Como salvar um tubarão sobre o qual nada sabemos?
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0:00 - 0:03Os tubarões-frade são criaturas fantásticas. Simplesmente magníficos.
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0:03 - 0:05Atingem 10 metros de comprimento.
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0:05 - 0:07Dizem que alguns são maiores.
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0:07 - 0:09Podem pesar até 2 toneladas.
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0:09 - 0:11Dizem que alguns pesam até 5 toneladas.
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0:11 - 0:13São o segundo maior peixe do mundo.
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0:13 - 0:16São também animais inofensivos, que se alimentam de plâncton.
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0:16 - 0:18E pensa-se que são capazes
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0:18 - 0:21de filtrar 1 Km cúbico de água por hora
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0:21 - 0:24e alimentar-se de 30 Kg de zooplâncton por dia para sobreviver.
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0:24 - 0:26São criaturas fantásticas.
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0:26 - 0:29E temos muita sorte na Irlanda, temos bastantes tubarões-frade
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0:29 - 0:31e muitas oportunidades para os estudar.
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0:31 - 0:33Eram também muito importantes para as comunidades costeiras
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0:33 - 0:35há umas centenas de anos,
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0:35 - 0:38especialmente na região à volta de Claddagh, Duff, Connemara,
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0:38 - 0:40onde os agricultores de subsistência costumavam navegar
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0:40 - 0:42nos seus barcos à vela e barcos abertos
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0:42 - 0:44às vezes para longe da costa, até um local chamado Banco do Peixe-Sol,
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0:44 - 0:46a cerca de 30 milhas a oeste da Ilha Achill,
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0:46 - 0:48para matar tubarões-frade.
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0:48 - 0:50Esta é uma antiga xilogravura dos sécs. XVIII, XIX.
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0:50 - 0:53Eles eram muito importantes pelo óleo que se extraía do seu fígado.
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0:53 - 0:55Um terço do tubarão-frade é o fígado, e está cheio de óleo.
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0:55 - 0:57Extraem-se muitos litros de óleo do seu fígado.
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0:57 - 0:59E esse óleo era usado especialmente na iluminação,
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0:59 - 1:01mas também em curativos para feridas e outras coisas.
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1:01 - 1:03Em 1742 os candeeiros de rua
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1:03 - 1:05de Galway, Dublin e Waterford
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1:05 - 1:07funcionavam com óleo de peixe-sol.
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1:07 - 1:09E "peixe-sol" é um dos nomes dos tubarões-frade.
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1:09 - 1:11Portanto, eram animais incrivelmente importantes.
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1:11 - 1:14Andam por aí há muito, foram muito importantes para as comunidades costeiras.
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1:14 - 1:17Provavelmente, a pesca de tubarões-frade melhor documentada no mundo
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1:17 - 1:19é a da Ilha de Achill.
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1:19 - 1:21Esta é a Baía de Keem, na Ilha de Achill.
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1:21 - 1:24Os tubarões costumavam entrar na baía.
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1:24 - 1:27Os pescadores amarravam uma rede fora do promontório,
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1:27 - 1:29estendiam-na ao longo de outra rede.
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1:29 - 1:32E quando o tubarão se aproximava, batia na rede, ela caía sobre ele.
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1:32 - 1:34Frequentemente, ele afundava-se e sufocava.
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1:34 - 1:37Ou, por vezes, eles partiam nos seus pequenos barcos a remos
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1:37 - 1:39e matavam-nos com uma lança na parte de trás do pescoço.
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1:39 - 1:42Depois rebocavam os tubarões até Purteen Harbor,
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1:42 - 1:44ferviam-nos, usavam o óleo.
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1:44 - 1:47Também costumavam usar a carne como fertilizante
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1:47 - 1:51e retiravam as barbatanas dos tubarões.
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1:51 - 1:53Esta é provavelmente a maior ameaça aos tubarões em todo o mundo --
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1:53 - 1:55a remoção das barbatanas.
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1:55 - 1:57Frequentemente estamos todos assustados com os tubarões graças ao "Jaws".
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1:57 - 1:59Talvez 5 ou 6 pessoas sejam mortas
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1:59 - 2:01por tubarões todos os anos.
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2:01 - 2:04Morreu alguém recentemente, não foi? Há poucas semanas.
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2:04 - 2:07Nós matamos cerca de 100 milhões de tubarões por ano.
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2:07 - 2:09Não sei qual é o balanço,
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2:09 - 2:12mas penso que os tubarões têm mais direito a recear-nos do que nós a eles.
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2:12 - 2:14É uma pesca que ficou bem documentada,
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2:14 - 2:16e como podem ver aqui teve um pico nos anos 50,
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2:16 - 2:18quando matavam 1.500 tubarões por ano.
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2:18 - 2:21Entrou em declínio rapidamente -- um clássico de crescimento e contração da pesca --,
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2:21 - 2:24o que sugere o esgotamento de stocks
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2:24 - 2:26ou uma taxa de reprodução baixa.
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2:26 - 2:28Mataram cerca de 12.000 tubarões neste período,
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2:28 - 2:31literalmente amarrando um cabo de manilha
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2:31 - 2:33para além da extremidade da Baía de Keem,
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2:33 - 2:35na Ilha de Achill.
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2:35 - 2:37Os tubarões ainda foram mortos até meados dos anos 80,
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2:37 - 2:40especialmente junto de locais como Dunmore East em County Waterford.
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2:40 - 2:43E cerca de 2.500, 3.000 tubarões foram mortos até 1985,
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2:43 - 2:45muitos por navios noruegueses.
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2:45 - 2:48O preto, não conseguem vê-lo, mas estes são navios noruegueses de caça ao tubarão-frade,
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2:48 - 2:50e a linha preta no cesto da gávea
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2:50 - 2:52significa que este é um navio de pesca ao tubarão
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2:52 - 2:54e não um navio de pesca à baleia.
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2:54 - 2:57A importância dos tubarões-frade para as comunidades costeiras
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2:57 - 2:59é reconhecida pela língua.
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2:59 - 3:01Não tenho a pretensão de saber irlandês,
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3:01 - 3:04mas em Kerry eles eram frequentemente conhecidos como "Ainmhide na seolta",
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3:04 - 3:06o monstro com as velas.
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3:06 - 3:09E outra designação seria "Liop an da lapa",
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3:09 - 3:12a fera desajeitada de duas barbatanas.
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3:12 - 3:15"Liabhan mor", sugerindo um animal grande.
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3:15 - 3:17Ou o meu favorito, "Liabhan chor greine",
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3:17 - 3:19o grande peixe do sol.
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3:19 - 3:21Trata-se de um nome encantador e evocativo.
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3:21 - 3:24Na Ilha de Tory, que é um lugar estranho, de qualquer modo, eram conhecidos como "muldoons",
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3:24 - 3:26e ninguém parece saber porquê.
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3:26 - 3:28Espero que não esteja aqui ninguém de Tory; um lugar encantador.
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3:28 - 3:31Mas mais vulgarmente, por toda a ilha,
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3:31 - 3:33eram conhecidos como peixe-sol.
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3:33 - 3:36E isto representa o seu hábito de se aquecerem à superfície quando há sol.
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3:36 - 3:39Há a grande preocupação de que os tubarões-frade sejam extintos
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3:39 - 3:41em todo o mundo.
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3:41 - 3:43Alguns dizem que não se trata de declínio populacional.
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3:43 - 3:45Pode ser uma alteração na distribuição do plâncton.
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3:45 - 3:47E sugeriu-se que os tubarões-frade constituiriam
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3:47 - 3:49fantásticos indicadores da mudança climática,
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3:49 - 3:51porque basicamente são registadores contínuos de plâncton
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3:51 - 3:53nadando de um lado para o outro com a boca aberta.
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3:53 - 3:56Agora constam como espécie vulnerável na lista da IUCN.
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3:56 - 3:59Também existem movimentos na Europa para tentar deter a sua caça.
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3:59 - 4:02Existe agora uma proibição da sua captura e pesca
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4:02 - 4:04e até a pesca dos que forem apanhados incidentalmente.
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4:04 - 4:06Eles não são protegidos na Irlanda.
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4:06 - 4:08De facto, eles não têm qualquer proteção legislativa na Irlanda,
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4:08 - 4:10apesar disso ser importante para a espécie
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4:10 - 4:13e apesar do contexto histórico em que os tubarões-frade se inserem.
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4:14 - 4:16Sabemos muito pouco acerca deles.
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4:16 - 4:18E a maior parte do que sabemos
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4:18 - 4:20baseia-se no seu hábito de vir à superfície.
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4:20 - 4:22E tentamos adivinhar o que eles estão a fazer
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4:22 - 4:24a partir do seu comportamento à superfície.
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4:24 - 4:27Só no ano passado descobri, numa conferência na Ilha de Man,
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4:27 - 4:30como é raro viver num sítio
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4:30 - 4:33onde os tubarões-frade regularmente, frequentemente e previsivelmente
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4:33 - 4:35vêm à superfície para ficar ao sol.
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4:35 - 4:37E é uma oportunidade científica fantástica
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4:37 - 4:39ver e sentir os tubarões-frade
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4:39 - 4:41e eles são criaturas incríveis.
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4:41 - 4:44E isso dá-nos uma oportunidade fantástica para os estudarmos, para termos acesso a eles.
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4:44 - 4:47Então, o que temos feito nos últimos anos -- mas o último ano foi um grande ano --
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4:47 - 4:50foi começar a marcar tubarões
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4:50 - 4:52para tentarmos ter alguma ideia
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4:52 - 4:54sobre fidelidade a locais e movimentos e coisas assim.
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4:54 - 4:56Concentrámo-nos principalmente
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4:56 - 4:58em North Donegal e West Kerry,
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4:58 - 5:01as duas áreas onde estive prioritariamente ativo.
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5:01 - 5:03E marcámo-los muito simplesmente, nada de alta tecnologia,
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5:03 - 5:05com uma vara grande, longa.
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5:05 - 5:07Isto é uma cana de pesca
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5:07 - 5:09com uma etiqueta na extremidade.
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5:09 - 5:12Sobe-se para o barco e marca-se o tubarão.
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5:12 - 5:14E fomos muito eficazes.
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5:14 - 5:16Marcámos 105 tubarões no verão passado.
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5:16 - 5:18Conseguimos 50 em três dias
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5:18 - 5:20ao largo da Península de Inishowen.
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5:20 - 5:23Metade do desafio está em chegar lá, estar no sítio certo no momento certo.
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5:23 - 5:25Mas é uma técnica muito simples e fácil.
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5:25 - 5:27Vou mostrar-vos como eles são.
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5:27 - 5:29Usamos uma câmara telescópica no barco
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5:29 - 5:31para filmarmos realmente o tubarão.
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5:31 - 5:33Primeiro tentamos determinar o género do tubarão.
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5:33 - 5:36Também utilizámos algumas etiquetas de satélite, portanto também usámos alta tecnlogia.
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5:36 - 5:38Estas são etiquetas de arquivo.
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5:38 - 5:40O que fazem é armazenar dados.
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5:40 - 5:42Uma etiqueta de satélite só funciona quando está em contacto com o ar, sem água,
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5:42 - 5:44e pode enviar um sinal para o satélite.
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5:44 - 5:47Evidentemente, os tubarões, os peixes, estão submersos a maior parte do tempo.
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5:47 - 5:50Assim, esta etiqueta fornece a localização do tubarão
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5:50 - 5:53dependendo do tempo e da posição do sol,
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5:53 - 5:55mais a temperatura da água e a profundidade.
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5:55 - 5:58E nós temos como que reconstituir o caminho.
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5:58 - 6:01Programa-se a etiqueta para se libertar do tubarão após um determinado período.
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6:01 - 6:03Neste caso foram 8 meses
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6:03 - 6:07literalmente até ao dia em que a etiqueta se libertou, emergiu, disse olá ao satélite
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6:07 - 6:10e enviou, não os dados todos, mas os suficientes para utilizarmos.
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6:10 - 6:12E esta é a única maneira de realmente percebermos
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6:12 - 6:15o comportamento e os movimentos quando estão debaixo da água.
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6:15 - 6:18E aqui estão alguns mapas que fizemos.
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6:18 - 6:21Aquele, podem ver que marcámos ambos ao largo de Kerry.
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6:21 - 6:24E basicamente ele passou o tempo todo, os últimos 8 meses, em águas irlandesas.
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6:24 - 6:26No dia de Natal estava no limite da plataforma continental.
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6:26 - 6:28E aqui está um que ainda não confrontámos
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6:28 - 6:30com a temperatura da superfície do mar e a profundidade da água,
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6:30 - 6:32mas, novamente, o segundo tubarão praticamente passou a maior parte do tempo
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6:32 - 6:34em redor e no interior do mar da Irlanda.
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6:34 - 6:36Colegas da Ilha de Man, no ano passado,
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6:36 - 6:38marcaram um tubarão
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6:38 - 6:41que fez todo o percurso da Ilha de Man até à Nova Escócia em cerca de 90 dias.
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6:41 - 6:44São 9.500 km. Nunca pensámos que isso acontecesse.
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6:44 - 6:46Outro colega, nos Estados Unidos,
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6:46 - 6:49marcou cerca de 20 tubarões ao largo de Massachusetts, e essas etiquetas não funcionaram.
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6:49 - 6:51Tudo o que ele sabe é onde os marcou
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6:51 - 6:53e onde as etiquetas se soltaram.
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6:53 - 6:55E as etiquetas dele soltaram-se nas Caraíbas
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6:55 - 6:57e até no Brasil.
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6:57 - 6:59Nós pensávamos que os tubarões-frade eram animais de zonas temperadas
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6:59 - 7:01e que apenas viviam na nossa latitude.
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7:01 - 7:04Mas o facto é que obviamente também atravessam o Equador.
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7:04 - 7:06Então, coisas tão simples como estas,
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7:06 - 7:08é o que estamos a tentar aprender sobre os tubarões-frade.
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7:08 - 7:11Uma coisa que eu penso
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7:11 - 7:13que é muito estranha e surpreendente
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7:13 - 7:16é quão baixa é a diversidade genética dos tubarões.
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7:16 - 7:19Não sou geneticista, portanto não vou fingir que percebo de genética.
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7:19 - 7:22Por isso é que é tão bom ter colaboração.
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7:22 - 7:24Dado que sou uma pessoa de trabalho de campo,
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7:24 - 7:26tenho ataques de pânico se tenho de passar demasiadas horas
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7:26 - 7:29num laboratório com uma bata branca -- tirem-me daqui.
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7:29 - 7:32Portanto, podemos trabalhar com geneticistas que percebem disso.
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7:32 - 7:34Quando eles analisaram a genética dos tubarões-frade
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7:34 - 7:37descobriram que a diversidade era incrivelmente baixa.
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7:37 - 7:39Realmente, se observarem a primeira linha,
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7:39 - 7:42podem ver que todas estas diferentes espécies de tubarões são muito similares.
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7:42 - 7:44Penso que isto significa, basicamente, que são todos tubarões
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7:44 - 7:46e que provieram de um ancestral comum.
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7:46 - 7:49Se observarem a diversidade de nucleótido,
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7:49 - 7:52que é uma característica genética transmitida pelos pais,
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7:52 - 7:55podem ver que os tubarões-frade, se olharem para o primeiro estudo,
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7:55 - 7:57têm uma ordem de grandeza de menor diversidade
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7:57 - 7:59do que outras espécies de tubarões.
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7:59 - 8:01E vejam que este trabalho foi feito em 2006.
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8:01 - 8:04Antes de 2006 não fazíamos ideia da variabilidade genética dos tubarões-frade.
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8:04 - 8:07Não fazíamos ideia. Dividir-se-iam em diferentes populações?
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8:07 - 8:09Havia subpopulações?
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8:09 - 8:11E, claro, isso é muito importante se quisermos saber
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8:11 - 8:13qual é o tamanho da população e o nível de ameaça sobre os animais.
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8:14 - 8:16Les Noble, em Aberdeen
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8:16 - 8:18achou que isto era realmente inacreditável.
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8:18 - 8:21Então, fez outro estudo
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8:21 - 8:24usando micro satélites,
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8:24 - 8:27que são muito mais caros, que consomem muito mais tempo,
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8:27 - 8:30e, para sua surpresa, obteve resultados quase idênticos.
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8:30 - 8:32Portanto, parece acontecer
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8:32 - 8:35que os tubarões-frade, por alguma razão, têm uma diversidade incrivelmente baixa.
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8:35 - 8:37E pensa-se que talvez tenha havido um gargalo genético,
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8:37 - 8:39há 12.000 anos,
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8:39 - 8:42e que isso tenha causado uma diversidade muito baixa.
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8:42 - 8:44E, contudo, se observarem os tubarões-baleia,
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8:44 - 8:47que são outros grandes tubarões que se alimentam de plâncton,
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8:47 - 8:49a sua diversidade é muito maior.
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8:49 - 8:51Portanto, isto não faz sentido nenhum.
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8:51 - 8:53Eles descobriram que não havia diferenciação genética
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8:53 - 8:56entre os tubarões-frade existentes nos vários oceanos do mundo.
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8:56 - 8:58Portanto, apesar de se encontrarem tubarões-frade por todo o mundo,
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8:58 - 9:00não é possível diferenciar geneticamente
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9:00 - 9:03um do Pacífico, do Atlântico, da Nova Zelândia, ou da Irlanda, da Árica do Sul.
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9:03 - 9:05Basicamente, todos parecem iguais.
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9:05 - 9:08Mas, novamente, é surprendente. Isso não seria expectável.
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9:08 - 9:10Não compreendo. Não finjo compreender isto.
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9:10 - 9:12E suspeito que muitos geneticistas também não compreendem,
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9:12 - 9:14mas eles produzem os números.
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9:14 - 9:16Portanto, realmente podemos estimar o tamanho da população
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9:16 - 9:18com base na diversidade genética.
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9:18 - 9:21E Rus Hoelzel chegou a um valor da população efectiva:
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9:21 - 9:238.200 animais.
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9:23 - 9:25Só isso.
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9:25 - 9:278.000 animais no mundo.
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9:27 - 9:29Vocês estão a pensar: "Isso é ridículo. Não é possível".
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9:29 - 9:31Então, o Les fez um estudo mais preciso
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9:31 - 9:33e chegou ao valor de 9.000.
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9:33 - 9:36Usando micro satélites diferentes obteve resultados diferentes.
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9:36 - 9:39Mas a média de todos estes estudos surgiu --
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9:39 - 9:41a média é de cerca de 5.000,
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9:41 - 9:43no que, pessoalmente, não acredito,
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9:43 - 9:45mas, aí está, eu sou um cético.
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9:45 - 9:47Mas mesmo que lancemos mais alguns números,
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9:47 - 9:50provavelmente estaremos a falar de uma população efetiva de cerca de 20.000 animais.
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9:50 - 9:52Lembram-se de quantos mataram ao largo de Achill
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9:52 - 9:55nos anos 70 e 50?
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9:55 - 9:57Então, o que isso nos diz realmente
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9:57 - 10:00é que existe um risco real de extinção desta espécie
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10:00 - 10:02devido à reduzida dimensão da sua população.
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10:02 - 10:05De facto, desses 20.000, 8.000 seriam fêmeas.
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10:05 - 10:08Há apenas 8.000 fêmeas de tubarão-frade no mundo?
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10:08 - 10:10Não sei. Não acredito.
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10:10 - 10:12O problema com isto
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10:12 - 10:14é que eles se viram limitados pelas amostras.
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10:14 - 10:16Não conseguiram amostras suficientes
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10:16 - 10:18para explorar a vertente genética
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10:18 - 10:20com detalhe suficiente.
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10:20 - 10:23Então, de onde se obtêm amostras
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10:23 - 10:25para a análise genética?
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10:25 - 10:27Bem, uma fonte óbvia são os tubarões mortos.
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10:27 - 10:29Tubarões mortos que dão à praia.
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10:29 - 10:32Podemos obter 2 ou 3 tubarões mortos que dão à praia na Irlanda por ano,
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10:32 - 10:34se tivermos sorte.
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10:34 - 10:36Outra fonte seria a captura incidental durante a pesca.
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10:36 - 10:39Estavamos a conseguir muito poucos apanhados nas redes de superfície.
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10:39 - 10:42Isso agora é proibido, o que é boa notícia para os tubarões.
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10:42 - 10:44E alguns são apanhados nas redes, nas redes de arrasto.
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10:44 - 10:47Este é um tubarão trazido para terra em Howth, antes do Natal,
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10:47 - 10:50ilegalmente, porque isso não é permitido pela lei da U.E.,
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10:50 - 10:53e foi vendido a 8 € o Kg, como bife de tubarão.
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10:53 - 10:56Eles até afixaram uma receita na parede, até serem informados de que era ilegal.
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10:56 - 10:59E foram multados por isso.
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10:59 - 11:01Assim, se observarem todos aqueles estudos que vos mostrei,
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11:01 - 11:04o número total de amostras do mundo inteiro
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11:04 - 11:06é de 86 presentemente.
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11:06 - 11:08Portanto, é um trabalho muito importante,
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11:08 - 11:10que permite colocar algumas boas questões,
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11:10 - 11:12e informar-nos sobre o tamanho da população
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11:12 - 11:15e subpopulações e estrutura,
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11:15 - 11:18mas está limitado pela falta de amostras.
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11:18 - 11:20Agora, quando estávamos a marcar os nossos tubarões --
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11:20 - 11:23era assim que os marcávamos na proa de um barco insuflável, rapidamente --
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11:23 - 11:25ocasionalmente os tubarões reagiam.
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11:25 - 11:28E numa ocasião em que estávamos em Malin Head, em Donegal,
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11:28 - 11:31um tubarão bateu com a cauda na parte lateral do barco,
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11:31 - 11:34penso que mais em sobressalto por o barco se ter aproximado dele,
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11:34 - 11:36do que pela marcação.
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11:36 - 11:39E foi bom. Molhámo-nos. Não houve problema nenhum.
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11:39 - 11:41E depois, quando eu e o Emmett
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11:41 - 11:43voltámos para Malin Head, para o cais,
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11:43 - 11:46notámos que havia uma substância viscosa preta na parte da frente do barco.
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11:46 - 11:48E lembrei-me -- eu costumava passar muito tempo em barcos de pesca comercial --
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11:48 - 11:50lembrei-me de os pescadores me contarem que sabiam sempre
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11:50 - 11:52quando um tubarão-frade tinha sido apanhado na rede
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11:52 - 11:54porque ele deixava esta substância preta.
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11:54 - 11:56Portanto, eu pensei que aquilo devia ter sido do tubarão.
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11:56 - 11:58Agora, nós tínhamos interesse
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11:58 - 12:00em obter amostras de tecido para estudos genéticos
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12:00 - 12:02porque sabíamos que eram muito valiosas.
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12:02 - 12:04E usávamos métodos convencionais --
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12:04 - 12:06tenho uma besta, vêem uma besta ali na minha mão,
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12:06 - 12:09que também usamos para obter amostras de baleias e golfinhos, para estudos genéticos.
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12:09 - 12:11Então eu tentei aquilo, tentei muitas técnicas.
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12:11 - 12:13Tudo o que conseguia era quebrar as flechas
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12:13 - 12:15porque a pele do tubarão é muito dura.
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12:15 - 12:17Não havia maneira de conseguirmos uma amostra daquilo.
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12:17 - 12:20Portanto, aquilo não ia resultar.
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12:20 - 12:23Então, quando eu vi a substância preta na proa do barco,
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12:23 - 12:26pensei: "Se recebermos o que nos é oferecido..."
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12:26 - 12:28Então raspei aquilo.
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12:28 - 12:31E eu tinha um pequeno tubo com álcool para enviar aos geneticistas.
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12:31 - 12:33Então, raspei a substância e enviei-a para Aberdeen.
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12:33 - 12:35E disse: "Podiam tentar isto".
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12:35 - 12:37E eles ficaram a dormir sobre aquilo durante meses.
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12:37 - 12:39Isso foi apenas porque tinhamos uma conferência na Ilha de Man.
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12:39 - 12:41Mas eu continuei a enviar e-mails a dizer:
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12:41 - 12:43"Já teve oportunidade de analisar o meu lodo?"
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12:43 - 12:45E ele: "Sim, sim, sim, sim. Mais tarde, mais tarde, mais tarde."
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12:45 - 12:47De qualquer modo ele pensou que seria melhor fazê-lo,
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12:47 - 12:49porque nunca nos tínhamos encontrado
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12:49 - 12:51e ele podia perder a face se não tivesse feito o que lhe tinha pedido.
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12:51 - 12:54E ele ficou espantado por realmente conseguirem extrair ADN daquela substância.
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12:54 - 12:56Amplificaram-no e testaram-no
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12:56 - 12:58e descobriram que, sim, era realmente ADN de tubarão-frade,
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12:58 - 13:01que fora obtido a partir do lodo.
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13:01 - 13:03E então ele ficou todo entusiasmado.
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13:03 - 13:06Ficou conhecido como o lodo de tubarão do Simon.
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13:06 - 13:09E eu pensei: "Ei, sabem, posso desenvolver esta ideia."
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13:09 - 13:11Então, pensámos: muito bem, vamos tentar sair
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13:11 - 13:13e conseguir algum lodo.
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13:13 - 13:17Então, tendo gasto 3.500 em etiquetas de satélite,
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13:19 - 13:22pensei que podia investir 7,95 -- o preço mantém-se nesse valor --
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13:22 - 13:25na minha loja de equipamentos local, em Kilrush,
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13:25 - 13:27para comprar uma esfregona
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13:27 - 13:30e ainda menos dinheiro em alguns toalhetes.
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13:30 - 13:33Embrulhei o toalhete à volta da extremidade da esfregona
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13:33 - 13:35e fiquei desesperado, desesperado
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13:35 - 13:38por uma oportunidade
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13:38 - 13:40para conseguir alguns tubarões.
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13:40 - 13:42Agora, isto foi em agosto,
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13:42 - 13:44e normalmente o pico de tubarões é em junho, julho.
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13:44 - 13:46E raramente os vemos.
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13:46 - 13:49Raramente conseguimos estar no lugar certo para encontrar tubarões em agosto.
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13:49 - 13:51Portanto, estavamos desesperados.
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13:51 - 13:54Então partimos a correr para Blasket logo que ouvimos dizer que havia tubarões lá
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13:54 - 13:56e conseguimos encontrar alguns tubarões.
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13:56 - 13:58Então, simplesmente esfregando a esfregona no tubarão
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13:58 - 14:00quando ele nadava debaixo do barco --
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14:00 - 14:02vêem, aqui está um tubarão a passar rapidamente debaixo do barco --
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14:02 - 14:04conseguimos colher lodo.
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14:04 - 14:06Aqui está.
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14:06 - 14:09Olhem para aquele encantador lodo preto de tubarão.
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14:09 - 14:12E em cerca de meia hora
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14:12 - 14:15obtivemos cinco amostras, de cinco diferentes tubarões,
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14:15 - 14:18que foram obtidas usando o sistema de amostragem de lodo de tubarão do Simon.
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14:18 - 14:20(Risos)
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14:20 - 14:25(Aplausos)
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14:25 - 14:28Já trabalho com baleias e golfinhos na Irlanda há 20 anos,
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14:28 - 14:30e eles são um pouco mais dramáticos.
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14:30 - 14:32Provavelmente vocês viram as imagens da baleia-concunda
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14:32 - 14:34que tirámos há um ou dois meses ao largo de County Wexford.
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14:34 - 14:37E nós pensamos sempre em ter um legado para deixar ao mundo.
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14:37 - 14:39E eu estava a pensar em baleias-corcundas a saltar
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14:39 - 14:41e golfinhos.
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14:41 - 14:43Mas olhem, às vezes estas coisas são-nos enviadas
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14:43 - 14:45e só temos que aceitá-las quando vêm.
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14:45 - 14:47Portanto, possivelmente este vai ser o meu legado --
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14:47 - 14:49o lodo de tubarão de Simon.
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14:49 - 14:51Então, este ano recebemos mais dinheiro
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14:51 - 14:54para continuarmos a recolher mais e mais amostras.
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14:54 - 14:56E uma coisa que é muito útil
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14:56 - 14:59é que usamos câmaras telescópicas -- esta é a minha colega Joanne com uma --
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14:59 - 15:01que nos permitem ver realmente por baixo do tubarão.
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15:01 - 15:04E o que tentamos ver é que os machos têm clásperes,
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15:04 - 15:07suspensos na parte de trás do tubarão.
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15:07 - 15:09Portanto, podemos distinguir facilmente o género do tubarão.
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15:09 - 15:11Então, se pudermos saber o género do tubarão,
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15:11 - 15:13antes de recolhermos a amostra,
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15:13 - 15:16podemos informar o geneticista se esta foi retirada de um macho ou de uma fêmea.
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15:16 - 15:18Porque atualmente não têm forma de geneticamente
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15:18 - 15:20saber a diferença entre um macho e uma fêmea,
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15:20 - 15:22o que acho absolutamente desconcertante,
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15:22 - 15:25porque eles não sabem que iniciadores procurar.
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15:25 - 15:27E poder saber o género de um tubarão
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15:27 - 15:29é muito importante
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15:29 - 15:32para coisas como a fiscalização do comércio
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15:32 - 15:36de tubarões-frade e outras espécies,
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15:36 - 15:38porque é ilegal comercializar quaisquer tubarões.
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15:38 - 15:40E eles são apanhados e estão à venda.
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15:40 - 15:42Assim, como biólogo de campo,
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15:42 - 15:44só quero encontrar-me com estes animais.
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15:44 - 15:46Quero aprender o máximo que puder.
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15:46 - 15:49Frequentemente os encontros são muito rápidos e estão muito limitados sazonalmente.
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15:49 - 15:52E só quero aprender o máximo que puder logo que possível.
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15:52 - 15:54Mas não é fantástico
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15:54 - 15:57podermos oferecer estas amostras
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15:57 - 16:00e oportunidades a outras disciplinas, como a genética,
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16:00 - 16:03que podem beneficiar tanto com isto?
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16:03 - 16:05Então, como disse,
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16:05 - 16:08estas coisas são-vos enviadas de formas estranhas. Agarrem-nas enquanto podem.
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16:08 - 16:10Recebo esta como o meu legado científico.
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16:10 - 16:13Espero conseguir alguma coisa mais dramática e romântica antes de morrer.
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16:13 - 16:16Mas, para já, estou grato por isto.
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16:16 - 16:18E mantenham-se de olho nos tubarões.
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16:18 - 16:21Se tiverem mais interesse, colocámos uma página sobre tubarões-frade na Web.
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16:21 - 16:24Obrigado e obrigado pela vossa atenção.
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16:24 - 16:26(Aplausos)
- Title:
- Como salvar um tubarão sobre o qual nada sabemos?
- Speaker:
- Simon Berrow
- Description:
-
São os segundos maiores peixes do mundo, estão quase extintos, e não sabemos quase nada a seu respeito. No TEDxDublin, Simon Berrow descreve o fascinante tubarão-frade ("O Grande Peixe do Sol", em irlandês), e as formas excecionais - e de maravilhosa baixa tecnologia -- pelas quais ele está a aprender o suficiente para o salvar.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 16:26
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How do you save a shark you know nothing about? | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How do you save a shark you know nothing about? | ||
Ilona Bastos added a translation |