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Por que deveríamos receber por nossos dados

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    Cresci na China rural
    do final da década de 70,
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    durante os últimos anos da busca,
    pelo meu país, da igualdade absoluta
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    à custa da liberdade.
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    Naquela época, todo mundo tinha emprego,
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    mas todos lutavam muito.
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    No início da década de 80,
    meu pai era eletricista,
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    e minha mãe trabalhava
    dois turnos no hospital local.
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    Mesmo assim, não tínhamos
    comida suficiente
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    e vivíamos em condições sombrias de vida.
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    Certamente tínhamos igualdade:
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    éramos todos igualmente pobres.
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    O estado era o dono de tudo.
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    Não éramos donos de nada.
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    A história que vou compartilhar
    é sobre minha luta
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    para superar as adversidades
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    com minha extrema resiliência,
    coragem e determinação.
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    Não, estou só brincando;
    não vou fazer isso com vocês.
  • 0:52 - 0:53
    (Risos)
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    Em vez disso,
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    vou falar sobre uma nova forma
    de pobreza coletiva
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    que muitos de nós não reconhecem,
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    e que precisa ser
    compreendida urgentemente.
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    Tenho certeza de que notaram
    que, nos últimos 20 anos, surgiu um ativo.
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    E esse ativo tem gerado riqueza
    a um ritmo alucinante.
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    Como ferramenta, ele trouxe aos negócios
    percepções profundas sobre os clientes,
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    eficiência operacional
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    e enorme crescimento das receitas.
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    Mas, para alguns,
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    também forneceu um dispositivo
    para manipular uma eleição democrática
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    ou fazer monitoramento
    para fins lucrativos ou políticos.
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    Mas que recurso milagroso é esse?
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    Adivinharam: são os dados.
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    Das dez companhias mais valiosas do mundo,
    sete são empresas de tecnologia
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    que lucram diretamente com dados
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    ou que, em seu âmago, são movidas a dados.
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    Várias pesquisas mostram que nos negócios
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    a grande maioria dos tomadores
    de decisão consideram os dados
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    um ativo essencial para o sucesso.
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    Todos sabemos como os dados
    estão provocando uma mudança de paradigma
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    em nossa vida pessoal,
    econômica e política.
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    Quem detém os dados detém o futuro.
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    Mas quem produz esses dados?
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    Suponho que todos aqui
    tenham um smartphone,
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    contas em mídias sociais
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    e feito pesquisa no Google
    uma ou duas vezes semana passada.
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    Todos estamos produzindo dados. Sim.
  • 2:25 - 2:28
    Estima-se que em 2030, daqui a 10 anos,
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    vai haver cerca de 125 bilhões
    de dispositivos conectados no mundo.
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    Isso dá uma média
    de 15 dispositivos por pessoa.
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    Já produzimos dados todos os dias.
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    E vamos produzir mais exponencialmente.
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    A receita combinada, em 2018,
    do Google, Facebook e Tencent
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    foi de US$ 236 bilhões.
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    Mas quantos aqui receberam
    pelos dados que geraram para eles?
  • 2:55 - 2:57
    Ninguém, né?
  • 2:57 - 3:01
    Dados têm um valor imenso, mas sua posse
    e controle são centralizados.
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    Todos vocês são matérias-primas ambulantes
    para essas grandes empresas de dados,
  • 3:05 - 3:07
    mas ninguém aqui é remunerado.
  • 3:08 - 3:09
    Não bastasse isso,
  • 3:09 - 3:13
    vocês nem mesmo são considerados
    parte dessa equação para a renda.
  • 3:14 - 3:15
    Então, mais uma vez,
  • 3:15 - 3:17
    somos indiscutivelmente iguais:
  • 3:17 - 3:19
    somos igualmente pobres.
  • 3:19 - 3:22
    Outrem é dono de tudo,
    e nós não somos donos de nada.
  • 3:22 - 3:24
    Isso soa familiar, não é mesmo?
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    O que deveríamos fazer então?
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    Certamente há pistas
    no modo como minha vida mudou
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    após aquele começo difícil.
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    Nos anos 80, as coisas
    melhoraram pra família.
  • 3:32 - 3:34
    O sistema evoluiu,
  • 3:34 - 3:38
    e nos foi permitido possuir
    parte do que criávamos.
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    "Pessoas mergulhando no oceano",
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    ou "xia hai", a expressão em chinês
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    para descrever aqueles que deixavam
    empregos corporativos estatais
  • 3:46 - 3:48
    e começavam o próprio negócio.
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    Ter a propriedade privada de uma empresa
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    se estendeu à propriedade de carros,
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    imóveis, comida, roupas e coisas.
  • 3:56 - 3:59
    A roda da economia começou a girar,
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    e a vida das pessoas começou a melhorar.
  • 4:02 - 4:03
    Pela primeira vez,
  • 4:03 - 4:05
    ficar rico era considerado uma glória.
  • 4:05 - 4:10
    Então, nos anos 90, quando fui estudar
    em Chengdu, oeste da China,
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    muitos jovens como eu
  • 4:12 - 4:15
    estavam na posição
    de valer-se do novo sistema.
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    Depois que me formei na universidade,
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    cofundei meu primeiro negócio
    e me mudei para Shenzhen,
  • 4:21 - 4:26
    a nova Zona Econômica Especial
    que costumava ser uma vila de pescadores.
  • 4:26 - 4:27
    Vinte anos depois,
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    Shenzhen se tornou
    uma potência global em inovação.
  • 4:33 - 4:37
    A propriedade privada era uma forma
    de liberdade que não tínhamos antes.
  • 4:37 - 4:42
    Ela criou oportunidades
    sem precedentes para gerações,
  • 4:42 - 4:46
    nos motivando a estudar e trabalhar duro.
  • 4:46 - 4:52
    O resultado foi que mais de 850 milhões
    de pessoas saíram da pobreza.
  • 4:52 - 4:54
    De acordo com o Banco Mundial,
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    o índice de extrema pobreza na China
    em 1981, quando era criança, era de 88%.
  • 5:01 - 5:04
    Em 2015, era de 0,7%.
  • 5:05 - 5:09
    Sou produto desse sucesso, e estou
    muito feliz de compartilhar que hoje
  • 5:09 - 5:13
    tenho meu próprio negócio de IA,
    e levo uma vida cosmopolita e dinâmica,
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    uma trajetória inimaginável
    quando eu era criança no oeste da China.
  • 5:18 - 5:22
    É claro que essa prosperidade
    veio com compromissos
  • 5:22 - 5:27
    com a igualdade,
    o meio ambiente e a liberdade.
  • 5:27 - 5:30
    E obviamente não estou aqui pra dizer
    que a China tem solução pra tudo.
  • 5:30 - 5:31
    Nós não temos.
  • 5:32 - 5:36
    Nem dizer que dados se comparam
    completamente aos ativos físicos.
  • 5:36 - 5:37
    Não é isso.
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    Mas minha experiência de vida me permitiu
    ver o que está escondido na nossa frente.
  • 5:43 - 5:44
    Atualmente, o discurso público
  • 5:44 - 5:48
    é muito focado na questão
    da regulação e da privacidade
  • 5:48 - 5:50
    quando se trata da propriedade de dados.
  • 5:50 - 5:52
    Mas eu pergunto:
  • 5:52 - 5:56
    e se olhássemos a propriedade de dados
    de um modo completamente diferente?
  • 5:56 - 5:58
    E se a propriedade de dados fosse de fato
  • 5:58 - 6:03
    uma questão pessoal,
    individual e econômica?
  • 6:03 - 6:06
    E se, na nova economia digital,
  • 6:06 - 6:09
    fôssemos autorizados a possuir
    uma parte do que criamos
  • 6:09 - 6:13
    e tivéssemos a liberdade
    da propriedade de dados privados?
  • 6:14 - 6:16
    O conceito legal de propriedade
  • 6:16 - 6:23
    é poder possuir, usar,
    presentear, transmitir, destruir,
  • 6:23 - 6:29
    negociar ou vender seu ativo
    a um preço aceito por você.
  • 6:29 - 6:34
    E se aplicássemos esse mesmo conceito
    aos dados pessoais,
  • 6:34 - 6:37
    para que nós, indivíduos, pudéssemos
    usar ou destruir nossos dados
  • 6:37 - 6:40
    ou trocá-los pelo preço escolhido?
  • 6:40 - 6:42
    Sei que alguns vão dizer:
  • 6:42 - 6:45
    "Eu não trocaria meus dados
    por dinheiro nenhum deste mundo".
  • 6:45 - 6:49
    Mas me permitam lembrar que isso é
    exatamente o que estão fazendo agora,
  • 6:49 - 6:51
    exceto que estão dando
    seus dados de graça.
  • 6:52 - 6:56
    Além disso, a privacidade
    é uma questão muito pessoal e sutil.
  • 6:56 - 7:00
    Talvez tenham o privilégio de priorizar
    a privacidade em vez de dinheiro,
  • 7:00 - 7:03
    mas, para milhões
    de pequenos empresários na China
  • 7:03 - 7:06
    que não conseguem facilmente
    empréstimos bancários,
  • 7:06 - 7:09
    usar os dados de vocês para obter
    aprovação de empréstimo rápido
  • 7:09 - 7:10
    de credores movidos a IA
  • 7:10 - 7:13
    pode ser a resposta às necessidades
    mais prementes deles.
  • 7:13 - 7:14
    O que é privado para vocês
  • 7:14 - 7:17
    é diferente do que é privado para outros.
  • 7:17 - 7:19
    O que é privado para vocês agora
  • 7:20 - 7:23
    é diferente do que era privado
    quando estavam na faculdade.
  • 7:23 - 7:25
    Ou, pelo menos, assim espero.
  • 7:25 - 7:26
    (Risos)
  • 7:26 - 7:31
    Sempre estamos, embora
    às vezes inconscientemente,
  • 7:31 - 7:36
    fazendo essas trocas com base
    em crenças pessoais e prioridades.
  • 7:36 - 7:40
    É por isso que a propriedade
    de dados estaria incompleta
  • 7:40 - 7:42
    sem o poder de apreçamento.
  • 7:43 - 7:45
    Ao atribuir aos indivíduos
    poder de apreçamento,
  • 7:45 - 7:50
    ganhamos uma ferramenta para refletir
    preferências pessoais e diferenciadas.
  • 7:50 - 7:53
    Então, por exemplo, podemos escolher
    doar nossos dados gratuitamente
  • 7:53 - 7:59
    se contribuir para uma pesquisa médica
    específica for importante para nós.
  • 7:59 - 8:02
    E, se tivéssemos ferramentas
    para vender dados comportamentais
  • 8:02 - 8:05
    a um valor de, digamos, US$ 100 mil,
  • 8:05 - 8:10
    duvido que qualquer grupo político
    conseguisse manipular nosso voto.
  • 8:10 - 8:13
    Nós controlamos; nós decidimos.
  • 8:13 - 8:16
    Sei que isso provavelmente
    soa implausível,
  • 8:16 - 8:18
    mas as tendências já apontam
  • 8:18 - 8:22
    para um crescente e poderoso movimento
    de propriedade de dados individuais.
  • 8:22 - 8:25
    Primeiro, startups
    já estão criando ferramentas
  • 8:25 - 8:27
    para nos permitir retomar algum controle.
  • 8:27 - 8:30
    Um novo navegador chamado Brave
  • 8:30 - 8:34
    protege os usuários com "Brave Shields",
    literalmente "escudos corajosos",
  • 8:34 - 8:39
    que bloqueiam agressivamente anúncios
    e rastreadores de captura de dados,
  • 8:39 - 8:42
    evitando vazamento de dados,
    ao contrário de outros navegadores.
  • 8:42 - 8:46
    Em troca, os usuários podem recuperar
    algum poder de barganha e preço.
  • 8:46 - 8:50
    Quando os usuários
    optam por aceitar anúncios,
  • 8:50 - 8:53
    o Brave recompensa os usuários
    com BAT, "Basic Attention Tokens",
  • 8:53 - 8:58
    que podem resgatar conteúdo
    atrás de "paywalls" dos anunciantes.
  • 8:59 - 9:01
    Venho usando o Brave há alguns meses.
  • 9:01 - 9:05
    Ele já bloqueou mais de 200 mil
    anúncios e rastreadores
  • 9:05 - 9:07
    e economizou horas do meu tempo.
  • 9:08 - 9:10
    Sei que algumas pessoas
    interagem mais com seu navegador
  • 9:10 - 9:13
    do que com seus parceiros, então...
  • 9:13 - 9:14
    (Risos)
  • 9:14 - 9:18
    é melhor encontrar um que não desperdice
    seu tempo nem seja sinistro.
  • 9:18 - 9:20
    (Risos)
  • 9:22 - 9:25
    Vocês acham o Google indispensável?
  • 9:25 - 9:27
    Pensem bem.
  • 9:27 - 9:30
    Um mecanismo de busca é indispensável.
  • 9:30 - 9:31
    O Google só tem o monopólio...
  • 9:31 - 9:33
    por enquanto.
  • 9:33 - 9:37
    Um mecanismo de busca chamado DuckDuckGo
    não armazena informações pessoais
  • 9:37 - 9:38
    nem nos persegue com anúncios
  • 9:38 - 9:41
    ou acompanha nosso histórico de navegação.
  • 9:41 - 9:44
    Ele mostra os mesmos resultados a todos,
  • 9:44 - 9:48
    em vez de resultados baseados
    nos registros da navegação pessoal.
  • 9:49 - 9:51
    Em Londres, uma empresa chamada digi.me
  • 9:51 - 9:54
    oferece um aplicativo para smartphone
  • 9:54 - 9:59
    que ajuda a importar e consolidar
    os dados gerados por nós
  • 9:59 - 10:01
    no Fitbit, no Spotify,
  • 10:01 - 10:03
    nas contas de mídia social...
  • 10:03 - 10:06
    Daí, podemos escolher
    onde armazenar esses dados,
  • 10:06 - 10:11
    e o digi.me nos ajuda
    a utilizá-los para nós mesmos,
  • 10:11 - 10:14
    fornecendo informações que estavam
    acessíveis exclusivamente
  • 10:14 - 10:16
    a grandes empresas de dados.
  • 10:16 - 10:18
    Em Washington DC,
  • 10:18 - 10:20
    uma nova iniciativa chamada UBDI,
  • 10:20 - 10:24
    U-B-D-I, Universal Basic Data Income,
    renda básica universal de dados,
  • 10:24 - 10:26
    ajuda as pessoas a ganhar dinheiro
  • 10:26 - 10:30
    compartilhando informações anônimas
    através dos próprios dados
  • 10:30 - 10:33
    com empresas que podem usá-los
    para pesquisa de mercado.
  • 10:34 - 10:36
    E, sempre que uma empresa
    compra um estudo,
  • 10:36 - 10:40
    usuários recebem em dinheiro e pontos
    UBDI para rastrear sua contribuição,
  • 10:40 - 10:44
    podendo chegar a pagar US$ 1 mil por ano
  • 10:44 - 10:46
    pelo cálculo deles.
  • 10:47 - 10:51
    UBDI pode ser um caminho viável
    para renda básica universal
  • 10:51 - 10:53
    na economia da IA.
  • 10:54 - 10:59
    Além disso, a consciência
    da privacidade e propriedade dos dados
  • 10:59 - 11:01
    está aumentando rapidamente
  • 11:01 - 11:06
    à medida que nos conscientizamos da falta
    de controle sobre o que nos é devido.
  • 11:07 - 11:09
    Sou mãe de duas meninas pré-adolescentes
  • 11:09 - 11:11
    e, acreditem,
  • 11:11 - 11:16
    como mãe, minha maior fonte
    de estresse e ansiedade
  • 11:16 - 11:20
    é o relacionamento
    das minhas filhas com a tecnologia.
  • 11:21 - 11:25
    Esse é o contrato de três páginas
    que eu e meu marido as fizemos assinar
  • 11:25 - 11:27
    antes de receberem seu primeiro celular.
  • 11:27 - 11:29
    (Risos)
  • 11:30 - 11:32
    Queremos ajudá-las a se tornarem
  • 11:33 - 11:36
    cidadãs digitais,
  • 11:36 - 11:41
    mas somente se conseguirmos
    torná-las inteligentes e responsáveis.
  • 11:42 - 11:46
    Eu as ajudo a entender que tipo de dado
    nunca deve ser compartilhado.
  • 11:47 - 11:49
    Se me pesquisarem no Google,
  • 11:49 - 11:52
    desculpem, quero dizer, no DuckDuck,
  • 11:52 - 11:55
    vocês vão encontrar
    muito sobre mim e meu trabalho,
  • 11:55 - 11:58
    mas nenhuma informação
    sobre minhas filhas.
  • 11:59 - 12:00
    Quando crescerem,
  • 12:00 - 12:03
    se elas quiserem se expor,
    é escolha delas, não minha,
  • 12:03 - 12:06
    apesar de eu garantir
    que elas são as meninas
  • 12:06 - 12:10
    mais bonitas, inteligentes
    e extraordinárias do mundo, claro.
  • 12:11 - 12:14
    E conheço muita gente tendo
    conversas semelhantes
  • 12:14 - 12:16
    e tomando decisões semelhantes,
  • 12:16 - 12:17
    o que me dá esperança
  • 12:17 - 12:20
    de que um futuro rico de dados
    inteligentes estará aqui em breve.
  • 12:22 - 12:25
    Mas queria destacar
    a cláusula 6 desse contrato.
  • 12:25 - 12:29
    Ela diz: "Nunca, jamais, vou pesquisar
    qualquer informação on-line
  • 12:29 - 12:32
    de que eu me envergonharia,
    caso fosse vista pela vovó Dawnie".
  • 12:32 - 12:33
    (Risos)
  • 12:33 - 12:35
    Tentem. É realmente eficaz.
  • 12:35 - 12:37
    (Risos)
  • 12:38 - 12:40
    Ao longo da história,
  • 12:40 - 12:46
    sempre houve um compromisso
    entre liberdade e igualdade
  • 12:46 - 12:48
    na busca da prosperidade.
  • 12:49 - 12:55
    O mundo tem se movido
    em ciclos de acumulação
  • 12:55 - 12:57
    e redistribuição de riqueza.
  • 12:58 - 13:03
    Enquanto a tensão entre os que têm
    e os que não têm divide tantos países,
  • 13:03 - 13:05
    é do interesse de todos,
  • 13:05 - 13:08
    incluindo das grandes empresas de dados,
  • 13:08 - 13:11
    evitar essa nova forma de desigualdade.
  • 13:12 - 13:17
    Obviamente, a propriedade de dados
    individuais não é a resposta perfeita
  • 13:17 - 13:20
    a essa pergunta profundamente complexa
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    do que faz uma boa sociedade digital.
  • 13:25 - 13:27
    Mas, de acordo com McKinsey,
  • 13:28 - 13:34
    a IA vai obter US$ 13 trilhões
    de rendimentos nos próximos 10 anos.
  • 13:35 - 13:38
    Sem dúvida, os dados gerados
    por indivíduos sem dúvida contribuirão
  • 13:38 - 13:41
    para esse enorme crescimento.
  • 13:42 - 13:45
    Não deveríamos ao menos considerar
    um modelo econômico
  • 13:45 - 13:47
    que empodere o povo?
  • 13:47 - 13:52
    E, se a propriedade privada ajudou
    a tirar mais de 850 milhões de pessoas
  • 13:52 - 13:54
    da pobreza,
  • 13:54 - 13:56
    é nosso dever,
  • 13:56 - 13:59
    e devemos isso às gerações futuras,
  • 13:59 - 14:02
    criar uma economia de IA mais inclusiva
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    que empodere as pessoas,
    além das empresas.
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    Obrigada.
  • 14:08 - 14:11
    (Aplausos)
Title:
Por que deveríamos receber por nossos dados
Speaker:
Jennifer Zhu Scott
Description:

As empresas de tecnologia mais valiosas do mundo lucram com os dados pessoais que geramos. Então, por que não estamos recebendo por isso? Nesta palestra reveladora, a empreendedora e tecnóloga Jennifer Zhu Scott defende a ideia da posse de nossos dados privados, o que nos permitiria doar, destruir ou vender nossos dados como achássemos melhor, e mostra como esse crescente movimento poderia trazer poder (e dinheiro) de volta às mãos do povo.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:27

Portuguese, Brazilian subtitles

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