Porque é que a luz precisa da escuridão | Rogier van der Heide | TEDxAmsterdam
-
0:05 - 0:08Vocês devem estar muito inspirados
depois deste longo dia, -
0:08 - 0:10mas também devem estar cansados, não é?
-
0:10 - 0:14Esta é a última intervenção
do programa, antes da noite, -
0:14 - 0:17por isso vou começar rapidamente.
-
0:18 - 0:21Está no ecrã uma bela frase que diz:
-
0:21 - 0:26"A luz cria ambiente,
dá a sensação de espaço, -
0:26 - 0:29"a luz também é
a expressão da estrutura". -
0:30 - 0:31Esta frase não é minha.
-
0:31 - 0:35É de Le Corbusier, o famoso arquiteto.
-
0:36 - 0:40Vemos aqui o que ele queria dizer
num dos seus belos edifícios -
0:40 - 0:44— a capela de Notre Dame du Haut
em Ronchamp — -
0:45 - 0:49onde ele cria esta luz que só pôde fazer
porque também há escuridão. -
0:51 - 0:56Penso que isso é a quintessência
desta palestra de 18 minutos, -
0:56 - 1:01ou seja, não há uma boa iluminação
saudável e que crie o nosso bem-estar -
1:01 - 1:04sem uma escuridão adequada.
-
1:06 - 1:09Isto é como habitualmente
iluminamos os escritórios. -
1:09 - 1:11Temos códigos e padrões que nos dizem
-
1:11 - 1:14quantos lux deve ter
a intensidade luminosa -
1:14 - 1:16e a dimensão da uniformidade.
-
1:16 - 1:21É assim que criamos a uniformidade
da iluminação de uma parede a outra, -
1:21 - 1:24com uma rede regular de lâmpadas.
-
1:25 - 1:29Isto é muito diferente
do trabalho de Le Corbusier. -
1:30 - 1:34Se aplicássemos esses códigos e padrões
ao Panteão em Roma, -
1:34 - 1:36ele nunca teria este aspeto,
-
1:36 - 1:41porque esta magnífica luminosidade
que se apresenta naturalmente, -
1:41 - 1:45só é possível porque também
há escuridão no mesmo edifício. -
1:47 - 1:50É mais ou menos o mesmo
que Santiago Calatrava disse: -
1:50 - 1:55"A luz: introduzo-a nos meus edifícios
para criar conforto". -
1:55 - 1:58E não se referia ao conforto
de um jantar de cinco pratos, -
1:58 - 2:00em contraste com uma refeição
do prato do dia, -
2:00 - 2:02referia-se ao verdadeiro conforto
-
2:02 - 2:06da qualidade do edifício para as pessoas.
-
2:06 - 2:11Referia-se a que podemos ver o céu
e a ter a experiência do Sol. -
2:12 - 2:16Criou estes edifícios esplendorosos
onde podemos ver o céu -
2:16 - 2:18e onde temos a experiência do Sol,
-
2:18 - 2:21que nos dão uma vida melhor
no ambiente artificial, -
2:22 - 2:28apenas através da importância da luz
no seu brilho e também nas suas sombras. -
2:29 - 2:32Claro que tudo isto se reduz ao Sol.
-
2:32 - 2:37Esta imagem do Sol pode sugerir
que o Sol é mau e agressivo -
2:37 - 2:42mas não esqueçamos que a energia
deste planeta provém do Sol -
2:42 - 2:47e a luz é apenas uma manifestação
dessa energia. -
2:48 - 2:51O Sol é dinâmico,
é o responsável pelas cores. -
2:51 - 2:54O Sol é responsável pela beleza
do nosso ambiente, -
2:54 - 2:58como neste edifício
— o High Museum de Atlanta, -
2:58 - 3:03que foi criado por Renzo Piano, de Itália,
em conjunto com a Arup Lighting, -
3:03 - 3:06uma equipa brilhante
de "designers" da iluminação, -
3:06 - 3:11que criaram uma modulação
muito subtil da luz, pelo espaço, -
3:11 - 3:14correspondendo ao que o Sol faz lá fora,
-
3:14 - 3:17graças àquelas bonitas aberturas no teto.
-
3:17 - 3:21Assim, de forma indireta,
podemos ver o Sol. -
3:21 - 3:25Eles criaram um elemento
integrado no edifício -
3:25 - 3:31para melhorar a qualidade do espaço
que rodeia os visitantes do museu. -
3:31 - 3:34Criaram esta sombra que vemos aqui
-
3:35 - 3:38que tapa o Sol,
-
3:38 - 3:41mas que permite a entrada de luz
que vem do céu. -
3:42 - 3:46Vemos aqui como imaginaram
um ótimo procedimento de "design" -
3:46 - 3:47usando modelos físicos,
-
3:47 - 3:50com métodos quantitativos e qualitativos,
-
3:50 - 3:55para chegar à solução final,
plenamente integrada -
3:55 - 3:57e totalmente abrangente com a arquitetura.
-
3:57 - 4:00Permitiram-se alguns erros
ao longo do processo. -
4:00 - 4:02Como vemos aqui
há alguma luz direta no chão, -
4:02 - 4:05mas detetaram facilmente
de onde ela vinha. -
4:06 - 4:12Também permitem que os visitantes
desfrutem o Sol, a parte boa do Sol. -
4:13 - 4:17Há muitas maneiras diferentes
de desfrutar o Sol. -
4:17 - 4:19Pode ser assim,
-
4:19 - 4:22ou pode ser assim,
o que é bastante peculiar, -
4:23 - 4:25mas isto é em 1963,
-
4:25 - 4:29trata-se da observação
de um eclipse do Sol nos EUA. -
4:29 - 4:31Lá em cima, há uma relativa luminosidade,
-
4:31 - 4:34por isso, as pessoas descobriram
uma solução muito curiosa. -
4:35 - 4:38Acho que esta é uma imagem
que ilustra bem o que quero dizer: -
4:38 - 4:42trazer para o interior do edifício
esta maravilhosa dinâmica do Sol -
4:43 - 4:48cria uma qualidade do nosso ambiente
arquitetónico que melhora a nossa vida. -
4:49 - 4:52A obscuridade é tão importante
como a luminosidade -
4:52 - 4:55porque, senão, não veríamos esta dinâmica.
-
4:55 - 4:59Em contraste com o escritório
que vos mostrei no início da palestra, -
4:59 - 5:03este é um escritório muito conhecido:
é a sede do Weidt Group. -
5:03 - 5:06Trabalham em consultadoria
de energia verde, ou qualquer coisa assim. -
5:06 - 5:08E põem em prática aquilo que pregam,
-
5:08 - 5:11porque este escritório não tem
nenhuma iluminação elétrica. -
5:11 - 5:15De um lado, só tem esta enorme
janela de vidro -
5:15 - 5:19que deixa entrar a luz do Sol
a jorros no espaço -
5:19 - 5:22e cria uma esplêndida qualidade
e uma gama muito dinâmica. -
5:22 - 5:25Portanto, a luz pode estar fraca
e fazemos o nosso trabalho -
5:25 - 5:27ou estar muito luminosa
e fazemos o nosso trabalho. -
5:27 - 5:31Mas acontece que os olhos humanos
são extremamente adaptáveis -
5:31 - 5:35a todas estas situações diferentes
que, juntas, criam um ambiente -
5:35 - 5:38que nunca é aborrecido
e que nunca é monótono -
5:38 - 5:41e, portanto, nos ajuda
a melhorar a nossa vida. -
5:42 - 5:45Tenho de fazer uma curta
apresentação deste homem. -
5:45 - 5:49É Richard Kelly que nasceu há 100 anos.
-
5:49 - 5:53Trago-o hoje aqui porque
o seu aniversário é este ano. -
5:53 - 5:58Nos anos 30, Richard Kelly
foi a primeira pessoa a descrever -
5:58 - 6:00uma metodologia do "design"
da iluminação moderna. -
6:00 - 6:02E criou três termos:
-
6:02 - 6:07"focal glow", "ambient luminescence"
e "play of the brilliants" -
6:07 - 6:12três ideias muito distintas
sobre a luz na arquitetura -
6:12 - 6:16que, em conjunto, criam
uma vivência extraordinária. -
6:16 - 6:18Para começar, "focal glow".
-
6:18 - 6:21Kelly refere-se a uma luz
que dá orientação ao espaço -
6:21 - 6:23e nos ajuda a orientarmo-nos.
-
6:23 - 6:26Ou a uma coisa como esta:
a iluminação que ele concebeu -
6:26 - 6:28para o salão de exposição
da General Motors. -
6:28 - 6:30Ao entrar nesse espaço, sentimos.
-
6:30 - 6:33"Uau! Isto é impressionante",
-
6:33 - 6:37por causa deste ponto focal,
desta enorme fonte luminosa no meio. -
6:37 - 6:39Para mim, é uma coisa tirada do teatro
-
6:39 - 6:41e já volto a isto daqui a bocado.
-
6:41 - 6:44É o projetor sobre o artista
que nos ajuda a focarmo-nos. -
6:45 - 6:48Também podia ser a luz do sol
que rompe através das nuvens -
6:48 - 6:51e ilumina um pedaço do terreno,
-
6:51 - 6:55iluminando-o em contraponto
com o ambiente sombrio. -
6:55 - 6:59Ou pode ser a iluminação
nos centros comerciais atuais, -
6:59 - 7:03iluminando as mercadorias
e orientando-nos no caminho. -
7:03 - 7:06"Ambient luminescence"
é uma coisa muito diferente. -
7:06 - 7:09Richard Kelly viu-a
como uma coisa infinita, -
7:09 - 7:12uma coisa sem qualquer ponto focal,
-
7:12 - 7:16uma coisa em que os pormenores
se dissolvem no infinito. -
7:18 - 7:21Eu vejo-a como um tipo de luz
muito confortável -
7:21 - 7:24que nos ajuda a relaxar e a contemplar.
-
7:24 - 7:26Também pode ser uma coisa como esta:
-
7:26 - 7:28o Museu Nacional de Ciências em Londres,
-
7:28 - 7:33onde a luz azul engloba
todas as exposições e galerias -
7:33 - 7:35num amplo gesto.
-
7:35 - 7:39Por fim, o jogo de luzes para decoração,
que, para Kelly, serve para diversão -
7:39 - 7:42e adiciona ambiente e vida
à linha do horizonte de Hong Kong, -
7:42 - 7:45ou talvez o candelabro
da casa da ópera, -
7:45 - 7:47ou aqui neste teatro,
-
7:47 - 7:51que é a decoração, a cobertura do bolo,
uma coisa divertida, -
7:51 - 7:57uma coisa que é apenas uma adição
ao ambiente arquitetónico, -
7:57 - 7:59segundo penso.
-
7:59 - 8:01A associação destes
três elementos distintos, -
8:01 - 8:05formam uma luminosidade ambiental
que nos ajuda a sentirmo-nos melhor. -
8:05 - 8:08Só podemos criar este efeito
a partir da escuridão. -
8:08 - 8:09Vou explicar isso melhor.
-
8:09 - 8:12Penso que é uma coisa
que Richard Kelly, aqui à esquerda, -
8:12 - 8:15estava a explicar
a Ludwig Mies van Der Rohe. -
8:15 - 8:18Por detrás deles, vemos o Edifício Seagram
-
8:18 - 8:22que veio a ser um ícone
do moderno "design" da iluminação. -
8:23 - 8:27Nessa época, já havia tentativas
para a terapia luminosa. -
8:27 - 8:30Vemos aqui uma foto
da Biblioteca de Medicina dos EUA, -
8:30 - 8:34onde as pessoas são expostas ao sol
para melhorarem. -
8:35 - 8:38Este aspeto da luz na saúde
é uma história um pouco diferente -
8:38 - 8:41da que vos vou contar hoje.
-
8:41 - 8:43Na medicina moderna de hoje
-
8:43 - 8:51há uma verdadeira compreensão da luz
de uma forma quase bioquímica. -
8:52 - 8:56Há a ideia de que,
quando olhamos para as coisas, -
8:56 - 8:58é a luz amarela que mais nos ajuda,
-
8:58 - 9:00a que somos mais sensíveis.
-
9:00 - 9:02Mas os nossos ritmos circadianos
-
9:02 - 9:05que são os ritmos que nos ajudam
a acordar e a dormir, -
9:05 - 9:08a estarmos acordados e descontraídos
etc., etc., -
9:08 - 9:10são mais bem desencadeados
pela luz azul. -
9:10 - 9:14Regulando a quantidade de azul
no ambiente, -
9:14 - 9:17podemos ajudar as pessoas
a descontrair, ou a estar vigilantes, -
9:17 - 9:20a adormecer ou a ficar acordados.
-
9:20 - 9:26É assim que, num futuro próximo,
a luz pode ajudar os hospitais -
9:26 - 9:31a tratarem mais rapidamente as pessoas,
a recuperá-las mais depressa. -
9:31 - 9:35Talvez nos aviões, possamos
ultrapassar o "jet lag", deste modo. -
9:35 - 9:38Talvez na escola, possamos ajudar
as crianças a aprender melhor, -
9:38 - 9:41porque podem concentrar-se
mais no seu trabalho. -
9:41 - 9:43Podemos imaginar muito mais aplicações.
-
9:43 - 9:45Mas gostava de falar mais
-
9:45 - 9:50sobre a combinação da luz e da escuridão
-
9:50 - 9:53como uma qualidade na nossa vida.
-
9:54 - 9:57Claro que a luz também
serve para interações sociais, -
9:57 - 10:01para criar relações
com tudo o que nos rodeia. -
10:01 - 10:03É o local onde nos reunimos
-
10:03 - 10:06quando temos qualquer coisa
a dizer uns aos outros. -
10:06 - 10:08Tem tudo a ver com este planeta.
-
10:08 - 10:10Mas, quando olhamos
para este planeta, à noite, -
10:10 - 10:12ele tem este aspeto.
-
10:12 - 10:15Penso que esta é a imagem
mais chocante da minha palestra. -
10:15 - 10:19Porque toda esta luz aqui
sobe para o céu. -
10:19 - 10:24Nunca atinge o solo
a que estava destinada. -
10:24 - 10:26Não serve para benefício das pessoas.
-
10:26 - 10:29Só estraga a escuridão.
-
10:29 - 10:31À escala global, tem este aspeto.
-
10:31 - 10:34É realmente espantoso o que vemos aqui,
-
10:34 - 10:40a quantidade de luz que sobe para o céu
e nunca atinge o solo. -
10:40 - 10:42Porque, se olharmos para a Terra
como ela devia ser, -
10:42 - 10:46seria uma coisa parecida
com esta imagem inspiradora -
10:46 - 10:50em que a escuridão serve
a nossa imaginação e a nossa contemplação -
10:50 - 10:53e nos ajuda a relacionarmo-nos com tudo.
-
10:54 - 10:55Mas o mundo está a mudar
-
10:55 - 10:58e a urbanização
é um grande motor para tudo. -
10:58 - 11:00Tirei esta foto há duas semanas
em Guangzhou -
11:00 - 11:05e apercebi-me que, há 10 anos,
estes edifícios não existiam. -
11:06 - 11:09Era apenas uma cidade muito mais pequena
-
11:09 - 11:12e o ritmo da urbanização
é incrível e enorme. -
11:12 - 11:15Temos de perceber
estas questões principais. -
11:15 - 11:19Como é que as pessoas se movimentam
por estes novos espaços urbanos? -
11:19 - 11:20Como é que partilham a sua cultura?
-
11:20 - 11:23Como lidamos com coisas
como a mobilidade? -
11:23 - 11:25Como é que a luz pode ajudar?
-
11:25 - 11:26Porque as novas tecnologias
-
11:26 - 11:29parecem estar numa posição
deveras interessante -
11:29 - 11:33para contribuírem
para as soluções da urbanização -
11:33 - 11:36e nos proporcionarem
melhores ambientes. -
11:36 - 11:37Não foi há muito tempo
-
11:37 - 11:41que a nossa iluminação
era feita com este tipo de candeeiros. -
11:41 - 11:43Tínhamos os candeeiros
metálicos a halogénio, -
11:43 - 11:45as lâmpadas fluorescentes
e coisas dessas. -
11:45 - 11:47Hoje temos as LED,
-
11:47 - 11:51mas vemos aqui a última,
e como é incrivelmente pequena. -
11:51 - 11:54É isto que nos oferece
uma oportunidade única -
11:54 - 11:58porque este tamanho minúsculo
permite-nos -
11:58 - 12:00colocar a luz onde ela faça falta.
-
12:00 - 12:03Podemos dispensá-la
onde não seja precisa para nada -
12:03 - 12:05e onde possamos preservar a escuridão.
-
12:05 - 12:07Penso que esta é uma proposta
muito interessante -
12:07 - 12:11e uma nova forma de iluminar
o ambiente arquitetónico -
12:11 - 12:13tendo em mente o nosso bem-estar.
-
12:13 - 12:17O problema é que eu queria explicar
como tudo isto funciona -
12:17 - 12:19mas tenho quatro ou cinco coisas
destas no meu dedo -
12:19 - 12:22e vocês não conseguem vê-las.
-
12:22 - 12:25Assim, pedi ao laboratório que arranjasse
uma maneira e eles disseram: -
12:25 - 12:27"Bom, podemos fazer uma coisa".
-
12:27 - 12:29Criaram para mim, a maior LED do mundo,
-
12:29 - 12:31especialmente para a TEDx em Amsterdão.
-
12:31 - 12:33Está aqui.
-
12:33 - 12:35É a mesma coisa que podem ver ali,
-
12:35 - 12:37mas 200 vezes maior.
-
12:37 - 12:40Vou, rapidamente, mostrar como funciona.
-
12:40 - 12:42Só para explicar.
-
12:43 - 12:48Todas as LED que se fazem atualmente,
dão uma luz azul. -
12:49 - 12:53Isso não é muito agradável
nem confortável. -
12:53 - 12:59Por isso, tapamos a LED
com uma capa de fósforo. -
12:59 - 13:02O fósforo é excitado pelo azul
-
13:02 - 13:05e torna a luz branca, quente e agradável.
-
13:05 - 13:08Quando lhe acrescentamos a lente,
-
13:08 - 13:11podemos criar um feixe de luz
e enviá-la para onde queremos -
13:11 - 13:15sem necessidade de desperdiçar luz
para o céu ou para qualquer outro local. -
13:15 - 13:18Podemos preservar a escuridão
e iluminar. -
13:18 - 13:23Só queria mostrar-vos
para perceberem como isto funciona. -
13:23 - 13:24(Aplausos)
-
13:24 - 13:25Obrigado.
-
13:26 - 13:28Podemos continuar.
-
13:28 - 13:31Temos de repensar a forma
como iluminamos as cidades. -
13:31 - 13:35Temos de pensar de novo
na luz como uma solução por defeito. -
13:35 - 13:38Porque é que estas estradas
estão permanentemente iluminadas? -
13:38 - 13:40Será mesmo necessário?
-
13:40 - 13:42Será que podemos ser mais seletivos
-
13:42 - 13:45e criar melhores ambientes
que também beneficiem da escuridão? -
13:45 - 13:47Podemos ser mais gentis com a luz?
-
13:47 - 13:49Como aqui — este aqui
é um nível muito baixo. -
13:49 - 13:53Será que podemos envolver mais as pessoas
nos projetos de iluminação que criamos -
13:53 - 13:56para elas quererem envolverem-se?
-
13:56 - 14:00Ou podemos criar esculturas
que sejam inspiradoras? -
14:00 - 14:03Poderemos preservar a escuridão?
-
14:03 - 14:05Porque encontrar um local
como este, na Terra, -
14:05 - 14:08é hoje muito, mas muito problemático.
-
14:08 - 14:11Encontrar um céu estrelado como este
ainda é mais difícil. -
14:11 - 14:14Mesmo nos oceanos,
estamos a criar muita luz, -
14:14 - 14:16que podíamos eliminar
-
14:16 - 14:21para a vida animal também ter
um bem-estar muito maior. -
14:21 - 14:25Sabe-se que as aves migratórias,
por exemplo, se desorientam -
14:25 - 14:27por causa destas plataformas marítimas.
-
14:27 - 14:29Descobrimos que, quando
lhes pomos estas luzes verdes, -
14:29 - 14:32as aves seguem a direção certa.
-
14:32 - 14:34Deixam de se perturbar.
-
14:34 - 14:36Acontece, mais uma vez,
-
14:36 - 14:40que a sensibilidade espetral
é muito importante nisto. -
14:40 - 14:43Penso que, em todos estes exemplos,
-
14:43 - 14:46devíamos começar a fazer luz da escuridão
-
14:46 - 14:50e usar a escuridão como uma tela
— como fazem os artistas visuais, -
14:50 - 14:52como Edward Hopper nesta pintura.
-
14:52 - 14:55Acho que há muito suspense
nesta pintura. -
14:56 - 14:59Quando a vejo, começo a pensar,
quem são estas pessoas? -
14:59 - 15:01De onde vieram?
Para onde vão? -
15:01 - 15:02O que aconteceu?
-
15:02 - 15:05O que irá acontecer
nos próximos cinco minutos? -
15:05 - 15:07Abrange todas essas histórias
e todo este suspense, -
15:07 - 15:09por causa da escuridão e da luz.
-
15:09 - 15:11Edward Hopper era um verdadeiro mestre
-
15:11 - 15:15na criação da narrativa
trabalhando com a luz e a escuridão. -
15:15 - 15:16Podemos aprender com ele
-
15:16 - 15:20e criar ambientes arquitetónicos
mais interessantes e inspiradores. -
15:20 - 15:23Podemos fazer isso em espaços
comerciais como este. -
15:23 - 15:25E podemos continuar a sair para a rua
-
15:25 - 15:30e desfrutar o maior espetáculo do universo
-
15:30 - 15:33que, claro, é o próprio universo.
-
15:35 - 15:40Dou-vos esta espantosa imagem
informativa do céu, -
15:40 - 15:42que parte do interior da cidade,
-
15:42 - 15:45onde vemos uma ou duas estrelas
e nada mais, -
15:45 - 15:47até a um ambiente rural,
-
15:48 - 15:52onde desfrutamos este espetáculo
esplendoroso e belo -
15:52 - 15:54das constelações e das estrelas.
-
15:55 - 15:58Na arquitetura, funciona do mesmo modo.
-
15:58 - 16:02Apreciando a escuridão
quando imaginamos a luz, -
16:02 - 16:04criamos ambientes
muito mais interessantes -
16:04 - 16:07que melhoram deveras a nossa vida.
-
16:07 - 16:11Este é o exemplo mais conhecido,
a Igreja da Luz, de Tadao Ando. -
16:11 - 16:16Mas também penso no "spa", em Vals,
de Peter Zumthor -
16:17 - 16:20onde a luz e a escuridão,
em combinações muito subtis, -
16:20 - 16:22se alteram uma à outra,
para definir o espaço. -
16:22 - 16:26Ou a estação de metro Southwark,
em Londres, de Richard MacCormac, -
16:26 - 16:29onde podemos ver o céu,
apesar de estarmos debaixo do chão. -
16:29 - 16:31Por fim, quero sublinhar
-
16:31 - 16:34que muita desta inspiração
provém do teatro. -
16:34 - 16:38Penso que é fantástico estarmos
hoje a realizar um TEDx -
16:38 - 16:41num teatro, pela primeira vez,
-
16:41 - 16:45porque penso que devemos
ao teatro um grande agradecimento. -
16:45 - 16:49Não haveria uma cenografia
tão inspiradora sem este teatro. -
16:49 - 16:55Penso que o teatro é um local
onde podemos melhorar a vida com a luz. -
16:56 - 16:57Muito obrigado.
-
16:57 - 16:59(Aplausos)
- Title:
- Porque é que a luz precisa da escuridão | Rogier van der Heide | TEDxAmsterdam
- Description:
-
Rogier van der Heide, arquiteto da iluminação oferece-nos uma nova forma magnífica de ver o mundo — prestando atenção à luz (e à escuridão). Exemplos de edifícios clássicos ilustram uma visão profundamente ponderada quanto ao papel da luz à nossa volta.
Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 17:04
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for Why light needs darkness | Rogier van der Heide | TEDxAmsterdam | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Why light needs darkness | Rogier van der Heide | TEDxAmsterdam | ||
Mafalda Ferreira accepted Portuguese subtitles for Why light needs darkness | Rogier van der Heide | TEDxAmsterdam | ||
Mafalda Ferreira edited Portuguese subtitles for Why light needs darkness | Rogier van der Heide | TEDxAmsterdam | ||
Mafalda Ferreira edited Portuguese subtitles for Why light needs darkness | Rogier van der Heide | TEDxAmsterdam | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Why light needs darkness | Rogier van der Heide | TEDxAmsterdam | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Why light needs darkness | Rogier van der Heide | TEDxAmsterdam |