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Toda a ciência e tecnologia têm de ser baseadas
em função dos recursos.
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Sem recursos, qualquer planejamento que faça,
se não tiver os recursos, é invalidado.
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Os recursos têm de coincidir com o potencial industrial.
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- Como é que isso oferece uma abordagem diferente
para a nossa sociedade?
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- Iria mudar a perspectiva básica das pessoas.
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Não existiria tal coisa como desemprego,
nem tais coisas como guerras,
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nem polícia, nem prisões, nem bancos, nem dinheiro;
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Mas as pessoas teriam acesso a novas habitações,
educação, cuidados de saúde,
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e a todas as coisas às quais não temos acesso hoje
sem uma grande quantia de dinheiro.
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- Se eu estiver entendendo bem, você fala de
não haver dinheiro, nem crédito,
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nem empréstimos, nem dívidas, nem trocas?
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Onde está o incentivo?
- Não há guerras, não há disputas territoriais,
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redução do crime em cerca de 90%,
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o fim do medo da privação económica
ou da perda de casa,
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ou o tratamento de doenças as quais
não seja capaz de pagar econômicamente.
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Tudo isso termina. Se isso não é um bom incentivo
não sei o que possa ser!
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Muitas pessoas crescem acreditando que o dinheiro
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é a força impulsionadora que gera incentivo.
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Mas também gera incentivo para a corrupção, fraude,
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tomar conta do seu cunhado, práticas abusivas,
discriminação racial...
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Digo que sim, o dinheiro produz incentivo,
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mas também produz todos os outros fatores,
que normalmente são ignorados.
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Eu diria que as pessoas que recordamos da história
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não são as que fazem enormes somas de dinheiro.
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Elas são as pessoas que deram as suas vidas
para melhorar as vidas de outras pessoas,
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sem ganhos financeiros. O que estou dizendo é que
as pessoas verdadeiras que admiramos
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são as pessoas que fizeram trabalhos para o público,
não por causa de incentivos monetários.
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Tenho medo das pessoas que fazem as coisas por dinheiro.
Não me sinto seguro nisso.
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- E quanto à 'natureza humana'?
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- Eu penso que o ambiente forma
os valores e os comportamentos.
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A genética, até certa medida, define a propensão,
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mas não nos dá um sistema de valores.
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A genética não é responsável
por ganância, intolerância,
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racismo, preconceito. Tudo isso é aprendido.
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Se você não alterar as condições que geram isso,
eu não vejo uma solução.
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O que o Projeto Vénus advoga
é o redesenhar da nossa cultura,
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para que essas condições não existam mais.
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- E quanto à escassez? Pode ser eliminada?
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- Temos os recursos suficientes para satisfazer
a crescente população no mundo?
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Sim, hoje temos mais do que suficiente,
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e está incontestavelmente provado
que temos mais que suficiente.
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Mas a maneira como gerimos os nossos recursos é desperdiçadora.
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Nós mudamos o design dos automóveis todos os anos,
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para que as pessoas comprem carros novos.
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Mudamos a moda da Primavera,
a moda do Outono, a moda do Inverno,
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para que compremos coisas novas e
constantemente nos envolvamos em adquirir coisas.
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Assim, nós queremos projetar,
inovar e fazer produtos novos
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desenhados para não se desgastarem ou estragarem.
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- O que representa o Projeto Vênus?
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- Um mundo trabalhando em uma direção,
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a gestão inteligente dos recursos,
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e a atualização dos padrões de vida
para todas as pessoas do Mundo,
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sem lucros para ninguém
e com serviços para todos.
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- Então como você imagina
a transição para esse tipo de sistema?
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- Se continuar a introduzir máquinas
e substituir o trabalho das pessoas,
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a maioria das pessoas pelo mundo fora
não terá o poder de compra
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para adquirir os produtos e serviços.
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Isso vai levar ao fim do antigo sistema monetário.
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Vejo o colapso econômico como
o único sistema que iria fazer as pessoas entender:
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'Uau, vejo que as pessoas que elegi
na administração política
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não são competentes o suficiente
para nos tirar deste problema',
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e elas vão procurar outras alternativas possíveis.
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Quanto mais pessoas souberem disso, mais
provável que possa vir a ser instalado.
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O Projeto Vênus não diz "Isto é o que o Futuro vai ser".
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Tudo o que diz é 'Isto é o que o Futuro pode vir a ser.'
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E é isto o que o Projeto Vénus tem a oferecer:
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a metodologia de como alcançar
padrões de vida mais elevados
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para todas as pessoas do mundo,
sem a uniformidade ou estandardização,
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ou a subordinação a uma forma de
elite que administra o governo.
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- Quais os problemas que estão no caminho
para implementar este tipo de transição?
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- Tradições, hábitos, doutrinação, propaganda.
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Todos nós somos condicionados a aceitar
o nosso sistema como o melhor sistema.
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A todos nós são contadas histórias
sobre a cultura, a nossa história cultural,
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as quais deixaram de fora
os aspectos detrimentais.
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Todas as sociedades tendem a suportar
os valores dominantes de si mesmas.
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Não existe tal coisa como uma 'sociedade objetiva'.
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Se existisse, não poderíamos ter cientistas alemães,
cientistas americanos, cientistas britânicos,
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cientistas holandeses, ou cientistas franceses
trabalhando para servir o seu governo.
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A ciência verdadeira não tem aliança com governos.
Tem só submissão à metodologia.
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Então, não se trata de uma
lealdade ao sistema do Fresco,
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ou ao Projeto Vénus. Eu seria contra isso.
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Vocês tem lealdade à Terra
e a todas as pessoas que vivem nela.
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- Quem decide como vai ser o Futuro?
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- Não penso que alguém deva
decidir como vai ser o Futuro,
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mas devemos decidir qual
a direção que queremos seguir
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e em que tipo de mundo queremos viver,
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e se temos as facilidades e recursos
para construir tal mundo?
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A resposta a isso é: "Sim, nós temos
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a capacidade e recursos
para construir um mundo melhor."
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Não há uma maneira para o fazer por tua conta.
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Ou pensamos globalmente
ou nos destruiremos individualmente.
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É bem vindo o teu criticismo ao Projeto Vénus.
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É bem vinda a participação
e contribuição de todos
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Não temos ideia do que seria uma sociedade ideal,
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nem alimentamos tais visões como Utopia.
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Sentimos que todos os sistemas
irão mudar constantemente
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para quaisquer condições necessárias
para atender às necessidades dos tempos.
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Não temos projetos fixos;
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assim convidamos à participação
e a recomendações de alterações,
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porque a história da civilização
é a história de mudança.
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Obrigado, Jacque Fresco... pela inspiração
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Procure sobre o Projeto Vênus
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