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Aprendizes natos | Alex Beard | TEDxYouth@Manchester

  • 0:14 - 0:18
    Eu gostaria de contar uma história
    sobre o futuro do aprendizado,
  • 0:18 - 0:23
    e começa dez anos atrás numa sala de aula
    próxima a Old Kent Road, sul de Londres,
  • 0:23 - 0:26
    no meu primeiro dia
    como professor de inglês.
  • 0:26 - 0:28
    No início, nós lutamos;
  • 0:28 - 0:30
    as crianças não sabiam muito
    sobre Shakespeare,
  • 0:30 - 0:32
    e eu sabia ainda menos sobre ensinar.
  • 0:32 - 0:35
    Eu era um jovem universitário
    recém-graduado
  • 0:35 - 0:38
    que frequentou uma adorável escola
    de ensino fundamental no campo
  • 0:38 - 0:41
    e uma escola de ensino médio
    que tinha sua própria matilha de beagles,
  • 0:41 - 0:43
    e eu achava que ensinar era muito simples.
  • 0:43 - 0:46
    Você ficava na frente da sala de aula
    e falava sobre ideias.
  • 0:46 - 0:48
    Mas não era tão simples.
  • 0:48 - 0:50
    As crianças que ensinei
    enfrentavam desafios reais:
  • 0:50 - 0:53
    metade delas recebia
    assistência alimentar do governo
  • 0:53 - 0:55
    e dois terços falavam o inglês
    como segunda língua.
  • 0:55 - 0:59
    E todas foram para a escola atrasadas
    em relação à idade correta
  • 0:59 - 1:00
    para a alfabetização delas.
  • 1:00 - 1:02
    Era frustrante.
  • 1:02 - 1:07
    As crianças eram espertas e inteligentes;
    elas somente não iam bem academicamente.
  • 1:07 - 1:10
    E ao nosso redor, eu estava ciente,
    o mundo estava mudando muito rápido.
  • 1:10 - 1:14
    Meus alunos estavam usando smartphones
    e começando a viver no futuro,
  • 1:14 - 1:17
    mas eu achava que os métodos
    que estava usando como professor
  • 1:17 - 1:19
    devem ter sido familiares
    aos gregos antigos,
  • 1:19 - 1:22
    especialmente se os alunos
    fizessem piadas todas as manhãs
  • 1:22 - 1:25
    sobre seus fracassos em passar
    suas togas apropriadamente.
  • 1:27 - 1:28
    E ao mesmo tempo,
  • 1:28 - 1:32
    eu me sentia pressionado pelo sistema
    no sentido de focar as provas deles,
  • 1:32 - 1:35
    ajudando as crianças a conseguir
    a média que precisavam.
  • 1:35 - 1:37
    Mas no momento que elas deixavam a escola,
  • 1:37 - 1:40
    previa-se que, quando tivessem 30 anos,
  • 1:40 - 1:43
    cerca de metade dos empregos
    que elas planejavam ter quando adultos
  • 1:43 - 1:45
    seriam automatizados por robôs.
  • 1:45 - 1:47
    Se os robôs iam assumir todos os empregos,
  • 1:47 - 1:49
    eu achava que tínhamos
    que fazer muito melhor.
  • 1:49 - 1:51
    Eu estava esperançoso, no entanto.
  • 1:51 - 1:55
    Achava que se pudéssemos pegar tudo
    o que sabíamos então sobre a mente humana
  • 1:55 - 1:58
    nossa neurociência, psicologia
    e desenvolvimento da primeira infância,
  • 1:58 - 2:00
    e combinar com nossas novas tecnologias,
  • 2:00 - 2:03
    nossos computadores,
    internet, big data e IA,
  • 2:03 - 2:06
    poderíamos transformar
    o aprendizado humano
  • 2:06 - 2:10
    e extrair mais da nossa mente
    do que já tínhamos feito antes.
  • 2:10 - 2:14
    Mas do que nossa mente é capaz?
  • 2:14 - 2:18
    O que deveríamos estar aprendendo hoje
    para prosperarmos no futuro?
  • 2:18 - 2:23
    Essas duas perguntas me lançaram
    numa jornada de dois anos pelo mundo
  • 2:23 - 2:25
    e em direção ao futuro
    que se transformou no meu livro.
  • 2:25 - 2:29
    Visitei escolas de vanguarda
    em seis continentes diferentes,
  • 2:29 - 2:31
    encontrando professores inovadores
  • 2:31 - 2:35
    e explorações das ciências
    e tecnologias de ponta.
  • 2:35 - 2:37
    Tive uma certeza, acima de todas:
  • 2:37 - 2:40
    que nesses tempos de IA, temos que tirar
    a nossa atenção dos dispositivos
  • 2:40 - 2:44
    e investir tudo o que temos
    em nosso desenvolvimento pessoal.
  • 2:44 - 2:49
    Comecei com a ideia de que
    a inteligência humana está ameaçada.
  • 2:49 - 2:52
    Em 1997, quando o grande mestre
    do xadrez, Kasparov, foi derrotado
  • 2:52 - 2:56
    pelo computador da IBM Deep Blue,
    aquilo foi visto como um sinal
  • 2:56 - 3:00
    de que os computadores estavam se tornando
    mais poderosos que nosso cérebro.
  • 3:01 - 3:04
    Algumas pessoas previram
    que logo veríamos a singularidade,
  • 3:04 - 3:08
    quando poderíamos fundir nosso cérebro
    com máquinas superinteligentes
  • 3:08 - 3:10
    e transcender nossas
    limitações biológicas.
  • 3:10 - 3:14
    Mas eu não tinha certeza se deveríamos
    desistir de nosso cérebro tão cedo,
  • 3:14 - 3:20
    então, primeiro viajei à Coreia do Sul
    para ver nossa capacidade de aprendizado.
  • 3:21 - 3:25
    Em uma tarde quente
    de quinta-feira em novembro,
  • 3:25 - 3:27
    fiquei do lado de fora do saguão
    de concreto de uma escola
  • 3:27 - 3:30
    na cidade do futuro de Songdo,
    na periferia de Seul,
  • 3:30 - 3:31
    enquanto, em todo o país,
  • 3:31 - 3:34
    centenas de milhares
    de adolescentes sul-coreanos
  • 3:34 - 3:37
    aguardavam sentados as oito horas
    extenuantes da Suneung,
  • 3:37 - 3:40
    uma prova que acontece
    um único dia todo ano,
  • 3:40 - 3:42
    considerada a mais difícil do mundo.
  • 3:42 - 3:45
    Logo após, os que se formam
    recebem uma classificação nacional
  • 3:45 - 3:49
    que decide a vida deles: a universidade
    onde estudarão, o trabalho que farão;
  • 3:49 - 3:51
    toda sua saúde, riqueza e felicidade.
  • 3:51 - 3:54
    Lá ouvi a história de Seung-Bin Lee,
  • 3:54 - 3:57
    um rapaz de 17 anos de fala suave
  • 3:57 - 4:00
    que, naquele momento,
    estava sentado na sala de provas,
  • 4:00 - 4:03
    com as mãos tremendo, prestes a iniciar.
  • 4:03 - 4:06
    O país estava em comoção com a prova.
  • 4:07 - 4:08
    Mais cedo naquela manhã,
  • 4:08 - 4:11
    a polícia alinhava as ruas com suas motos,
  • 4:11 - 4:14
    pronta para acompanhar
    os retardatários para a sala da prova.
  • 4:14 - 4:17
    Nas semanas prévias à prova,
    os jornais traziam artigos
  • 4:17 - 4:20
    sobre o que você deveria comer
    para um ótimo desempenho,
  • 4:20 - 4:21
    que roupas deveria usar,
  • 4:21 - 4:25
    até quais oferendas deveria
    deixar nos templos para os deuses.
  • 4:25 - 4:27
    Durante os 45 minutos
    da prova auditiva do inglês,
  • 4:27 - 4:32
    todos os voos do país permaneceram no solo
    para não afetar a concentração dos jovens.
  • 4:34 - 4:38
    O aprendizado coreano era todo
    baseado nesses ganhos marginais.
  • 4:38 - 4:40
    Seung-Bin até me confidenciou
  • 4:40 - 4:43
    que estava preocupado
    em se superaquecer durante a prova,
  • 4:43 - 4:47
    por isso ele saiu, sorrateiramente,
    e removeu a cueca no meio da prova.
  • 4:47 - 4:51
    Não se sabe o que ele fez com ela
    pelo restante da prova.
  • 4:51 - 4:54
    Mas vejam, o sucesso
    estava nesses detalhes.
  • 4:54 - 4:55
    Ele disse que é preciso entrar na onda
  • 4:55 - 4:58
    e se tornar um instrumento
    de simples técnicas de fazer provas,
  • 4:58 - 5:01
    e que era melhor não pensar em nada.
  • 5:01 - 5:03
    Certo, é extremo,
  • 5:03 - 5:07
    mas a Coreia do Sul nos mostra o poder
    que a educação tem na nossa mente.
  • 5:07 - 5:11
    Há sessenta anos, o país estava quebrado,
    saindo da Guerra da Coreia
  • 5:11 - 5:13
    e quatro entre cinco coreanos
    eram analfabetos.
  • 5:13 - 5:16
    Hoje, o PIB deles cresceu 40 mil%
  • 5:16 - 5:19
    e é uma das economias
    de mais alta tecnologia do mundo,
  • 5:19 - 5:21
    com empresas como Samsung e Hyundai.
  • 5:21 - 5:26
    Também tem, agora, a maior proporção
    da população com graduação universitária
  • 5:26 - 5:27
    que qualquer país no mundo,
  • 5:27 - 5:33
    e seus adolescentes foram classificados,
    em 2010, os mais inteligentes do mundo.
  • 5:33 - 5:39
    Conversei com um ministro da Educação que
    me disse que a Coreia não tem recursos,
  • 5:39 - 5:43
    só o cérebro dos coreanos e trabalho duro.
  • 5:44 - 5:47
    Mas esse trabalho duro está
    custando caro para a Coreia.
  • 5:47 - 5:51
    Antes de eu partir, Seung-Bin me mostrou
    seu cronograma de revisão.
  • 5:51 - 5:53
    Nos três anos prévios ao Suneung,
  • 5:53 - 5:57
    ele estudou 14 horas ao dia,
    5 dias da semana,
  • 5:57 - 6:03
    e 12 horas por dia aos sábados e domingos.
  • 6:03 - 6:07
    Ele me disse que para relaxar,
    ele assistia a um DVD uma vez ao mês.
  • 6:08 - 6:11
    A Coreia do Sul tem a taxa mais alta
    de suicídio de adolescentes no mundo.
  • 6:11 - 6:14
    Adultos com quem falei choraram
    lembrando-se de seus dias de escola.
  • 6:14 - 6:17
    Quando perguntei a Seung-Bin
    o que fazia para aliviar o estresse,
  • 6:17 - 6:22
    ele disse: "Sei que parece estranho,
    mas tenho que me esforçar ainda mais".
  • 6:22 - 6:25
    Convencido do poder
    de nosso cérebro em aprender mais,
  • 6:25 - 6:29
    viajei em seguida para o Vale do Silício,
    marco zero do tsunami tecnológico.
  • 6:29 - 6:32
    Ouvi dizer que talvez consigamos
    potenciar nossos computadores
  • 6:32 - 6:34
    e tornar nosso cérebro
    incrivelmente mais poderoso.
  • 6:34 - 6:36
    Queria confirmar isso.
  • 6:36 - 6:41
    Em Rocketship Schools, em San Jose,
    conheci meu primeiro professor robô.
  • 6:41 - 6:43
    Mas não era um androide
    com um rosto humano;
  • 6:43 - 6:48
    era um software inteligente dentro
    de um ambiente on-line de aprendizado.
  • 6:48 - 6:51
    Na Rocketship Schools eles têm
    o "Laboratório de aprendizado".
  • 6:51 - 6:53
    Fui lá com a diretora
    da escola, Srta. Guerrero,
  • 6:53 - 6:56
    depois de assisti-la liderando
    500 crianças da escola fundamental
  • 6:56 - 7:00
    a cantar e dançar juntos
    com "Shake it off", da Taylor Swift,
  • 7:00 - 7:03
    que ela chamou
    "café da manhã para as crianças".
  • 7:03 - 7:04
    E elas estavam certamente animadas.
  • 7:04 - 7:07
    Depois fomos a uma sala cavernosa
  • 7:07 - 7:10
    na qual havia 120 crianças de 5 anos
    sentadas em frente a laptops.
  • 7:10 - 7:14
    Cada uma delas usando
    camisetas roxas e fones de ouvido.
  • 7:14 - 7:16
    A sala estava estranhamente silenciosa,
  • 7:16 - 7:20
    exceto pelo som de dedos macios
    digitando nos teclados.
  • 7:21 - 7:24
    Elas estavam usando um programa
    chamado ST Math ou Lexile,
  • 7:24 - 7:29
    e o computador começou a entender os
    pontos fortes e fracos de cada uma delas
  • 7:29 - 7:31
    e a adaptar a experiência para elas,
  • 7:31 - 7:33
    aprimorando os seus pontos fortes
  • 7:33 - 7:35
    ou atuando em áreas nas quais
    elas não eram tão fortes,
  • 7:35 - 7:38
    e personalizando a experiência
    para cada criança.
  • 7:38 - 7:42
    Cada uma gastava de 60 a 90 minutos
    no seu laptop todo dia,
  • 7:42 - 7:43
    e não havia professores na sala,
  • 7:43 - 7:46
    somente uma dupla de jovens
    supervisores sem treino.
  • 7:46 - 7:47
    E funcionava.
  • 7:47 - 7:51
    Na Rocketship Schools, as crianças
    vão muito bem em matemática e inglês
  • 7:51 - 7:53
    comparadas com seus colegas
    de contextos similares.
  • 7:53 - 7:56
    Mas fiquei surpreso com esse pensamento:
  • 7:56 - 7:59
    será que fazia sentido computadores
    ensinarem às crianças
  • 7:59 - 8:03
    coisas que os próprios computadores
    já podiam fazer muito melhor?
  • 8:03 - 8:05
    Um pensamento semelhante
    ocorreu a Gary Kasparov,
  • 8:05 - 8:07
    quando foi derrotado por Deep Blue.
  • 8:07 - 8:11
    E surgiu um novo tipo de competição
    chamada "xadrez avançado".
  • 8:11 - 8:15
    Nessas competições, qualquer combinação
    entre humanos e computadores
  • 8:15 - 8:17
    pode jogar entre si.
  • 8:17 - 8:18
    Até recentemente,
  • 8:18 - 8:23
    os vencedores desses torneios não eram
    o computadores mais poderosos
  • 8:23 - 8:25
    ou os maiores grandes mestres humanos.
  • 8:25 - 8:28
    Eram times de jogadores amadores humanos
  • 8:28 - 8:32
    que aprenderam a treinar seus laptops
    a jogar xadrez realmente bem.
  • 8:32 - 8:35
    Nossa habilidade de aprender
    a treinar nossas máquinas
  • 8:35 - 8:39
    nos torna mais poderosos do que
    as máquinas poderiam ser sozinhas.
  • 8:39 - 8:42
    Na costa, num lugar
    chamado High Tech High,
  • 8:42 - 8:45
    vi crianças aprendendo a usar
    tecnologia dessa maneira.
  • 8:45 - 8:50
    Ali elas passam metade do tempo
    em grandes projetos interdisciplinares.
  • 8:50 - 8:54
    Numa sala com jovens de 16 anos,
    eles se dividiram em três grupos.
  • 8:54 - 8:58
    Um grupo estava fazendo experimentos
    com cápsulas de sementes biodegradáveis;
  • 8:58 - 9:01
    outro grupo escrevia o roteiro
    de um documentário que iriam filmar;
  • 9:01 - 9:05
    e outro construía seus drones, do zero.
  • 9:05 - 9:09
    A aula iria acabar com uma excursão
    ao deserto da Califórnia,
  • 9:09 - 9:11
    onde eles iam fazer uma pesquisa aérea
  • 9:11 - 9:13
    da perda de espécies
    de plantas devido à seca,
  • 9:13 - 9:16
    repondo as que faltavam
    usando as cápsulas de sementes.
  • 9:16 - 9:19
    E a equipe do documentário
    ia filmar tudo e colocar no Youtube
  • 9:19 - 9:22
    para aumentar a conscientização
    dos problemas ambientais.
  • 9:22 - 9:25
    Isso me mostrou que, embora as máquinas
    ameacem nos tornar estúpidos,
  • 9:25 - 9:28
    podem ser canalizadas
    para nos tornar mais inteligentes.
  • 9:29 - 9:32
    Com que finalidade devemos usar
    esse novo conhecimento sobre o cérebro
  • 9:32 - 9:34
    e essa nova tecnologia?
  • 9:34 - 9:37
    Como podemos desenvolver
    nossa capacidade coletiva completa?
  • 9:37 - 9:39
    Para descobrir, fui à Finlândia
  • 9:39 - 9:43
    e visitei a turma de um dos professores
    mais famosos, chamado Pekka Peura.
  • 9:43 - 9:47
    No início da aula, ele escreveu
    uma pergunta no quadro interativo
  • 9:47 - 9:51
    que fez os alunos transmitirem respostas
    usando seus smartphones: A, B, C, D ou E.
  • 9:51 - 9:54
    Ele as colocou numa tabela no quadro.
  • 9:54 - 9:58
    Ele não deu a resposta,
    mas pediu que conversassem entre si.
  • 9:58 - 9:59
    Que resposta deram e por quê?
  • 9:59 - 10:02
    Depois ele pediu que transmitissem
    as respostas novamente.
  • 10:02 - 10:04
    E o gráfico de barras
    mudou significativamente;
  • 10:04 - 10:07
    os jovens ensinaram uns aos outros.
  • 10:07 - 10:11
    Depois, Pekka Peura me explicou
    que via o seu papel
  • 10:11 - 10:13
    como um facilitador para os alunos
  • 10:13 - 10:18
    das habilidades e atitudes que precisavam
    para aprender coisas por eles mesmos.
  • 10:18 - 10:20
    Ele estudou como o Google
    criou as equipes de maior sucesso
  • 10:20 - 10:24
    e usava esses princípios para guiar
    as práticas na sala de aula.
  • 10:24 - 10:28
    Então, ele dava aos alunos tudo
    o que precisavam no início do semestre:
  • 10:28 - 10:31
    os livros didáticos, os links
    para pesquisas on-line, a prova,
  • 10:31 - 10:33
    até mesmo as respostas para as provas,
  • 10:33 - 10:35
    e ele iria apenas treiná-los
    individualmente e coletivamente
  • 10:35 - 10:41
    na capacidade deles de perseverar,
    aprender, criar, imaginar ou cooperar.
  • 10:41 - 10:42
    No final do semestre,
  • 10:42 - 10:45
    ele até fez com que os alunos
    escolhessem suas próprias notas,
  • 10:45 - 10:47
    que ele introduziria no sistema da escola.
  • 10:47 - 10:51
    Quando perguntei o que fazia se o aluno
    ficasse para trás nessa abordagem,
  • 10:51 - 10:53
    ele me olhou de uma maneira estranha:
  • 10:53 - 10:56
    "O que é 'ficar para trás'?" ele disse.
  • 10:56 - 11:00
    Ele acha que devemos excluir de vez
    essa ideia de competição na educação
  • 11:00 - 11:05
    e permitir que os jovens fracassem
    continuamente de pequenas maneiras.
  • 11:05 - 11:07
    Assim é como ele acha que os alunos
    iriam aprender melhor.
  • 11:07 - 11:10
    Os finlandeses adoram a educação.
  • 11:10 - 11:13
    O país tem dez candidatos para cada vaga
  • 11:13 - 11:16
    nos programas de treinamento
    para professores do ensino fundamental,
  • 11:16 - 11:20
    que inclui aprender a tocar piano,
    e patinação no gelo.
  • 11:20 - 11:22
    A Finlândia também,
    através de muitas medidas,
  • 11:22 - 11:26
    faz mais por seu povo do que
    qualquer outro país no mundo.
  • 11:26 - 11:29
    É o primeiro país no índice de capital
    humano no Fórum Econômico Mundial,
  • 11:29 - 11:34
    é o país mais feliz do mundo de acordo
    com uma pesquisa recente da ONU.
  • 11:34 - 11:36
    Também é um ninho de criatividade,
  • 11:36 - 11:40
    lar de empresas como Nokia e Angry Birds.
  • 11:40 - 11:44
    E também lar de esportes originais,
    como cavalo de pau,
  • 11:44 - 11:49
    uma forma imaginária de mostrar saltos,
    inventada por adolescentes finlandeses.
  • 11:49 - 11:53
    A Finlândia também tem mais
    bandas de heavy metal por pessoa
  • 11:53 - 11:55
    do que qualquer outro país no mundo,
  • 11:55 - 11:59
    e Pekka Peura, aquele professor,
    era o baterista em uma delas.
  • 12:01 - 12:05
    Enquanto eu encontrei
    essas histórias ao redor do mundo
  • 12:05 - 12:08
    pensei muito em meus alunos
    no sul de Londres.
  • 12:08 - 12:12
    Nós obtivemos sucesso no final,
    ao menos no que nos propusemos a fazer.
  • 12:12 - 12:18
    Todos os alunos conseguiram a média
    que precisavam, ou melhor, no GCSE,
  • 12:18 - 12:19
    mas a maneira que chegamos lá,
  • 12:19 - 12:23
    com longas horas de prática de provas
    e classes extras de inglês,
  • 12:23 - 12:27
    me deixou com a sensação
    de ter falhado com eles.
  • 12:27 - 12:33
    Hoje, acho que corremos o risco de falhar
    com toda uma geração de jovens.
  • 12:34 - 12:37
    Não tenho certeza que estejamos
    criando nosso sistema de educação
  • 12:37 - 12:41
    para dar aos jovens tudo o que precisam
    para prosperar no mundo de hoje,
  • 12:41 - 12:44
    muito menos para lidar
    com os grandes desafios do futuro,
  • 12:44 - 12:48
    como a automação dos trabalhos,
    desigualdade mundial ou mudança do clima.
  • 12:48 - 12:50
    Mas poderíamos.
  • 12:50 - 12:55
    Todos são capazes de aprender tanto quanto
    as crianças na Coreia do Sul ou Xangai.
  • 12:55 - 12:58
    Todos conseguem aprender
    a usar as últimas tecnologias,
  • 12:58 - 13:00
    como estão fazendo na High Tech High,
  • 13:00 - 13:05
    ou de desenvolver suas faculdades humanas
    completas de criatividade e cooperação,
  • 13:05 - 13:07
    como estão fazendo na Finlândia.
  • 13:07 - 13:09
    Se pudermos aproveitar
    todo esse conhecimento,
  • 13:09 - 13:12
    acho que podemos transformar
    o aprendizado humano.
  • 13:12 - 13:17
    Até agora, houve três grande revoluções
    na maneira como aprendemos.
  • 13:17 - 13:19
    A primeira foi a cognitiva.
  • 13:19 - 13:23
    Cerca de 100 mil anos atrás, algo mudou
    no nosso cérebro e a linguagem surgiu,
  • 13:23 - 13:25
    com a qual nós pudemos trocar ideias
  • 13:25 - 13:28
    e passar conhecimento
    adiante entre as gerações.
  • 13:28 - 13:31
    Cerca de 10 mil anos atrás
    veio a revolução do ensino.
  • 13:31 - 13:35
    Simultaneamente, na China antiga
    e antiga Mesopotâmia,
  • 13:35 - 13:38
    escolas surgiram para ensinar
    as novas tecnologias humanas
  • 13:38 - 13:40
    da leitura e escrita.
  • 13:40 - 13:45
    Cerca de 500 anos atrás veio
    uma revolução na educação em massa,
  • 13:45 - 13:48
    a imprensa escrita e abertura da religião,
  • 13:48 - 13:51
    e a alfabetização explodiu pelo mundo.
  • 13:53 - 13:57
    Hoje, acho que vocês têm o potencial
  • 13:57 - 14:01
    de provocar uma quarta
    revolução no aprendizado.
  • 14:02 - 14:06
    A ciência nos mostra que cada um de nós
    é, literalmente, nascido para aprender.
  • 14:06 - 14:10
    Temos dispositivos de aprendizado
    em nossas mãos que, quando juntos,
  • 14:10 - 14:14
    são mais poderosos que qualquer
    computador já inventado.
  • 14:14 - 14:19
    Para prosperar no nosso futuro digital,
    precisamos aprender a dominar as máquinas
  • 14:19 - 14:23
    ao investirmos tudo o que temos
    em melhorar nossa própria mente.
  • 14:24 - 14:26
    Obrigado.
  • 14:26 - 14:28
    (Aplausos)
Title:
Aprendizes natos | Alex Beard | TEDxYouth@Manchester
Description:

O especialista em educação, Alex Beard, estudou métodos de educação e aprendizado ao redor do mundo e concluiu que a maneira como aprendemos vai ser a chave para encontrar os desafios desconhecidos do século 21. Sua percepção da incrível capacidade humana de aprender o convenceu da necessidade urgente da educação submeter-se a uma revolução no aprendizado para nos preparar totalmente para o futuro.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
14:34

Portuguese, Brazilian subtitles

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