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As mentiras que contamos às grávidas

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    Hoje vamos partilhar imensos segredos
  • 0:04 - 0:07
    e, ao fazê-lo, espero
    que possamos abandonar
  • 0:07 - 0:10
    parte da vergonha que muitas de nós
    sentem em relação ao sexo.
  • 0:11 - 0:14
    Quem aqui já foi assediada
    por um estranho?
  • 0:16 - 0:18
    Muitas mulheres.
  • 0:19 - 0:21
    Quanto a mim, a altura que melhor recordo
  • 0:21 - 0:25
    foi quando esse estranho
    foi um aluno meu.
  • 0:26 - 0:29
    Naquela noite, veio ter comigo,
    depois das aulas
  • 0:29 - 0:31
    e as palavras dele confirmaram
    aquilo que eu já sabia:
  • 0:32 - 0:33
    "Lamento muito, professora,
  • 0:33 - 0:37
    "Se eu soubesse que era a senhora,
    nunca teria dito aquelas coisas".
  • 0:37 - 0:39
    (Risos)
  • 0:40 - 0:44
    Para ele, eu não era uma pessoa
    antes de ser a professora dele.
  • 0:45 - 0:47
    Este conceito, chamado objetificação,
  • 0:47 - 0:49
    é o fundamento do sexismo
  • 0:49 - 0:53
    e vemo-lo reforçado
    em todos os aspetos da nossa vida.
  • 0:56 - 0:59
    Vemo-lo no governo,
  • 0:59 - 1:01
    que se recusa a punir homens
  • 1:01 - 1:03
    por violarem mulheres.
  • 1:03 - 1:06
    Vemo-lo na publicidade.
  • 1:06 - 1:08
    Quem já viu um anúncio
  • 1:08 - 1:11
    que usa os seios de uma mulher
  • 1:11 - 1:13
    para vender um produto
    que nada tem a ver com isso?
  • 1:16 - 1:18
    Ou filme atrás de filme, atrás de filme,
  • 1:18 - 1:21
    que retratam mulheres
    apenas como interesses de amor?
  • 1:22 - 1:26
    Estes exemplos podem parecer
    incoerentes e inofensivos
  • 1:26 - 1:27
    mas são sinistros,
  • 1:27 - 1:29
    lentamente reforçando uma cultura
  • 1:29 - 1:32
    que se recusa a ver
    as mulheres como pessoas.
  • 1:32 - 1:36
    Vemos isso na escola
    que manda para casa uma miúda de 10 anos
  • 1:36 - 1:39
    porque a roupa dela distrai
    os rapazes que tentam estudar,
  • 1:40 - 1:44
    ou no governo que se recusa
    a punir homens por violarem mulheres,
  • 1:44 - 1:46
    vezes sem conta,
  • 1:47 - 1:49
    ou na mulher que é morta
  • 1:49 - 1:51
    porque pediu a um homem para
    deixar de se roçar nela,
  • 1:51 - 1:53
    na pista de dança.
  • 1:56 - 1:59
    Os "media" desempenham um papel
    importante em imortalizar
  • 1:59 - 2:00
    a objetificação das mulheres.
  • 2:02 - 2:04
    Consideremos a clássica comédia romântica.
  • 2:04 - 2:08
    Somos habitualmente apresentados
    a dois tipos de mulheres, nestes filmes,
  • 2:08 - 2:10
    dois tipos de mulheres desejáveis.
  • 2:11 - 2:14
    A primeira é a sexy, a brasa.
  • 2:14 - 2:17
    É aquela mulher incrivelmente bonita
    com um corpo perfeito.
  • 2:17 - 2:20
    O protagonista
    não tem dificuldade em identificá-la
  • 2:20 - 2:23
    e, menos ainda, em ter
    relações sexuais com ela.
  • 2:23 - 2:25
    A segunda é a nossa
    protagonista,
  • 2:25 - 2:29
    a mulher bela mas reservada,
    por quem o nosso protagonista se apaixona,
  • 2:29 - 2:31
    apesar de, a princípio,
    não ter reparado nela,
  • 2:31 - 2:34
    ou de não ter gostado dela,
    se reparou.
  • 2:34 - 2:36
    A primeira é a vadia.
  • 2:36 - 2:38
    É para ser consumida e esquecida.
  • 2:38 - 2:40
    Está demasiado disponível.
  • 2:40 - 2:44
    A segunda é desejável mas modesta
  • 2:44 - 2:47
    e, portanto, digna dos futuros filhos
    do nosso protagonista.
  • 2:47 - 2:49
    Material para casamento.
  • 2:49 - 2:52
    Na verdade, é-nos dito
    que as mulheres têm dois papéis,
  • 2:52 - 2:56
    mas esses dois papéis têm dificuldade
    em coexistir na mesma mulher.
  • 2:57 - 3:00
    Nas raras ocasiões
    em que digo a um novo conhecimento
  • 3:00 - 3:02
    que estudo o sexo,
  • 3:02 - 3:04
    se a conversa não termina logo ali,
  • 3:04 - 3:07
    normalmente, fica bastante intrigado.
  • 3:08 - 3:10
    "Oh! Fale-me mais disso".
  • 3:10 - 3:11
    E eu assim faço.
  • 3:12 - 3:15
    "Estou muito interessada
    em estudar os comportamentos sexuais
  • 3:15 - 3:17
    "de grávidas e de casais pós-parto".
  • 3:17 - 3:20
    Nesta altura, obtenho
    um tipo de reação diferente.
  • 3:20 - 3:22
    (Risos)
  • 3:22 - 3:24
    "Oh... hmm...
  • 3:25 - 3:27
    "As grávidas também têm relações sexuais?
  • 3:28 - 3:32
    "Pensou em estudar o desejo sexual...
  • 3:32 - 3:34
    "ou os orgasmos?"
  • 3:34 - 3:37
    "Isso seria interessante...e sensual!"
  • 3:38 - 3:41
    Digam-me: qual é a primeira palavra
    que vos vem à cabeça
  • 3:41 - 3:43
    quando imaginam uma grávida?
  • 3:43 - 3:47
    Fiz esta pergunta num inquérito
    a mais de 500 adultos,
  • 3:47 - 3:50
    e a maioria respondeu
    "barriga" ou "redondo"
  • 3:51 - 3:53
    e "fofinha".
  • 3:53 - 3:55
    Não fiquei muito surpreendida.
  • 3:55 - 3:57
    A que é que também chamamos fofinho?
  • 3:58 - 4:00
    Bebés, cachorrinhos, gatinhos.
  • 4:01 - 4:02
    E aos velhinhos. Não é?
  • 4:03 - 4:05
    (Risos)
  • 4:05 - 4:08
    Mas quando chamamos "fofinho" a um adulto,
  • 4:08 - 4:11
    retiramos-lhe grande parte
    da sua inteligência,
  • 4:11 - 4:12
    da sua complexidade.
  • 4:12 - 4:15
    Reduzimo-los a qualidades infantis.
  • 4:16 - 4:18
    Pedi a homens heterossexuais
    que imaginassem
  • 4:18 - 4:21
    a mulher grávida
    com quem tivessem uma relação
  • 4:21 - 4:23
    e pedi às mulheres
    que se imaginassem grávidas.
  • 4:23 - 4:26
    E depois me dissessem as primeiras
    palavras que lhes viessem à cabeça
  • 4:26 - 4:29
    quando se imaginassem
    a ter relações sexuais.
  • 4:29 - 4:31
    A maior parte das respostas
    foram negativas.
  • 4:32 - 4:33
    "Nojento".
  • 4:33 - 4:35
    "Constrangedor".
  • 4:35 - 4:36
    "Nada sensual".
  • 4:36 - 4:37
    "Estranho".
  • 4:37 - 4:39
    "Desconfortável".
  • 4:39 - 4:40
    "Como?"
  • 4:41 - 4:42
    (Risos)
  • 4:43 - 4:46
    "Não compensa o trabalho".
    "Não compensa o risco".
  • 4:47 - 4:49
    Esta última chocou-me bastante.
  • 4:50 - 4:55
    Faz-nos imaginar que, como separamos
    as grávidas e as mães da sexualidade,
  • 4:55 - 4:59
    estamos a deitar abaixo os
    constrangimentos da objetificação sexual.
  • 5:00 - 5:02
    São menos vítimas do sexismo, certo?
  • 5:02 - 5:04
    Não é bem assim.
  • 5:04 - 5:07
    O que acontece
    é um diferente tipo de objetificação.
  • 5:08 - 5:10
    Na minha tentativa
    de explicar isto a terceiros,
  • 5:10 - 5:14
    uma das conversas levou
    à Vénus de Willendorf,
  • 5:14 - 5:17
    uma estatueta paleolítica
    que os estudiosos concluíram ser
  • 5:17 - 5:18
    uma deusa do amor e da beleza,
  • 5:19 - 5:20
    daí o nome de Vénus.
  • 5:21 - 5:23
    Mas esta teoria
    foi revista posteriormente,
  • 5:23 - 5:27
    quando os estudiosos repararam
    no foco óbvio do escultor
  • 5:27 - 5:30
    nas respetivas características
    reprodutivas da estatueta:
  • 5:30 - 5:33
    grandes seios, considerados ideais
    para a amamentação,
  • 5:33 - 5:36
    uma barriga redonda,
    possivelmente de grávida,
  • 5:36 - 5:39
    vestígios de tinta vermelha,
    aludindo à menstruação ou ao parto.
  • 5:40 - 5:44
    Também concluíram que ela se destinava
    a ser pendurada ou deitada,
  • 5:44 - 5:48
    porque os pés pequeninos
    não lhe permitiam estar em pé.
  • 5:48 - 5:50
    Também não tinha cara.
  • 5:51 - 5:55
    Por essa razão, concluiu-se
    que ela representava a fertilidade
  • 5:55 - 5:58
    e não era o retrato de uma pessoa.
  • 5:58 - 6:00
    Era um objeto.
  • 6:00 - 6:02
    Na história da interpretação desta figura,
  • 6:02 - 6:05
    ela passou de objeto
    de beleza e amor ideais
  • 6:05 - 6:07
    para objeto de reprodução.
  • 6:07 - 6:10
    Penso que esta transição
    nos revela mais
  • 6:10 - 6:14
    sobre os estudiosos
    que interpretaram o objetivo dela
  • 6:14 - 6:17
    do que sobre o real objetivo
    da figura em si.
  • 6:18 - 6:21
    Quando uma mulher fica grávida,
  • 6:21 - 6:24
    sai do reino do desejo sexual dos homens
  • 6:24 - 6:29
    e desliza para o seu papel reprodutivo
    e de criação de filhos.
  • 6:29 - 6:33
    Ao fazê-lo, também se torna
    propriedade da comunidade,
  • 6:33 - 6:38
    considerada muito importante,
    mas apenas porque está grávida.
  • 6:38 - 6:41
    Passei a chamar a isto
    o efeito Willendorf.
  • 6:41 - 6:45
    Mais uma vez, vemo-lo reforçado
    em muitos aspetos da vida dela.
  • 6:45 - 6:48
    Quem aqui já esteve visivelmente grávida?
  • 6:48 - 6:49
    (Risos)
  • 6:49 - 6:51
    Muita gente, não é?
  • 6:51 - 6:54
    Quantas tiveram a experiência
    de um estranho tocar na vossa barriga
  • 6:55 - 6:58
    durante a gravidez,
    sem sequer pedir licença primeiro?
  • 6:58 - 7:00
    Ou alguém dizer o que podem comer ou não
  • 7:00 - 7:04
    sem ser o vosso médico
    ou a vossa clínica?
  • 7:04 - 7:07
    Ou fazer perguntas privadas
    sobre o vosso plano para o parto?
  • 7:08 - 7:11
    E depois dizer porque é
    que essas escolhas estão todas erradas?
  • 7:12 - 7:13
    A mim também.
  • 7:13 - 7:16
    Ou um empregado de mesa recusar
    servir-vos um copo de vinho?
  • 7:17 - 7:20
    Este pode fazer-vos pensar,
    mas, acreditem,
  • 7:20 - 7:22
    é um enorme segredo.
  • 7:22 - 7:26
    Na verdade, não faz mal beber
    com moderação durante a gravidez.
  • 7:27 - 7:28
    Muitas de nós não sabemos isso,
  • 7:28 - 7:31
    porque os médicos não confiam
    este segredo às grávidas...
  • 7:31 - 7:38
    (Risos)
  • 7:38 - 7:40
    ...especialmente se tem baixas
    habilitações académicas
  • 7:40 - 7:42
    ou se é uma mulher de cor.
  • 7:42 - 7:43
    O que nos diz que
  • 7:43 - 7:47
    este efeito Willendorf
    também é elitista e racista.
  • 7:48 - 7:53
    Está presente quando
    o governo lembra às mulheres,
  • 7:53 - 7:56
    sempre que há um novo projeto de lei
    contra a livre escolha,
  • 7:56 - 7:59
    que o conteúdo do seu útero
    não lhe pertence,
  • 7:59 - 8:01
    ou quando um obstetra diz:
  • 8:01 - 8:04
    "Embora não seja perigoso
    ter sexo durante a gravidez,
  • 8:04 - 8:05
    "por vezes nunca se sabe."
  • 8:05 - 8:07
    "É melhor prevenir do que
    remediar, não acha?"
  • 8:07 - 8:12
    Negam-lhe a privacidade básica
    e a autonomia corporal
  • 8:12 - 8:14
    sob o pretexto de "Seja uma boa mãe!"
  • 8:14 - 8:17
    Não confiamos nela
    para tomar decisões.
  • 8:17 - 8:19
    É fofinha, não se esqueçam.
  • 8:22 - 8:24
    Quando dizemos às mulheres
  • 8:24 - 8:27
    que o prazer sexual...perdão...
  • 8:27 - 8:29
    Quando dizemos às mulheres
  • 8:29 - 8:32
    que o sexo não compensa
    correr riscos durante a gravidez,
  • 8:32 - 8:36
    estamos a dizer-lhe
    que o seu prazer sexual não conta.
  • 8:36 - 8:40
    Estamos a dizer-lhe que,
    na verdade, ela não conta,
  • 8:40 - 8:45
    mesmo apesar de as necessidades do feto
    não serem opostas às necessidades dela.
  • 8:45 - 8:47
    Por isso, os dispensários médicos,
  • 8:47 - 8:50
    como o American College of
    Obstetricians and Gynecologists
  • 8:50 - 8:55
    têm possibilidade de ensinar
    a segurança do sexo durante a gravidez.
  • 8:56 - 8:58
    O que é que dizem os especialistas?
  • 8:58 - 9:01
    O American College não tem qualquer
    declaração pública oficial
  • 9:01 - 9:04
    sobre a segurança do sexo
    durante a gravidez.
  • 9:04 - 9:07
    A orientação da Clínica Mayo
    geralmente, é positiva.
  • 9:07 - 9:10
    mas é apresentada com uma advertência:
  • 9:10 - 9:11
    "Embora a maior parte das mulheres
  • 9:11 - 9:13
    "possa ter sexo seguro
    durante a gravidez,
  • 9:14 - 9:15
    "por vezes é melhor ter cuidado".
  • 9:15 - 9:18
    Há mulheres que não querem
    ter sexo durante a gravidez.
  • 9:18 - 9:19
    E não faz mal.
  • 9:19 - 9:22
    Há mulheres que querem
    ter sexo durante a gravidez.
  • 9:22 - 9:23
    E também não faz mal!
  • 9:23 - 9:26
    O que é preciso é que a sociedade
    deixe de dizer às mulheres
  • 9:27 - 9:29
    o que elas podem fazer ou não
    com o seu corpo.
  • 9:29 - 9:33
    (Aplausos)
  • 9:36 - 9:39
    As grávidas não são recipientes
    de reprodução
  • 9:39 - 9:41
    sem cara e sem identidade
  • 9:41 - 9:43
    que não se aguentam de pé.
  • 9:44 - 9:47
    Mas a verdade, o verdadeiro segredo,
    é que
  • 9:47 - 9:51
    dizemos às mulheres
    que o seu prazer sexual não conta.
  • 9:51 - 9:53
    Recusamo-nos mesmo
    a admitir que existem
  • 9:53 - 9:55
    mulheres que têm sexo
    com mulheres
  • 9:55 - 9:57
    ou que não querem ter filhos.
  • 9:57 - 9:59
    "Oh, isso é apenas uma fase...
  • 9:59 - 10:01
    "Ela ainda não encontrou o homem certo".
  • 10:02 - 10:04
    Sempre que uma mulher tem sexo
  • 10:04 - 10:06
    apenas porque lhe sabe bem,
  • 10:07 - 10:08
    é revolucionário!
  • 10:08 - 10:11
    Ela é revolucionária!
  • 10:11 - 10:13
    Está a reagir contra
    a insistência da sociedade
  • 10:13 - 10:16
    de que ela existe apenas
    para satisfazer os homens
  • 10:16 - 10:17
    ou para a reprodução.
  • 10:18 - 10:23
    Uma mulher que dá prioridade
    às suas necessidades sexuais é assustadora
  • 10:23 - 10:26
    porque uma mulher que dá prioridade
    às suas necessidades sexuais
  • 10:26 - 10:28
    está a dar prioridade a si mesma.
  • 10:28 - 10:31
    (Aplausos)
  • 10:32 - 10:36
    É uma mulher que exige
    ser tratada como igual.
  • 10:36 - 10:38
    É uma mulher que insiste
  • 10:38 - 10:41
    que lhe arranjem espaço
    na mesa do poder
  • 10:41 - 10:43
    e isso é a coisa mais assustadora
    de sempre
  • 10:43 - 10:46
    porque não podemos arranjar-lhe espaço
  • 10:46 - 10:50
    sem que alguns de nós abdiquem
    do espaço extra que detemos.
  • 10:50 - 10:54
    (Aplausos)
  • 10:56 - 10:59
    Tenho mais um segredo para vos contar.
  • 10:59 - 11:01
    Sou mãe de dois rapazes
  • 11:01 - 11:03
    e gostaríamos de ter a vossa ajuda.
  • 11:04 - 11:08
    Embora os meus rapazes
    me oiçam dizer, frequentemente,
  • 11:08 - 11:11
    que é importante para os homens
    reconhecer as mulheres como iguais
  • 11:12 - 11:14
    e vejam no seu pai este modelo,
  • 11:14 - 11:18
    precisamos que o que acontece no mundo
    reforce o que acontece em minha casa.
  • 11:19 - 11:22
    Isto não é um problema dos homens,
    nem um problema das mulheres.
  • 11:22 - 11:24
    É um problema de todos.
  • 11:24 - 11:28
    Todos desempenhamos um papel
    na destruição de sistemas de desigualdade.
  • 11:28 - 11:31
    Para começar, temos que
    deixar de dizer às mulheres
  • 11:31 - 11:34
    o que elas podem fazer ou não
    com os seus corpos.
  • 11:34 - 11:37
    (Aplausos)
  • 11:38 - 11:42
    Isto inclui não tratar as grávidas
    como propriedade comunitária.
  • 11:42 - 11:46
    Se não a conhecem, nem sequer peçam
    para lhe tocar na barriga!
  • 11:46 - 11:48
    Não o fariam a qualquer outra pessoa.
  • 11:48 - 11:50
    Não lhe digam o que
    é que ela pode comer ou não.
  • 11:50 - 11:53
    Não lhes peçam pormenores
    sobre as suas decisões médicas.
  • 11:53 - 11:55
    Isto também inclui compreender
  • 11:55 - 11:58
    que, mesmo que pessoalmente,
    vocês sejam contra o aborto,
  • 11:58 - 12:00
    devem lutar
    pelo direito da mulher à escolha.
  • 12:01 - 12:05
    No que toca à igualdade das mulheres,
    as duas coisas não estão em oposição.
  • 12:05 - 12:08
    Se são alguém que tem sexo com mulheres,
  • 12:08 - 12:09
    dêem prioridade ao prazer dela.
  • 12:09 - 12:12
    Se não o souberem fazer, perguntem.
  • 12:12 - 12:14
    Se têm filhos...
  • 12:14 - 12:16
    (Risos)
  • 12:16 - 12:19
    ... conversem com eles sobre sexo,
    o mais cedo possível,
  • 12:19 - 12:24
    porque os miúdos já não vão
    ao dicionário, procurar a palavra "sexo".
  • 12:24 - 12:26
    Vão procurar na Internet.
  • 12:26 - 12:29
    E quando tiverem
    essas conversas sobre sexo,
  • 12:29 - 12:32
    não as reduzam apenas à reprodução.
  • 12:32 - 12:34
    As pessoas fazem sexo
    por muitas razões,
  • 12:34 - 12:36
    umas porque querem um filho,
  • 12:36 - 12:38
    mas a maior parte tem sexo
    porque sabe bem.
  • 12:38 - 12:40
    Confessem!
  • 12:41 - 12:44
    Independentemente de terem filhos ou não,
  • 12:44 - 12:48
    apoiem uma educação sexual abrangente
    que não envergonhe os nossos adolescentes.
  • 12:48 - 12:54
    (Aplausos)
  • 12:56 - 12:59
    Nada de positivo resulta
    de adolescentes envergonhados
  • 12:59 - 13:02
    por causa dos seus desejos
    ou comportamentos sexuais,
  • 13:02 - 13:06
    apenas doenças venéreas
    e testes de gravidez positivos.
  • 13:07 - 13:10
    Todos os dias, temos oportunidade
  • 13:10 - 13:13
    de destruir padrões de desigualdade.
  • 13:13 - 13:17
    Penso que todos concordamos
    que vale a pena fazer isso.
  • 13:17 - 13:19
    Obrigada!
  • 13:19 - 13:22
    (Aplausos)
Title:
As mentiras que contamos às grávidas
Speaker:
Sofia Jawed-Wessel
Description:

"Quando dizemos às mulheres que o sexo não compensa os riscos durante a gravidez, estamos a dizer-lhes que o seu prazer sexual não conta... que, na verdade, ela não conta", diz a investigadora sexual Sofia Jawed-Wessel. Nesta palestra esclarecedora, Jawed-Wessel dá cabo das nossas ideias sobre a gravidez e o prazer para esclarecer a relação entre as mulheres, o sexo e o sistema do poder.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:56

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