O mito maia da "Estrela da Manhã" - Gabrielle Vail

Veja a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/the-mayan-myth-of-the-morning-star

Chak Ek’, a "Estrela da Manhã", emergiu do submundo para a superfície do Mar do Leste e subiu aos céus. Seu irmão K’in Ahaw, o Sol, o acompanhou. Embora Chak Ek' tivesse emergido primeiro, K’in Ahaw o ofuscava, e o ressentido Chak Ek’ retornou ao submundo para tramar contra o irmão e quem fosse aliado dele. Gabrielle Vail explica o mito maia da Estrela da Manhã.

Lição de Gabrielle Vail, dirigido por Basa.

Chak Ek’ emergiu do submundo
para a superfície do Mar do Leste

e ascendeu aos céus.

Seu irmão, K’in Ahaw, o acompanhou.

Embora Chak Ek' tivesse emergido primeiro,

K’in Ahaw o ofuscava,

e o ressentido Chak Ek’ retornou
ao submundo para tramar contra o irmão.

Na mitologia maia,
Chak Ek’ representa Vênus,

e K’in Ahaw representa o Sol.

Conhecida como a estrela
da manhã e da noite,

Vênus se move pelo céu,
às vezes visível antes do nascer do Sol,

ou depois que ele se põe,
e, por vezes, não surge.

Os antigos maias identificaram
este ciclo de aproximadamente 584 dias

há mais de mil anos,

e que ainda prevê com precisão
onde e quando Vênus surgirá no céu

pelo mundo todo.

Cinco desses ciclos perfazem
quase exatamente oito anos,

e o maias também reconheciam
esse ciclo maior.

Eles atribuíam cinco formas
diferentes a Chak Ek’ ,

uma para cada ciclo de Vênus,
que se repetia a cada oito anos.

Durante o ciclo de 584 dias,

Vênus fica visível no céu
noturno por 250 dias

e então desaparece por 8 dias antes
de ressurgir como a "Estrela da Manhã".

Os antigos maias atribuíam importância
especial a esse ponto no ciclo:

a primeira vez que Vênus
aparece antes do nascer do Sol,

depois de estar invisível.

Naquele dia, Chak Ek’ emergiu
novamente do submundo,

empunhando uma lança e dardos.

Para trazer a discórdia ao mundo,

ele decidiu atacar o irmão
e quem fosse aliado dele.

O primeiro alvo foi K’awiil,
deus do sustento e do relâmpago.

Surgindo no final da estação das chuvas,

Chak Ek’ empunhou a lança
e atingiu K’awiil,

causando danos aos alimentos
e um período de caos na ordem social

até o renascimento de K’awiil.

Após 584 dias do ataque a K’awiil,

Chak Ek’ voltou as atenções
para o irmão, o Sol.

A cada noite, o Sol assumia
a forma de um jaguar

e viajava pelo submundo.

Chak Ek’ atingiu o "Jaguar-Sol"

enquanto ele nascia ao amanhecer,
no final da estação seca.

O Sol estava ferido,

e o mundo mergulhou
em um período de caos e guerra.

A terceira vítima de Chak Ek’
foi o deus do milho,

que fornecia o sustento
para toda a humanidade.

Chak Ek’ o atingiu durante a colheita.

Ele foi enterrado no submundo,
e o milho, a base da vida,

não estava mais disponível
para os habitantes da Terra.

Mas o deus do milho ressurgiu
após três meses no local do recomeço,

a caverna ao leste conhecida
como "O Lugar das Sete Águas",

e trouxe o alimento mais uma vez à Terra.

Quando a tartaruga Ak Na'ak subiu
ao céu para marcar o solstício de verão,

Chak Ek’ fez a quarta vítima.

Com a morte desse bom presságio,

o Sol, o alimento e as pessoas
foram enterrados

e as forças do caos reinaram.

Mas do caos surgiu uma nova ordem,
estabelecida por Hun Ajaw,

um dos heróis gêmeos conhecidos por todos

por terem vencido os senhores do submundo.

Uma nova raça de humanos
foi criada, feita de milho.

Entretanto, esse estado
de equilíbrio não duraria.

A quinta e última vítima de Chak Ek’
foi um misterioso estranho vindo do oeste,

e a morte dele em meio à estação seca

abalou a ordem estabelecida por Hun Ajaw.

Os deuses, os senhores e o milho
foram enterrados no submundo.

Mas essa vitória de Chak Ek'
também seria temporária.

Os dois irmãos, Vênus e o Sol,
foram aprisionados em um ciclo infinito

enquanto combatiam pela supremacia,
repetindo as mesmas cinco batalhas,

enquanto o mundo alternava
entre a ordem e o caos,

com o surgimento da Estrela da Manhã.