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O segredo sórdido do capitalismo e um novo caminho adiante

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    Sou capitalista.
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    E depois de uma carreira
    de 30 anos no capitalismo,
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    que se estendeu por umas 30 empresas,
  • 0:11 - 0:14
    gerando dezenas de bilhões
    de dólares em valores de mercado,
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    não estou apenas entre o 1%
    que ganha mais,
  • 0:17 - 0:20
    estou entre o 0,01% de todos eles.
  • 0:22 - 0:25
    Estou aqui hoje para compartilhar
    os segredos de nosso sucesso,
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    porque capitalistas ricos como eu
    nunca foram tão ricos.
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    Então, a pergunta é: como fazemos?
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    Como conseguimos abocanhar uma fatia
    cada vez maior do bolo a cada ano?
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    Será que ficamos mais espertos
    do que éramos há 30 anos?
  • 0:44 - 0:47
    Será que estamos trabalhando
    mais do que antes?
  • 0:48 - 0:51
    Ficamos mais altos, mais bonitos?
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    Infelizmente, não.
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    Tudo se resume a apenas
    uma coisa: a economia.
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    Porque aqui está o segredo sórdido:
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    havia um tempo em que os economistas
    trabalhavam no setor público,
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    mas, atualmente, na era neoliberal,
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    eles trabalham apenas
    para grandes corporações e bilionários,
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    e isso tem sido um pouco problemático.
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    Poderíamos escolher promulgar
    leis de política econômica
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    que elevassem os impostos dos ricos,
  • 1:23 - 1:27
    regulassem corporações poderosas
    ou aumentassem os salários dos empregados.
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    Fizemos isso antes, mas
    os economistas neoliberais alertariam
  • 1:30 - 1:34
    que todas essas medidas
    seriam um terrível erro,
  • 1:34 - 1:38
    porque aumentar os impostos
    sempre aniquila o crescimento econômico,
  • 1:38 - 1:42
    qualquer forma de interferência
    do governo é ineficiente
  • 1:42 - 1:45
    e aumentar os salários
    sempre prejudica os empregos.
  • 1:45 - 1:48
    Como consequência desse pensamento,
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    nos 30 últimos anos, somente nos EUA,
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    aquele 1% tem ficado
    US$ 21 trilhões mais rico
  • 1:57 - 2:03
    enquanto os outros 50% estão
    US$ 900 bilhões mais pobres,
  • 2:03 - 2:08
    um padrão de crescente desigualdade
    que se repete pelo mundo.
  • 2:08 - 2:13
    Contudo, enquanto famílias
    de classe média lutam para sobreviverem
  • 2:13 - 2:17
    com salários que não têm
    se alterado em 40 anos,
  • 2:17 - 2:21
    os economistas neoliberais continuam
    a alertar que a única resposta razoável
  • 2:21 - 2:25
    às dolorosas desarticulações
    da austeridade e da globalização
  • 2:25 - 2:29
    é ainda mais austeridade e globalização.
  • 2:29 - 2:33
    Portanto, o que a sociedade deve fazer?
  • 2:33 - 2:36
    Bem, para mim está muito claro
    o que precisa ser feito.
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    Precisamos de uma nova economia.
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    A economia é descrita como uma ciência
    sombria, e por uma boa razão,
  • 2:44 - 2:48
    pois por mais que seja ensinada hoje,
    não é uma ciência,
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    apesar de toda a incrível matemática.
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    De fato, um grande número
    de acadêmicos e profissionais
  • 2:55 - 3:01
    têm concluído que a teria econômica
    neoliberal está totalmente errada,
  • 3:01 - 3:06
    e que as crises atuais de aumento
    da desigualdade e instabilidade política
  • 3:06 - 3:11
    são o resultado direto de décadas
    de péssima teoria econômica.
  • 3:11 - 3:17
    O que sabemos agora é que o neoliberalismo
    que me enriqueceu não está apenas errado,
  • 3:17 - 3:19
    é retrógrado.
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    Porque, na verdade,
  • 3:21 - 3:25
    não é o capital que gera
    o crescimento econômico,
  • 3:25 - 3:27
    mas são as pessoas.
  • 3:27 - 3:32
    E não são os interesses pessoais
    que promovem o bem comum,
  • 3:32 - 3:35
    mas é a reciprocidade.
  • 3:35 - 3:39
    E não é a competição que gera
    nossa prosperidade,
  • 3:39 - 3:41
    mas é a cooperação.
  • 3:41 - 3:46
    Podemos ver agora que uma economia
    que não é nem justa nem inclusiva
  • 3:46 - 3:51
    nunca pode sustentar os altos
    níveis de cooperação social
  • 3:51 - 3:53
    que possibilitam que uma sociedade
    moderna prospere.
  • 3:53 - 3:56
    Portanto, onde erramos?
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    Bem, acontece que tem se tornado
    dolorosamente óbvio
  • 4:01 - 4:07
    que as premissas fundamentais
    que sustentam o neoliberalismo econômico
  • 4:08 - 4:11
    são objetivamente falsas.
  • 4:11 - 4:14
    É por isso que hoje quero lhes mostrar
    algumas dessas premissas errôneas
  • 4:14 - 4:21
    e depois detalhar de onde a ciência
    sugere que a prosperidade de fato vem.
  • 4:21 - 4:26
    Então, a primeira premissa neoliberal é
  • 4:26 - 4:31
    que o mercado é um sistema
    de equilíbrio eficiente, ou seja,
  • 4:31 - 4:36
    se algo na economia aumenta,
    como os salários,
  • 4:36 - 4:40
    outra coisa deve diminuir,
    como os empregos.
  • 4:41 - 4:45
    Por exemplo, onde moro, em Seattle,
  • 4:45 - 4:47
    quando foi aprovado, em 2014,
  • 4:47 - 4:50
    o valor da hora do salário
    mínimo em US$ 15,
  • 4:50 - 4:55
    os neoliberais enlouqueceram
    por causa do precioso equilíbrio.
  • 4:55 - 4:58
    Eles alertaram: "Se aumentarem
    o valor do trabalho,
  • 4:58 - 5:00
    as empresas contratarão menos,
  • 5:00 - 5:03
    milhares de assalariados
    perderão os empregos
  • 5:03 - 5:05
    e restaurantes fecharão".
  • 5:05 - 5:07
    Porém,
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    não aconteceu isso.
  • 5:09 - 5:13
    O índice de desemprego caiu drasticamente.
  • 5:13 - 5:16
    O setor de restaurantes
    de Seattle se expandiu.
  • 5:16 - 5:18
    Por quê?
  • 5:18 - 5:21
    Porque não há equilíbrio.
  • 5:22 - 5:26
    Aumentar os salários não prejudica
    os empregos, mas cria novos, por exemplo
  • 5:26 - 5:31
    quando os donos de restaurantes
    têm que remunerar os empregados melhor,
  • 5:31 - 5:35
    de modo que eles mesmos possam pagar
    para comerem em restaurantes,
  • 5:35 - 5:37
    isso não encolhe o setor,
  • 5:37 - 5:40
    é óbvio que ele cresce.
  • 5:41 - 5:43
    (Aplausos)
  • 5:43 - 5:44
    Obrigado.
  • 5:46 - 5:48
    A segunda premissa é
  • 5:50 - 5:55
    que o preço das coisas sempre
    corresponde ao valor,
  • 5:55 - 5:58
    o que basicamente significa que
    quando se ganha US$ 50 mil por ano,
  • 5:58 - 6:01
    e eu ganho US$ 50 milhões,
  • 6:01 - 6:06
    é porque gero mil vezes
    mais valor do que você.
  • 6:07 - 6:08
    Agora,
  • 6:08 - 6:12
    vocês não se surpreenderão ao saberem
  • 6:12 - 6:14
    que essa é uma premissa muito confortável
  • 6:14 - 6:17
    quando se é um CEO que paga
    a si mesmo US$ 50 milhões ao ano,
  • 6:17 - 6:20
    mas paga aos seus empregados
    salários de pobreza.
  • 6:20 - 6:24
    Mas, por favor, ouçam de alguém
    que dirigiu dezenas de negócios:
  • 6:24 - 6:26
    isso é um absurdo.
  • 6:26 - 6:29
    As pessoas não são pagas pelo que valem;
  • 6:29 - 6:32
    são pagas pelo poder que têm de negociar.
  • 6:32 - 6:35
    E a queda da participação
    dos salários no PIB
  • 6:35 - 6:38
    não ocorre porque os empregados
    têm se tornado menos produtivos,
  • 6:38 - 6:41
    mas porque os empregadores
    têm se tornado mais poderosos.
  • 6:44 - 6:45
    (Aplausos)
  • 6:47 - 6:49
    E ao ignorar
  • 6:50 - 6:54
    que o enorme desequilíbrio no poder
    entre capital e trabalho não existe,
  • 6:54 - 6:58
    a teoria econômica neoliberal
    tornou-se essencialmente
  • 6:58 - 7:01
    uma medida de proteção para os ricos.
  • 7:02 - 7:04
    A terceira premissa, sem dúvida
    a mais prejudicial,
  • 7:04 - 7:05
    é um modelo comportamental
  • 7:05 - 7:09
    que descreve os seres humanos
    como algo chamado "homo economicus",
  • 7:09 - 7:16
    segundo o qual todos nós somos
    perfeitamente egoístas e racionais,
  • 7:16 - 7:19
    e incansavelmente automaximizadores.
  • 7:20 - 7:22
    Mas perguntem a si mesmos:
  • 7:22 - 7:25
    é plausível que todas as vezes
    durante a vida de vocês,
  • 7:25 - 7:28
    quando fizeram algo de bom para alguém,
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    tudo o que estavam fazendo
    era tirar o máximo de proveito?
  • 7:31 - 7:35
    Quando um soldado salta sobre uma granada
    para proteger os companheiros,
  • 7:35 - 7:38
    está apenas promovendo
    o estrito interesse pessoal?
  • 7:38 - 7:39
    Se pensam que é loucura,
  • 7:39 - 7:42
    em oposição a qualquer
    intuição moral razoável,
  • 7:42 - 7:44
    é porque é mesmo,
  • 7:44 - 7:48
    e, conforme os dados científicos
    recentes, não é verdadeira.
  • 7:48 - 7:50
    Mas é esse modelo comportamental
  • 7:50 - 7:54
    que está no cerne frio e cruel
    do neoliberalismo econômico
  • 7:54 - 8:00
    e é tão moralmente corrosivo
    quanto cientificamente errado,
  • 8:00 - 8:05
    porque se aceitarmos sem questionar
  • 8:05 - 8:08
    que nós, humanos, somos
    essencialmente egoístas,
  • 8:08 - 8:10
    e então olharmos ao redor do mundo,
  • 8:10 - 8:13
    para toda a prosperidade
    inequívoca que existe,
  • 8:14 - 8:17
    então, logicamente,
  • 8:17 - 8:19
    deve ser verdade por definição
  • 8:19 - 8:23
    que bilhões de atos individuais de egoísmo
  • 8:23 - 8:27
    magicamente se transmutam
    em prosperidade e o bem comum.
  • 8:27 - 8:30
    Se nós, seres humanos, somos
    meramente maximizadores egoístas,
  • 8:30 - 8:33
    então o egoísmo é a causa
    de toda nossa prosperidade.
  • 8:34 - 8:37
    Segundo essa lógica da economia,
  • 8:37 - 8:39
    a ganância é boa,
  • 8:40 - 8:42
    o crescimento da desigualdade é eficiente
  • 8:42 - 8:44
    e o único propósito da cooperação
  • 8:44 - 8:47
    pode ser enriquecer os acionistas,
  • 8:47 - 8:50
    porque de outro modo significaria
    desacelerar o crescimento econômico
  • 8:50 - 8:53
    e prejudicar toda a economia.
  • 8:53 - 8:57
    É essa verdade sobre o egoísmo
  • 8:57 - 9:01
    que forma o alicerce ideológico
    da economia neoliberal,
  • 9:01 - 9:05
    um modo de pensar que tem
    produzido políticas econômicas
  • 9:05 - 9:08
    que permitiram que eu
    e meus colegas ricos entre os 1%
  • 9:08 - 9:12
    conseguíssemos quase todos os benefícios
    de crescimento nos últimos 40 anos.
  • 9:13 - 9:15
    Mas,
  • 9:15 - 9:17
    se ao contrário,
  • 9:17 - 9:21
    aceitarmos a última pesquisa empírica,
  • 9:21 - 9:24
    a real ciência, que descreve
    corretamente os seres humanos
  • 9:24 - 9:27
    como altamente cooperativos,
  • 9:27 - 9:29
    recíprocos
  • 9:29 - 9:32
    e criaturas intuitivamente morais,
  • 9:32 - 9:34
    então é lógico
  • 9:34 - 9:37
    que deve ser a cooperação,
  • 9:37 - 9:38
    não o egoísmo,
  • 9:38 - 9:40
    a causa de toda a nossa prosperidade.
  • 9:40 - 9:43
    E não é o nosso interesse pessoal,
  • 9:43 - 9:45
    mas nossa reciprocidade inerente,
  • 9:46 - 9:50
    o superpoder econômico da humanidade.
  • 9:50 - 9:54
    Portanto, no centro dessa nova economia,
  • 9:54 - 9:59
    há uma história sobre nós mesmos
    que nos permite sermos melhores
  • 9:59 - 10:02
    e, ao contrário da antiga visão,
  • 10:02 - 10:05
    esta é uma história virtuosa
  • 10:05 - 10:08
    e que também é verdadeira.
  • 10:09 - 10:11
    Agora,
  • 10:11 - 10:16
    quero enfatizar que esta nova teoria
    não é algo que imaginei ou inventei.
  • 10:16 - 10:19
    As teorias e modelos estão sendo
    desenvolvidos e aperfeiçoados
  • 10:19 - 10:21
    em universidades ao redor do mundo,
  • 10:21 - 10:24
    com base em alguns dos melhores
    estudos em economia:
  • 10:24 - 10:26
    teoria da complexidade, da evolução,
  • 10:26 - 10:29
    psicologia, antropologia
    e outras disciplinas.
  • 10:29 - 10:34
    Embora esta nova teoria
    ainda não tenha um manual próprio
  • 10:34 - 10:36
    ou até mesmo um consenso quanto ao nome,
  • 10:36 - 10:38
    em linhas gerais,
  • 10:38 - 10:42
    a explicação da origem da riqueza
    é algo mais ou menos assim.
  • 10:43 - 10:48
    Então, o capitalismo de mercado
    é um sistema evolutivo,
  • 10:48 - 10:52
    no qual a prosperidade surge
    de um ciclo de resposta positivo
  • 10:52 - 10:57
    entre o crescimento da inovação
    e da demanda dos consumidores.
  • 10:57 - 11:02
    A inovação é o processo que possibilita
    resolver os problemas da humanidade;
  • 11:03 - 11:05
    a demanda dos consumidores é o mecanismo
  • 11:05 - 11:08
    pelo qual o mercado
    seleciona inovações úteis.
  • 11:08 - 11:12
    E quanto mais resolvermos os problemas,
    mais prósperos nos tornaremos.
  • 11:12 - 11:16
    Mas quanto mais prósperos nos tornamos,
  • 11:16 - 11:19
    nossos problemas e soluções
    tornam-se mais complexos.
  • 11:20 - 11:23
    E esse aumento de complexidade técnica
  • 11:23 - 11:28
    requer níveis cada vez maiores
    de cooperação econômica e social
  • 11:28 - 11:31
    para produzirmos os produtos
    altamente especializados
  • 11:31 - 11:35
    que definem uma economia moderna.
  • 11:37 - 11:41
    É claro que a antiga
    economia está correta.
  • 11:41 - 11:44
    A competição tem um papel essencial
    no funcionamento dos mercados,
  • 11:44 - 11:46
    mas não vê
  • 11:46 - 11:51
    que é em grande parte uma competição
    entre grupos altamente corporativos,
  • 11:51 - 11:56
    entre empresas, entre redes de empresas,
  • 11:56 - 11:59
    entre nações,
  • 11:59 - 12:03
    e quem já tiver administrado
    um negócio de sucesso sabe,
  • 12:03 - 12:06
    que construir uma equipe corporativa
    incluindo os talentos de todos
  • 12:08 - 12:12
    é quase sempre uma estratégia melhor
    do que ter um monte de tolos egoístas.
  • 12:12 - 12:13
    (Risos)
  • 12:13 - 12:19
    Então, como abandonamos o neoliberalismo
  • 12:20 - 12:24
    e construímos um sociedade
    mais sustentável, próspera
  • 12:25 - 12:28
    e mais igualitária?
  • 12:28 - 12:32
    A nova economia sugere
    apenas cinco regras básicas.
  • 12:32 - 12:38
    A primeira é que economias
    de sucesso não são selvas,
  • 12:38 - 12:40
    são jardins.
  • 12:40 - 12:43
    O que significa que os mercados,
  • 12:43 - 12:47
    assim como os jardins,
    devem ser cuidados,
  • 12:47 - 12:52
    que o mercado é a maior
    tecnologia social já inventada
  • 12:52 - 12:53
    para resolver nossos problemas.
  • 12:53 - 12:59
    Mas sem limitações de normas sociais
    ou de regulação democrática,
  • 12:59 - 13:02
    os mercados inevitavelmente criam
    mais problemas do que resolvem.
  • 13:02 - 13:06
    A mudança climática e a grande
    crise financeira de 2008
  • 13:06 - 13:07
    são dois exemplos simples.
  • 13:08 - 13:11
    A segunda regra é
  • 13:11 - 13:15
    que a inclusão gera
    o crescimento econômico.
  • 13:16 - 13:19
    Portanto, a ideia neoliberal
  • 13:19 - 13:21
    de que a inclusão é uma extravagância
  • 13:21 - 13:26
    a ser proporcionada se e quando
    tivermos crescimento é errada e antiquada.
  • 13:27 - 13:30
    A economia é feita de pessoas.
  • 13:31 - 13:33
    A inclusão de mais pessoas de vários modos
  • 13:33 - 13:37
    é o que gera o crescimento econômico
    nas economias de mercado.
  • 13:38 - 13:40
    O terceiro princípio
  • 13:40 - 13:46
    é que o propósito da cooperação
    não é apenas enriquecer os acionistas.
  • 13:46 - 13:50
    O grande mal da vida
    econômica contemporânea
  • 13:50 - 13:53
    é a ideia neoliberal de que o único
    propósito da cooperação
  • 13:53 - 13:56
    e a única responsabilidade dos executivos
  • 13:56 - 13:59
    é enriquecer a si mesmos e aos acionistas.
  • 14:00 - 14:05
    A nova teoria deve e pode insistir
  • 14:05 - 14:07
    que o propósito da cooperação
  • 14:07 - 14:10
    é melhorar o bem-estar
    de todos os interessados:
  • 14:10 - 14:12
    os clientes, os trabalhadores,
  • 14:12 - 14:14
    a comunidade, bem como os acionistas.
  • 14:16 - 14:18
    A quarta regra
  • 14:18 - 14:21
    é que a ganância não é boa.
  • 14:23 - 14:26
    Ser ganancioso não faz
    de você um capitalista,
  • 14:26 - 14:28
    mas um sociopata.
  • 14:28 - 14:31
    (Risos)
  • 14:31 - 14:33
    (Aplausos)
  • 14:35 - 14:40
    E em uma economia tão dependente
    de cooperação quanto a nossa,
  • 14:40 - 14:45
    a sociopatia é ruim
    para os negócios e a sociedade.
  • 14:45 - 14:48
    E a quinta e última regra:
  • 14:48 - 14:51
    ao contrário das leis da física,
  • 14:52 - 14:55
    as leis da economia são um escolha.
  • 14:57 - 15:03
    Agora, a teoria econômica neoliberal
    vendeu-se como lei natural e imutável,
  • 15:03 - 15:07
    quando de fato são normas sociais
    e narrativas construídas
  • 15:07 - 15:10
    com base em pseudociência.
  • 15:10 - 15:13
    Se realmente quisermos uma economia
  • 15:13 - 15:17
    mais igualitária, próspera e sustentável,
  • 15:17 - 15:22
    democracias e sociedade civil
    que realmente funcionem,
  • 15:22 - 15:25
    devemos ter uma nova economia.
  • 15:25 - 15:27
    E aqui estão as boas notícias:
  • 15:27 - 15:29
    se quisermos uma nova economia,
  • 15:29 - 15:33
    tudo o que temos que fazer
    é escolher tê-la.
  • 15:33 - 15:34
    Obrigado.
  • 15:34 - 15:37
    (Aplausos)
  • 15:52 - 15:56
    Moderadora: Então, Nick, tenho certeza
    de que esta pergunta é recorrente.
  • 15:56 - 15:59
    Se está tão infeliz
    com o sistema econômico,
  • 15:59 - 16:04
    por que não doa todo o seu dinheiro
    e se junta aos 99%?
  • 16:04 - 16:07
    Nick Hanauer: Sim, tudo bem.
  • 16:07 - 16:09
    Sempre me perguntam.
  • 16:09 - 16:12
    "Já que se importa tanto com impostos,
    por que não paga mais?
  • 16:12 - 16:15
    E já que se preocupa tanto com salários,
    por que não paga mais?"
  • 16:15 - 16:17
    E eu poderia fazer isso.
  • 16:17 - 16:20
    O problema é que não faz muita diferença,
  • 16:20 - 16:26
    e descobri uma estratégia que funciona
    literalmente 100 mil vezes melhor,
  • 16:26 - 16:30
    que é usar o meu dinheiro
    para criar narrativas e aprovar leis
  • 16:30 - 16:32
    que exigirão que todos os outros ricos
  • 16:32 - 16:35
    paguem os impostos e remunerem
    os empregados melhor.
  • 16:35 - 16:36
    (Aplausos)
  • 16:36 - 16:37
    E então, por exemplo,
  • 16:37 - 16:41
    o valor da hora do salário mínimo
    de US$ 15 que criamos
  • 16:41 - 16:43
    agora atinge 30 milhões de trabalhadores.
  • 16:43 - 16:44
    Assim funciona melhor.
  • 16:44 - 16:45
    Moderadora: Que ótimo!
  • 16:45 - 16:48
    Se mudar de ideia, encontramos
    alguns beneficiários para você.
  • 16:48 - 16:50
    NH: Obrigado.
    Moderadora: Muito obrigada.
Title:
O segredo sórdido do capitalismo e um novo caminho adiante
Speaker:
Nick Hanauer
Description:

O aumento da desigualdade e da instabilidade política são o resultado direto de décadas da péssima teoria econômica, diz o empreendedor Nick Hanauer. Em sua palestra visionária, ele ataca o mantra de que “a ganância é boa”, uma ideia que descreve não somente como moralmente corrosiva, mas também como cientificamente errada, e expõe uma nova teoria econômica baseada na reciprocidade e cooperação.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
17:03

Portuguese, Brazilian subtitles

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