Frans de Waal: Comportamento moral em animais
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0:00 - 0:02Eu nasci em Den Bosch,
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0:02 - 0:05de onde o pintor Hieronymus Bosch tirou seu sobrenome.
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0:05 - 0:07E eu sempre gostei muito desse pintor
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0:07 - 0:10que viveu e trabalhou no século 15.
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0:10 - 0:12Uma coisa interessante sobre ele em relação à moralidade
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0:12 - 0:15é que viveu numa época em que a influência religiosa estava diminuindo,
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0:15 - 0:17e ele imaginava, creio,
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0:17 - 0:19o que aconteceria com a socidade
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0:19 - 0:22se não houvesse ou se houvesse menos religião.
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0:22 - 0:25E então ele pintou sua famosa obra "O Jardim das Delícias Terrenas",
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0:25 - 0:27a qual alguns interpretam
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0:27 - 0:29como sendo a humanidade antes da Queda,
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0:29 - 0:32ou a humanidade sem que houvesse a Queda.
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0:32 - 0:34E isso nos faz imaginar,
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0:34 - 0:37o que aconteceria se não tivéssemos provado a fruta do conhecimento, por assim dizer,
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0:37 - 0:40e que tipo de moralidade teríamos?
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0:40 - 0:42Bem mais tarde, quando era estudante,
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0:42 - 0:44eu fui a um jardim muito diferente,
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0:44 - 0:47um jardim zoológico em Arnhem
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0:47 - 0:49onde mantemos chimpanzés.
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0:49 - 0:51Esse sou eu mais jovem com um bebê chimpanzé.
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0:51 - 0:54(Risos)
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0:54 - 0:56E eu descobri ali
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0:56 - 0:59que os chimpanzés são famintos por poder e escrevi um livro sobre isso.
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0:59 - 1:02E na época o foco da pesquisa animal
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1:02 - 1:04estava na agressão e na competição.
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1:04 - 1:06Eu desenhei um quadro geral sobre o reino animal,
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1:06 - 1:08incluindo a humanidade,
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1:08 - 1:10de que no fundo somos todos competidores,
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1:10 - 1:12somos agressivos,
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1:12 - 1:15estamos em busca de nosso próprio benefício.
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1:15 - 1:17Esse foi o lançamento de meu livro.
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1:17 - 1:19Eu não tenho certeza como os chimpanzés o leram,
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1:19 - 1:22mas certamente pareciam bastante interessados no livro.
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1:24 - 1:26Durante o processo
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1:26 - 1:28de fazer todo esse trabalho sobre poder e dominância
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1:28 - 1:30e agressão e daí pode diante,
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1:30 - 1:33eu descobri que chimpanzés se reconciliam depois das brigas.
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1:33 - 1:36E o que vocês veem aqui são dois machos que tiveram uma briga.
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1:36 - 1:39Eles acabaram numa árvore e um estende a mão para o outro.
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1:39 - 1:42E um segundo depois que tirei a foto, eles se juntaram na forquilha da árvore,
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1:42 - 1:44se beijaram e se abraçaram.
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1:44 - 1:46Agora isso é muito interessante
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1:46 - 1:49porque na época tudo era sobre competição e agressão,
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1:49 - 1:51e isso não faria nenhum sentido.
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1:51 - 1:53A única coisa que importa é que ou você ganha ou perde.
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1:53 - 1:55Mas por que se reconciliar depois de uma briga?
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1:55 - 1:57Isso não faz nenhum sentido.
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1:57 - 2:00Isso é o jeito dos bonobos. Os bonobos fazem tudo com sexo.
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2:00 - 2:02E eles também se reconciliam com sexo.
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2:02 - 2:04Mas o princípio é exatamente o mesmo.
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2:04 - 2:06O princípio é que você tem
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2:06 - 2:08uma relação valiosa
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2:08 - 2:10que é danificada por um conflito,
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2:10 - 2:12então você precisa fazer algo a respeito.
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2:12 - 2:14Então, meu quadro geral sobre o reino animal,
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2:14 - 2:16incluindo os humanos,
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2:16 - 2:18começou a mudar naquela época.
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2:18 - 2:20Então, temos uma imagem
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2:20 - 2:22nas ciências políticas e econômicas, nas humanidades,
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2:22 - 2:24na filosofia sobre isso,
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2:24 - 2:26de que o homem é o lobo do homem.
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2:26 - 2:29E lá no fundo nossa natureza é realmente repugnante.
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2:29 - 2:32Eu acho que é uma imagem muito ruim para o lobo.
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2:32 - 2:34O lobo é, afinal,
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2:34 - 2:36um animal muito cooperativo.
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2:36 - 2:38E é por isso que muitos de vocês têm um cão em casa,
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2:38 - 2:40que tem todas essas características também.
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2:40 - 2:42E é muito injusto com a humanidade,
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2:42 - 2:46porque a humanidade é muito mais cooperativa e empática
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2:46 - 2:48do que se supõe.
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2:48 - 2:50Então, comecei a me interessar nessas questões
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2:50 - 2:52e a estudar outros animais.
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2:52 - 2:54Esses são os pilares da moralidade.
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2:54 - 2:58Se você perguntasse: "Qual é a base da moralidade?"
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2:58 - 3:00Há dois fatores que sempre aparecem.
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3:00 - 3:02Um é a reciprocidade,
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3:02 - 3:05e associada a ela está um senso de justiça e igualdade.
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3:05 - 3:07E o outro fator é empatia e compaixão.
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3:07 - 3:10E a moralidade humana é mais do que isso,
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3:10 - 3:12mas se você remover esses dois pilares,
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3:12 - 3:14creio que não sobraria muita coisa.
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3:14 - 3:16Então, eles são absolutamente essenciais.
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3:16 - 3:18Deixem-me dar alguns exemplos.
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3:18 - 3:20Esse é um video bem antigo do Centro de Primatas de Yerkes
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3:20 - 3:23onde eles treinam chimpanzés a cooperar.
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3:23 - 3:26Isso mostra que há quase cem anos
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3:26 - 3:29estamos fazendo experimentos sobre cooperação.
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3:29 - 3:32O que você tem aqui são dois jovens chimpanzés que têm um caixa,
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3:32 - 3:35e a caixa é muito pesada para um chimpanzé puxar.
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3:35 - 3:37E é claro, tem comida na caixa.
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3:37 - 3:39Senão, eles não puxariam com tanta vontade.
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3:39 - 3:41E eles trazem a caixa.
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3:41 - 3:43E você pode ver que estão sincronizados.
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3:43 - 3:46Você pode ver que trabalham juntos, eles puxam no mesmo momento.
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3:46 - 3:49Isso já é um grande avanço sobre outros animais
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3:49 - 3:51que não são capazes de fazer isso.
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3:51 - 3:53E agora você verá uma situação mais interessante,
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3:53 - 3:56pois agora um dos chimpanzés foi alimentado.
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3:56 - 3:58Então um deles não está muito interessado
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3:58 - 4:01na tarefa.
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4:01 - 4:04(Risos)
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4:08 - 4:13(Risos)
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4:19 - 4:22(Risos)
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4:35 - 4:38Agora veja o que acontece bem no fim do vídeo.
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4:41 - 4:43(Risos)
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4:52 - 4:54Ele pega praticamente tudo.
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4:54 - 4:57(Risos)
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4:57 - 4:59Então, há duas coisas interessantes sobre isso.
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4:59 - 5:01Uma é que o chimpanzé da direita
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5:01 - 5:03tem o entendimento que precisa do parceiro --
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5:03 - 5:05logo o entendimento da necessidade da cooperação.
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5:05 - 5:08A segunda é que o parceiro está disposto a ajudar
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5:08 - 5:10mesmo que não esteja interessado na comida.
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5:10 - 5:13Por que isso acontece? Provavelmente tem a ver com reciprocidade.
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5:13 - 5:15Há várias evidências em primatas e outros animais
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5:15 - 5:17mostrando que eles trocam favores.
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5:17 - 5:19Então ele vai devolver o favor
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5:19 - 5:21em algum momento no futuro.
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5:21 - 5:23E então é assim que tudo funciona.
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5:23 - 5:25Nós fizemos a mesma tarefa com elefantes.
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5:25 - 5:28A questão é que é muito perigoso trabalhar com elefantes.
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5:28 - 5:30Outro problema com elefantes
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5:30 - 5:32é que você não pode construir um aparato
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5:32 - 5:34que seja muito pesado para um só elefante.
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5:34 - 5:36Você provavelmente pode construí-lo,
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5:36 - 5:38mas será um aparato muito frágil, creio.
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5:38 - 5:40Eis o que fizemos nessa situação --
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5:40 - 5:43fizemos esses estudos na Tailândia com Josh Plotnik --
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5:43 - 5:46nós temos um aparato ao redor do qual tem uma corda, uma corda só.
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5:46 - 5:48E ao puxar um lado da corda,
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5:48 - 5:50a corda desaparece do outro lado.
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5:50 - 5:53Então dois elefantes precisam pegá-la ao mesmo tempo e puxá-la.
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5:53 - 5:55Senão nada vai acontecer
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5:55 - 5:57e a corda desaparece.
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5:57 - 5:59E o primeiro vídeo que vocês vão ver
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5:59 - 6:01é de dois elefantes que são liberados juntos
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6:01 - 6:03e chegam no aparato.
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6:03 - 6:06O aparato está à esquerda com comida dentro.
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6:06 - 6:09E assim eles vão juntos, chegam juntos,
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6:09 - 6:11eles pegam e puxam a corda juntos.
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6:11 - 6:14Então isso é bem simples para eles.
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6:15 - 6:17Aí vão eles.
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6:24 - 6:26E é assim que eles trazem o aparato.
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6:26 - 6:28Mas agora vamos dificultar as coisas.
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6:28 - 6:30Porque a proposta geral do experimento
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6:30 - 6:32é ver como eles entendem cooperação.
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6:32 - 6:35Eles entendem da mesma forma que os chimpanzés, por exemplo?
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6:35 - 6:37E assim o que fizemos na próxima etapa
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6:37 - 6:39foi liberar um elefante antes do outro,
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6:39 - 6:41e esse elefante precisa ser esperto o bastante
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6:41 - 6:43para ficar lá esperando e não puxar a corda --
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6:43 - 6:46pois se ele puxa a corda, ela desaparece e o teste acabou.
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6:46 - 6:48Agora esse elefante faz uma coisa ilegal
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6:48 - 6:50que não ensinamos.
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6:50 - 6:52Mas que mostra o entendimento que ele tem,
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6:52 - 6:55pois ele pisa com sua pata enorme na corda,
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6:55 - 6:57fica sobre a corda e espera pelo outro,
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6:57 - 7:00e depois o outro vai fazer todo trabalho para ele.
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7:00 - 7:03Isso é o que chamamos de exploração.
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7:03 - 7:05(Risos)
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7:05 - 7:08Mas isso mostra a inteligência que os elefantes têm.
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7:08 - 7:11Eles desenvolvem várias dessas técnicas alternativas
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7:11 - 7:14que não aprovamos necessariamente.
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7:14 - 7:19Então, o outro elefante está chegando
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7:19 - 7:22e vai puxar a corda.
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7:38 - 7:41Agora veja o outro. O outro não se esquece de comer, claro.
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7:41 - 7:45(Risos)
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7:45 - 7:47Essa foi a parte de cooperação e reciprocidade.
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7:47 - 7:49Agora algo sobre empatia.
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7:49 - 7:51A empatia é meu principal tópico de pesquisa no momento.
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7:51 - 7:53E a empatia tem duas qualidades.
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7:53 - 7:56Uma é a parte de compreensão. Essa é sua definição geral:
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7:56 - 7:58a habilidade de compreender e compartilhar os sentimentos do outro.
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7:58 - 8:00E a parte emocional.
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8:00 - 8:02Assim a empatia tem basicamente dois canais.
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8:02 - 8:04Um é o canal corporal.
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8:04 - 8:06Se você conversar com uma pessoa triste,
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8:06 - 8:09você vai adotar uma expressão triste e uma postura triste,
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8:09 - 8:11e antes que perceba você se sentirá triste.
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8:11 - 8:14E assim funciona o canal corporal de empatia emocional,
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8:14 - 8:16que muitos animais têm.
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8:16 - 8:18Seu cachorro também tem isso.
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8:18 - 8:20É por isso que as pessoas têm mamíferos em casa
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8:20 - 8:22e não tartarugas ou cobras e bichos do tipo
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8:22 - 8:24que não têm esse tipo de empatia.
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8:24 - 8:26E depois há o canal cognitivo,
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8:26 - 8:28que é quando você assume a perspectiva do outro.
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8:28 - 8:30E é mais limitada.
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8:30 - 8:32Há poucos animais -- creio que elefantes e primatas podem fazer algo assim --
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8:32 - 8:35mas há pouquíssimos animais que podem fazer isso.
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8:35 - 8:37A sincronização,
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8:37 - 8:39que faz parte do mecanismo da empatia,
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8:39 - 8:41é uma característica antiga no reino animal.
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8:41 - 8:43E em humanos, claro, podemos estudar isso
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8:43 - 8:45com o contágio do bocejo.
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8:45 - 8:47Os humanos bocejam quando outros bocejam.
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8:47 - 8:49E está relacionado com empatia.
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8:49 - 8:51Ela ativa as mesmas áreas do cérebro.
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8:51 - 8:53Além disso, sabemos que pessoas que têm muito contágio de bocejo
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8:53 - 8:55são muito empáticas.
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8:55 - 8:57Pessoas que têm problemas de empatia, como crianças autistas,
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8:57 - 8:59não têm contágio de bocejo.
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8:59 - 9:01Então, está tudo ligado.
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9:01 - 9:04E estudamos isso em nossos chimpanzés ao mostrá-los uma cabeça animada.
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9:04 - 9:06Então, isso que vocês veem à esquerda em cima,
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9:06 - 9:08é uma cabeça animada que boceja.
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9:08 - 9:10E há um chimpanzé olhando,
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9:10 - 9:13um chimpanzé de verdade olhando uma tela de computador
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9:13 - 9:16onde mostramos essas animações.
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9:20 - 9:22(Risos)
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9:22 - 9:24Então o contágio de bocejo
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9:24 - 9:26que vocês provavelmente estão habituados --
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9:26 - 9:29e talvez vocês comecem a bocejar daqui a pouco --
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9:29 - 9:32é algo que compartilhamos com outros animais.
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9:32 - 9:35E está relacionado com o canal corporal de sincronização
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9:35 - 9:37que fundamenta a empatia
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9:37 - 9:40e é universal em praticamente todos os mamíferos.
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9:40 - 9:43Nós também estudamos expressões mais complexas. Esse é o consolo.
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9:43 - 9:46Esse é um chimpanzé macho que perdeu uma briga e está gritando,
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9:46 - 9:48e um jovem chega e põe seu braço ao redor dele
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9:48 - 9:50e o acalma.
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9:50 - 9:53Isso é consolo. É muito similar com o consolo humano.
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9:53 - 9:56E o comportamento de consolo
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9:56 - 9:58é movido por empatia.
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9:58 - 10:01Na verdade a forma de estudar a empatia em crianças
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10:01 - 10:03é instruir um membro da família a fingir nervosismo,
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10:03 - 10:05e depois vemos o que as crianças fazem.
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10:05 - 10:07E isso está relacionado com a empatia,
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10:07 - 10:10e esse é o tipo de expressão que observamos.
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10:10 - 10:13Recentemente publicamos um experimento que vocês devem ter ouvido falar.
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10:13 - 10:16É sobre altruísmo e chimpanzés
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10:16 - 10:18onde a questão era: os chimpanzés se importam
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10:18 - 10:20com o bem estar do outro?
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10:20 - 10:22E por décadas foi suposto
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10:22 - 10:24que apenas os humanos fazem isso,
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10:24 - 10:27que apenas os humanos se preocupam com o bem estar do outro.
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10:27 - 10:29Nós fizemos um experimento muito simples.
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10:29 - 10:32Fizemos isso com chimpanzés fêmeas que vivem em Lawrenceville,
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10:32 - 10:34na estação de campo de Yerkes.
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10:34 - 10:36E é assim que elas vivem.
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10:36 - 10:39E as trazemos para uma sala e fazemos experimentos com elas.
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10:39 - 10:41Nesse caso, nós colocamos duas chimpanzés lado a lado,
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10:41 - 10:44e uma delas tem um balde cheio de fichas, e as fichas têm significados diferentes.
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10:44 - 10:47Um tipo de ficha alimenta apenas a parceira que escolhe,
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10:47 - 10:49e o outro tipo alimenta as duas.
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10:49 - 10:52Esse é um estudo que fizemos com Vicky Horner.
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10:53 - 10:55E aqui vemos as fichas de duas cores.
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10:55 - 10:57E elas têm um balde cheio delas.
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10:57 - 11:00E elas precisam escolher uma das duas cores.
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11:00 - 11:03Vocês verão o que acontece.
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11:03 - 11:06Se essa chimpanzé fizer a escolha egoísta,
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11:06 - 11:09que é a ficha vermelha no caso,
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11:09 - 11:11ela precisa dar para gente.
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11:11 - 11:14Então a pegamos, colocamos na mesa onde há duas recompensas,
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11:14 - 11:17mas nesse caso apenas a da direita ganha comida.
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11:17 - 11:19A da esquerda se afasta pois ela já percebeu
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11:19 - 11:22que não é um bom teste para ela.
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11:22 - 11:24Então a próxima ficha é a pró-social.
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11:24 - 11:27Então para quem faz a escolha -- essa é a parte interessante --
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11:27 - 11:29para quem faz a escolha,
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11:29 - 11:31não importa muito.
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11:31 - 11:34Ela nos dá a ficha pró-social e ambas chimpanzés ganham comida.
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11:34 - 11:37Então quem faz a escolha sempre ganha uma recompensa.
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11:37 - 11:39Não importa o que aconteça.
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11:39 - 11:41E ela poderia escolher aleatoriamente.
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11:41 - 11:43Mas o que descobrimos
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11:43 - 11:45foi que ela prefere a ficha pró-social.
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11:45 - 11:48Então aqui está a linha dos 50 % que é a escolha aleatória.
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11:48 - 11:51E especialmente quando a parceira chama atenção, ela escolhe mais.
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11:51 - 11:54E se a parceira faz pressão nela --
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11:54 - 11:57ou seja, se a parceira começa a cuspir e intimidar a outra --
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11:57 - 12:00então ela escolhe menos.
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12:00 - 12:02Como se estivesse dizendo:
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12:02 - 12:04"Se você não se comportar, não vou ser pró-social hoje."
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12:04 - 12:06E isso é o que acontece sem uma parceira,
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12:06 - 12:08quando não há uma parceira ao lado.
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12:08 - 12:10E assim descobrimos que os chimpanzés se importam
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12:10 - 12:12com o bem-estar do outro --
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12:12 - 12:15especialmente se outro for membro de seu grupo.
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12:15 - 12:18Então o último experimento que gostaria de mostrar a vocês
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12:18 - 12:20é o nosso estudo sobre justiça.
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12:20 - 12:23Que se tornou um estudo muito famoso.
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12:23 - 12:25E agora há muito mais,
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12:25 - 12:27porque depois que fizemos esse há 10 anos atrás,
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12:27 - 12:29ele ficou muito conhecido.
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12:29 - 12:31E o fizemos originalmente com macacos-prego.
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12:31 - 12:34E vou mostrar a vocês o primeiro experimento que fizemos.
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12:34 - 12:37Agora isso já foi feito em cães, pássaros
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12:37 - 12:39e em chimpanzés.
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12:39 - 12:43Mas começamos a fazer em macacos-prego com Sarah Brosnan.
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12:43 - 12:45O que fizemos
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12:45 - 12:47foi colocar dois macacos-prego fêmeas lado a lado.
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12:47 - 12:49De novo, esses animais vivem em grupo, elas se conhecem.
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12:49 - 12:52Nós as separamos do grupo e colocamos numa câmara de teste.
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12:52 - 12:54E há uma tarefa muito simples
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12:54 - 12:56que elas precisam fazer.
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12:56 - 12:59E se você oferecer pepinos pela tarefa,
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12:59 - 13:01para as duas macacas lado a lado,
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13:01 - 13:03elas a farão voluntariamente 25 vezes seguidas.
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13:03 - 13:07Então o pepino, mesmo que seja apenas água na minha opinião,
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13:07 - 13:10é uma recompensa razoável para elas.
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13:10 - 13:13Agora se você der uvas a uma das parceiras --
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13:13 - 13:15a comida preferida dos macacos-prego
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13:15 - 13:18corresponde exatamente aos preços do supermercado --
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13:18 - 13:21então se você der uvas -- que é uma comida bem melhor --
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13:21 - 13:24daí você cria desigualdade entre elas.
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13:24 - 13:26Então, esse é o experimento que fizemos.
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13:26 - 13:29Recentemente gravamos isso com macacas que nunca fizeram a tarefa,
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13:29 - 13:31pensando que talvez teriam uma reação mais intensa,
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13:31 - 13:33e isso se comprovou.
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13:33 - 13:35A da esquerda é a macaca que recebe pepinos.
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13:35 - 13:38A da direita é a que recebe as uvas.
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13:38 - 13:40A que ganha o pepino,
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13:40 - 13:42percebe que o primeiro pedaço está bom.
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13:42 - 13:45E ela come o primeiro pedaço.
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13:45 - 13:48Então ela vê a outra ganhando uvas e você vai ver o que acontece.
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13:48 - 13:51Então ela nos dá uma pedra. Essa é a tarefa.
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13:51 - 13:54E nos damos a ela um pedaço de pepino e ela come.
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13:54 - 13:57A outra precisa nos dar um pedra.
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13:57 - 14:00E é isso que ela faz.
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14:00 - 14:03E ela ganha uma uva e a come.
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14:03 - 14:05A outra percebe isso.
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14:05 - 14:07Ela nos dá uma pedra
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14:07 - 14:10e ganha um pepino de novo.
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14:12 - 14:27(Risos)
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14:27 - 14:30Ela testa uma pedra contra a parede.
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14:30 - 14:32Ela precisa dar para gente.
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14:32 - 14:35E ela ganha um pepino de novo.
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14:37 - 14:41(Risos)
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14:43 - 14:47O que vocês veem aqui, é praticamente o protesto de Wall Street
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14:47 - 14:50(Risos)
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14:50 - 14:53(Aplausos)
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14:53 - 14:55Deixem eu dizer a vocês --
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14:55 - 14:57eu ainda tenho dois minutos, deixem eu dizer uma história engraçada sobre isso.
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14:57 - 14:59Esse estudo ficou muito famoso
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14:59 - 15:01e tivemos vários comentários,
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15:01 - 15:03especialmente de antropólogos, economistas
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15:03 - 15:05e filósofos.
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15:05 - 15:07Eles não gostaram nada disso.
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15:07 - 15:10Pois eles tinham a convicção, acredito,
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15:10 - 15:12de que a justiça é um tópico muito complexo
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15:12 - 15:14e que os animais não a teriam.
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15:14 - 15:16E então um filósofo nos escreveu
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15:16 - 15:19que era impossível que os macacos tivessem senso de justiça
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15:19 - 15:22pois a justiça foi inventada durante a Revolução Francesa.
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15:22 - 15:24(Risos)
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15:24 - 15:27Outro nos escreveu um capítulo inteiro
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15:27 - 15:31dizendo que ele acreditaria que isso tivesse algo a ver com justiça
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15:31 - 15:33se a macaca que ganha as uvas as recusasse.
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15:33 - 15:35Agora algo curioso é que Sarah Brosnan,
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15:35 - 15:37que esteve fazendo isso com chimpanzés,
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15:37 - 15:39observou algumas combinações de chimpanzés
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15:39 - 15:42onde, de fato, a que ganha as uvas as recusaria
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15:42 - 15:44até que a outra chimpanzé ganhasse uma uva.
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15:44 - 15:47Então estamos muito próximos ao senso de justiça humano.
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15:47 - 15:51E acho que os filósofos precisam repensar sua filosofia por um tempo.
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15:51 - 15:53Deixem-me concluir.
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15:53 - 15:55Eu acredito que há uma moralidade evoluída.
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15:55 - 15:57Eu acho que a moralidade é muito mais do que falei aqui,
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15:57 - 16:00mas ela seria impossível sem esses ingredientes
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16:00 - 16:02que encontramos em outros primatas,
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16:02 - 16:04que são empatia e consolo,
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16:04 - 16:07tendências pró-sociais, reciprocidade e senso de justiça.
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16:07 - 16:10E nós trabalhamos nesses tópicos particulares
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16:10 - 16:13para ver se podemos criar uma moralidade de baixo para cima, por assim dizer,
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16:13 - 16:15sem necessariamente um Deus ou religião,
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16:15 - 16:18e ver como podemos chegar a essa moralidade evoluída.
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16:18 - 16:21Agradeço a vocês pela atenção.
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16:21 - 16:30(Aplausos)
- Title:
- Frans de Waal: Comportamento moral em animais
- Speaker:
- Frans de Waal
- Description:
-
Empatia, cooperação, justiça e reciprocidade -- se importar com o bem estar de outros parece ser uma característica muito humana. Mas Frans de Waals nos mostra vídeos surpreendentes de testes comportamentais, sobre primatas e outros mamíferos, que demonstram quantas características morais compartilhamos.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 16:31
Jenny Zurawell approved Portuguese, Brazilian subtitles for Moral behavior in animals | ||
Mariangela Andrade accepted Portuguese, Brazilian subtitles for Moral behavior in animals | ||
Francisco Dubiela added a translation |